Daniel Alexander escrita por Hikaru Hamano Inca


Capítulo 18
Quando o Fim de Ano chega, sempre vem com três coisas: Saudade, Solidão e Esperança


Notas iniciais do capítulo

Ahhhh!
Voltei, mais uma vez! Haha. Foi mal mais um sumiço, mas faculdade é assim gentes... Pelo menos eu não consigo me concentrar em vários textos at same time.
Enfim, pelo menos espero postar um cap novo até pelo menos Fevereiro!
Boa leitura!



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Manhattan, Nova York.

A tevê estava ligada num noticiário, onde os âncoras, Connor e Travis Stoll informavam Nova York sobre as revelações da polícia no caso do Primordial, focando em Jason ser filho de um dos homens mais ricos da cidade, e ter sequestrado a própria irmã, a mais recente diva da música americana, Thalia Grace.

Percy olhava amedrontado as cenas que passavam como flashes na tela pendurada no alto da parede. Temia que Jason, agora sendo procurado por todo o país, pudesse fazer algo contra Thalia e logo em seguida voltar seus olhares para o recém-nascido Daniel Alexander Chase-Jackson.

O menino andava de um lado para o outro no corredor, enquanto Annabeth ainda não saía da sala de cirurgia. A delegada Reyna, por sua vez, mandara um policial para ficar na porta do berçário, checando todos os funcionários que ali entravam, e para onde iam, visando parar qualquer maluquice que Jason fosse fazer.

— Merda, Percy. — O jovem suspirava consigo. — Que merda foi acontecer na sua vida. Como eu não percebi? — Ele suspirava ainda mais e resmungava consigo em baixo tom. — Se eu pudesse, eu pegava ele com as minhas próprias mãos. — Percy fez uma pausa e olhou para a tevê novamente. — Ser algo além de uma cópia. Ele queria ser eu, ele queria ser reconhecido, mas ele era, e era amado. — O garoto de olhos azuis fixou-os numa imagem de Jason congelada no televisor. — Eu amava você como meu irmão. Se o tio Zeus não tivesse se estressado contigo pra te mandar para Nova Roma... O que você fez para ele Jason? Que merda você fez para ele ficar daquele jeito?

—x-

Hazel estava a espera de Nico na sala de estar dos di Angelo. Deméter estava com a garota, falando sobre cavalos e couro sintético, até que Bianca apareceu saindo do quarto, com a aparência cansada pelo longo dia. Logo mais, ela esperava não dormir por causa das comemorações de ano novo que seriam feitas pelas ruas de Manhattan. Deméter resolveu subir para seu quarto, enquanto Bianca se apoiava na cadeira da mesa de jantar para descer o pequeno degrau que separava os cômodos.

— Bianca! — A estudante de Nova Orleans abraçou forte a irmã de seu melhor amigo. — Deve ter sido terrível. Jason era muito recolhido, mas eu nunca imaginaria que ele fosse fazer isso com Percy, Annie, Leo, você, e Nico, especialmente Nico.

— Jason é um psicopata. — Bianca sussurrou. — Destruidor dessa família, com certeza. Pela primeira vez na vida eu sinto ódio de alguém. Pela primeira vez eu realmente quero que alguém morra, Hazel, e de preferência de uma maneira dolorosa.

— Nossa Bianca, você em nada parece a garota que Nico falava, e que chegou aqui em Nova York faz nem seis meses. — Hazel segurou as mãos da irmã de Nico. — Eu sei que é difícil absorver tudo isso...

— Não, você não sabe Hazel, você realmente não sabe. — Bianca falou para a garota. — Jason arruinou toda a imagem que eu tinha dele, e fez questão de jogar um pouco do mau-caratismo dele em cima de Nico e de Annabeth.

— Eu posso não saber exatamente, mas você não pode deixar esses sentimentos ruins predominarem em você. É normal se sentir assim, especialmente depois de tanta informação, mas quanto mais cedo você deixar isso pra lá, mas cedo você vai perdoar seu primo. — Hazel apertava as mãos de Bianca. — E principalmente ao Nico.

— Você já sabia que ele era gay? — Bianca perguntou.

A menina negra ajeitou o lenço do cabelo e mudou a posição em que estava sentar.

— Já, eu já sabia, mas eu descobri sem eles me contarem. — Hazel falou encarando a mão que segurava Bianca.

— Eles? — Bianca ficou agitada. — Eles quem? Meu irmão realmente está indo contra a Palavra Divina? Quem é o cúmplice?

— Só o Nico pode te dizer, ou qualquer pessoa da sua família, mas eu não, eu não posso te contar Bianca. — Hazel começou a tremer. — Seria muita invasão, muito mais do que todas as vezes em que o Nico e ele deixaram vocês para me ajudar.

