Recomeço Quinta Temporada escrita por PMinerva


Capítulo 1
Capítulo 1 Recomeço




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/572735/chapter/1

Ela está cansada, a besta pesa, o rifle também, e ainda tem o cheiro acre do caminhante que ela estripou para passar despercebida. Agora o cheiro era insuportável. Trazendo ondas de vômito que a custo controla. Olha em volta e não a nada ao redor. Para. Tira a besta do ombro e depois o rifle. Retira a capa e limpa o rosto o melhor que pode. Lembra-se de Tyreese e de Judith, tenho que continuar, ela pensa. Tenho que encontrá-los. Recomeça a caminhada o mais rápido que pode sempre espreitando para o caso de alguém do “teminus” vir atrás. Sons de vozes mais adiante. Para para verificar e não acredita em seus olhos, são eles e mais alguns que não reconhece. Fica parada observando, quando ele se atira em seus braços correndo, levantando-a do chão, quase esmagando-a tamanha é sua força ao abraçá-la. Ela somente acredita porque a força que a envolve é muito real. Ele está tremendo em seus braços, sufocando um soluço, apertando-a tão forte que ela mal pode respirar. Rick vem logo a seguir e questiona se foi ela que provocou tudo isto. Está tão nervosa de reencontrá-los que somente acena que sim com a cabeça, ele logo ele também a envolve num abraço acolhedor e um obrigado sai de sua boca diretamente em seu ouvido. Ela se lembra de Judith e diz para segui-la. Todos são tomados pela emoção Rick e Carl. Sasha e Tyreese. Não há como descrever o que estão sentindo.

A caminhada recomeça, ainda estão muito perto do “terminus” para se sentirem seguros.

Após salvarem o padre e ocuparem a igreja Rick divide o grupo para buscarem alimentos e água.

Ela se supreende quando Daryl se oferece para ajudá-la com a água e juntos vão ao rio. Ele está tentando convencê-la que o que ela fez é superável, que ela pode continuar, que tudo será resolvido. Mas ela só consegue pensar em como é bom saber que ele continua vivo, que está aqui ao seu lado, que inacreditávelmente está do lado dela. Ainda está se recuperando do abraço que ele lhe deu, tentando lembrar de cada gesto para ficar gravado e pode revivê-lo quando quisesse. Como era bom saber que ele tinha sentido a sua falta, que não estava aborrecido ou chateado com o que ela fez. Mais tarde pensaria no que fazer agora o que importava era que ele estava aqui. Podia sentir seu cheiro, buscá-lo com o olhar. Não queria mais nada neste momento.



***

A adrenalina ainda está em meu corpo, após a fuga do “terminus”. Rick quer voltar e matar todos os que sobraram, ainda que concorde com ele e querer todos mortos preciso de um descanso. Só agora que paramos é que percebo como ficamos perto da morte. O corpo se dando conta que esteve próximo do fim. Mas não estou completamente desligado ouço passos e quando me volto não posso acreditar era ela ali caminhado em nossa direção e antes mesmo de raciocinar estou envolvendo-a em meus braços incapaz de largá-la. Levantando-a do chão tamanha é a alegria, emoção de revê-la. Sinto que o momento acaba quando percebo Rick se aproximar. Mas não consigo tirar os olhos dela. Enquanto caminhamos ela me entrega a besta dizendo que a encontrou em um dos depósitos. Disse que não poderia deixá-la lá mesmo que não nos reencontrássemos, ela guardaria. Isso é uma extensão sua, nunca podeira virar as costa e deixar para trás. Ela lhe disse com um sorriso nos lábios. Como sentir falta de sua voz, de seu sorriso, de seu cheiro, de seu olhar tranquilo. Quero lhe falar tudo o que ocorreu após sua saída da prisão, que quando soube o que o Rick tinha feito seu desejo era ter ido ao encontro dela. Mas não consigo falar, as palavras não vem e apenas fico ao seu lado caminhado.

