O Outro Lado do Doutor escrita por Cary Monteiro


Capítulo 3
Todos conhecem o Doutor!


Notas iniciais do capítulo

Ahhh! Desculpe pela demora! Eu tive sérios problemas com o meu teclado, mas ganhei um laptop lindo de natal e finalmente pude voltar a escrever. Taí um capítulo bem grandinho com todo o começo da primeira trama e aventura do Doutor-Donna e Rose Tyler! Enjoy!



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Já fazia um dia e meio desde o incidente na Baía Lobo Mau e o Doutor, ou quem quer que ele fosse, ainda estava desacordado. Rose Tyler adentrou no quarto onde ele se encontrava, estava disposta a desmascará-lo de alguma forma. Foi até uma cadeira onde se encontrava o blazer do terno azul que ele usava. Procurou por qualquer coisa nos bolsos, que eram maiores por dentro, querendo obter a verdade. Havia um rato de brinquedo, uma colher de prata, um “Harry Potter e as Relíquias da Morte” versão pocket, uma pistola d’água, um óculos, um ursinho de pelúcia e um pedaço da TARDIS que ele havia ganhado do outro Doutor na tarde anterior. Nada que realmente pudesse dizer se ele era ou não o Doutor. Rose suspirou e saiu do quarto, precisava ir até a TORCHWOOD resolver pendências, além de um exame médico depois de tanta viagem por dimensões paralelas...

Rose podia observar o quarto do PC do seu trabalho, mas a maioria do tempo o Doutor só estava lá dormindo serenamente, a respiração tranquila e calma. Ela tinha um caderno onde passou a anotar tudo sobre aquele que dizia ser seu doutor, porém não conseguia chegar a uma conclusão.

Era o segundo dia que ele adormecia. Rose já havia medido sua pressão, batimentos cardíacos(ele realmente só tinha um coração!), e principalmente as ondas cerebrais, que por sinal estavam à tona. Ele não estava em coma, apenas em um sono terrívelmente pesado. Isto não ajudava em nada em suas pesquisas. Rose parou por um momento e observou a si mesma. Hum, quem diria que Rose Tyler viraria uma doutora algum dia? O que me diz disso, Doutor? Sou mais doutora até mesmo que você, riu.

Depois que o Doutor Havia lhe deixado presa no mundo paralelo pela primeira vez, Rose se empenhou em praticamente cem por cento do seu tempo para encontrá-lo novamente. Trabalhando na empresa de seu “padastro” Pete, TORCHWOOD, foi aprendendo um tantão de cada área e ao mesmo tempo ensinando aos cientistas sobre tudo o que havia vivido e presenciado ao lado do Doutor. Até mesmo sendo capaz de explicar como algumas tecnologias alienígenas funcionavam ou a conversar com alienígenas turistas(graças ao tradutor da TARDIS) que precisavam de identificações da empresa. Ela olhava para os anos que passou estudando e se forçando a entender equações e números, somente para cair numa armadilha do Doutor. Muitas vezes ela teve vontade de desistir e esquecê-lo, mas com o tempo ela simplesmente percebeu que isto era uma tarefa difícil, talvez até impossível. Sua família lhe via sofrer e tentava lhe ajudar com palavras amigas, mas ela já estava determinada demais para parar...

Um bipe no computador tirou Rose do transe e ela foi ver do que se tratava. Algum hacker tentava obstruir o sistema e obter informações sigilosas da empresa. A maioria não era corajosa o suficiente, pois depois que a TORCHWOOD te encontrava seu fim estaria próximo. Não haviam mortos, mas poder testar a máquina que apagava memória era divertido. Se perguntassem a Rose de dezenove anos se ela sabia lidar com um hacker ela perguntaria o que viria a ser um, mas a Rose de agora tinha se tornado ezímia na arte da computação e passar por suas barreiras sem se queimar era praticamente impossível. Ela estalou os dedos e começou a procurar pelo seu penetra no computador.

