Entretenha-me, Sebastian escrita por Beilschmidt


Capítulo 2
Zwei


Notas iniciais do capítulo

8D Tinha prometido o capítulo para 1° de janeiro, mas eu não pude adivinhar que minha família inteira iria passar Ano novo na praia e sem net, e-e ou seja, quando voltei já era dia 3 e eu ainda nem tinha começado o rascunho deste capítulo ~tenho o costume de pegar dois ou três dias antes da postagem pra escrever~ Tipo, eu abri o word e comecei a escrever mesmo sem ter nada na cabeça, sempre dá certo. Minha melhores ideias surge do nada :9 as vezes tenho medo de mim mesma kkk.
Amei escrever este porque tenho a mesma quedinha/tombo que Sebastian por gatos, mas tenho o mal de Ciel, a alergia. Mas que se dane 8D eu não ligo kk.
O primeiro capítulo se chama "Eins" e este "Zwei" porque eu não tenho criatividade para nomes de caps, e eu odeio inglês a ponto de não botar "One, two"...renovar nessa bagaça. É em alemão e pronto, cacete.
Amo tu, que estás a ler e acompanhar esta linda fanfic.
Danke und Gute lese.



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O sol ia se pondo lentamente, mas podia se perceber as nuvens cinzentas que começavam a tomar conta do céu; logo choveria. Ciel resolveu por andar pelo seu jardim a fim de ver o seu lindo canteiro de rosas brancas; rosas estas que Finny estava encarregado de poda-las naquele horário, mas tinha tido um imprevisto com a tesoura, Sebastian acabou por ter de executar mais uma tarefa.

— Sebastian. — olhava para todos os lados em procura de um vulto alto vestindo o fraque negro — Onde estás?

Reparou que o dito não compareceu dentro do limite médio de tempo que tinha, mentalmente, estipulado, geralmente demorava meio minuto a aparecer quando estava em sua mansão; em missões ele não conseguia determinar precisamente.

— Mais essa agora!… — resmungou e voltou a andar, sempre atento a qualquer detalhe a seu redor; ele não poderia prever um aparecimento repentino dele por suas costas, o que o assustava, claro; Sebastian gostava de lhe pregar pequenas peças.

Pôde ouvir o mordomo falando sozinho a metros a sua frente e, curioso, fora espiar o que ele tanto cochichava para si mesmo.

— Infelizmente eu não posso ir mais além, por agora, em nosso tipo de relacionamento; corro o risco de ser descoberto pelo jovem mestre. — viu-o sentado em um banco ao redor de alguns pequenos arbustos e não deu para o garoto ver direito se o moreno falava com uma pessoa — Adoraria ter a tua companhia na mansão, mas ele não aceitaria, entende-me?

Afastou-se rapidamente antes que fosse descoberto, o que parecia ser inútil, já que Sebastian sempre descobria a presença de alguém, ele nunca baixa sua guarda. Quase tropeçou ao subir os degraus da escada com pressa.

— Espero que tenhas um pouco de paciência, minha querida. — ele afagou as orelhas da gata; a pelagem negra e macia enchiam os olhos vermelhos do mordomo, mas no momento sua atenção era parcialmente voltada para as patas fofas e os olhos cor de caramelo que brilhavam — Não gosto de ver o jovem mestre tendo crises alérgicas, desculpe-me.

Levantou-se com a felina nos braços.

— Hora de tu ires para casa, querida amiga. — ajeitou-a em seu colo — Ainda tenho de trocar de fraque, já que meu jovem mestre não deve se aproximar de mim por causa dos teus pelos em minha vestimenta. — fez carinha triste e ganhou uma lambida na bochecha — Também gosto de tua companhia.

Ao deixa-la no muro, a gata pulou para o outro lado e sumiu-se por entre os arbustos.

— Ver-te-ei amanhã.

.x.

Ciel vinha pelo corredor do segundo andar depois de ter ido à cozinha e comido um pedaço de torta que o mordomo tinha feito para mais tarde, uma pequena vingança. Ao chegar à frente de seu quarto praguejou:

— Maldito sejas tu… — fechou a porta com força e foi sentar-se na cama, abraçando o travesseiro contra seu rosto — Sebastian!

Segundos depois ouviu passos se aproximando.

— Jovem mestre? — parou ao lado da cama e se inclinou; seu olhar preocupado… — Por que estás deitado tão cedo? Sentes alguma dor? Estás cansado?

— Nem uma coisa nem outra. — virou o rosto para o lado oposto a do mordomo, estava chateado com a cena de agora a pouco.

— Então…?

— Com quem estavas no jardim?

