Meu nome? Acho que não faria muita diferença, mas tudo bem. Eu sou a Elizabeth Voegele (Lizzie para os mais chegados) . Queria poder dizer que sou uma garota normal que gosta de rosa e tem uma paixão platônica pelo Justin Bieber. Mas, sinto muito se te desapontei, mas não não tenho paixões platônicas.

Aliás, me desculpe por ser essa aberração, que é como todos me chamam. Acho que nem falando assim vocês poderiam me descrever. Tudo bem, aqui vai: sou morena e alta (tipo 1,75 de altura), cabelos castanhos escuros e olhos da mesma cor.

Poderia dizer que tenho muito amigos porém prefiro ser sincera. Não tenho amigos. Ou um. Não sei se ele conta como amigo.

Acho que a única coisa mais perto que eu tenho de mim são pessoas que me detestam por eu ficar sozinha no meu canto escutando as minha músicas, ou me jogando bolinhas de papel quando estou tentado prestar atenção nas aulas.

Queria poder estar exagerando mas não estou.

Vou incluir uma pessoa na minha "lista" de amigos. Eu o conheci pela internet. Mas só tem um probleminha... Ele mora em outro país!

Daniel. Esse é o nome dele. Acho que a única parte boa em meu dia é quando eu chego em casa e vou falar com ele. Meus pais nem sonham que eu falo com ele. Também não tem como saber pois chego em casa e vou direto para o meu quarto. Passo a maior parte do tempo lá. Eles nem podem sonhar com isso! Se não estou morta.

Ele tem a mesma idade que eu: 17. Mas com certeza ele é o oposto de mim. Não é o excluído da escola, pelo contrario ele tem vários amigos, e também é muuuito bonito. Olhos castanho esverdeado e cabelos castanhos e só um pouquinho mais alto que eu (6 cm pouquinha coisa).

Acho que ele é o único que sabe o que eu passo na escola. Eu tento disfarçar, fingir que não ligo pro que fazem comigo, mas quando chego em casa desabo. Nunca fiz nada com ninguém. Por que tem que ser assim?

Nesse exato momento estou trancada no meu quarto chorando. Acabei de chegar da escola e foi a mesma coisa de sempre.  Quando ouço meu celular fazendo aquele barulhinho legal do Skype. Não preciso nem olhar pra saber quem é. Daniel é o único que me chama no Skype. Procurei loucamente meu celular mas não achei "Aonde deixei aquela merda?" pensei. Só uns 5 minutos depois fui lembrar que tinha deixado no bolso do meu jeans que estava no meu guarda roupas todo embolado. Ainda bem que ele é paciente.

—Oi Dan! - falei quando achei o celular.

—Oi princesa da minha vida! - falou ele todo empolgado - achei que tinha morrido. Você demorou mais tempo hoje. Onde seu celular estava?

—No bolso da minha calça, embolada dentro do guarda roupas.

—Bem tipico de você - riu - não me diga que estava... - não deixei ele terminar de falar e o cortei.

— Você sabe que sim. Estou tão horrível assim? - limpei meu rosto com a manga da blusa  de moletom que eu usava. 

—Você sabe que nunca está horrível. O que eles fizeram hoje? - perguntou preocupado.

—O mesmo de sempre. Eu só não entendo o que eu fiz pra merecer isso Dan... - falei chorando de novo.

—Eii, não chora! Você não fez nada! Você nunca faz nada Lizzie.

—Mas... - abaixei a cabeça olhando para o meu short rasgado.

—Liz, olha pra mim - olhei - você não pode ficar assim por causa daquele bando de merda! Eles não sabem que você é tímida e também não sabem a garota maravilhosa que você é!

Sorri fraco. Acho que enfrentar isso sozinha seria mais difícil', ainda bem que tenho ele.

—Obrigada Dan! -falei com o rosto em chamas - Eu te amo!

—Oh, princesa também te amo!

— Queria que você estivesse aqui comigo!