Na mansão do Pete, o Doutor começava a acordar. Ele abriu os olhos e percebeu que estava no escuro, mas completamente confortável debaixo de vários lençóis. Ele tirou todos de cima dele num único movimento e levantou da cama sentindo um frio lhe correr a espinha e se dar conta de que ele estava apenas de cueca. Amaldiçoando mentalmente toda a raça humana por sua visão ser tão ruim, ele foi tateando a parede até encontrar o interruptor. Quando se fez luz no cômodo ele entendeu onde se encontrava. Lembrou que havia desmaiado na praia, tido sonhos terríveis, mas presumiu que Rose o levaria para uma cama e aí estava ela. Numa cadeira jaziam suas peças de roupa e vários objetos de valor espalhados pelo chão, inclusive o pedaço de TARDIS que ele havia ganhado de sua outra metade. O Doutor se agachou e pegou o pedaço enquanto sorria. Levariam milênios até que ele conseguisse uma TARDIS como sua antiga no mundo dos humanos, pelo menos até que ele arranjasse uma chave de fenda sônica primeiro. Então ele colocou um “criar chave de fenda sônica” em sua lista mental de afazeres abaixo apenas do “fazer Rose acreditar que ele é o Doutor”. Feito isso, ele se vestiu e saiu do quarto olhando tudo à sua volta. A última vez que estivera ali a mansão dava uma festa e Rose era apenas um cãozinho minúsculo. Ele sentiu um estranho barulho vindo de sua barriga, ah, isso deve dizer que meu corpo tem fome, imaginou e forçando seu olfato para encontrar a cozinha o Doutor desceu as escadas.

Assim que adentrou o cômodo foi direto para a geladeira enorme que lá havia. Estava impanturrada de comida, mas foi o peixe empanado e o pudim que lhe chamaram atenção. Ele pegou ambos e fechou a porta. Quando sentou à mesa percebeu que estava sendo observado. Levantou os olhos e se deparou com uma criança sentada na cadeira tomando um copo de leite. Os dois ficaram se encarando por algum tempo até que Jackie aparecesse na cozinha e soltasse um gritinho assustado.

– Ui! Você finalmente acordou!

– Jackie, quem é este ser? – O Doutor perguntou sério, sem tirar os olhos da criança.

– Este ser é meu filho, Doutor! – Ela andou até o garotinho e o abraçou por trás por um momento. – Tony, este é o Doutor. Doutor, este é o Tony. – Ela apresentou-os. O garoto continuou a encará-lo, sem saber o que fazer. Rose havia lhe contado histórias e mais histórias antes de dormir sobre aquele homem bem na sua frente. Histórias fantásticas não encontradas em livro algum qualquer que fosse a dimensão. Era como acordar e ir tomar café da manhã com um ídolo. Ele largou o copo na mesa e saiu correndo, subindo as escadas logo em seguida.

– O que houve aqui?

– Ele é um pouco tímido, Doutor. Só isso. E ele gosta muito de você, Rose estava sempre tagarelando sobre as aventuras que tiveram para ele. Dê-lhe algum tempo. – Jackie explicou. – E o que diabos você está comendo? – Jackie andou até ele e lhe retirou o pudim e o peixe empanado das mãos. – Não! Não! Você dormiu por muito tempo, não pode comer essas porcarias! Vou lhe fazer uma vitamina... – E começou a mexer nos armários, procurando o liquidificador.

– Por quanto tempo exatamente? – O Doutor perguntou, preocupado, pegando de volta seu estranho lanche assim que Jackie lhe deu as costas.

– Por dois dias e meio! Achei que fosse morrer e Rose não queria levá-lo a um hospital de forma alguma! – Ela ia explicando naquele seu tom assustado do norte enquanto pegava algumas frutas para cortar.

– Dois dias?!

– E meio! – Jackie corrigiu-o. O Doutor pos a mão na testa e afagou seus cabelos rebeldes. Ele agora se sentia excepcionalmente bem, mas estava realmente assustado com o tremendo tempo que sua mente havia levado para se encaixar ao novo corpo. E como estaria Rose durante este tempo? Entrando em mais e mais dúvidas sobre sua existência, possivelmente.

– Onde está Rose?

– Ah, ela se cansou de vê-lo dormir e voltou ao trabalho.

– Onde ela trabalha? Posso ir vê-la?

– Na TORCHWOOD é claro. Bem, se pode ir? Eu não sei, Doutor... Aliás... Voc é mesmo o doutor?Rose tem agido um pouco estranho... Diga-me que vai consertar isso, por favor.

– Dou-lhe certeza de que eu sou o Doutor e que irei resolver tudo. – Ele respondeu pondo a mão no ombro da mulher. Ela mexeu a cabeça afirmativamente e voltou a seu afazer. Pete entrou na cozinha e soltou um granido de surpresa ao ver o Doutor em pé ao lado de sua esposa.

