League of Legends: A História Não Contada escrita por Gustavo3450


Capítulo 7
Arco II - Tryndamere - O Tesouro de um Rei




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Arco II - Tryndamere

Capítulo 2 – O Tesouro de um Rei

– Hm... – Suspirava. – Onde... Onde estou? – Perguntou de forma desorientada, com a visão embaçada e as coisas girando ao seu redor.

– Ora, vejam quem acordou, após passar três dias roncando feito um búfalo velho. – Ao abrir seus olhos lentamente, a imagem borrada do arqueiro Asmer, se formava próximo a lareira, afiando algumas flechas em uma rocha negra. – Você ainda está em minha casa, em Sherwood... Ah, desculpe pela flecha... Provavelmente ficará dolorido por um tempo, mas...! Você não me deixou outra escolha, amigo. -

– Eu não sou seu amigo. – Retrucou o ex-rei, enquanto ficava de pé, engolindo a seco todas as dores em seu corpo semi-vestido. – Onde estão minhas roupas? – Perguntou.

– Aqui. – Atrás da porta havia uns pregos, onde o casaco e a camiseta do homem ferido, estavam. – Eu as lavei para você, pelo menos, não estão mais com a mancha de sangue... – Tryndamere arranca o tecido da mão de Asmer com tanta ignorância, que só faltava partir as peças de roupas em duas. – De nada... – Sussurrou o anfitrião decepcionado.

Naquele momento, Tryndamere põe sua camiseta e veste seu casaco, para então se dirigir a porta e ver o sol raiar sob a neve que se cai.

O arqueiro o convida para o jantar e sua resposta é o som da porta batendo, se fechando e aprisionando o rapaz em seu mundo de simplicidade.

Por que ele era gentil comigo? Eu me pergunto. Talvez, tivesse com pena de mim... “Pena”? Prefiro ser morto ao ter alguém sentindo pena de mim, não sou coitado e muito menos covarde.

Seja lá quem você for, irei encontrá-lo e obterei minha vingança... Mas... Preciso de uma nova arma...

– Você! – Tryndamere invade a casa do arqueiro, sem se importar com qualquer coisa, apenas faz o que quer e quando quer.

– Achei que tivesse ido embora... O que fez você voltar? – Perguntou Asmer, que permanecia afiando suas flechas.

– A espada. Entregue-a para mim, agora! – Gritou Tryndamere estendendo sua enorme mão, como se aquele fosse um de seus súditos.

– Hehehe... – Asmer sorria alegremente, antes de levantar e olhar para as esmeraldas daquele homem, com seu sorriso sarcástico. – Acha que pode me obrigar a alguma coisa? –

– Não me faça matá-lo, arqueiro. – O ex-rei entra e fecha a porta, colocando-se a frente dela. – Você não tem saída. Entregue-me a espada. –

– Olha... Eu já te venci uma vez. Não vamos querer repetir isso, certo? – Suas palavras sarcásticas, fazem com que a fúria daquele bárbaro venha à tona, como um touro furioso que abate suas vitimas.

Tryndamere avança como um louco desenfreado e tudo que o homenzinho tem que fazer, é esquivar-se para deixar com que o touro arrebente-se na lareira e caia sobre a macia e gélida neve de Freljord.

– Acalme-se. Ou não será capaz de me tocar. – Disse Asmer, jogando-lhe a espada. – Use. Tente me acertar. Se conseguir, ela será sua... Mas se falhar, irá trabalhará para mim, de acordo? – O homenzinho pega o arco na mão esquerda e rodopia uma flecha, entre seus dedos, na mão direita.

– Vou esmagá-lo! – Gritou o ex-rei.

Ele levanta-se rapidamente e corre para cima de Asmer, empenhando a espada com as duas mãos, como se fosse pesada a esse ponto.

O arqueiro bloqueia o golpe da espada com o arco, antes de jogá-lo para o canto e fazer com que Tryndamere vá ao chão novamente, adentrando em um amontoado de neve.

– Se continuar assim, vai perder. –

As palavras do homenzinho somente despertam mais fúria no ex-rei. Tryndamere levanta de tal forma, que saí rodopiando a espada em direção ao seu oponente, que prepara a flecha no arco a e dispara para o alto, em direção oposta a Tryndamere.

De repente, um pedaço de galho nem grosso e nem fino, caí da arvore que recebe a fleche que o cortou, permitindo que Asmer o use como um bloqueador, fazendo com que a espada crave na madeira, de forma que o bárbaro é travado.

É preciso apenas um manuseio das mãos e pronto, a espada foi arrancada das mãos de Tryndamere e permanece fixa no galho, que descartado pelo arqueiro que já possui sua arma, o arco que possuía uma flecha que passou de raspão sobre a coxa do ex-rei.

