Just Listen escrita por Lenora


Capítulo 10
Capítulo 8 - Intrigante


Notas iniciais do capítulo

Ok, estou pirando!
62 acompanhamentos? Sério mesmo?
Caramba, acho que nunca pensei que tantas pessoas estariam lendo algo que escrevi. Estou super feliz!
Quero agradecer pelo carinho de vocês e, principalmente, por todos os comentários que venho recebendo.
Olha só, me deixaram inspirada e voltei até mais rápido HAHA
Boa leitura!



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– Eu conheço essa cara - Ino disse emburrada - Você está rindo da situação!

– Não estou rindo - disse Sakura prendendo o riso que temia em lhe passar pela boca tampada pelas mãos - não é nada engraçado.

As duas encararam-se e começaram - continuaram - a rir.

– Sério, como você beija um garoto gay, Ino? - perguntou Sakura entre risadas - Você deveria ser tipo um radar para gays.

A loira deu de ombros.

– Sai é charmosinho, oras, não me culpe - Sakura a encarou.

– Ele nos chama de querida - Ino a encarou, esperando uma explicação - quantos homens você já viu usar essa palavra?

– Meus pais me chamam de querida - retrucou.

– Exatamente. E olha só, são dois homens! - Ino jogou uma almofada na amiga, que caiu no chão rindo.

– Foi uma tremenda bola fora, né? - sentou-se, arrumando seu cabelo.

– Não - encarou-a séria - Foi pior - sorriu novamente - Mas ele não está bravo com você.

– Como você sabe? - abraçou uma das almofadas, lembrando-se da expressão do garoto depois que o beijara.

– Foi ele quem me ligou pedindo para falar com você - Sakura levantou-se e pegou as pequenas tigelas sujas de doce - me implorou pra dizer que sente muito pelo o que aconteceu.

– Vou pedir desculpas pra ele depois - levantou e a acompanhou até a cozinha, onde encontraram duas mulheres tomando café.

– Olá meninas! - disse a ruiva - Espero que tenham gostado do doce.

– Estava divino - comentou sorrindo olhando para Sakura que lambia um dos dedos sujos.

– Eu disse que você cozinha bem - comentou a morena sorrindo de canto. A Yamanaka achou-a extremamente elegante. Ficou sabendo por Sakura que aquela era a senhora Uchiha, mãe de Sasuke, mulher que havia pego tanto o filho quanto a amiga na cama.

Estavam dormindo, mas mesmo assim deve ter sido um choque e tanto encontrar seu filho com uma garota na cama.

Gostaria de ser uma mosquinha para ter visto essa cena, teria a achado hilária.

– Ah, por favor - riu Kushina - Não é segredo que sou um grande desastre na cozinha!

As duas riram e continuaram a conversar, enquanto Ino observava Sakura pegar mais uma colher de doce e comer rapidamente, para depois colocar a colher suja na pia. Estranhou o comportamento atípico da garota, mas deu de ombros.

– Já que estou aqui, você poderia me explicar aquela matéria de história - comentou Ino seguindo a rosada que se encaminhava para as escadas - Acho que vou zerar essa prova.

– Não é difícil, mas você tem que parar de conversar durante a aula, mocinha - ralhou Sakura.

– Entendido, capitão! - levou os dedos à testa, batendo continência, fazendo a Haruno revirar os olhos.



O loiro bagunçava os cabelos tentando ler aquele maldito livro cheio de palavras esquisitas escritas somente para atormentá-lo.

– Eu desisto! - declarou soltando-o em cima da mesa.

– Silêncio! - brigou a bibliotecária pela terceira ou quarta vez. Mulher chata! ELA não não era surda, não é mesmo? Tsc.

Vendo o tormento do loiro a três mesas de distância, Hinata levantou-se e sentou na cadeira ao lado da dele.

– Não é um livro difícil se você se concentrar apenas na história e não nas palavras complicadas - sussurrou ela. Naruto ergueu seus olhos e encarou a pequena garota de cabelos escuros.

– Ler esse livro é o maior castigo!

– Quanto mais você prolongar, mais tempo vai ter que aguentar isso - ela alcançou o livro na página que o marcador fora inserido - Está na página trinta já! - tentou incentivá-lo.