— O Nico só estava cumprindo com o papel dele de irmão. — Hades apareceu descendo a escada. — Hazel, eu preciso ter uma conversa séria com você, por isso sua mãe já está a caminho, e Bianca, se quiser, pode escutar também, mas só vou dizer que foi um dia cheio para você, e não gostaria que se estressasse mais, especialmente com sua irmã.

—x-

Nico já estava acordado em seu quarto, olhando a neve cair em Nova York. Com a porta trancada, chorava copiosamente enquanto se lembrava do passado e se conformava de que seu maior trauma fora causado pelo primo que mais se sentia próximo. O jovem se lembrou do tempo que passou em Washington, com a mãe a irmã, enquanto seu pai tinha pedido um tempo de poucas semanas; se lembrou, também, do dia em que a mãe morrera na Catedral de Saint Patrick, e do que tinha ouvido e visto naquele dia: a pessoa mexendo no incenso e dizendo a frase que não saía nunca de sua cabeça: “Maria di Angelo de hoje não passa!”.

— Mãe, por que você se foi, mãe? — Ele perguntou encarando Maria, a gata, que dormia na cesta, aos pés do garoto. — Você só deixou ela aqui, não é? — Ele riu um pouco. — Você me aceitaria, não é? Diferente da Bianca, você me ama, eu sei que você me ama, você me aceita, mãe! Você já me viu com o Will tantas vezes, já me escutou falar com ele tantas vezes, já me viu beijá-lo e abraça-lo. — Nico ria e chorava ao mesmo tempo. — Meu Deus, me perdoa por não ter falado com a Bianca. Por favor, me perdoa.

Batidas na porta incomodavam Nico, depois de alguns minutos de puro silêncio, onde Nico desejava que um anjo aparecesse dos céus com uma mensagem divina de sua mãe, de Deus, e de Todos os Santos, autorizando seu namoro com o loiro. O prodígio universitário foi abrir a porta e encontrou seu pai parado na porta, com Hazel ao fundo.

— Precisamos conversar, nós todos. — Hades falou abraçando o filho e o tirando da escuridão do cômodo.

—x-

Leo andava inquieto de um lado para o outro, observando a neve cair em Nova York. Quando o badalar da campainha tocou, ele logo correu para abrir e recepcionar o sino-canadense. Frank poderia ser um tigre-de-bengala, por causa da estampa de seu casaco de neve.

— Boa noite Leo. — Frank cumprimentou o latino com pouco entusiasmo.

— Boa noite grandão, como vai? — Leo o retribuiu. — Mil perdões por parecer afobado nas minhas mensagens, mas é que eu não queria esperar o ano virar, e queira conversar com você antes de Reyna. — Leo falava coçando a cabeça com a mão. — Obrigado por aceitar passar o Ano-novo aqui.

— Não foi difícil convencer a minha avó. — Frank falou observando a escola onde estudavam. Ela era visível o apartamento onde Leo morava com a mãe. — Ela não gosta do calendário ocidental, e prefere ficar arrigada nas tradições chinesas.

— Compreendo um pouco isso de tradições. — Leo respondeu se sentando no sofá. — Vejo sempre fotos da Quinceañera da minha mãe. Mas não para discutirmos tradições que eu te chamei aqui, Zhang.

— Você sabe o que Jason tem em mente? — Frank perguntou ao jovem.

— Não, mas sei sobre o seu pai. — Leo sorriu de canto de boca. — Aquele dia em que você e aqueles dois caras invadiram a minha casa, eu acabei por puxar seus dados no sistema da delegacia, sem ninguém saber, claro, e recebi a notícia que o seu progenitor é procurado pela polícia do Arizona. Coragem Marte ter te registrado, e isso não ter te causado muitos problemas. Sua mãe também, por providência divina, não foi manchada por isso, até alguém de Phoenix enviar essas informações para uma rede de tevê.

— E o que você quer com isso Leo? — Frank perguntou assustado com o que acabara de ouvir. Leo realmente era muito bom com tecnologias digitais. — Por que caçar isso tudo sobre ele?

— Só pra te assustar. — Leo riu. — Eu gosto de você Zhang, e quero que você me ajude a encontrar Jason. Eu no cérebro digital e você no campo de ação, com aqueles dois caras de cabelos coloridos. — Leo se espreguiçou. — E, óbvio, coordenados pela nossa delegada maravilhosa, porém, antes de tudo, quero que você me fale todo o que você sabe sobre o Primordial.

 — Você com certeza sabe mais do que eu Leo. Você tinha dados e dados sobre ele. — Frank falou carregando a voz de inocência.