***

Abraham está falando com todos a respeito de irmos para Washington com Eugene. Todos estão felizes, relaxados, olho todos em meu redor, pessoas conhecidas e outros que não conheço, mas que de algum modo se juntaram ao grupo. Não consigo me entrosar, percebo que tenho um peso muito grande, todos de algum modo fizeram coisas que talvez não fizessem em outras circunstância, mas eu fui além. De algum modo ultrapassei o limite, talvez Rick tenha razão, ele percebeu antes mesmo de eu perceber. Tenho que me afastar. Todos estão em segurança. Judith com o pai e o irmão. Tyreese com Sacha. Daryl com o grupo que adotou como família. Me esgueiro em direção a porta, percebendo que ninguém notou minha saída. Estou no carro que achei mais cedo com Daryl. Pensar nele me dói, sentirei sua falta com certeza. Ele ficou praticamente o dia todo ao meu lado, tentando me convencer de que posso recomeçar. Estou com medo dessa aproximação, pois ele nunca demonstrou sentir algo por mim que não fosse preocupação normal por alguém que pertence ao grupo. Mas de alguma maneira percebo a diferença. O olhar dele está diferente e isso me assusta. Não que eu já não tenha olhado para ele de outro modo que não seja um olhar de amigo, ele já povoou meus sonhos em mais e uma ocasião. Mas agora é diferente, estou cansada demais, angustiada demais, culpada demais para deixar ele se contaminar com meus pecados. Melhor partir. Escuto um caminhante se aproximando e percebo que vou deixar tudo para trás, a segurança de um grupo, meu grupo. Mas é a coisa certa a fazer. Sigo em direção ao caminhante enfiando minha faca em sua cabeça assistindo ele desabar bem na minha frente, quando ouço outro som de passos, me viro pronta para atacar e estaco com a presença de Daryl. O que você está fazendo? Ele me questiona. São sei o que responder. E digo a verdade. Não sei! Ele pede para eu lhe segui e como uma covarde, que já mudou de idéia com sua simples presença, começo a ir atrás dele.



***

Parece que foi ontem que ele me trouxe de volta. Se não tivesse aparecido onde eu estaria agora. Uma parte de mim ainda lamenta, no entanto não posso deixar de pensar que foi melhor assim. O que nós passamos, o que ele passou, sinto que posso ajudá-lo como ele me ajudou. O tempo é a única coisa que não muda, sempre passando, sempre avançando. Quando olho para trás quanta coisa mudou. A morte da Beth foi um tremendo nocaute. Vejo Daryl sem rumo, sem vontade, quero ajudá-lo, mais não sei como. Ele está perto, mais só fisicamente, sua mente divaga por lugares que eu acho que nem ele sabe. Tento alcançá-lo mais ele não deixa. Sei que se sente culpado pelo o que ocorreu comigo. Quero aliviá-lo dessa dor. Quero gritar que não foi culpa de ninguém. Apenas o acaso pode ser culpado. O que aconteceu aconteceu, temos que recomeçar. Meu corpo ainda dói. Mas a cada dia a dor é menor, só a angústia que aumenta. Antes queria me afastar dele, agora só quero consolá-lo, dizer que não foi culpa dele. Que ele fez tudo que foi possível, vejo ele se afastar e não posso fazer nada. Tento me aproximar e ele apenas me olha, mas parece que não me vê. Isso está me matando, arrazando com minhas forças. Mas não vou desistir. Vou trazê-lo de volta.

***

Estamos andando, sempre andando sem rumo apenas sobrevivendo. A confiança foi abalada, todos estão cabisbaixo. O grupo se separou parte foi para um lado e nós seguimos em frente. Sem destino, apenas andando. Tyreese está ao meu lado. Tem sido um companheiro nessa hora difícil, ainda estou muito dolorida. Mas com os medicamentos que o Doutor me deu e com os alimentos que estão me dando continuo a seguir em frente. O tempo passa como um borrão, o enterro, as brigas, as decisões que tem que ser tomadas. As vezes é difícil acreditar que ainda estamos aqui. Michone quer encontrar um lugar para descansarmos, um abrigo para reunirmos nossas forças. Mas parece que ninguém quer. Maggie esta ausente do mundo a morte de sua irmã a abalou, somente Glenn parece lhe trazer algum conforto. Rick está meio perdido. Não sei o que pensar. Eu estou exausta. De andar, de dormir com medo. Medo. Medo. Sempre ele o medo, medo de perder Daryl, medo pela Judith. Medo pelo grupo.