– Claro - ele bufou - Só faltam mais duzentas - resmungou rabugento fazendo-a rir - Você já leu isso?

Ela assentiu com a cabeça.

– Você tem cara de inteligente - ele a mediu da cabeça aos pés, fazendo com que as bochechas dela se tingissem que vermelho - Deve estar me achando o maior babaca, não é?

– Não - ela negou - Deixe-me te contar um segredo - ele chegou mais perto e ela diminuiu o tom de sua voz - Minha amiga está na página quinze desde a semana passada.

Naruto começou a gargalhar alto e, ao ver o olhar irritadiço da mulher que vigiava a biblioteca, levantou-se, puxando suas coisas que estava espalhadas sobre a mesa e alcançou a mão feminina.

– Vem comigo - saiu dando passos largos arrastando a garota pelos corredores até que chegaram ao jardim, onde várias mesas de concreto eram espalhadas sobre a grama ao redor do grande chafariz.

Sentaram-se em uma dessas mesas e Naruto pôs-se a encarar a garota que arrumava seus cabelos escuros atrás da orelha.

– O que? - perguntou sem encarar o garoto, ficava extremamente envergonhada quando a encaravam descaradamente, principalmente garotos.

– Estou esperando você me explicar esse livro estúpido - tirou seu caderno da mochila e um lápis de seu bolso.

– Mas, assim? - perguntou ela. Ele assentiu.

– Tenho prova semana que vem e tenho certeza que não vou conseguir terminar de ler essa droga de livro para menininhas - Hinata o encarou, erguendo uma sobrancelha - Não estou mentindo!

– É uma história de dois jovens que se apaixonam.

– São retardados! - retrucou indignado - Que cara que se apaixonaria por uma menina que nunca viu? É simplesmente ridículo.

– Eles tinham entre treze e dezesseis anos, adolescentes têm tendências a fazer idiotices - deu de ombros - E eles eram de famílias rivais, o lance de algo proibido deve ter feito a cabeça deles - Naruto concordou e abriu seu sorriso mais brilhante.

– Você é a melhor professora que eu já tive - Hinata baixou seus olhos, envergonhada - É sério! Nunca que uma professora iria explicar desse jeito e Sakura não tem a menor paciência comigo - coçou a nuca, sem graça.

– Sakura não faz o estilo de professora - ela concordou rindo um pouco. Naruto levantou-se e ofereceu-a sua mão estendida.

– Onde estamos indo? - perguntou ela enquanto ele a guiava pela rua enquanto segurava sua mão.

– Pra minha casa - ele a encarou - Vou te mostrar que eu não sou um babaca analfabeto que você acha que eu sou.

– E como você vai fazer isso? - ela ergueu uma sobrancelha em desafio.

– Mostrando que eu também sei ler - ele sorriu - E nada de jovens burros e inconsequentes dessa vez.

Quando chegaram na residência dos Uzumaki, Hinata aguardou na sala enquanto o loiro corria através das escadas indo até seu quarto e voltava logo depois. Chegando na sala, jogou-se no sofá ao lado da garota entregando o que tinha em mãos, sorrindo.

– Quadrinhos? - ela sorriu enquanto folheava a revista.

– Isso também é literatura, senhorita eu-leio-Sheakspare - ele apertou a ponta do nariz pálido.

– Está tentando recuperar sua dignidade com figuras de super-heróis? - ela arqueou uma sobrancelha.

– Não são figuras! - argumentou como se explicasse algo à uma criança - São Os Vingadores, ok?

– Eles não te fazem passar de ano - ela retrucou sorrindo.

– E é por isso que você está aqui - ele puxou ambas mãos pequenas para as suas, engolindo-as com o seu tamanho - Vai me ajudar, não vai? Não aguento mais a Sakura puxando minhas orelhas quando erro alguma coisa!

– Eu não.. - começou, puxando suas mãos das dele, eram tão quentes.

– Por favor, por favor! - Hinata encarou os olhos azuis tão diferentes de seus próprios, mais vívidos - Estou te implorando! Prometo te recompensar por tudo depois. Estou tão desesperado, que estou a um passo de te implorar de joelhos.

