Não Vejo Teus Olhos, Vejo Tua Alma escrita por Nakamura Tisuky
Notas iniciais do capítulo
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— Quem é esse cara? - Eu perguntei sentando na mesa da cozinha.
— É um dos professores da nova escola da Dora, queria que ela se acostumasse com a ideia de ir pra lá então convidei ele para um jantar - Respondeu minha mãe mexendo nas panelas.
— Ela vai odiar essa ideia.
— Para de ser pessimista Eduardo.
— Não tô sendo pessimista, tô sendo realista, é diferente.
— Você tá falando muito difícil pra quem tem só 13 anos. Anda, vai lá chamar sua irmã.
Subi as escadas e entrei no quarto da Dora, eu entro sem bater porque eu sou irmão dela e porque eu gosto de irritar ela mesmo.
Ela estava dormindo então sentei na cama no espaço vazio ao lado dela e fiquei passando a mão nos cabelos dela.
— O que você quer Dudu? - Ela perguntou fazendo com que eu tomasse um susto.
— Dora, que susto mano, pensei que tava dormindo - Eu respondi me levantando com a mão na testa.
— A vantagem de usar óculos escuros o tempo todo - Ela deu um sorriso -Mas então, você quer o quê aqui?
— A mãe pediu pra eu te chamar.
— Pra quê? Outra dessas reuniões de família? Argh.
— Graças a Deus não, mas é uma coisa parecida.
— Tipo o quê?
— Tipo um jantar com um carinha da sua escola nova.
— Carinha? Porque a mamãe chamaria um carinha da minha escola nova pra jantar com a gente?
— Ela acha que assim você vai se acostumar mais com a ideia de ir pra aquela escola.
— A, pois isso...
— ...Não vai adiantar de nada.
— Ainda bem que você sabe.
— Bom, se arruma aí porque daqui a pouco o convidado de honra chega - Disse fazendo ênfase na frase "Convidado de honrra". Ela riu.
— Ok - Disse se levantando e abrindo o guarda-roupa.
Eu sai do quarto pra ela se trocar.
P.O.V Dora
Depois que meu irmão saiu do quarto eu fiquei procurando o que vestir, não sabia quem era então não tinha uma roupa específica pra por.
Coloquei uma roupa simples afinal, o jantar era aqui em casa e depois que ele acabasse a única coisa que eu queria fazer era me jogar na cama e ir dormir.
Comecei a sentir a textura das roupas e peguei uma camiseta que tinha um tecido fino e confortável.
A calça eu peguei uma jeans mesmo.
Iria ficar com minhas sandálias de borracha mesmo porque não queria parecer formal, até porque eu nem queria parecer formal.
Terminei de me trocar e desci as escadas indo pra cozinha.
— Oi mãe - Cumprimentei.
— Oi filha, está pronta? - Ela me perguntou sem nem olhar pra minha cara, pois estava ocupada demais com a comida.
— Sim já estou. Tá tudo bem aí?
— Com a comida? Tudo ótimo filha, não precisa se preocupar.
— Tem certeza?
— Não, eu não tenho certeza, me ajuda aqui por favor, antes que eu coloque fogo nessa cozinha.
Conheço minha mãe, quando ela precisa de ajuda ela diz que não precisa até o fim, só pra não incomodar ninguém.
— Quer ajuda com o quê? - Perguntei colocando um avental.
— Com o molho de queijo, coloca mais uns temperos, você sabe quais porque você sempre faz esse molho - Ela disse colocando um tempero no feijão, senti o cheiro e pude ver que quase que ela faz feijão doce!
— Mãe - Berrei segurando a mão dela impedindo-a de fazer aquela burrada - Você está colocando açúcar em vez de sal na comida.
— Filha isso está me matando, quero que tudo saia perfeito.
— Calma eu estou aqui pra te ajudar.
Ficamos ali por uns 10 minutos preparando o jantar até que o Dudu chegou na cozinha.
— O que aconteceu com vocês? Não ouviram que a mais de meia hora o cara tá buzinando aí na frente de casa? Ele vai embora pelo visto - Ele disse.
— Oh meu Deus, atende a porta mãe - Eu disse tirando o avental e desligando todas as bocas do fogão, a minha mãe também tirou o avental e saiu correndo feito uma louca até a porta - Dudu seu mentiroso ele não está buzinando aí a mais de meia hora.
— Não tava mesmo não, só disse isso pra assustar a mamãe.
— Seu cara de pau.
Minha mãe voltou pra cozinha fazendo alguns sinais com a mão e com o rosto pra gente se arrumar
Eu e Dudu sentamos na mesa com aquela cara de "Não queríamos estar aqui, mas se sairmos a gente apanha".
— Crianças esse aqui é o professor Fid, ele trabalha na sua nova escola, querida - Apresentou minha mãe.
— Será que é ele? - Pensei.
— Boa noite - Cumprimentou o professor.
Nessa hora eu gelei, era aquele professor superlegal que eu tinha falado quando fui fazer minha matrícula.
— O-oi - Eu disse gaguejando.
— E aí - Cumprimentou meu irmão 100% interessado e feliz por estar ali.
— Sente-se senhor Fid, vou servir o jantar - Disse minha mãe indo pra cozinha e deixando nós três na sala de jantar. Tenso.
— Bom Dora, você está gostando da ideia de ir pra Sune? - Ele perguntou com aquela voz super linda dele.
— Mais ou menos, quero muito ir pra Sune mas acho que vou sentir um pouco de falta da outra escola sabe? - Eu disse.
— Qual é o motivo de você querer ir pra Sune?
— Eu sofro muito bullingy na minha escola atual, quero ir pra Sune porque lá nós tomos temos diferenças e sabemos viver com elas.
— É assim mesmo que é a Sune, que bom que entendeu o ponto e vista de lá. Enquanto ao bullingy, eu te entendo, também sofri muito bullingy na sua idade pelo fato de eu ser negro.
— Então ele é negro? — Pensei - Nossa ele deve ser muito lindo.
— É horrível - Eu disse.
— Sim e muito, mas vamos falar sobre nossas tristezas depois, afinal esse jantar deve ser alegre não é?
— E por falar em janta cadê a mãe com a comida heim? - Perguntou meu irmão cortando completamente o clima - Ô mãe cadê a comida? - Berrou indo pra cozinha.
— Ignore meu irmão por favor - Disse envergonhada.
— Não tem problema, ele deve estar mesmo com muita fome - Ele disse.
— Eu também tô, faz tempo que eu não como nada.
— Enquanto o jantar não chega, você quer uma barrinha? É energética eu sempre carrego na bolsa - Ele disse me entregando uma barrinha.
— Obrigada - Abri e dei uma mordida.
Aquela barrinha era mesmo gostosa, era de framboesa e eu A-M-O framboesa.
— Nossa é uma delícia - Indaguei.
A minha mãe chegou com as comidas e meu irmão com a boca toda suja, provavelmente ele já tinha atacado umas das gostosuras que a mamãe preparou.
Eu escondi a barrinha porque minha mãe odeia quando eu como doces antes do jantar.
— Chegou a comida - Afirmou minha mãe.
— Nossa parece delicioso - Elogiou o professor.
Minha mãe sentou na mesa e começamos a comer.
Ficou meio.. Silencioso. Ninguém falava nada, nem meu irmão que fala pelos cotovelos
Sei lá, acho que não me sentia confortável junto com um cara bonitão e junto com minha mãe no mesmo cômodo.
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Pra quem ainda não sacou, Sune se lê Saide ok seus bárbaros sem cultura? u.u