P.O.V. Regina Mills

“Você não precisa”. Aquela frase estava rondando a minha cabeça por alguns dias. Emma e Henry estavam tentando, de todas as maneiras possíveis, me ajudar a decifrar aquelas três palavras.

Acordei um pouco tarde, afinal Henry já tinha ido para escola. Tomei um banho frio e vesti um vestido azul sem mangas, um blazer preto e um par de saltos. Desci as escadas e andei em direção à cozinha. Comi um pedaço de bolo junto com um copo de suco de laranja.

Depois de alguns minutos alguém tocou a campainha, então andei em direção à porta. Emma estava me esperando do outro lado.

“Bom dia” “Bom dia”

Abri caminho para que ela entrasse.

“Está tudo bem?” “Sim, por quê?” “Henry me falou que você estava passando mal nesses últimos dias” “Não é nada”.

Eu tinha me esquecido de como Henry era uma criança esperta. Eu tinha feito o possível e o impossível para que ele não percebesse que eu estava passando mal com frequência, mas mesmo assim ele percebeu. E contou para Emma.

“Tem certeza que está tudo bem?” “Tenho, eu só tive dor de cabeça e um pouco de enjoo. Nada de mais”.

Conversamos por mais alguns minutos. Senti meu estômago fazer piruetas e corri para o banheiro. Senti o olhar apreensivo de Emma sobre mim. Fechei a porta e senti todo o meu café da manhã sair pela minha boca. Assim que acabei molhei meu rosto e joguei um pouco de água na boca. Abri a porta e me deparei com Emma encostada na parede.

“Não é nada?!” “Não precisa se preocupar” “Não preciso mesmo, até porque a gente vai para o hospital agora!”.

Não tive tempo de reagir, afinal Emma me puxou pelo braço e me levou para o seu “carro”. Porque honestamente aquele fusquinha amarelo deixou de ser um carro na década passada.

Rapidamente Dr. Whale me levou para uma sala. As luzes brancas ofuscavam minha visão. Senti a fincada de uma agulha no dorso da minha mão direita. Depois disso eu adormeci.

Acordei e assim que abri os olhos, fui cegada pela luz. Dr. Whale estava parado do meu lado, observando sua prancheta.

“Olha só quem acordou”.

Senti a agulha sendo retirada da minha mão.

“Você já pode ir para casa” “Tudo bem, mas o que eu tinha?” “Você só estava desidratada”.

Rapidamente levantei-me da maca. Vesti meu blazer e calcei meus sapatos. Emma me esperava do lado de fora da sala.

“Vamos?”.

Assenti e andamos em direção ao seu carro. Todo o caminho foi feito em silêncio. Assim que chegamos sentei-me no sofá, acompanhada de Emma que estava com um envelope nas mãos.

“Aqui, é um exame que eu pedi para fazerem em você” “Você o que?!” “Só leia”.

Resolvi não discutir com Emma. Rapidamente abri o envelope e comecei a ler o exame.

“Regina, está tudo bem?”

Eu estava paralisada, aquilo não podia ser verdade. Aquela era a razão pelo qual o autor disse que eu não precisava de ajuda.

“Eu estou grávida”.