O silêncio pairou por cerca de curtos segundos; Sebastian sabia que dia ou outro ele descobriria, suspirou e endireitou-se. Seria melhor explicar de uma vez.

— Ela é…

“Ela”? — sentou-se bruscamente — Andas se encontrando as escondidas com uma moça?

— Não é bem isso.

— Achei que tinhas dito claramente que o amor que sentias era por minha pessoa. — bateu no colchão chateado e a cada palavra elevava a voz — Estás me enganando? Quebrastes uma das principais regras do contrato?

A preocupação sumiu completamente do rosto de Michaelis sendo tomado, em seguida, pela seriedade; tanto que o garoto se calou e ficou fitando os olhos vermelhos do demônio que pareciam querer carboniza-lo.

— Não quebrei regra alguma do contrato; estou sendo sincero o bastante, mas se não consegues acreditar em minhas palavras… então não posso mais fazer nada. Com sua licença, jovem mestre; tenho tarefas a cumprir. — virou as costas e saiu antes mesmo do jovem abrir a boca para contra argumentar.

Sem cabeça para pensar em qualquer outra coisa, voltou-se para o travesseiro e fechou os olhos; tentava suportar um nó invisível que lhe sufocava a garganta. Sentia os olhos arderem, mas não choraria; não daria esse luxo a ele. Adormeceu antes mesmo do jantar estar pronto, o que irritou um pouco mais o moreno.

.x.

— Hora de acordar, jovem mestre. — já tinha aberto as cortinas e aproximou-se do garoto que começava a se remexer.

Ciel olhou para suas mãos, timidamente tocou nos dedos enluvados do outro impedindo que este se afaste.

— Algum problema? — perguntou serenamente.

— Só não queria deixar uma lacuna vazia entre nós. — ficando de joelhos, abraçou-o.

Sorriu, aquele garoto tinha entendido que seu amor pertencia a ele.

— Jovem mestre, a “moça” com quem eu estava conversando ontem… era uma gata. — sorriu — Eu me encontrava com ela as escondidas por causa de tua alergia. — ajoelhou-se diante da cama, a mão direita no peito — Perdoe-me por ter escondido isso do senhor, jovem mestre.

Ciel por alguns segundos continuou o fitando ali ajoelhado só para depois ficar de pé, na altura dele.

— Levante-se, demônio. — e Sebastian o fez; ficando ereto e o olhava de forma calma — Na verdade, era para eu pedir desculpas. — abaixou o rosto, as bochechas rosadas — Interpretei errado o que vi.

Curvou-se devagar e pegou seu queixo delicadamente, a maciez do tecido das luvas brancas lhe era agradável, mais ainda sem elas; gostava de sentir os longos e gelados dedos lhe acariciando a face.

— É raro ver o jovem mestre pedir desculpas, e as aceitarei; mesmo que o erro tenha sido meu.

— Tudo bem, ao menos o problema foi resolvido.

O mordomo acenou levemente com a cabeça e foi até o criado-mudo pegar a bandeja com o desjejum do garoto; teria um longo dia pela frente.

.x.

Pela janela de seu escritório Ciel podia ver o moreno no jardim indo em direção ao portão da frente, mas na metade do caminho um pequeno vulto negro e ágil pulou pelas grades, indo ao encontro de Sebastian. Um tanto irritado por ter que dividir atenção do mordomo com aquela gata, Ciel fechou o punho, apertando a caneta que segurava.

— Agora tenho de ficar vendo essa relação amigável de ambos. — resmungou baixinho, mas sequer tirava os olhos deles; ficou atento a cada gesto de carinho que o Michaelis tinha para com a gata; certamente não podia deixar de sentir ciúmes, mas se Sebastian tivesse conhecimento disso, claro, riria da situação — Demônio… estás andando muito com Undertaker. — finalmente se virou e tentou prestar atenção nos novos relatórios do mês de sua Companhia.

.x.

Não! — gritou Meirin que se equilibrava em uma cadeira na cozinha, tremia-se toda.

— Mas o Snake já deve ter cuidado de todos, vamos, pare de escândalo e desça. — Bard mordiscou seu cigarro, convencer aquela mulher a descer dali depois de ter um rato infiltrado dentro de seu vestido realmente seria impossível, se Sebastian não estivesse ali.

— O que está acontecendo aqui? — o dito entrou; confuso, olhava a cena que se desdobrava no meio da cozinha.

— Um rato adentrou as saias da Meirin e ficou a fazer firulas, a coitada está um tanto traumatizada. — suspirou o cozinheiro — Finny, tu podes procurar o Snake?

