All I need is a little love in my life

All I need is a little love in the dark

A little but I'm hoping it might kick start

Me and my broken heart

I need a little loving tonight

Hold me so I'm not falling apart

A little but I'm hoping it might kick start

Me and my broken heart

Lovino Vargas estava concentrado em seu livro quando ouviu a porta do apartamento se abrir e fechar com força logo em seguida. O italiano levantou o olhar para encontrar seu melhor amigo na porta, chorando. Ele estava muito bem vestido, de terno e tudo, mas o visual antes bonito dele agora parecia trágico. Sem pestanejar, Lovino largou o livro no sofá e se levantou, indo até o espanhol. Ele era sempre um cara alegre e chegava até a ser idiota de tanto sorrir, então era de quebrar o coração vê-lo chorar. Principalmente para Lovino, afinal por mais rude que o italiano fosse com ele, no fundo ele tinha uma incontrolável paixão não correspondida pelo amigo. Que ele escondia com todas as forças, claro. Os seus sentimentos eram fortes o suficiente para que ele temesse perdê-lo, mesmo que só sua amizade.

-Antônio, o que houve? - ele disse, parando em frente ao homem, a preocupação evidente em sua voz.

It seems like we've been losing control

Somebody tell me I'm not alone

-Por favor, fala alguma coisa. O que aconteceu? Por que você está chorando? - insistia Lovino. Se a imagem que tinha antes era ruim, ficou ainda pior quando Antônio levantou a cabeça para olhá-lo. As lágrimas caíam descontroladamente, escorrendo pelo rosto do espanhol. E a bochecha esquerda de Antônio estava vermelha, com a marca de uma mão destacando-se na pele morena dele.

-L-Lembra que eu disse que iria encontrar a Bella hoje? - murmurou Antônio.

-Sim, claro. - disse Lovino, um pouco incomodado. Bella era a namorada de Antônio. Era uma garota legal, mas Lovino nunca gostaria plenamente dela. Afinal, Antônio era o primeiro amor de Lovino. O único que conseguiu conquistar o seu coração difícil. É claro que ele nutriria certa inimizade com a garota que tinha nas mãos o homem que ele tanto desejava para si, e somente para si. - O que tem ela? Foi ela que fez isso com você?

-Se estiver falando da marca na minha cara, é foi ela. Tivemos uma briga. N-Não foi bem uma briga, ou talvez tenha sido, só sei que brigamos porque eu terminei com ela. - explicou Antônio. Lovino quase perdeu o fôlego ao ouvir aquilo.

-Vocês... Terminaram? - ele tentou não transparecer o seu alívio. E pelo jeito conseguira, pois Antônio continuou daquele jeito, destruído, sem reação alguma a ele.

-É-É. Acho que já era hora, não é?

Maybe some part of you just hates me

You pick me up and play me

How do we call this love?

-Eu acho que sim. Desculpe, mas ela não era a garota certa para você. Vocês... Brigavam demais. - concordou Lovino.

-Não foi nem por isso que eu terminei. Q-Quer dizer, ajudou, mas não foi o motivo principal. E foi o motivo principal que me rendeu alguns gritos e um tapa bem dado na cara. - dizia Antônio.

-E-E qual foi? - perguntou Lovino, com certa hesitação, quase temendo a resposta.

-Eu disse que gostava de outra pessoa. - então Lovino estava certo em temer a resposta. Ele jamais teria chance com Antônio, não é? Não adiantava nem ter esperanças. Era completamente inútil. - E que... Que talvez eu nunca tenha amado ela de verdade porque... De verdade Lovino, o que eu sinto é algo que eu nunca senti por ninguém, e com certeza jamais sentiria por ela. Eu expliquei tudo para ela e... Ela me bateu. Gritou comigo. E talvez eu mereça isso mesmo... - dizia Antônio.

-Não diga isso. P-Por que você está tão mal assim? Devia estar feliz de finalmente estar livre para ir atrás de quem você ama. - ah, como aquilo doía. Mas era a única coisa que Lovino podia fazer. Consolá-lo para que ele voltasse ao seu eu de sempre, alegre e confiante. Porque afinal, não importava que Lovino jamais pudesse ser amado de volta, se Antônio estivesse feliz, Lovino ficaria bem. A única coisa que Lovino não podia suportar, era vê-lo daquele jeito. De coração partido, chorando bem na sua frente.