Hinata apenas riu de seu desespero. Com certeza acharia a cena engraçada.

– Quando começamos? - Naruto alargou ainda mais seu sorriso e foi atrás de seus livros.

– Agora mesmo! - Hinata apenas riu baixinho enquanto encarava a figura barulhenta do loiro.




Neji tinha acabado de estacionar em uma sorveteria qualquer e Tenten encontrava-se exatamente no mesmo estado em que estivera na primeira vez que saíra com ele.

Em pânico

Quando ele abriu sua porta, ela saiu vagarosamente, andando ao seu lado até uma mesa do lado de fora. Sentou-se totalmente ereta e por fim o encarou.

Ele era tão lindo.

Seus cabelos mais compridos e brilhantes que os seus em conjunto com aqueles olhos azuis cinzentos eram de tirar o fôlego. Era quase injusto alguém ser tão bonito quanto ele.

O garoto ergueu uma sobrancelha e abriu seu sorriso mínimo.

– O que? - ela perguntou totalmente alheia ao que ele tinha dito.

– Você está diferente - ele lhe sorriu um pouco mais amplamente - mas continua distraída.

– Desculpe - apesar de se distrair com a presença dele, não era somente isso que dificultava a conversa - E então, como estão as coisas?

– Estão normais - ele deu de ombros - Administração ainda é um saco - ela riu e concordou, mesmo sem saber ao certo - E você? - ela tomou fôlego antes de responder.

– Nem tanto - tirou as mãos de seu colo e as colocou na mesa - Algumas coisas aconteceram depois do acidente - ele assentiu, esperando que ela continuasse - Eu fiquei surda, Neji.

Ela esperou que ele se levantasse ou qualquer coisa do gênero, porém Neji, mestre na arte de surpreendê-la, fez algo que ela não esperava.

O Hyuuga alcançou suas mãos e as apertou, fazendo com que ela o encarasse.

– Eu sei - ele arrastou sua cadeira para perto dela - Consegui ficar um tempo com você quando estava desacordada, seus ouvidos estavam sangrando. Foi horrível - ela concordou - Mas você está aqui, não é?

– Mas.. - ele pôs um dedo em seus lábios, silenciando-a.

– Você está aqui, eu não me importo com o resto - ele beijou-a na testa - Sei o que está pensando e você não podia estar mais errada, Tenten - e como uma garotinha indefesa que era, que sempre tentava esconder dele, ela chorou até soluçar enquanto ele a amparava, fazendo carinho em seus cabelos ou beijando sua testa.

– Espera - ela o afastou quando sentiu-se mais sob controle - Se sabia de tudo, por que esperou tanto tempo para me dizer? - Neji encolheu-se, estava envergonhado.

Uma coisa que acontecera depois de ter perdido a audição, fora que aprendera a ler a linguagem corporal das pessoas com mais facilidade - sabia que isso fora uma consequência de não poder ouvir. Prestar atenção nos movimentos corporais dos indivíduos com quem ela conversava, a tornava cada vez mais independentes de seus ouvidos, cuja função fora tomada dela.

Agora era quase óbvio o que Neji pensava no momento. Ela se sentia quase com super poderes - riu desse pensamento infantil.

– Sua mãe me disse para te dar um tempo, para que nós dois aprendêssemos a lidar com tudo isso - ele encolheu os ombros - Talvez ela tenha pensado que eu me afastaria de você, e por um momento eu também pensei que não conseguiria... - ela o encarou, entendendo a maior parte do que ele falava - Não importa - ele segurou suas mãos, apertando-as - Estou aqui agora.

– Obrigada - disse depois de tudo, sentindo seus olhos inchados - Eu realmente precisava disso.

– Eu sei - ele lhe passou um lenço, este bastante semelhante ao que ele lhe oferecera quando se conheceram - Nunca brinco em serviço - sorriu de canto.

Ele passou um de seus braços sobre ela, puxando-a para mais perto, fazendo-a aconchegar-se melhor ao seu calor. Ficaram assim, perdidos em pensamentos.

– Neji? - ela encarou seu rosto, para que pudesse entendê-lo - O que vai acontecer agora?

