Hoje é o primeiro dia de neve do ano. E quando a neve começa, os preparativos para o natal também. Esse ano a neve caiu justamente no dia 24, e no natal abrimos os portões do palácio para que as pessoas possam entrar. Está tudo corrido, mas estamos conseguindo, vi Marta arrumando a árvore principal, a árvore principal possui quinze metros. Marta estava na última parte, já que começamos de cima para baixo. Peguei algumas caixas e levei até ela. Cantarolei alguma música de natal para que ela conseguisse perceber minha presença.

– Não princesa você não pode carregar peso ! - Ela exclamou levando a mào até a boca. Pus tudo no chão.

– Não se preocupe. - Pedi ajudando ela a por os anjos de cristal.

Marta foi a mulher que criou Amy. A mãe dela basicamente, eu gostaria muito de saber sela conhece Clarissa, já que é a criada mais antiga que temos.

– Marta, você sabe como era Clarissa ? - Perguntei casualmente.

– Sim, eu fui uma das criadas dela. Era uma boa moça, mas andava sempre estressada e roendo as unhas nos cantos do palácio. - Marta sorriu com a lembrança de quase vinte anos atrás.

– Por que o papai não escolheu ela ?

– Os dois discutiam muito, ela gostava dele mas parecia sempre ter algo para virar motivo de discussão. Sua mãe não, sua mãe sempre foi na dela, não fez muitas amizades na seleção, vivia quieta no jardim ou na biblioteca. Foi essa calmaria que conquistou seu pai. O resto você já sabe.

Assenti. Meu pai foi para o "finalmente" com as duas, e ao que eu sei as pílulas da minha mãe não estavam dando efeito enquanto as de Clarissa ela não tomava. Então deu no que deu, minha mãe soube que ficou grávida um pouco depois de ser escolhida e Clarissa sumiu. Senti meu estômago embrulhar e corri até o banheiro mais próximo, Marta me seguiu. Estou tomando remédios para expulsar o resto de veneno que ainda tem em meu organismo, essa foi a ultima dose. Marta me deu os parabéns e saiu. Essa coisa de fingir que está grávida é difícil. Eu fiquei com uma cara de "Parabéns ? Como assim ?".

Marie estava no meu banheiro olhando o treinamento dos guardas. Lancei um olhar malicioso para ela e ela corou. Ri e depois vi o vestido que me esperava para esse natal. Um vestido vermelho que vai até a altura dos joelhos, ele é liso e tem mangas em forma de laços e me dá um ar doce. Meus saltos são dourados e magníficos. Adoro o natal, especialmente por eu poder ver várias pessoas andando pelo palácio que normalmente é vazio. É a data que as damas de companhia e guardas são liberados. Marie vai passar o natal na casa da família de Ethan e Amy ficará aqui comigo.

Marie também está arrumada, um vestido com várias cores e bem abstrato, tem uns detalhes de renda preto. Os cabelos castanhos claros caem sobre seus ombros, é incrível como eles combinam com sua pele bronzeada. Ela me levantou o dedo polegar e eu fiz o mesmo.

– Feliz natal, antecipadamente claro. - A abrecei forte.

– Pra você também minha bonequinha. - Marie apertou minhas bochechas. - Estou nervosa mas vamos lá, te amo.

– Também te amo. Boa sorte. - Acenei.

E novamente eu estou sozinha no meu querido quarto rosa pastel. Um embrulho muito lindo e retangular estava sobre minha cama. Fui até lá e a agarrei. Abri a caixinha que revelou uma pulseira e brincos lindos, quase tive um ataque do coração. Eles combinavam perfeitamente com o colar que meus pais me deram quando eu era criança. Na caixinha estava escrito : De : Erick O Perfeito Para : Zara A Chata. Sorri, como ele é convencido. Talvez ele estivesse imaginando que eu usaria o colar junto, tirei meu colar instantâneamente e pus a pulseira e os brincos. Ficou até melhor assim, sorri mais que a boca e saí do meu quarto. Meus saltos produzindo sons de tic-tac contra o chão extremamente limpo, isso me incomodaria mas eu estou muito feliz.

Observei a janela brevemente e deveriam ter umas dez mil pessoas ali, um grupo apontou para mim e gritaram "A princesa". E então me encontrei enviando beijos e acenos. Todos foram a loucura, mas quando vi que já estava fora do controle fiz uma reverencia e sai. Ouvi apenas a multidão lamentando.

Quando eu estava nas escadas ouvi os portões se abrirem e as pessoas começarem a entrar. Tinham mesas e mesas de comida típicas natalinas... E o meu ESCORZOLI. O salão principal parecia mais enfeitado que o normal. Com bolas penduradas no teto e os flocos de neve que caíam do lado de fora do palácio davam um ar muito bom. É ótimo se sentir em casa. Me pergunto como deve estar o natal lá em Unya. Tentei não parecer ansiosa para ir logo atacar a mesa e atacar tudo o que tinha ali. As pessoas davam sua bênção para mim e o bebê. Eu sorria e agradecia.

Depois de dançar com muitas pessoas as músicas estranhas que sempre tocavam nessa época, fui até a mesa. Tentei não vai atacar tudo e comi aos poucos. Parecia que tudo o que eu gostava estava ali na minha frente. E senti muita falta da comida de Ganzer, apesar da de Unya não ser nada mal. Me senti um pouco cansada e fui até o escritório do meu pai que era o lugar mais perto. Adoro estar com meu povo, mas é bem cansativo.

Entrei na sala, é bem rústica e tem muitas coisas de madeira. As paredes possuíam um papel de parede verde musgo que eu particularmente não gosto. Na sua mesa havia uma pilha de jornais e algumas outras coisas. Brinquei com algumas canetas e depois fui ler o jornal que estava no topo. Engraçado, ele é de Unya. Congelei assim que li a manchete. Não pode ser.

"Após terceiro ataque dos rebeldes ao Palácio o príncipe se fere encontra-se em estado grave."