***

Ela estava lá. Uma cidadezinha. Michone queria ir lá ver imediatamente mais Rick a convenceu do contrário, era melhor observar de longe ver quantos caminhantes tinham circulando. Ver se não tinha algum sobrevivente, ser não era uma armadilha. Depois de tudo que passamos ele não estava errado em tomar algumas precauções. Eu queria ir participar de alguma ação. Mas não tinha condições, seria uma loucura e colocaria o restante do grupo em perigo. Daryl pareceu acordar e seguiu com Rick, Michone, Sasha e Glenn. Ficamos na espera. Maggie totalmente ausente. Tyreese com Judith e eu com meus pensamentos. Pedi para ficar com o bebê caso acontecesse algo Tyreese estaria livre para agir. Já posso segurá-la sem maiores problemas. Judith era o paraiso no meio desse inferno que vivíamos. Ter esse bebê com a gente era um milagre. A lembrança que ainda eramos humanos, a esperança de que tudo acabaria bem. O tempo se arrasta. Estamos calados, não há o que conversar. Olhar para Maggie era o mesmo que olhar para o sofrimento. O garoto do hospital também tinha ficado. Não havia reparado muito nele. Mas desconfio que também precisa de ajuda. Lembro que foi para defendê-lo que Beth tomou aquela atitude. Outro que também não posso ajudar.

O grupo retorna com uma boa notícia. Arrumaram um lugar para ficarmos. Vamos andando. Rick pega Judith de meus braços e quando estou pronta para pedir a ajuda de Tyreese para me levantar uma mão aparece para ajudar e é ele. Daryl está ao meu lado e pela primeira vez depois de um longo tempo está realmente aqui. Ele me ajuda a levantar e pega minhas coisas eu protesto dizendo que já posso carregar mas ele me olha e seu olhar me impede de continuar protestando. O lugar era um bar com quartos no segundo pavimento. Pelos menos teremos camas e banheiros. Um luxo que a muito tempo não temos. Daryl leva minhas coisas para um quarto e percebo que nós ficaremos juntos. Não digo nada. Vou direto ao banheiro e por milagre ainda tem água. No andar de baixo Rick começa com as divisões de tarefas e depois de verificar tudo disse que era possível tomar uma duxa, mas que todo economizassem o máximo. Estou tão grata que nem posso acreditar uma cama, um banheiro. Separo roupas limpas e vou logo tomar meu banho. Que agradável sentir a água escorrendo pelo meu corpo. Saio e dou espaço para que ele tome o seu banho. Ele sorrir o primeiro depois de muito tempo.

Estamos abrigados, alimentados e relaxados. Isso era muito bom. Depois de definidos os turnos, quem tinha que descansar foi logo se recolher. E assim fomos para o quarto eu e Daryl e só agora me dou conta que estamos no mesmo quarto e só tem uma cama. Não que já não tenha dormindo com ele. Mas agora é diferente não sei explicar o porque mais sinto a diferença. Talvez seja o seu olhar. Ele tem me olhado de uma maneira esquisita que não consigo definir. Ele parece querer dizer algo, mas não diz. Estou cansada e vejo que ele hesita em se deitar ao meu lado, por isso eu o chamo e ele vem deitamos de costa um para o outro. Eu quero abraçá-lo, dizer que o amo e que ficaremos bem, mais ele está tão estranho, tão arredio que não sei o que pensar. Foi uma grande surpresa e ter escolhido ficar comigo por ora fico grata com isso e o sono me vençe.

***

Não posso acreditar. Ela já estava salva, conosco, porque tomou aquela atitude. Não acredito que esteja morta. Quando penso no que ocorreu não consigo segurar a raiva que toma conta de meu corpo, o sentimento de frustração, de impotência. Como isso pode ocorrer, como ela foi tomar aquela atitude. Sigo andando como um automato, sem direção, somente seguindo o grupo.

Quando olho para Carol e lembro o que ela passou por minha culpa. Graças, ela estava viva. Quando a vi na cadeira de rodas não sei descrever o que sentir, alívio, culpa, remorso. Não consigo olhar para ela, toda machucada, andando sendo amparada pelo Tyreese. Eu deveria está lá mais simplesmente não consigo. A culpa me corrói. Como pude colocá-la em perigo, como pude deixar que a machucassem, seu sofrimento somente me deixa mais arrasado. Desde que saímos do hospital ela tem tentado conversar comigo, ficar próxima, mais eu tenho evitado, não suporto olhar seus hematomas e saber que sou a causa deles. Mais a aproximação de Tyreese me incomoda, mais do que eu posso suportar. Ele estava amparando-a, conversando com ela. Ouvindo o que ela tem a dizer. Quando encontramos o bar eu resolvi encarar a situação ela ia ficar comigo e não ser que não quisesse. Aproximei-me e a ajudei a se levantar. Peguei suas coisas e coloquei junto com as minhas no quarto que escolhi e esperei para ver sua reação. Ela nada diz. Tomo isso como um consentimento e a deixo sozinha para que possa se lavar.