– Eu não sei você, mas eu vou tomar um sorvete de chocolate com menta extra grande - ela abriu seu mais brilhante sorriso. E foi exatamente o que o garoto fora buscar. Enquanto comiam, conversavam como nunca antes Tenten o fez.

Neji, por sua vez, nunca falara tanto na vida.

– Acho que encontrei algo em que eu finalmente sou melhor que você - ela riu ao corrigir os dedos dele mais uma vez - É assim que se soletra N-E-J-I - repetiu os gestou e ele tentou copiá-los, falhando vez ou outra.

– Talvez eu precise estudar da próxima vez que vir - comentou arrancando risos dela mais uma vez. Vendo a oportunidade, Neji pigarreou e seu semblante tornou-se sério - Tem algo que eu queria falar com você - ele tomou fôlego antes de começar, sabia que era um assunto sério e nem de longe era o preferido dela - Seu pai veio me procurar semana passada - ao perceber de quem ele falava, ela tensionou.

– Não quero saber dele - virou o rosto, esperando que ele entendesse o sinal de que a conversa acabara.

– Disse que está arrependido e que gostaria de conversar com você - ele bufou, puxando o rosto dela para ele - Já disse o quanto eu detesto esse homem? É simplesmente abominável o que ele fez com vocês duas e...

– Não entendi tudo o que você disse, mas espero que esteja falando mal dele - Neji pegou uma de suas mão e levou-a aos lábios, beijando cada dedo.

– Ele não pode mais fazer mal a você, sabe disso, não sabe? - murmurou com os lábios ainda pressionados na pele dela.

– Não consigo entender o que diz - ela puxou seu queixo de forma que conseguisse ver seu rosto - Não posso ler seus lábios se não olhar direto pra mim.

– Desculpe - ele endireitou-se na cadeira, ajudando-a - O que está achando da cidade?

– O que? - perguntou sem graça, por não ter conseguido compreender.

– Cidade - ele repetira, mostrando com as mãos o lugar.

– Ah, é legal. É um pouco diferente, mais calma, mas ter que disputar pela escova de cabelo não é nada tranquilo - ela riu - Você está pegando o jeito com as mãos.

– Tudo por você - ele piscou com um dos olhos, fazendo-a rir ainda mais. Ela já não lembrava o motivo de ter evitado aquela presença que a fazia tão bem. As coisas finalmente estavam retornando para os eixos.


Something always brings me back to you

It never takes too long

(Algo sempre me trás de volta para você

Isso nunca demora muito)



Pegou a escova de dente e sentou-se em frente ao vaso, apoiou-se na peça enquanto abria a boca e encostava o objeto o mais próximo da garganta que conseguia, sentindo aquela sensação incômoda. Quando finalmente percebeu aquela pasta mal cheirosa que comera voltando à boca, abaixou a cabeça deixando tudo cair na água.


No matter what I say or do

I'll still feel you here

'til the moment I'm gone

(Não importa o que eu diga ou faça

Eu ainda sentirei você aqui

Até o momento que eu partir)

Ela odiava vomitar e sentir aquele gosto horrível, mas era a única opção que tivera depois de comer tanto durante o dia. Maldito doce, maldita Ino, maldita Kushina e seus doces que davam água na boca.

You hold me without touch

You keep me without chains

(Você me segura sem o toque

Você me prende sem correntes)


Arrumaria um laxante da próxima vez que passasse por uma farmácia.

Encarou-se no reflexo do box e odiou a figura sentada ao seu lado. Sentia as lágrimas descerem pelo rosto, enquanto pegava a escova para mais uma rodada.

I never wanted anything

so much than to drown in your love

and not feel your rain

(Eu nunca quis tanto algo

Quanto afogar no seu amor

E não sentir a sua chuva)

Quando já sentia a barriga doer e não conseguia expelir nada, limpou a boca com as costas da mão, encostando na parede fria. Ainda não sentia-se bem, mas por saber que conseguira colocar tudo para fora - tudo no esgoto, onde deveria estar - já sentia uma fração de orgulho de si mesma.