– Acabou. –

De joelhos, Tryndamere se vê imobilizado por seu adversário que mantém uma flecha apontada para o meio de seus olhos.

– Arrg....!! – O homem caído rosna como fera.

– Eu avisei, com raiva, não iria me acertar. Arqueirismo é preciso: precisão e concentração. Eu poderia atingir em qualquer parte de seu corpo e a qualquer distância, mas você nunca seria capaz de me tocar se não tivesse a mesma concentração.

– Tolice. – Asmer abaixa o arco e permite que Tryndamere se levante.

– Não sou eu quem você deseja matar, amigo. Aprenda a controlar sua fúria e será capaz de derrotar aquele que o humilhou. – Tryndamere não sabia como, mas de alguma forma, Asmer sabia que o ex-rei não estava caído no meio de uma nevasca por qualquer razão.

– Ah... – Suspira. – Cumprirei com minha parte do acordo. – Diz Tryndamere que desvia seu olhar.

– Ótimo meu amigo! Então, vamos começar reconstruindo essa casa, que tal? – Apesar do entusiasmo desagradável de Asmer, o ex-rei é obrigado a seguir suas ordens e assim, saí para pegar algum tronco grande que possa fazer tábuas para a reconstrução daquele lar.

Quem diria... Em um dia, você é um rei glorioso que não há nada no mundo que não possa ter. E no outro, você é um simples empregado de um peregrino, que soa dia e noite para reconstruir uma velha cabana de madeira.

Tryndamere passou dias e noites reconstruindo aquele local, mas seguindo as orientações de Asmer, é claro.

E por falar nele, o ex-rei e arqueiro se tornaram bons companheiros ao longo dos três meses que se passaram... Não diria que Tryndamere o considere um amigo, porem, é o mais próximo que aquele bárbaro tem de um.

Três meses depois...

– Hm... Eu ainda acho que falta alguma coisa. – Diz Asmer observando a casa renovada, com troncos fortes fazendo sua estrutura e transformando a pequena cabana em uma verdade casa de caça, onde seu interior contém duas camas, a mesinha com cadeiras, um pequeno arsenal e um deposito para estoque.

– Pare de reclamar. – Fala Tryndamere, enquanto abocanha uma suculenta maçã verde. – Melhor do que isso, apenas sendo a casa de um rei. –

– Hehehe. Obrigado Tryn, você foi um ótimo companheiro. Foi mesmo muita sorte ter encontrado-o há três meses. – Asmer dá alguns “tapinhas” nas costas do ex-rei, que está trajado apenas com uma armadura simples e uma toga entrelaçada com a armadura que Asmer lhe deu.

– Hm... – Ele bufa de irritação. – Não me chame assim novamente! Aah... Como consegue ser tão feliz? –

De repente, a resposta de Tryndamere é respondida, mas não da forma que ele esperava... Seus ouvidos minuciosos captam o som das folhagens se remexendo, onde toma sua completa atenção.

Preparado para o combate, Tryndamere surpreende-se com o “inimigo” que surge, uma pequenina garotinha de pele clara, olhos tão verdes como os seus e longos, ondulados, cachos dourados, gritando: “Papai! Papai!”.

– Hm? – A pequena passa por entre as pernas do ex-rei.

– Hahaha! Minha princesa! – Asmer pega a criança e a rodopia no ar. A menina não parecia ter mais do que quatro anos de idade, era tão pequena perto de Tryndamere, que poderia ser confundida com um anão.

– Papai! Atrasado! RUM! – A pequenina enche as bochechas, que se tornam dois morangos rapidamente, fazendo o arqueiro cair na gargalhada.

– Oh... Perdoe-me, Princesa. Mas estive ocupado preparando teu reino. – Então ele lhe mostra a casa e a garotinha demonstra nada menos, do que um enorme fascínio. – E o papai não fez sozinho, este homem, Tryndamere, me ajudou. – E é quando a menina dá noção de que existe alguém mais ali e apavora com o gigante monstruoso, correndo para perto de seu pai, onde se agarra em sua perna. – Hey... Não tenha medo. – Diz ele em tom manhoso.

– Está tudo bem Asmer. Não sabia que tinha uma filha... -

Eis que surge outra figura da floresta, mas dessa vez é uma moça jovem de belo corpo, dos quais os olhos de Tryndamere não resistem em reparar. Pele clara, cabelos longos e loiros como o brilho do sol pela manhã, de olhos de um verde puro e de tom mais suave que o da garotinha.

