League of Legends: A História Não Contada escrita por Gustavo3450


Capítulo 2
Arco I - Ashe - Traídos pelo Inverno




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Arco I - Ashe

Capitulo 2 – Traídos pelo Inverno

Nós quatro continuávamos correndo colina a baixo, o mais rápido que nossos pés agüentavam, um ao lado do outro com pequenas diferenças apenas.

Se fosse qualquer outro já teria afundado nessa neve densa, porem, somos nativos de Freljord, nascemos e caminhos sobre a neve nossa vida inteira, portanto, sabemos muito bem como correr sobre ela ou qualquer terreno gélido de nossas terras.

E próximo da entrada oficial da fronteira de minha tribo, os Tundra, disparo meu corpo como uma flecha, atirando-me em um salto ao qual rolo para dentro do portão, passando por entre dos guardas, que logo tem mais três passando-os em seguida.

– Hahahaha! Seus molengas! – Eu grito, enquanto ergo-me de meu rolamento e continuo a correr tribo a baixo.

– Gra! ASHE!! – Gritou Yig, furioso.

Meus pés se movem como se tivessem olhos, desviando de cada buraquinho, de cada pessoa, saltando sobre carroças, escorregando por debaixo de enormes troncos que eram carregados por duas pessoas.

Sentindo o vento gélido do norte cortar meus cabelos, aquela doce sensação de liberdade ao correr, como se nada fosse capaz de me parar, como se nada fosse impossível para mim.

– O que pensa que está fazendo, ASHE?! – Exclama minha mãe, parada alguns metros diante de mim e próxima a padaria da mãe de Binbu, com seus olhos mortíferos sobre mim...

Sou forçada a derrapar em uma queda que suja de mala, ficando aos pés da rainha, pois estava muito veloz e uma brusca desse jeito, seria impossível se eu não me atirasse ao chão.

– Oh... Mamãe... – Sussurrei ao olhar com medo diante sua presença.

– Aah... – Ela suspirou. – Uma princesa não deve se comportar desse jeito, minha filha. – Eu me ergo diante dela e vejo meus amigos pararem alguns metros atrás.

– Desculpe. Acho que não sou uma princesa “clássica”. – Tento limpar um pouco da lama em minha roupa de caça, uma calça esverdeada e uma camiseta sem manga marrom, com marcas de caça em anil por meu corpo e o cabelo tão sujo de terra que parece estar castanho.

– E essas marcas? – Ela me agarra pelo pulso. – Olha o estado do seu cabelo, está imundo! – Ela meche em meus cachos. – E esse “troço” que está trajada? – Ah... Ela pegou pesado, agora, não suportei a idéia de falar de minha roupa, por isso arranquei meu braço a força e a olhei, olho a olho. – E daí que minhas roupas estão sujas?! E daí que estou com listras de caça pelo corpo?! E daí que meu cabelo está sujo?! Eu já tenho quinze anos, mãe! E a senhora goste ou não, EU SOU UMA CAÇADORA!! – Berro de forma que todos param o que fazem e olham para nós, diante os olhos de minha mãe que se afinam em um ataque mortal.

– Você é apenas uma menina, e ainda mais, é minha filha e herdeira da tribo de Tundra. Quer você goste ou não, VOCÊ É UMA PRINCESA E NÃO UMA GUERREIRA SELVAGEM!! – Ela berra de forma tão violenta que até eu me espanto com sua voracidade, mas não recuo diante minha mãe. Bato o pé e a encaro com raiva, rangendo os dentes e caminho alguns passos em direção aos meus amigos, antes de me virar e colocar uma flecha em meu arco.

– Tem razão... Eu não gosto mesmo. POR ISSO DECLARO QUE A PARTIR DE HOJE, A PRINCESA ASHE ESTÁ MORTA!! – Atiro a flecha contra a coroa de minha mãe, derrubando-a no chão, fazendo com que um “ooh...!”, um suspiro de susto ecoe entre todos os que nos cercavam.

Minha mãe olha sua coroa caída um metro atrás dela, então ela se vira e vem em minha direção, bufando o ar gelado de nossa terra e quando penso que ela berrará comigo, já tampo meus ouvidos.

Mas algo pior acontece... Ela me da um tapa em meu rosto, de maneira tão bruta e fria, que sou atirada ao chão como um simples pedaço de papel, caindo sobre a neve envolvida por lama.