— Sim. — e saiu correndo pela porta dos fundos.

— Até mesmo para pegar benditos ratos esses serviçais são barulhentos. — resmungou ao virar-se para a mesa; tinha de preparar o chá do jovem mestre — Meirin, por favor, desça da cadeira; Snake deve ter resolvido tudo, além de ter se alimentado. — olhou de relance para a ruiva, esta corou ao ver o sorriso do moreno e obedeceu.

Não demorou mais que três minutos para Snake e Finny voltarem, a cobra que o garoto mais pálido tinha em seus ombros parecia um tanto mais gorda e satisfeita.

— Problema resolvido, e ainda fiz um lanche generoso, disse Goethe.

A ruiva sentou na cadeira aliviada.

.x.

Ciel estava mais calado e emburrado que o normal; desde que tinha entrado no quarto para lhe dar banho e o por para dormir, que o garoto não tinha aberto a boca para dizer sequer uma ordem, muito menos para resmungar. Sabia que ainda era por causa da gata; sorriu, seu jovem mestre estava com ciúmes. Mas, claro, que não iria dizer em voz alta, sabia que teria uma explosão de insultos se o fizesse.

— Boa noite jovem mestre. — empunhou o candelabro assim que terminara de acomodar o garoto em seus lençóis. Ia chegando até a porta quando o ouviu murmurar.

— Fique até eu dormir.

Pacientemente, voltou até a beira da cama e ficou em pé, observando-o.

— Não irei mais me encontrar com ela. — disse em uma voz baixa demais, quase que Ciel não ouve.

— Que dissestes? — queria confirmar se tinha ouvido certo.

— Não irei mais me encontrar com ela. A gata.

— Por quê? — sentou-se interessado em ouvir mais.

— Porque sei que isso incomoda o jovem mestre. E incomoda-lo é algo inadmissível para um mordomo.

Fechou os olhos e tentou engolir o nó invisível e maldito que tentava se apossar de sua garganta. Fazer o que…

— Tudo bem, Sebastian… — passou a mão no rosto e fechou os olhos — Podes continuar a se encontrar com ela, mas nada de chegar perto demais de mim. — virou o rosto e cruzou os braços.

— Sim, jovem mestre. — curvou-se.

.x.

Deixou o prato de leite no chão e fez carinho na cabeça da gata assim que esta se aproximou para beber o líquido; Sebastian sorriu, seus olhos brilhavam alegres. Ciel observava a cena atento no cuidado que o moreno tinha com a felina, sentado em um banco a metros dos dois, suspirou; fazia dois dias que tinha dado permissão a ele para que continuasse a se encontrar com aquela bolinha negra que miava, o mordomo passou a vê-la sempre no mesmo horário da tarde em que Ciel tinha alguns minutos livres.

— De certa forma gosto de vê-lo com ciúmes. — ainda de costas, Sebastian sorriu para si mesmo, podia prever o garoto ruborizando com o comentário.

— Não sei do que estás a falar. — virou o rosto, o mordomo acertou em cheio; as bochechas ficaram rosadas e tentou prender sua atenção no canteiro de rosas brancas ao seu lado.

Sorriu divertido e levantou-se; alinhou seu negro fraque.

— Tem nome? — perguntou de repente o garoto.

— Quem?

— Essa gata, ela tem nome? — cruzou os braços e o olhou de soslaio.

— Não, não acho necessidade. — olhou para a bolinha preta que agora se deitou perto de um vaso de plantas para aproveitar a sombra e tirar uma soneca — Gostarias que ela tivesse?

— Sim, até os animais precisam de nomes.

Pousou o dedo em seu lábio inferior, vários nomes surgiram em sua cabeça, mas não conseguia se decidir. Ciel fechou os olhos e voltou-se para frente.

— Que tal… Freya, — ponderou — a deusa da mitologia nórdica?

— Acho que combina.

Olhou novamente para a gata, recém-nomeada, e sorriu.

— Vamos entrar jovem mestre, o vento está ficando mais gelado.

— Traga meu chá, apenas. — caminhou à frente — Voltarei ao meu escritório.

.x.

Pela noite, havia começado a chover e os trovões iluminavam o negro céu com seus lampejos que imitavam a ramificação de árvores. O quarto estava gelado, mas a lareira fora abastecida por Sebastian momentos antes de o garoto entrar no ambiente para tomar seu banho. Enrolado em um roupão macio e quente, sentou-se na beira da cama; olhou atentamente as fagulhas que voavam das chamas como pequenos pontos incandescentes.