-Lovino... Eu nunca vou ser correspondido. E-Eu devia apenas desistir. Ninguém nunca vai me amar de verdade. Eu estou sozinho. - Lovino engoliu em seco. Antes que pudesse se conter, ele já havia dito.

-Você não está sozinho. - ele disse, com um tom decisivo, sem hesitação, aproximando-se um pouco mais do espanhol sem perceber. - Você tem a mim. - Antônio levantou o olhar, um brilho de esperança no fundo dos seus olhos.

All I need is a little love in my life

All I need is a little love in the dark

A little but I'm hoping it might kick start

Me and my broken heart

-O-O que você disse? - perguntou Antônio.

-Eu disse... - continuou Lovino, não conseguindo mais conter os seus fortes sentimentos por Antônio. - Que você tem a mim. Você sempre esteve lá por mim e eu... Eu quero que você saiba que eu também estou aqui por você.

-Lovino...

-Antônio, eu...! - murmurou Lovino, colocando as mãos no peito do maior, agarrando-se a sua camisa, se aproximando mais. Ele apertou a camisa de Antônio, baixando o olhar. O que ele iria fazer era um grande erro. E ele iria se arrepender. Mas ele não podia se conter por muito mais tempo. Antes que Antônio pudesse falar qualquer coisa, Lovino levantou o olhar e o puxou para um beijo. O espanhol arregalou os olhos com a ação do italiano, não demorando a fechar os olhos e pedir passagem com a língua, passando os braços ao redor do corpo de Lovino, o puxando para si enquanto ele subia as mãos para o pescoço de Antônio, puxando-o também. Ambos não acreditavam no que estava acontecendo, mas aproveitavam cada segundo do beijo tão esperado pelos dois rapazes. Quando finalmente se separaram, Antônio manteve suas testas unidas, olhando Lovino profundamente, um pequeno sorriso surgindo em seu rosto molhado pelas lágrimas.

-Lovino. O que foi isso? - Lovino corou. Extremamente.

-E-Eu...

-Lovino. Eu estou falando sério. Eu... Gostaria que me respondesse de verdade. - pediu Antônio, impedindo-o de se afastar segurando sua cintura com força. - Você... Você está apaixonado por mim? - Lovino corou mais, se isso era possível.

-E-Eu... Eu... Estou. - admitiu Lovino, baixando o olhar. - Desculpe Antônio. T-Tudo bem se você não corresponder... - o espanhol abriu um enorme sorriso e riu, sussurrando no ouvido dele logo depois:

-E por quem mais eu estaria apaixonado se não por você? - Lovino se surpreendeu com a resposta. - E-Eu... Achei que você jamais corresponderia.

-Eu que achava que você não...

-Ah, que alívio! - disse Antônio, puxando-o para um abraço, acariciando suas costas com uma mão e subindo a outra para lhe acariciar os cabelos.

-Mas desde quando você...? - perguntou Lovino, deixando-se ser abraçado.

-Faz algum tempo. Há algumas semanas eu vinha notando que o que eu sinto quando estou com você é diferente de qualquer outra coisa que eu já tenha sentido. E já faz alguns dias que eu tenho desejado... Beijar você e... Fazer coisas impróprias com você... - ambos coraram. Antônio suspirou e pegou o italiano nos braços, levando-o até o sofá, onde o espanhol se sentou mantendo Lovino no seu colo.

-E-Ei! - protestou Lovino, o rosto todo vermelho.

-O quê? Agora que eu sei que você também gosta de mim eu pretendo de beijar um pouco. Não precisamos ir para a cama agora, mas eu quero um pouco de você. - disse Antônio, beijando o pescoço de Lovino, recebendo suspiros em resposta.

-S-Seu pervertido. - murmurou Lovino.

-Como se você não gostasse. - disse Antônio, sorrindo.

-Idiota. - respondeu Lovino, corado.

-Também amo você, Lovi. - disse Antônio, entre os beijos.

-O-O quê? - Antônio levantou o olhar e repetiu, sorrindo:

-Eu amo você.

-S-Seu bastardo. - respondeu Lovino. - T-Também amo você.

All I need is a little love in my life

All I need is a little love in the dark

A little but I'm hoping it might kick start

Me and my broken heart