– Não, não pode ser verdade. Eu não sou uma mestiça. Não pode ser verdade. Não pode, não pode. – murmurou Radathra desesperada enquanto embalava o irmão que tinha chegado perto dela enquanto recebia a noticia.

– Lamento dizer, mas é tudo verdade querida. Seu pai só se apaixonou três vezes na vida, o que em cada uma gerou vocês. Ele conseguiu manter segredo, graça a ajuda dos arcos dourados, não é mesmo meu caro? – disse a rainha dirigindo a pergunta a Liam.

– Sim, minha senhora. Sua majestade estava muito preocupada com a revelação da origem dos príncipes, e por causa disso, nós o ajudamos a esconder suas mães. –disse Liam meio abalado com o olhar de traição que seus pupilos lançavam a ele, mas manteve a compostura.

– A primeira mulher foi uma humana, que Theraradel conheceu depois da primeira guerra, e com ela nasceu Órion. Como os humanos em algumas coisas se assemelham bastante as fadas e Elfos, não se deu para notar muita diferença. – disse a fada rainha.

– Já no seu caso minha querida foi um pouco mais difícil de encobrir, pois sua mãe era muito poderosa e influente. Sua mãe foi uma sereia minha querida. – revelou Titânia, percebendo um olhar fascinado, curioso, e ainda magoado.

– Minha mãe uma sereia? Eu descendo do povo do mar? – perguntou Radathra com uma leve satisfação por debaixo de todo o drama que estava sentindo.

– Exatamente. O sangue do povo do mar e dos Elfos unidos é muito poderoso, e carregado de magia. Para você poder ter uma pequena noção do quanto seu sangue vale, somente uma gota dele, é capaz de restaurar metade da magia necessária para ressuscitarem o rei mago. – disse a rainha numa vez séria fazendo com que Radathra tremesse com horror.

– Por Frey. Ela ainda está viva? – perguntou Radathra curiosa em saber algo de sua mãe, já que suas tentativas com seu pai nunca dava em nada.

– Ah sim está. Ela é a atual governante da cidade de Atlântida, e soberana do povo do mar junto de seu marido. A rainha sereia Aurora e seu marido o rei Tritão. Aurora foi uma das líderes na última guerra, e foi na volta com a vitória nas mãos, que se apaixonou por seu pai, e com isso você nasceu minha querida. Esse seu cabelo vermelho que é sua marca característica, herdou dela. – disse Titânia com um sorriso virando-se para o menor que a olhava atento.

– E por último e não menos importante, o jovem Liadrel. Seu nascimento foi algo muito raro de acontecer, e já fazia no mínimo uns mil anos desde a noticia de alguém igual a você meu bem. – disse Titânia ao jovem.

– Neste mundo, só existe uma espécie de criatura que é mais poderosa do que o povo do mar. Dragões. – disse Titânia para o boque aberto Liadrel.

– Não, não, não. Perdoe-me por falar isto, mas essa situação é impossível. Dragões são criaturas imensamente antigas e poderosas. Como nosso pai conseguiu amar um dragão que vive há mais tempo até do que os Elfos? – perguntou Liadrel.

– Seu pai teve a sorte de cruzar o caminho com o dragão que deu a luz a você, na época em que os dragões costumam passar a forma humana, e buscar um parceiro para acasalar. Num destes momentos, o dragão ficou encantado pela beleza de seu pai, e ela o escolheu como parceiro naquela noite. Algum tempo depois, você foi entregue nas bordas da floresta numa cesta dourada com uma escama verde dentro, e seu pai soube de quem era aquele bebezinho pequeno e lindo que o conquistou no mesmo momento.

Vocês são filhos das duas raças mais poderosas deste mundo. Por isso que os Ghouls os querem. Com um pouco de sangue antigo como os seus, e a paz que conhecemos irá acabar. – disse a rainha olhando para a cara de espanto dos dois que só aumentava o nível a cada segundo.