– Nunca mais, repita isso. – Ela diz em tom quase sussurrante, mas de uma maneira que suas palavras chegam a penetrar minha alma. – Vá embora. Se quiser. Está livre da função de princesa de Tundra, não precisamos de alguém tão desleal quanto você. – Ela me da às costas e caminha até pegar sua coroa, limpá-la e colocá-la sobre seus cabelos dourados.

Meus olhos ficam trêmulos, meu corpo treme de raiva e meu coração parece entalar em minha boca de maneira que não sou capaz de responder. Me chamou de desleal... De uma traidora praticamente... Minha própria mãe... É eu avisei que seu coração era frio.

Minhas mãos agarram meu arco e eu me levanto com lagrimas escorrendo entre a sujeira de meu rosto e quando passo delicadamente meus dedos sobre o local atingido, sinto uma espetada de dor, o que foi o fim para mim.

– EU TE ODEIO!! EU QUERIA QUE O PAPAI ESTIVESSE VIVO!! POR QUE VOCÊ NÃO MORREU NO LUGAR DELE?!! – Berro com todo o ar de meus pulmões...

– Perdoe-me por não dar minha vida pela de meu amado marido. –

Suas palavras encerram aquela discussão, pois começo a dar alguns passos para trás, até que logo me vejo correndo em direção a fronteira, ou melhor, para além da fronteira, da vila, corro o mais longe que meus pés cansados me permitem, desejando tirar aquelas cenas da cabeça.

Já se passaram alguns anos desde que o urso negro tentou matar a mim e aos meus amigos, mas ainda não chegamos até o dia em que escrevo essa história... Naquele mesmo dia, o tratado de paz foi aceito por Garras do Inverno.

Porem, aos meus dez anos, eles nos traíram e tentaram tomar nossa tribo, porem, meu pai batalhou firmemente em conjunto a minha mãe e as outras pessoas de minha aldeia, mas... Ao fim da batalha, a Garra do Inverno fugiu para muito longe, com medo de nós calçarmos mais perdas em sua tribo, porem... Eles nos calçaram uma perda inestimável... Meu pai, o rei, faleceu naquele dia para proteger a minha mãe de um ataque direto.

Desde então, vivo fugindo para além da fronteira, me aventurando nas florestas a os arredores da tribo, caçando e melhorando meu arqueirismo, pois era a única maneira de esquecer a dor de não ter mais meu pai.

– Aa-ah... – Sento-me em uma pequena rocha, coberta de neve, enquanto meu choro se une a um soluço eterno, onde deixo que meu arco caia sobre meus pés e fico com as mãos pressionando minha cabeça.

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!!!!!!!!!!!!! – Berro ao céu de forma tão animalesca, que todos os animais próximos de mim, se escondem em suas tocas, ou, fogem para longe com medo dessa criatura chamada Ashe.

– Como foi que isso aconteceu...? – Escondo metade de meu rosto com a palma de minha mão, enquanto tento me lembrar de todos os fatos que me levaram até aquele momento... Mas somente as chamas vinham em minha cabeça, os gritos, o desespero, meu povo fugindo e eu angustiada, gritando: - Papai!! Papai! – E em resposta, ao som do brandir das lâminas: - Fujam!! Proteja nossa filha!! Waaah!! –

Eu me retiro daquela pedra gelada e por uma ultima vez, olho para a tribo de Tundra... Que um dia foi meu amado lar, mas que agora, não passará de uma lembrança.

– Não sou a filha que o senhor esperava... Pai... Perdoe-me. –

Ajeito minha aljava de flechas e ponho o arco sobre o ombro, antes de partir rumo ao Leste, para a floresta de Sherwood.

A floresta de Sherwood fica além das terras de Freljord, por isso, lá o outono não é freqüente e com isso as arvores possuem belas folhagens esverdeadas, as rosas e plantas de todos os tipos florescem em seus campos, os rios fluem tranquilamente e os animais do verão convivem em harmonia.

Eu não podia mais ficar ali, não podia continuar nas terras de Freljord... Não sendo uma princesa tão desleal ao seu povo, por isso, decidi que partiria para o único local que conhecia além das terras de meus ancestrais... Já que aquele era o local de onde, vinha com meu pai quando era mais nova, era nosso lugar secreto, onde disparei minha primeira flecha.

Após eu ter caminhado cerca de três horas, descido que é hora de descansar e também, ao olhar para o céu esbranquiçado, vejo que o sol irá se por em breve.

– Devem ser três da tarde. –

Encontro uma pequeno rio que está congelado, mas sou incapaz de identificar a figura que se reflete no gelo, devido ao excesso de sujeira acoplado em minha pele.