– Olá. – A moça olha de cima a baixo aquele bruta montes. – É um prazer conhecê-lo. Meu nome é Shina. – Sua voz é graciosa, serena, mas possui um tom forte de segurança.

– Oi. – Responde o gigante de forma curta. – Me chamo Tryndamere. –

– Hey! Querida! Vejo que já conheceu meu amigo, Tryn! – Gritou Asmer que estava caído no chão, rindo com sua filhinha.

– Não sou seu amigo. E pare de me chamar assim! Droga! – Falou de forma agressiva.

– Aah... Você não tem jeito mesmo, Asmer. Continua o mesmo irresponsável... Era para ter voltado três meses atrás. O que aconteceu? – Perguntou sua esposa.

– Isso. – E ele lhe mostra a casa, que deixa a mulher de queixo caído. – Co-como mudou ela tão rapidamente? –

– Foi graças ao Tryn. Ele me ajudou. – Nesse momento, o ex-rei deixa um suspiro de inquietação escapar, fazendo com que Asmer risse como criança.

Após algumas horas, durante a calada da noite, quando a floresta reproduzia o som dos sapos gauchando próximo dali, das cigarras cantando, dos animais se movimentando pelas arvores, os vaga-lumes brilhavam como estrelas ao longo do breu noturno.

E sob o frio da noite, encostado ao tronco de uma arvore, sentado sobre o gramado próximo a casa de Asmer, estava um homem com uma pequena faca de caça, esculpindo algo em um pedaço de madeira.

De repente, seus ouvidos captam o som da porta da casa se abrindo e é quando olha por cima, sem erguer a cabeça e vê a pequenina, agasalhada, tremendo de frio, enquanto segurava uma rede com metade de seu tamanho.

Sem dar mais importâncias, Tryndamere retorna a seu afazer, esculpindo silenciosamente, mas de repente... Vum! Vum! E seus olhos retomam a olhar, a garotinha tentando capturar vaga-lumes, mas somente o som da rede indo de um lado para outro, sem bichinho nenhum.

– Aah... Porcaria... – Suspira a garota de olhos entristecidos. Arquejada, desanimada, decepcionada por não ser capaz de capturar as criaturinhas de tamanha luminescência.

– Fique parada. Torne-se uma com o ambiente. Deixe que eles se esqueçam da sua presença. – Diz Tryndamere de forma calma e tranqüila, enquanto continua a esculpir, e diante o conselho, a garotinha permanece imóvel por alguns segundos até que o passar de sua rede pega cinco vaga-lumes.

– Consegui!! Hahaha!! – Ela corre em círculos de felicidade, mas com isso os bichinhos escapam de sua rede e ela toma a entristecer, fazendo um sorrisinho surgir naquele bárbaro.

A garotinha saltita até o grandalhão e tenta ver o que ele fazia, com seus grandes olhos curiosos.

– Hm? – Ele ergue os olhos na direção dela e ela se assusta, mas permanece imóvel. – Quer ver? – Ele pergunta e ela balança a cabeça em concordância.

– É um falcão. – Então ele demonstra a majestosa ave esculpida na madeira, pronta para decolar vôo, com suas asas bem abertas.

– Passarinho! – Ela aponta com o dedo e sorri até ter suas bochechas rosadas.

– É... Passarinho. Hehe... – Por um momento, Tryndamere deixa um risinho escapar e com isso, algo aflora dentro de seu coração, algo que ele jamais sentiu antes... Um tipo de... Sentimento.

– Você conhece a lenda de Avarosa? – Pergunta ele.

– SIM! Minha mãe me conta sobre ela, TODAS AS NOITES, antes de dormir. – Diz a garotinha admirada com o pássaro.

– Bom. Mas você sabia que não só as pessoas admiravam ela, mas os animais também? Eles a respeitavam muito, especialmente os falcões, eles possuíam um fascínio por pessoas incorruptíveis. – Ele estende o braço em sua direção e ela pega a pequena ave de madeira, onde rodopia de felicidade ao ouvir “É seu” e sai correndo para mostrar aos seus pais.

Dois dias depois, Asmer diz para sua filhinha e Shina, que ele precisa ir até as Montanhas do Aço Frio, reencontrar um velho amigo e aproveitará para tratar um assunto particular.

De inicio, houve um pouco de objeção, mas logo elas o deixaram partir com a idéia de que ele irá retornar direto para casa, dessa vez, e não para sua casa em Sherwood.

Eu encontrei pessoas que despertaram algo novo dentro de mim... Algo que eu jamais sonhei. E agora, partirei para além da Montanha Branca, para os limites das terras de Freljord, pois minha divida com Asmer ainda não foi paga.


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