Set me free, leave me be

I don't want to fall another moment

into your gravity

(Liberte-me, deixe-me estar

Eu não quero cair mais uma vez

Na sua gravidade)

Lembrava-se das pichações em seu armário, repetindo para si mesma que eles estavam errados e que ela não se importava para o que pensavam dela, mas odiava-se mais por saber que, infelizmente, isso não era verdade.

Here I am and I stand so tall

just the way I'm supposed to be

But you're on to me and all over me

(Aqui estou e eu estou tão erguida

Assim como eu deveria estar

Mas você está em mim e ao meu redor)

Ela começava a se importar cada vez mais. E aquilo já era tão familiar, que era assustador. Ela não queria reviver o ginásio novamente.

Aquilo significava todos os pesadelos de novo.

You loved me 'cause I'm fragile

When I thought that I was strong

(Você me amava porque sou frágil

Quando eu achava que eu era forte)

De novo e de novo e de novo e de novo e de novo e de novo.

Isso era tão errado. Quando fora que ela havia se tornado aquilo?

– Sakura? - Kushina bateu na porta, estranhando o tempo e o barulho que ouvia - Está tudo bem, querida? Precisa de alguma coisa?
Em resposta, a menina apenas encolheu-se, abraçando os joelhos e pôs-se a soluçar enquanto enrolava-se em si mesma, tentando abafar o barulho. Tão pequena naquele chão, com apenas os ladrilhos gelados como testemunha daquele crime cruel.

But you touch me for a little while

and all my fragile strength is gone

(Mas você me toca por alguns instantes

E toda minha força frágil se acaba)

Seria homicídio por matar seu corpo?

Ou seria suicídio por levar-se junto?

I live here on my knees

As I try to make you see that you're

Everything I think

I need here on the ground

(Eu vivo aqui de joelhos

Tentando fazer você ver que você é

Tudo que eu penso

Eu preciso aqui no chão)

Ela não sabia, apenas continuava a entregar-se nos braços do desespero, na esperança vã de encontrar algum sentido naquela bagunça que virara sua cabeça.

Talvez tenha sido culpa de seu pai, por ter arrumado uma amante e abandonado sua família.

Talvez tenha sido culpa de sua mãe, que preocupava-se mais em passar a imagem de uma família perfeita, quando os laços estavam todos cobertos de remendos.

Talvez tenha sido culpa de seu irmão, que desde o maldito acidente que sofrera, passara a receber toda atenção de sua mãe e afastar ainda mais seu pai, que dizia não saber como lidar com tudo aquilo.

Talvez tenha sido ela mesma, que, na tentativa de chamar a atenção dos pais, acabara consigo mesma.

But you're neither friend nor foe

though I can't seem to let you go

The one thing that I still know

(Mas você não é alidado nem inimigo

Embora eu não consiga te deixar ir

A única coisa que eu ainda sei)

Um pedacinho de cada vez.

E agora ela se afundara em algo que jurara ter sob controle.

Já era tarde. Tão tarde, que já não sabia mais como sair daquele buraco que apenas a afundava mais.

Afundando em sua própria cova.

Is that you're keeping me down

(É que você me mantém pra baixo)

E enquanto as coisas não se resolviam, ela apenas abraçava-se mais forte, juntando suas partes, tão cheias de rachaduras, pedindo com todas as forças para que não quebrasse.

Keeping me down

(Me mantém pra baixo)

Não agora. Não agora. Não agora.

Keeping me down

You're on to me

you're on to me

All over me

(Me mantém pra baixo

Você está em mim

Você está em mim

Em mim inteira)

E então remendava-se aos poucos, tendo sua vontade atendida por mais uma vez. Mas até quando?

Até quando?

Até quando?

Quando?

Something always brings me back to you

(Algo sempre me trás de volta para você)

Levantou-se quando sentiu-se preparada e escovou os dentes, tirando aquele gosto da boca. Ao sair no banheiro, depois de encarar seus olhos, vendo-os diminuírem a vermelhidão, encontrou Kushina, que a abraçou logo que passou pela porta.

– O que houve, docinho? - espalmou ambas mãos em seu rosto, medindo sua temperatura - Não está se sentindo bem?

– Acho que o doce me mal - colocou uma mão na barriga, ainda dolorida pelo esforço anterior - Vou subir e me deitar um pouco.