Ouso um som familiar, uma movimentação de um animal pelos arbustos cobertos de neve, por isso, rapidamente escavo uma arvore e me escondo dentre suas folhagens, com o arco e a flecha em prontidão para abater meu alvo, mas...

Meus dedos são incapazes de disparar o projétil, quando meus olhos vêem que meu alvo é um doce e indefeso coelho de pelos brancos e olhos vermelhos, que para e fareja minha presença, mas não corre ou tenta se esconder... Apenas permanece esperando sua morte.

– Pode ir... – Sussurro esperando ele fugir. – VÁ EMBORA!! – Berro irritado, assustando o animal que foge para algum lugar da floresta.

Dou um longo suspiro, antes de me encostar ao tronco da arvore, colocando o arco sobre meu colo de pernas cruzadas e rodopiando a flecha entre meus dedos.

Então, eis que avisto minha salvação, pequenas frutinhas congeladas pelo inverno, talvez, se eu for capaz de quebrar seu gelo poderia comê-las.

Colho várias e várias delas, onde guardo algumas em pequenas bolsinhas feitas de pele de cabra, penduradas em meu cinto de couro.

E de repente, percebo que as horas passaram mais rápido do que eu havia previsto e o sol começava a se por no horizonte, portando deveria correr, correr o máximo que agüentasse, pois a floresta não é um local muito seguro a luz do luar e fora que, a temperatura despencará pelo menos doze graus ao inicio da noite e chegará aos dois negativos no cume da noite.

– Aquele lugar deve servir. –

Avisto uma pequena entrada de caverna no inicio de uma montanha repleta de gelo, por isso devo ser cautelosa, pois se o gelo desmoronar, ficarei presa naquela caverna fria e escura.

Ainda me restava alguns minutos, por isso recolhi alguns galhos e folhas congeladas, onde os reúno no interior da gruta e lasco a ponta de minha flecha, próximo aos galhos, gerando fogo.

– Hora do jantar. –

Pego as pequenas frutinhas em meus bolsos, não todas, mas jogo pelo menos duas dúzias nas extremidades da fogueira e em questão de dois minutos, vejo o gelo se derretendo.

Enquanto isso, retiro a aljava e a coloco rente a parede junto ao meu arco com as letras: “A-V-A-R-O-S-A”, estancadas nele, como uma lembrança de um tempo que jamais voltará.

Quando desperto sob a luz do dia, esfrego meus olhos cansados e me espreguiço gostosamente, sentindo a dor de se dormir em uma gruta atingir minha coluna.

Pego meu arco e a aljava, deixo algumas frutinhas descongelados as bordas das brasas que ainda restavam, enquanto caminho para fora da caverna e sinto o calor do sol sobre minha pele, respirando fundo o aroma da neve pela manhã.

Conforme caminho pela floresta do Leste, jogando pequenas frutinhas em minha boca, enquanto as atiro para o alto em minha mão boba, percebo o cenário mudando de estação, a neve derretendo, o solo surgindo, as folhas verdes e alaranjadas, secas, mostrando-se.

– Sherwood. – Digo.

Finalmente havia alcançado a floresta de Sherwood, o que significa que estou na fronteira de Freljord, de minha terra natal, de meu lar, de meu povo, de minha mãe... – Seja forte Ashe! – Digo a mim mesma, quando olho por cima do ombro e vejo o bosque do inverno sendo deixado para trás.

– Ooh... – Meus olhos se encantam quando vislumbram aquele riacho fluindo, com a cintilação do sol refletida sobre as águas azuis de algo que não via há anos.

Dou alguns tapinhas em minhas bochechas para retomar a realidade, aproximo-me do rio e vejo que uma das arvores possui uma toca de esquilos silvestres. Uso de sua toca para esconder meu arco e minhas flechas, retiro o cinto de couro e deixo debaixo de um arbusto robusto, junto as minhas botas de inverno.

Splash! Salto para dentro do rio com roupa e tudo, permanecendo alguns segundos dentro d’água, antes de sair puxando meus cabelos grudentos e fedorentos com as unhas sujas, para trás.

Passei três horas dentro daquele riacho, me esfregando dos pés a cabeça, onde uma hora foi apenas para tirar a sujeira de minhas roupas e o restante para tirá-la de mim.

– Meus cabelos eram loiros? Hahaha. – Rio comigo mesma, ao ver o preto da sujeira indo embora e revelando meus belos cabelos dourados novamente.