– Acordado finalmente, então? – Os dois olharam-no ao mesmo tempo esperando que ele continuasse a sentença. – Olhe, meu jovem, saiba que essa casa não tem sido a mesma desde a sua chegada. – Ele falou em tom brincalhão. O Doutor andou rápido até o encontro do homem e lhe apertou a mão.

– Pete! Senhor Pete, muito obrigado pela sua hospitalidade, de verdade! Mas eu preciso ver Rose o mais breve possível. Tem como?

– Ah, bem, eu estava indo para a TORCHWOOD de qualquer forma. Te dou uma carona. – Ele sorriu ao Doutor que lhe fez o mesmo de volta.

– Não vai tem comer alguma coisa, Pete, querido?

– Não hoje, querida. Preciso mesmo ir. – Andou até Jackie e lhe beijou a testa. – E onde está o pequeno Tony?

– Ele viu o Doutor e saiu correndo. Não faço ideia de onde esteja... – Jackie respondeu. Pete deu de ombros e saiu com o Doutor lhe seguindo logo atrás. Passando pelo grande quintal, o Doutor foi observando tudo a sua volta como era de seu costume, mas foi incapaz de perceber Tony e sua grande caixa de papelão lhe atropelando.

– Hey, vai com calma, garoto. Esse corpo é muito frágil. – Retrucou enquanto levantava-se do chão. Percebeu que a grande caixa do garoto estava pintada de azul, com um ”cabine de polícia” escrito em giz de cera em seus lados. Tony pegou a caixa o quanto antes e saiu correndo sem olhar para trás. – Okay... Depois conversamos sobre isso. – O Doutor lhe gritou e acelerou o passo para alcançar Pete.

Os dois entraram no carro e antes de ligar o veículo, Pete suspirou pesadamente e observou o Doutor.

– Doutor. Precisamos esclarecer algumas coisas antes de você encontrar Rose novamente. – Ele estava acabando de por os cintos quando olhou para Pete.

– Farei o possível para explicá-lo, senhor. – Respondeu.

Lá na TORCHWOOD, Rose ainda tinha alguns problemas com seu hacker tentando invadir tudo. Ela estava tão determinada a encontrá-lo que não havia prestado atenção na ausência do Doutor por todo o tempo sem olhar para a câmera que levava até o quarto onde ele estava. Um homem alto entrou apressado na sala segurando alguns papéis junto dele.

– Doutora Tyler! Doutora! Precisa ler isto! Há algum tempo, muito tempo na verdade, estão acontecendo desaparecimentos na cidade inteira e levamos todo esse tempo para descobrir porque eles tem algo em comum: todas as pessoas desaparecidas não tem família... Ou moram sozinhas. Os vizinhos só acham estranho depois de muito e muito tempo sem que hajam vestígios, ou quando as contas acumulam, ou quando os síndicos vão pegar o aluguel. Elas simplesmente desaparecem do mapa! ... Doutora, está me ouvindo? – Mas ela não estava realmente. Digitando em seu teclado na maior velocidade, sem nem mesmo piscar os olhos.

– Agora não, Martim. Tem alguém tentando entrar no sistema. E não precisa me chamar de doutora Tyler, nos conhecemos há anos.

– Mas, doutora... Err, Rose. Será que isso não é alguma coisa... Alienígena?

– O que lhe ensinei sobre coincidências? Elas não são nada importantes a não ser que estejemos realmente prestando atenção. Liste mais regularidades entre os casos, depois veremos isto com calma. Há quanto tempo exatamente estão ocorrendo esses desaparecimentos?

– Hum... A cerca de cem anos, doutora. – Rose olhou para o colega surpresa pela resposta. Seu computador soltou outro pio e simplesmente parou. Ela voltou a olhá-lo e percebeu que o hacker havia sumido. Ela ficou observando, esperando que algo acontecesse, mas seu computador mostrava apenas a área de trabalho, como se nada tivesse acontecido.

– Como assim? Ele desistiu? Não pode ser... – Rose procurou por furos no sistema de seu computador, mas estava tudo completamente intacto.

– Talvez ele tenha encontrado o que queria, não, doutora? – O seu colega sugeriu.

– Sim... Talvez... Veremos. Bem, mostre-me o que encontrou, por favor. – Ele lhe entregou os papeis e começou a explicá-la sobre o acontecido.