– Quer alguma coisa? - perguntou a ruiva - Um chazinho, talvez?

– Não, só vou deitar um pouco - virou à esquerda e fechou a porta, atravessou o cômodo e viu Naruto, Karin e Sasuke chegarem de carro, os dois últimos de mãos dadas a incomodou tanto, que revirou os olhos.
Fechou as cortinas e jogou-se na cama.

– Vai passar - sussurrou para si mesma - Tudo vai passar - repetiu na esperança de acreditar em suas próprias ilusões.

It never takes too long

(Isso nunca demora muito)



– O que aconteceu pra você estar parada feito uma estátua, senhora Uzumaki? - Naruto cumprimentou-a com um beijo na bochecha.

– Nada - desconversou, virando para os três sorrindo.

– Você não vai usar a sala hoje, né, tia? - perguntou Karin estranhando a atitude da mulher que parecia um pouco aérea.

– Não - virou-se para o moreno, erguendo as mãos - Sua mãe está em casa, Sasuke, querido?

Em resposta, o Uchiha acenou com a cabeça em concordância. Kushina então sorriu e pediu licença, saindo de casa.

– O que foi que você fez dessa vez? - perguntou Karin encarando o primo. Este deu de ombros.

– Nada - encarou a porta por onde a mãe saía - Estou até estudando agora.

– Com a menina Hyuuga, não é? - Karin cutucou-o com o cotovelo - Conheço uma pessoa cor-de-rosa que não vai gostar nada disso.

– O que? - olhou para a prima em dúvida - Eu estudando com a Hinata não é como você estudando com o Sasuke - sorriu de canto - Nós não nos focamos na anatomia.

Sasuke passou pelos dois, jogando-se no sofá e ligou a televisão, prestando atenção na conversa dos primos pelo canto do olho.

– E não tem nada entre Sakura e eu, bobinha - beliscou o nariz da ruiva, enquanto ria.

– É, eu vi como você baba em cima dela - ela sentou-se ao lado de seu namorado - Totalmente amizade.

– Ciúmes? - apertou sua bochecha, seguindo-a para o sofá, tirando seu tênis - Pois saiba que ela sempre vai vir antes de você.

– Porque eu conheço ela desde antes de eu nascer e blá blá blá - resmungou ela tentando imitar a voz do loiro - Troque seu discurso.

Quando a ruiva tomou fôlego para continuar, a figura cor-de-rosa desceu as escadas, chamando atenção do grupo, indo em direção à porta.

– Onde você vai? - perguntou Naruto, levantando-se para ir atrás dela.

– Sair - respondeu com uma voz rouca, apenas registrada pelo loiro.

– Pra onde? - começou a amarrar seus sapatos - Quer que eu vá com você?

– Sair - respondeu antes de bater a porta.

– Tudo bem - respondeu Naruto para ninguém ao certo.

– Vou colocar o filme - Karin levantou-se e se abaixou em frente ao aparelho, enquanto continuava a discutir qualquer bobeira com o primo.
Sasuke, entretanto, ficara observando a janela, onde conseguia ver a garota andando apressada pela rua.



Quando o segundo filme estava em seu clímax, com balas e sangue voando por toda parte da tela, a porta abriu-se e uma Sakura, sendo arrastada por um garoto de cabelos avermelhados, surgiu.

– Mas o que?! - Naruto ergueu-se prontamente, atravessando a sala a passos largos até a menina - Sakura? O que diabos você pensa que está fazendo? - pegou em ambos os braços finos, chacoalhando-a para frente e para trás.

– Me deixa em paz - tentou desvencilhar-se dele, porém sentia-se um pouco tonta demais para fazer aquilo de forma eficiente.

Sasuke ergueu-se e seguiu o amigo, que sustentava a menina, porém, diferente do loiro, Sasuke teve outro destino. Puxou o colarinho do ruivo que a acompanhava e empurrou-o porta afora, não se preocupando em saber o que ele falava.

– Eu vou quebrar a cara desse otário se ele falar mais uma palavra! - Resmungou o Uzumaki. Karin seguiu-os e passou um braço da rosada por seu pescoço.