Saio da água parecendo uma uva passa, seca e enrugada feito uma velha, dou apenas uma passada de água sobre meu cinto antes de prendê-lo a mim e o mesmo com minhas armas.

E então, após um longo e delicioso, para não dizer magnífico banho, continua a caminhar pelo interior da floresta sobre uma trilha de folhas secas.

Mas não demora até eu ouvir um rugido monstruoso, de imediato pego meu arco, porem, logo percebo que o rugido vem de meu estomago... Estou faminta, mas felizmente estou em Sherwood, onde alimento nunca foi um problema. Simplesmente escalo uma das arvores e encontro ótimas maçãs, alguns metros a frente encontro cachos de uvas verdes e um pouco mais adiante ainda, uma das minhas arvores prediletas, uma estranha e misteriosa arvore de tronco esverdeado que possui um gosto doce e viciante.

Arranco seis pedacinhos de seu tronco, coloco cinco em meus bolsos e um deles vou chupando como um pedaço de cana, sentindo aquele sabor de infância descer garganta a baixo.

– O que é isso, Papai? – Perguntei em minha inocência, segurando um pedaço de casca de arvore verde, olhando-a com estranheza em minha lembrança.

– É minha arvore secreta. Morda e sugue seu líquido querida, aposto que vai gostar. – Ele sorria toda vez que provava daquela seiva.

– Mas é verde... Ta estragada... – Enjoava.

– Ashinha... Experimenta. – Ele suplicada.

– Ta bom... – E então a garotinha de quatro anos de idade abocanha aquele pedacinho de arvore, que a vicia no líquido saboroso.

Sorrio feito boba ao relembrar do dia em que meu pai me apresentou a minha arvore predileta, Doceira, como eu a chamo.

– Já faz muito tempo... – Meus pés param de se moverem ao momento que meus olhos avistam uma pequena cabana de maneira no meio da floresta, pintada de azul cintilante, com flechas se cruzando estancadas no alto da porta.

– Prometemos que viríamos aqui juntos no outono... – Sussurro ao tocar a porta e sentir aquelas flechas moldadas, lembrando-me do tempo em que eu e meu pai construímos aquela pequena cabana.

Lentamente meus dedos empurram a porta e o local está exatamente como da ultima vez que viemos aqui... Ou melhor, tudo está exatamente em seu lugar, exceto pelas teias de aranha e a poeira que fez o local parecer Freljord, coberto de neve.

Abro as janelas da cabana e deixo os raios solares iluminarem aquele local abandonado, enquanto deixo o arco e a flecha de lado, para pegar uma nova arma, a VASSOURA! Apenas quinze minutos e já estou suando, é sério, prefiro escalar arvores de trinta metros do que varrer meio metro de uma casa.

E após algumas horas, quando o sol está no alto do céu, orgulho-me do trabalho duro que tive ao tomar aquele lugar esquecido, uma casa confortável com aroma de tulipas, minhas preferidas.

Uma semana depois...

Estava eu lá, de volta a caçada, correndo floresta adentro, saltando de galho em galho, perseguindo minha presa.

E então, chegou à hora: - Agora! – É quando saltei de dentro das folhagens de uma grande arvore, com a linha do arco estirada ao máximo e a flecha sendo liberada em um vôo veloz em encontro ao solo.

O veado esquiva-se da flecha e corre em direção a oeste, enquanto eu caio sobre um galho forte de uma arvore a frente da que eu estava, jogando-me imediatamente até o solo e tomando a perseguir minha presa como uma caçadora terrestre.

Por sorte, havia uma roupa de minha mãe naquela cabana, meia calça que se estender até a cima do joelho, feitas de couro, um vestido decotado preso por uma faixa dourada e um manto com capuz para me aquecer as noites frias, tudo tingido de verde musgo e contendo detalhes em dourado representando a tribo Tundra. Porem acrescentei os braceletes de meu pai, para proteger meus braços durante minhas caçadas e que por sorte, combinam perfeitamente com meu visual esverdeado.

– Agora você não me escapa. – Rolo para dentro de algumas folhagens, onde preparo meu arco e quando estou prestes a disparar, percebo que ele não está prestando atenção em mim... – Para onde você está olhando? – Pergunto-me.

De repente, o veado é morto, tendo seu pescoço abocanhado por dentes muito afiados de um lobo de pelagem anil e olhos avermelhados como sangue, mas não era um lobo qualquer, ele permanecia sobre duas patas e trajava uma armadura dourada.