O carro do Pete era tremendamente confortável e morno. O Doutor se sentia estranho por não conseguir descobrir em que época do ano se encontravam sem ter que olhar para o rádio. Era final de outono naquela dimensão. Como senhor do tempo integral ele era capaz de saber em que lugar do universo, tempo e espaço poderiam estar apenas lambendo o ar da atmosfera. As vezes era capaz de saber até mesmo o nível da radiação. Mas esse corpo humano dele era muito primitivo, ele teria de aprender o inverso de tudo de agora em diante, mas primeiro teria de resolver alguns sérios problemas que seu “irmão” havia lhe causado antes de sua despedida.

– Pete, eu sinceramente não sei como explicar isto de uma forma que faça sentido.

– Sou paciente, leve o tempo que precisar.

– Hum, bem... Eu sou o Doutor, posso lhe dar esta certeza. Eu tenho as memórias, eu lembro quando nos conhecemos. A invasão dos Cybermen, dos Daleks, tudo.

– Mas Jackie me explicou que haviam dois de você e que você era apenas humano, e não um alienígena como o outro.

– Isso é verdade, mas nem tanto. Eu continuo sendo um alienígena, mas neste frágil corpo humano.

– Isso é algo que pode fazer? Se dividir?

– Não! Não... Eu sou único. Um evento único em todo e qualquer universo e dimensão. O meu eu senhor do tempo integral jogou-me energia de regeneração quando eu era apenas uma mão. Mas foi o toque de uma fantástica humana cheia de energia da TARDIS quem fez toda a diferença, e então eu nasci! ... Com algumas complicações, é claro, mas bem, melhor que nada. Eu não poderia levar Rose comigo. Não posso nem imaginar o quanto ela sofreu esse tempo todo na minha ausência, mas posso dar-lhe a certeza de que manterei minha missão humana principal: viver ao lado dela para sempre... Oh! Eu acabo de descobrir o que falarei à ela. Obrigado! – Pete observou-o com olhos emocionados durante o sinal fechado. Rose Tyler não havia saído dele. Ela havia dito que na dimensão dela ele era seu pai, mas havia morrido quando ela era apenas um bebê. Desde que havia conhecido-a sentia esta proximidade dela, como se ela realmente fosse sua filha a anos. Vê-la sofrer tanto por aquele homem lhe desesperava demais e toda vez que ele perguntava se ele valia à pena, ela respondia que sim.

– Então, meu amigo, faça o que deve fazer e não me decepcione. – Pete respondeu. Virou o carro à direita e entrou no estacionamento do prédio da empresa. - Quando terminar de explicá-la toda a situação venha conversar novamente comigo, Doutor. Já que você ficará nesta dimensão conosco de agora em diante, precisará de documentação. Um emprego também. Verei se temos algo em aberto aqui na empresa. – Ele foi explicando enquanto desciam do carro e pegavam o elevador.

– Não estou preocupado com isto no momento, mas agradeço desde já a sua ajuda. Ela é muito bem vinda, senhor.

– Por favor, pode me chamar de Pete. Este “senhor” o tempo todo me irrita e já sou chamado assim por todo mundo por aqui, hehe. – Pete comentou risonho. O Doutor sorriu e por um momento pensou que as coisas estavam começando a melhorar. Quando finalmente alcançaram o andar desejado, Pete parou na frente de uma porta. – Esta é a minha sala. A de Rose é no final do corredor e, bem, não quero interrompê-los... Boa sorte, Doutor. – E com um último olhar ele entrou na sua sala e fechou a porta deixando o Doutor e seus pensamentos sozinhos no corredor. O Doutor respirou fundo e caminhou até a sala. Ele ficou surpreso em ler “Doutora Tyler” na placa da porta e sorriu demasiadamente. Queria saber tudo e mais um pouco sobre aquela nova Rose... Depois de tanto tempo poderia colocar a conversa em dia com ela. Quando pos a mão na maçaneta esta começou a mexer sozinha e se abrir. O Doutor não pode fazer nada além de olhar perplexo para Rose e vê-la fazer o mesmo. Ele pode observar seus olhos esbugalhando-se, mudando de surpresa para felicidade e rapidamente para desgosto.

– O-que-vo-cê-está-fazendo-a-qui?! – Ela foi falando sílaba por sílaba enquanto cutucava-o no peito, obrigando-o a recuar da porta. – Quem te deixou entrar? Ah, foi o Pete, não é?

– Rose! Minha Rose, eu estou bem! Obrigado por perguntar e, sim! Pete me trouxe aqui, aliás, ele disse que vai me dar um emprego e documentos. Isso não é fantástico? – Ele falava animadamente enquanto gesticulava com os braços. Rose prendia sua vontade em rir. Ele ainda não era merecedor de seus sorrisos. – Será que podemos sair para conversar? Eu preciso te explicar muitas coisas! Conversa para por em dia, huh? Batatas fritas! Eu pago! ...Err, um dia, temo que terá que pagar por hora. Vamos! Vamos?