— Eu sei, mas eu fiquei sabendo que certo alguém entrou na cena do crime com Thalia, e mais do que isso, sabia exatamente que era aquele o lugar onde Jason esperava pelo confronto. — Leo olhou Manhattan novamente pela janela. — Como você ficou sabendo disso Frank?

O sino-canadense ficou, primeiramente, mais frio que a temperatura que estava do lado de fora, com a neve e o vento, para depois enrubescer, e sentir calor a ponto de tirar o casaco de estampa de tigre.

— Eu segui vocês, eu precisava acertar as contas com o Primordial. Você sabe disso! — O Zhang quase gritou a frase final.

— Eu sei, e acredito, mas sei também, que o Primordial tinha um informante no Empire State, e que Nico sabe quem ele é, mas ainda deve estar em choque, o coitado. — Leo respirou. — Então, para você saber onde era, acredito que ou você, ou um dos dois panacas que te acompanham sabem a face do indivíduo.

— O garoto do Empire State, eu sei, eu quase quebrei o braço dele. — Frank confessou. — Queria por que queria não me passar nada, mas infelizmente tive que ameaça-lo. Eu não quis, mas tive que fazer, pela minha mãe, para saber quem tinha sido o maldito que a matou, e no fim, era o maldito que eu sempre culpei: aquele que era para ter levado a bala, Jason Grace.

— Espera aí, Jason foi falar com você e sua mãe naquele momento, não foi? — Leo questionava o filho de Marte. — E você disse que teve alguém que te empurrou, mas que você não se lembra do rosto.

— O cúmplice. — Frank concordou. — Malditos.

— Vamos falar com Reyna agora, pode ser que esse tal funcionário do Empire State tente fugir, se já não tiver feito isso. — Leo pegou o casaco de Frank e jogou na cara do descendente de asiáticos.

— Só te peço uma coisa Leo. — Frank falou colocando o casaco, chamando a atenção de Valdez, que já estava com a chave na porta. — Não conte sobre os caras de cabelos colorido, por favor. Eles são meus meios-irmãos, e mesmo conhecendo eles há pouco tempo, eu sei que apesar dos erros, eles são boas pessoas.

— Pode deixar Zhang. — Leo abriu a porta e os dois saíram em busca de Reyna, em plena virada de ano.

—x-

Poseidon acabara de ligar para Sally, quando Reyna gritou pela delegacia. Assustado, sabia que só poderia ter relação com a chegada de Leo Valdez e o filho da agora conhecida Emily Zhang, cuja tragédia ele acompanhara nos noticiários, sentindo um pouco da dor do rapaz.

Poseidon entendia o que era perder uma mãe quando menos se espera. Seu pai, ainda vivo, estava na cadeia, em prisão perpétua pelo assassinato de Réia, que com certeza se tornara uma constelação brilhante no céu, como a mesma gostava de dizer.

A mãe de Zeus, Hades e Poseidon era muito hippie, e se casara com um homem conservador do interior, onde ambos moravam. Cronos não tinha a cabeça pronta para as ideias que Réia tentava fazê-lo entender, mas se amavam ao ponto de terem tido seis filhos. Primeiro as meninas, para então, os varões. A mais velha de todas, Héstia, junto de Hades, se convertera, e seguiu para um convento. A do meio era Deméter, e que por coincidência era o nome da sogra de Hades, e essa infelizmente morreu ao cair num buraco na neve sem ninguém perceber. Já Hera, a mais nova das irmãs, se casou com um homem que era a cara de Zeus, e também muito parecido com ele em seu estilo.

Aos irmãos, após a prisão do pai, restou seguir a vida, e acabaram por transformar a empresa quase falida do pai, numa das mais importantes da costa leste americana.

Na mente do empresário, ele poderia ir consolar Frank, afinal acreditava que o susto e a perda ainda doíam, e muito, afinal, nem tinha um mês todo o ocorrido. Mas Frank não o conhecia, não sabia quem ele era, mas ambos podiam partilhar suas dores sobre o Primordial. Para Frank, o assassino de sua mãe; para Poseidon, o sobrinho maníaco que queria acabar com a vida de seu filho, por algum complexo de inferioridade ou transtorno psicológico que o valha.

— Ah Percy, espero que esteja tudo bem com Annabeth e Daniel. — Poseidon pensava alto. — Quero que sejam felizes, e quero que Jason pague. Ah Zeus, onde foi que você não percebeu isso nesse menino? Foi a falta de Beryl, ou as grandes regras que você sempre impôs neles? Custava amar um pouco meu irmão? Custava?


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Notas finais do capítulo

Preview básico do próximo capítulo:
"Jason abraçava Thalia, desacordada, como se não houvesse amanhã. Estavam num lugar que ele não conhecia, mas que foi o esconderijo perfeito, arranjado pelo seu cúmplice: um cano desativado de esgoto de Nova York."
Até janeiro!