Courage escrita por Luna Bergamo


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Fiquei super desestimulada com o número de comentários. Não sou de reclamar com isso, mas é muito chato quando vejo as visuaizações aumentando e quase ninguém deixando um comentário. Vou postar o próximo amanhã, dependendo de vocês. Esse capítulo vai ser pequeno pq sim.



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Rachel
Com a expansão de sua carreira para o cinema, Finn começou a viajar bastante, principalmente para Los Angeles. Entrevistas, audições, gravações, jantares com patrocinadores, premiações. Ele costumava me levar para os seus compromissos, mas a situação finalmente chegara ao seu limite. Aconteceu que eu sentia falta da vida que levava em Nova York. Não que eu não gostasse de ficar com Finn, mas eu também tinha propósitos a serem cumpridos. Queria terminar o meu supletivo e reservar um tempo em que eu pudesse me concentrar tranquilamente na produção dos meus romances. Queria escrever sem estar preocupada com a roupa que eu iria acompanhar Finn nas festas de outros atores famosos. Eu queria voltar a trabalhar no restaurante, continuar a ter o meu próprio dinheiro.
Certo dia, duas noites após voltarmos da nossa viagem mais recente para Califórnia, Finn noticiou que havia recebido um convite para uma produção da 20th Century Fox. Eu fiquei muito feliz, até ele soltar uma bomba.
–Vou precisar me estabelecer em Los Angeles.
–O que? Mas por quê?
–Eu não vou fazer parte de um filme qualquer, Rachel. É uma superprodução, com atores já consagrados do cinema.
–Sim, e o que isso tem a ver com você ficando definitivamente em Los Angeles?
–A Fox acabou me contratando na companhia. Dá pra acreditar nisso, Rach? – ele falou, com os olhos brilhando. – Eles querem que eu seja a próxima estrela deles. Não tinha como eu dizer não a isso. Nós podemos comprar uma casa só nossa e...
–Espera que eu vá com você? Por que assinou um contrato sem me informar antes?
–Achei que ficaria feliz. Achei que gostaria de morar comigo.
–Não quero me mudar para a Califórnia, Finn. – eu disse firme.
Finn ficou perplexo.
–Por que não?
–Porque eu quero terminar o meu supletivo, quero escrever meus romances. Quero voltar a trabalhar no restaurante. Já negligencia bastante essa parte da minha vida só para ficar acompanhando você em suas viagens.
–Mas você pode fazer isso lá.
–Não posso, não. Eu odeio a Califórnia.
Sim, eu odiava a Califórnia, principalmente Hollywood. Eu só o acompanhava porque Finn me pedia e eu não conseguia dizer não a ele. Mas agora a história era outra.
–Como assim você odeia a Califórnia? Você adora viajar comigo!
–Gosto de viajar com você porque estamos juntos. Não porque gosto da Califórnia. – eu disse muito zangada. – E quanto à faculdade? Você vai largar?
–Faltei tantas aulas que já devo estar reprovado em todas as cadeiras. – ele respondeu, sentando-se na cama do quarto da pensão. – Mas eu não preciso mais de faculdade. Já tenho ganhado bastante reconhecimento com a minha atuação.
Finn falava tão calmamente que não consegui dizer nada. Fiquei sentada na cama, de costas a ele.
–Não vou força-la a ir comigo, Rachel. Você é livre, sabe o que é melhor para você. Mas quero muito que se decida.
Naquela noite, não dirigi uma palavra a Finn durante o jantar na pensão e não o acompanhei quando ele se retirou ao quarto, mais cedo que o usual. Fiquei conversando com os outros hóspedes até todos se cansarem e irem dormir. Quando finalmente fui para cama, Finn me fez virar para ele e começou a fazer carinho em mim.
–Rachel, vou partir daqui a três dias.
Virei para o outro lado e chorei.
___________________________
Finn partiu para a Califórnia três dias depois, como havia dito naquela noite.
Terminei o supletivo e continuei a trabalhar febrilmente no restaurante. Chegava à pensão tarde da noite, com o corpo fraco pela a exaustão. Às vezes eu nem comia o jantar que D. Clotilde deixava para mim no forno e ia dormir depois de me explodir em lágrimas. Senhora Walters aparecia no quarto de vez em quando e se sentava no canto da minha cama. Ela conversava comigo, fazendo carinho em meu cabelo, tentando inutilmente me acalmar.
Certa noite, senhora Walters apareceu com D. Clotilde em meu quarto. As duas se sentaram na cama e olharam para mim com uma profunda tristeza.
–Querida, Finn me escreveu. Ele perguntou como você estava e pediu que nós tentássemos convencê-la a ficar com ele. – disse a senhora Walters, acariciando o meu cabelo como sempre fazia. Não demorou para que eu começasse a chorar.
–Não tive notícias dele desde que partiu.
–Talvez você devesse ir para a Califórnia. – ponderou D. Clotilde. – Não pode continuar aqui sofrendo dessa maneira.
–Não posso ir. Odeio a Califórnia, odeio aquelas pessoas. Vou ficar aqui.
As coisas pioraram a partir de então. Comecei a ter enjoos fortíssimos, capazes de me deixarem encamada por vários dias. D. Clotilde fazia de tudo para que eu comesse alguma coisa, mas eu acabava vomitando o pouco que conseguia reter. Quando comecei a desmaiar, acabaram me levando ao hospital.
Após os exames, o médico acabou confirmando uma coisa que eu já sabia: eu estava esperando um filho de Finn.
–Mais um motivo para você arrumar suas malas e partir para a Califórnia! - disse D. Clotilde, no caminho de volta para a pensão. – Ou você quer mesmo que esse bebê cresça longe do pai?
Finn apareceu de surpresa na pensão no dia seguinte, como se pressentisse que havia algo de errado. Quase desmaiei quando o vi parado na sala de estar, depois de eu voltar do trabalho. Ele estava com os olhos cheios de lágrimas e me abraçou como se sua vida dependesse disso.
–Venha para Califórnia comigo. Sinto tanto sua falta que chega a doer, Rachel. – ele sussurrou no meu ouvido. – Vamos morar juntos... eu, você e o nosso filho... por favor, Rachel...
E naquela mesma noite, eu havia chegado a uma conclusão.


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