– Não sou sua Rose e estou muito ocupada. Não tenho tempo para suas maluquices. Acabamos de ser hackeados e eu nem sei o que foi que pegaram de nós.

– Ah, Rose, porque tão irritada? Quase não a reconheço mais. Sinto que isto seja minha falta, mas vou consertar tudo e te ajudar com este hacker, eu prometo! Mas antes preciso te explicar umas coisas. Então, vamos?

– O que Houve, doutora Tyler? Quer dizer... Rose. Oh... – O colega de trabalho de Rose foi mais um a ficar surpreso com a presença do Doutor, mas ele aparentava uma felicidade excepcional. – AH-MEU-DEUS! Rose, este é o Doutor?! Ele é tão mais bonito ao vivo! E jovem! E olha esse cabelo! – Ele passou por ela como um furacão e deu um abração no Doutor, depois lhe apertou a mão. – Muitíssimo prazer, Doutor! Eu me chamo Martim e sou colega da doutora Tyler aqui. Ela me ensinou tanto sobre o universo e me contou tanto sobre você! Estou lisonjeado com a sua presença!

– Ahm, Rose, ele não é uma versão do Capitão Jack deste mundo, não? – Perguntou o Doutor, duvidoso.

– É claro que não. Ele só é muito... Feliz.

– Oh, hey, eu estava interrompendo-os. Não é mesmo? Mil desculpas! Vocês devem ter muito o que conversar agora que está finalmente acordado. Pode ir, chefinha, eu cuido de tudo por aqui! – Martim empurrou Rose para fora da sala e fechou a porta atrás de si. Acontece que ele era apenas um estagiário quando entrou para a TORCHWOOD na mesma época que Rose havia entrado e criado o maior alvoroço por conta do Doutor. Ele tinha escutado cada história e se apaixonado cada vez mais pelo relacionamento de Rose e do alienígena. Aquele reencontro, era como fazer parte de um sonho, sendo que dessa vez era bem real! Ele estava torcendo que os dois dessem certo, tanto que foi incapaz de perceber o feixe de luz do computador de Rose saindo para fora e criando forma.

– Certo! Pronta para ir, Rose Tyler? Allons-y! – O Doutor gritou e segurando a garota pela mão, saiu andando pelo corredor até o elevador. Rose não fez força para pará-lo. Parte dela não queria aceitar o fato daquele estranho agindo exatamente igual a seu doutor, gritando sua frase de efeito e lhe levando a lugares e a outra parte, bem, ela estava chorando de felicidade por ter sua bizarra, porém divertida vida de volta.

Martim deu uma olhada pela porta entreaberta para ter certeza de que os dois haviam realmente saído e sorriu ao observar o elevador fechando-se. Quando voltou sua atenção a sala suas pernas ficaram trêmulas, fazendo com que ele caísse ao chão. Um monstro gigante observava-o, parecia-se com um inseto de dois metros. Ele grunia baixo e mexia a cabeça para o lado, como que aguardando alguma ação de Martim. Ele retirou o celular do jaleco lentamente e sem tirar os olhos da criatura, tirou-lhe uma foto. O monstro reagiu com irritação e partiu para cima dele. Agonizando enquanto sofria um terrível ataque do monstro, Martim enviou a foto para Rose, esperando que ela soubesse o mais breve possível sobre o que estava havendo.

O Doutor e Rose já estavam na entrada no prédio quando ela recebeu a mensagem no celular. Ela parou e fez menção de atender, mas o Doutor lhe segurou a mão.

– Rose... – Ele começou a dizer num tom sério. – Eu preciso esclarecer algumas coisas. Isso vai ter que esperar. – Ela observou-o curiosa, não era sempre que ele direcionava este olhar à ela. Ele havia feito o mesmo na praia quando disse que era humano, quando estava prestes a lhe responder uma pergunta fundamental... Ela guardou o celular de volta no bolso sem olhá-lo, confiando naquele homem pela segunda vez. Rezendo para não estar cometendo outro erro.


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Notas finais do capítulo

Ahh... O Martim é exatamente como eu agiria caso visse Rose e Doutor. "Ah, vão se amar, por favor". E já teve que nos deixar tão cedo... Well, será? xD



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