– Tenho que dar o fora daqui... – Começo a caminhar cuidadosamente para trás, mas percebo que a criatura desapareceu de minha vista... – AAH!! –De repente, abaixo ao sentir seu odor repugnante de cachorro molhado, e a fera salta por cima de mim e choca-se com uma arvore.

Aproveito o momento para fugir, corro o mais veloz que consigo floresta a dentro, mas logo percebo que minhas pernas não são mais rápidas que suas patas, por isso atiro uma seqüência de flechas em uma arvore e as uso como escadas.

Agora mantenho minha corria saltando de galho em galho, tenho que sair dessa área fechada, pois estou em desvantagem aqui. Ao olhar para baixo, vejo a fera me perseguindo com sua afeição sedenta por sangue, seu desejo de me devorar este estampado em seu rosto.

Quando estou na metade do caminho em direção a campina, salto dois metros de distância até a próxima arvore, porem, sou arremessada ao chão por um rodopio felino, que marcam meu rosto com suas garras e destroem a próxima arvore que saltaria.

– Aaah!! – Capoto pelo chão, mas imediatamente saco o arco e fico de prontidão com a flecha empenhada.

A fera caminha para fora da mata e nos encontramos em uma trilha que divide a floresta, onde nos encaramos a dez metros de distância. Vejo seus dedos se contorcerem, desejando rasgar minha pele, enquanto o suor escorre pelo meu rosto, de nervosismo, mas um bom arqueiro nunca deve perder a concentração.

– Seus ossos serão o meu jantar...!! – Diz o bestante, enquanto rosna como fera.

– Oh... Ele fala. – Sorrio sarcasticamente. – Já vou avisando. Eu sempre acerto no alvo. – Miro em sua cabeça, não vou arriscar uma segunda flecha.

– Hora de caçar... – A fera avança em minha direção e minha flecha voa ao seu encontro.

Me impressiono ao ver o lobo destruir minha flecha com tanta facilidade, apenas dando-lhe uma patada.

– Uau... Por essa não esperava. – Hora da retirada, viro-me e corro o mais rápido que posso, enquanto lembro-me de sentir a mesma sensação de ser uma presa, quando aquele urso negro me perseguiu.

Ele estava muito próximo de mim, senti seu bafo fedorento e foi nesse momento que decidi arriscar tudo em um movimento semelhante ao urso.

Feras devem pensar iguais, então, atirei meu corpo para frente, posicionando uma flecha em meu arco, estendendo a linha, mirando e diante a figura do grande lobo que voa em cima de mim com seus braços abertos.

Rolei pelo chão, enquanto já mantinha o arco firme em minha mão esquerda e a direita com os dedos já próximos a flecha em minha aljava, quando, vejo o lobo capotando feito uma carroça que caiu. E para minha surpresa, a estratégia deu certo, a flecha estava em sua cabeça, entre seus olhos.

– Há! Bem no meio dos olhos. – Digo orgulhosa de mim mesma.

Porem... O lobo não é como o urso, ele permanece de pé, sorrindo macabramente, arrancando a flecha de sua cabeça e usando como palito de dente.

– Acha mesmo que uma simples flecha vai ferir minha pele densa? – Falou com sua voz animalesca.

– Aah... Esperava que sim... – Respondo surpresa.

– Fuja, adoro quando eles fogem. –

O lobo avança em minha direção, disparo uma, duas, três, várias flechas nele, mas são todas inúteis e minha única opção é golpeá-lo com meu arco, quando ao momento de seu ataque... – O que?! –

Vejo o lobo sendo arremessado para longe, por um ser encapuzado e trajado com manto negro, carregando uma enorme espada de lâmina ondulada com um cristal azul próximo a seu cabo.

– Venha, Warwick! – Disse meu salvador, empenhando sua espada em uma posição que é familiar para mim, mas sua voz, valente, feroz e violenta é irreconhecível.

– GRAW!! – O lobo ruge furiosamente, mas recua diante a espada daquele homem e desaparece floresta á dentro.

Aliviada, arquejo e apoio aos meus joelhos, respirando fundo.

– Ufa... Obrigada... – Porem... De repente...

– Lute por sua vida. – O meu “salvador”, vira-se para mim e aponta sua grande arma em minha direção, onde me obriga a saltar para trás, de maneira defensiva, me colocando em posição de ataque com uma flecha preparada.

– Que tipo de salvador você é?! É disputa para ver quem mata a arqueira, é isso?! –


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