***

Ela está dormindo ao meu lado. Eu me viro devagar para não acordá-la, quero olhá-la, sentir seu cheiro. Como sentir sua falta quando Rick te mandou embora, não seu descrever o que sentir quando ele disse que te deixou sozinha. Mas agora você está aqui e sem perceber sua mão toca no cabelo dela. O toque mesmo que suave a desperta e ela se vira para ver um Daryl totalmente envergonhado com os olhos esbugalhados em sua direção. Um sorriso aparece em seu semblante e a sua mão vai de encontro ao seu rosto. Ela espera que ele se retraia, mais isso não acontece. Ele pega sua mão e a segura entre as suas. Começa a abrir e a fechar a boca. Querendo dizer algo. Ela vê seu sofrimento e já sabendo o que ele vai dizer levanta-se e o abraça falando que ele não tem que dizer nada. Não foi sua culpa. Nada do que aconteceu foi sua culpa. Ele a envolve nos braços trazendo-a mais para perto dele. Ambos ficam abraçados sentindo um o calor do outro. Até que se olham e o beijo acontece. Ela encosta os lábios nos lábios dele. Ele simplesmente a invade sem medo. Tomando o que ela lhe oferece. Beijam-se várias vezes até ficarem sem fôlego. Os lábios dela meio intusmecido pela força com que ele a beija. Tanto tempo sendo reprimido que agora não quer largar com medo dela desaparecer. Temendo ser um sonho. Mas não era ela estava ali em seus braços. E quando ele percebia que era real mais ele queria beijá-la, sufocando-a com seus beijos, apertando-a de encontro ao seu corpo. Ele a derruba de costa no colchão ficando em cima dela. Percebe que a esta esmagando e controla o peso do corpo. Para para olhá-la e novamente a beija, descendo pelo pescoço, subindo para a orelha e novamente tomando sua boca. Sem cerimônia coloca sua mão por baixo da blusa sentindo sua pele macia. Ela esta sem sutiã e o contato com seus seios o arrepia.

***

Algo a fez acordar, alguma coisa na minha cabeça me desperta. Quando me viro era ele me olhando, sua mão na minha cabeça. Sua expressão me faz sorrir e para aliviar seu sofrimento eu o abraço. Sinto que quer falar algo mais não consegue. Tento com meu abraço lhe dizer através do meu gesto que ele não tem que dizer nada. O beijo acontece. Num momento estou com medo de tocá-lo no outro ele está me beijando. Mal posso respirar entre um beijo e outro. Ele me agarra, me aproximando mais de seu corpo, não deixando nenhum espaço entre nós. Estou praticamento no colo dele sufocando nos seus braços. Deixo ele fazer o que quiser, tento acompanhá-lo mostrando-lhe que estou ali, que sou dele, que farei o que quiser.

***

O sol entra pela janela e a acorda. Ela está envolvida pelos braços dele. A lembrança do que ocorreu esta noite povoa sua mente. Agora ela sabe que pode recomeçar. Com Daryl ao seu lado ela enfrentaria tudo. Ele demostrou de uma maneira mágica que a ama. O modo como ele fez amor. Como a manteve junto. Como se preocupou que ela estivesse confortável, satisfeita, tão diferente de seu marido. Era como ter relações sexuais pela primeira vez. Na verdade foi a primeira vez. Como ele poderia ser tão amável e tão másculo. Quem diria que por trás daquele caipira durão estaria um homem maravilhoso que a tornaria feliz. Agora ela não teria mais medo. Não com ele ao seu lado. Encontrariam um lugar. E viveriam felizes. Ela e Daryl, Rick e Michone, Carl e Judith, Maggie e Glenn e o Noah. Ela o ajudaria a superar a perda de Beth.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que gostem.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Recomeço Quinta Temporada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.