– Ela precisa de um banho, tia Kushina vai sentir esse cheiro de cigarro e álcool nela - sustentou-a enquanto seguiam pela a escada, rumo ao banheiro - Deixa comigo - Karin a deixou sentada no chão gelado, com água caindo sobre sua cabeça. A outra entretanto não reclamou, apenas encostou a cabeça na parte e fechou os olhos.

Estava exausta.



– Como ela está? - perguntou o loiro adentrando no quarto junto com o amigo.

– Dormindo - deu de ombros cansada.

Sasuke encarou a garota desacordada, com uma expressão tranquila tão diferente daquela que ela ostentava quando chegou em casa.

Enquanto os dois primos discutiam algum assunto do qual ele estava totalmente alheio, seus olhos foram até um pedaço de papel dobrado que se encontrava debaixo do travesseiro. Vendo que nenhum dos Uzumaki prestava atenção em si, Sasuke puxou rapidamente o papel, guardando-o em seu bolso.

Percebendo mais uma figura no quarto, o Uchiha virou-se para a porta, vendo os cabelos ruivos da mãe de Naruto, que discutia com os outros dois dentro do quarto.

– Ela ainda está se sentindo mal? - perguntou Kushina - Talvez eu deva cancelar a viagem com Minato, não me sentiria bem sabendo que Sakura pode precisar de mim enquanto estou fora.

Sasuke ergueu uma sobrancelha. De que viagem a mulher falava e por que isso implicava que a garota adormecida ficaria só?

– Meu pais vão sair em uma segunda lua-de-mel, esqueceu? - o loiro respondera à sua pegunta, depois virou-se para a mãe.

– Ela está bem - disse Karin para a sua surpresa, encarava as mãos da ruiva para ter certeza que ela quisera dizer exatamente o que proferira - Talvez tenha sido algo momentâneo. Pode curtir a sua viagem tranquila, tia.

A Uzumaki mais velha balançou a cabeça e logo um loiro surgira atrás de si, abraçando-a por trás.

Continuaram a conversar, mas Sasuke deixou de prestar atenção, encarando a outra atrás de si, revirando em seus lençóis. Somente deixou de olhá-la quando uma mão tocou em seus ombros.

– Espero que você guarde suas meias fedorentas, bagunceiro - ao ver a cara de dúvida do amigo, continuou - seremos colegas de quarto por tempo indeterminado a partir de amanhã.

Sasuke suspirou, lembrando-se de algo similar que Mikoto dissera, porém pouco havia prestado atenção. Agora, parando para pensar, teria debaixo de seu teto - ao mesmo tempo - o amigo barulhento, sua namorada que estava agindo de uma forma estranha e a garota de cabelos róseos, alguém totalmente fora de sua área de entendimento, algo imprevisível.

Não sabia o que estava por vir, mas de uma coisa tinha certeza.

Seria algo totalmente inédito.

Deu de ombros para Naruto enquanto o empurrava da sua frente.

"Este ser você, idiota."

Colocou ambas as mãos em seus bolsos sentindo o toque do papel em sua pele, mal podia esperar para chegar logo em casa e descobrir o que a garota escrevera.

Não sabia o motivo, mas ansiava por conhecê-la, tentar entender o que se passava naquela cabeça, que se destacada a olhos vistos.

Ela era, de certa forma, algo intrigante para si.



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Notas finais do capítulo

Bom, é isso, o que acharam? Tivemos um pouco sobre as outras meninas e sobre a Sakura. Sobre a família da Haruno, bem, vamos ficar sabendo dos detalhes mais para frente.

Lembrando que essa música NÃO me pertence, apenas trouxe para cá porque as garotas tem uma banda, certo? Essa seria uma das músicas que eu imaginei para elas. E sim, seria uma escrita somente pela Sakura

A música pode ser ouvida e acompanhada (letra) aqui:
http://www.vagalume.com.br/sara-bareilles/gravity-traducao.html

E aí, mereço comentários? Favoritos? Recomendações (quem sabe)? HAHA

Não sei quando sai o próximo, mas vou me esforçar para escrever o próximo neste feriado que vem aí ^^

PS: desculpem qualquer erro, eu revisei, mas sempre alguns errinhos acabam passando batido

Beijão ;*