— Mas eu estou. Sempre! - ele acabou de falar e ouvi alguém o chamar e ele responder - oi mãe? - a mãe dele falou mais - já to indo.

—Sua mãe?

—É. O almoço está pronto, acabei de voltar da academia to morto de fome.

—Eu sei disso. Me diz quando você não está com fome?

—Quando eu to com sono. Ah tive uma ideia!

— O que?

— Você vai almoçar comigo!

—Como assim garoto? Vai passar a comida pela tela?

—Não né sua boba! Vou levar você pra conhecer a minha mãe!

—O QUEE? - gritei - ficou maluco? - ouvi baterem na minha porta.

—Lizzie? Ta tudo bem ai? - era a minha mãe.

—Ah, mãe... eu... tá tudo bem sim! Não foi nada! - ouvi seus passos se afastando.

—Hahahahahahahahaha - ele ria escandalosamente.

—Quer parar?

— Você não viu a cara que você fez!

—Não era pra menos.

— Então vamos princesinha?

— Tenho escolha?

—Não.

—Posso pelo menos ir lá em baixo pegar alguma coisa pra comer?

—Pode! Mais vai ter que me "levar" junto.

— Meus pais não sabem que eu converso com você. Imagina se minha mãe descobre que eu nem te conheço pessoalmente? Acho que ela me mata, depois me ressuscita e depois me mata de novo.

—Que exagerada que você é.

— Eu to falando sério!

—Eu sei que tá. Mas...-fez carinha do Gato de Botas - eu queria tanto conhecer a sua mãe.

—Dan...

—Poooooorr favorrrrrr Lizinha do meu coração! - fez bico. " Que fofinho!!". Não.

—Argh! Como você é chato!

—Eu sei que você me ama.

—Amo nada.

—Sim ou não? Sabe a minha mãe quer muuuuito te conhecer. Eu já falei com ela que estou conversando com você todos os dias, primeiro ela me xingou um monte, não sei porque, mais depois que eu mostrei a ela uma foto sua, ela achou você linda e pediu que da próxima vez que eu falasse com você era pra eu deixar ela falar também.

Na verdade eu estava morrendo de curiosidade para conhecer a mãe dele, mas minha vergonha não deixa. Eu nem sei como consegui conversar com o Dan tão normalmente sem ficar vermelha a cada palavra que ele dissesse à mim, não sei explicar é uma conexão estranha que a gente tem sinto que posso confiar cegamente nele.

Resolvi concordar com aquela maluquice dele, mesmo relutante ele sabia que se insistisse bastante eu cederia. Também resolvi aceitar pois não aguento mais esconder isso dos meu pais.

—Okay, Daniel! O que eu vou falar para a minha mãe?

—Fala que a gente se conhece da escola, e que eu tive que me mudar para o Canadá as pressas por causa do trabalho dos meus pais e não deu pra nos apresentarmos .

—Okay. - falei desanimada.

—Hey, não fique assim, vai dar tudo certo, você vai ver, princess.

Sorri.

—Já mudou de novo?

—Tá reclamando é? - perguntou serrando os olhos.

—Nãaao. Você sabe que eu adoro seus apelidos - falei com ironia.

—Sei. De que quer que eu te chame então?

—Do que é certo. Feiosa, estranha, 4 olhos, nerd...

— Como se eu fosse desse jeito. Você é minha princesa e ponto. E não adianta reclamar ok?

—Mas...

—"Mas" nada moça! Anda, quero conhecer a minha sogra!

—What? - franzi o cenho - sogra? Do que você tá falando?

—Você não sabia?

— Do que?

—Você vai casar comigo!

—Vou?

—Vai. E nós vamos ter 5 filhos.

—É mesmo?

—Uhum.

— E como vamos ter esses filhos? Via email?

—Aff. Falo nada. Vamos logo antes que minha mãe suba até aqui e me arraste pela orelha até lá embaixo pra comer.

—Então minha "sogra" é brava?

—Você não sabe o quanto.