— Freya está em meu quarto. — o mordomo voltava do banheiro enquanto vestia as luvas secas que tinha tirado ao banhar Ciel — Não quis deixa-la nesta chuva, tudo bem para o jovem mestre?

— Desde que ela não saia de lá de modo que eu não a veja tão perto de mim.

— Sim, jovem mestre.

O candelabro estava no criado-mudo iluminando parte da cama e do jovem; Sebastian fitou as bochechas rosadas dele e sorriu carinhoso.

— És tão fofo e arisco que tenho vontade de aperta-lhe as bochechas sempre que as vejo.

— Que? — ruborizou com a frase tão repentina — Não diga esse tipo de coisa, quantas vezes eu terei de lhe dizer que eu não sou fofo?

— Acho que sempre que eu estiver aqui. — sorriu — Até mesmo seu lado rabugento é fofo, além de ser divertido ver sua expressão carrancuda.

Deitou-se com tudo e virou as costas para o mordomo, abraçou seu travesseiro e tentou ignorar o calor das maçãs do rosto; aquele demônio conseguia envergonha-lo apenas com a palavra “fofo”. Mas ora! — desde quando ele, Ciel Phantomhive seria uma pessoa fofa? Nunca na vida! E se um dia foi… preferia nem mesmo se lembrar, afinal, era um homem sério, e homens sérios não ligam para fofura; a não ser que esse homem seja Sebastian Michaelis, ou que Elizabeth virasse um.

— Pensamentos idiotas…! — resmungou enquanto tampava o rosto com o lençol.

— O que dissestes? — o moreno se inclinou, curioso.

— Nada, apenas fique comigo enquanto eu durmo.

— Sim, jovem mestre.

Inclinou-se mais ainda e beijou-lhe a bochecha; tinha percebido a coloração rosada que esta tinha adquirido e não evitou sorrir mais ainda. Aquele garoto era uma caixinha de surpresas quando queria ser; mesmo que essa caixinha pudesse se tornar uma bomba-relógio, restava tentar lhe acalmar os nervos.

— Durma, deves estar cansado.

— E o caso dos ratos? — perguntou de repente — Meirin ficou reclamando disso com Bard.

— Digamos que Freya pode tomar conta do recado a partir de amanhã. — passou a mão levemente nos cabelos do garoto, estava sonolento.

Ao ver os olhos se fecharem cansados, Sebastian deu-lhe um leve selinho e sentou-se ao seu lado para lhe acariciar os cabelos sedosos.

.x.

Orgulhosa, Freya se aproximava de seu dono com um gordo rato na boca; o mordomo, ao ver, sorriu bobo e agachou-se para lhe afagar as orelhas.

— Boa garota, és mais competente em caçar ratos que os próprios serviçais juntos.

Pegou o animal dos dentes afiados dela e o enrolou em um pano para jogar fora depois.

— Vamos ver a recompensa que irás ganhar pelo seu trabalho perfeito. — pôs o dedo no queixo e analisou a mesa que estava meio ocupada com ingredientes para uma torta — Leite lhe é o suficiente?

Sentiu a os tornozelos serem envolvidos pelo ágil rabo que ela esfregava, manhosa. Os olhos dele brilharam com a demonstração de carinho, resistiu em pega-la no colo, afinal, não queria ter pelos de gato em sua roupa, ainda mais que ainda estava preparando a massa.

.x.

No fim do dia Meirin vinha carregando algumas fronhas limpas para dobrar e guardar, quando viu Ciel saindo do escritório com alguns papéis em mãos analisando o sucesso dos novos produtos que passaram nos testes; em sua cabeça já tinha uma data para o novo lançamento.

— Jovem mestre, — disse sorridente — o senhor Sebastian acabou com os ratos da mansão sem mesmo sair da cozinha, isso me é muito estranho.

— Não fora Snake? — desgrudou os olhos dos papéis.

— Não, ele estava com Finny ajudando-o a fazer Pluto passear um pouco.

— Então fora artes de Freya. — sorriu.

— Freya?

— Sim, a nova serviçal; Sebastian que está encarregado dela no momento.

Subiu as escadas após dobrar as folhas, sorria; a nova “serva” seria bastante eficiente contra aquelas pragas que se infiltravam novamente no porão de sua mansão, ponderou um pouco. Talvez aquela gata lhe poupe um pouco da dor de cabeça com aqueles problemas, mas que fique bem longe de si; não gostava de ter outra crise de alergia por causa de seus pelos.


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Notas finais do capítulo

Espero que na postagem do próximo capítulo não atrase como este e-e, mas fazer o que né? Não tenho o poder de adivinhar o futuro~
Kuss



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