Temporits Actis escrita por Krika Haruno


Capítulo 21
Capítulo 21: Qui non zelat, non amat




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A chegada a Virgem foi igualmente silenciosa. Asmita não se deu o trabalho de dizer nada indo para o interior do templo. Marin acompanhou com o olhar o cavaleiro sumir no corredor. Por mais grosso que ele fosse deveria agradecê-lo, afinal se estavam de volta era graças a ele, contudo não tinha coragem de ir atrás. Certamente ele a trataria com grosseria e não queria escutar.

Os demais não disseram nada tomando rumo a quinta casa.

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Lithos e Athina subiam as pressas, a primeira estava preocupada com o irmão enquanto a segunda com Albafica e Afrodite. Rapidamente alcançaram o quinto templo.

- Aioria! – gritou a grega ao ver o templo todo destruído. – Aioria!

- Lithos? – Áurea apareceu na porta.

- Áurea? E o Aioria? O que houve aqui?

- Venham.

A grega as conduziu ate o interior do templo mais precisamente no quarto onde Regulus estava.

- Regulus.

- Oi Lithos. – ele estava sentado na cama.

- Você esta bem? – aproximou preocupada.

- Vou me recuperar. – sorriu, mas o corpo todo doía.. – oi Athina.

- Oi.

- Com quem lutaram? Onde está meu irmão?

- Créos. Aioria está no templo.

- Eu vou ate lá. – a grega levantou de repente, mas parou ao sentir um gemido do leonino. – Regulus.

- Estou bem.

- Não está. – disse Áurea. – por isso disse para ficar deitado. – Athina me faz um favor?

- Claro.

- Pode buscar uma bacia com água?

- Claro.

- Áurea está certa. – disse Lithos. – é melhor deitar.

- Mas...

- É uma ordem.

Regulus obedeceu. Enquanto Lithos ajeitava o lençol o garoto a analisava. Os gestos dela se pareciam muito com sua mãe.

- Agora descanse. – brincou com os cabelos loiros.

- Sim.

Vendo-o fechar os olhos as duas retiraram-se.

- A luta foi feia. – disse a loira.

- Me senti naquele tempos. –Áurea deu um longo suspiro. – fiquei com medo.

- Ficaremos bem. – tentou confortá-la. – eu vou ate o templo.

- De jeito nenhum! E se ainda estiverem lá...

- Vou ficar escondida, preciso saber como Aioria está e você precisa saber como o futuro mestre está. – deu um sorriso.

- Esta equivocada. – ficou rubra.

- Devo está mesmo. – abafou o riso.

- A água.

Athina que havia escutado a conversa pensou em Albafica.

- Posso ir com você? – pediu num sussurro.

- É perigoso.

- Por favor, não vou atrapalhar.

- Está bem.

Áurea que acompanhava o dialogo desviou o olhar. As duas acompanharam deparando com os primeiros cavaleiros: Manigold e Hasgard seguido pelos outros.

- Aioria!

Lithos correu ate ele.

- Como você está? – o abraçou.

- Estou bem.

Athina olhou para Afrodite, ele estava machucado e isso a preocupou.

- O que houve? Ouvi explosões. Cadê eles?

- Já foram. – disse Dohko. – como está a vila Athina?

- Tranqüila não nos aconteceu nada senhor Dohko.

- Quero que me acompanhe ate lá.

O pisciano respirou aliviado, temia que algo acontecesse aquele povo e a ela.

Áurea olhava o ariano discretamente, felizmente ele estava bem.

- Dohko verifique a vila. – disse Shion desviando o olhar da grega. – Lithos e Áurea seguiram comigo para o templo para ficarem a guarda de Lara. Os demais permaneceram presos aqui.

As três jovens levaram um susto a escutar.

- Presos? – Lithos fitou Shion. – como assim?

- São traidores. – disse Manigold. – e aposto que estão metidas nisso também.

Aioria quase voou no pescoço do canceriano.

- Como assim traidores? – a grega desviou o olhar para Aioria. – do que ele está falando?

- Dos últimos acontecimentos ocorridos no santuário. – respondeu.

A principio as duas não entenderam, mas acompanharam com o olhar para onde o leonino mostrava. Estavam juntos Saga, MM, Afrodite, Shura e Kamus.

- Não pode ser... – murmurou a loira.

- Pontos contou a maneira dele as primeiras horas do ocorrido. – limitou o maximo as palavras para não piorar ainda mais a situação deles.

- Mas isso é... – iniciou Áurea. –não foi o que...

- É melhor deixar Áurea. – disse Saga.

Athina que ouvia tudo calada não acreditava que Afrodite fosse um traidor.

- Quando mestre Sage chegar vai resolver tudo. – Shion tomou a dianteira.

- O que quer dizer com traidores? – Regulus estava na porta. – do que estão falando?

- Não era para levantar. – Áurea foi em seu socorro.

- Do que esta falando Shion?

- Kamus, Afrodite, Shura, MM e Saga venderam-se para Hades. – respondeu Hasgard. – lutaram contra Atena.

- O que?

- Saberá quando for a hora. – Shion aproximou e o pegou no colo. – vai se recuperar no templo, eles ficaram presos aqui. Vamos.

Regulus olhou para Aioria, o leonino porem continuou calado.

- Vamos Athina.

Ainda surpresa concordou, ao passar pelo pisciano o fitou, Dite fez o mesmo. Temia que a garota o tratasse com hostilidade.

- Deuteros, Manigold e Hasgard voltem para suas casas. – Shion silenciou tomando o rumo da saída. Os três fizeram o mesmo saindo pelo outro lado.

- Aioria...

- Vá com ele Lithos, você também Áurea.

- É injusto. – disse a grega de cabelos prata. – sabemos que não foi aquilo que aconteceu.

- Mas não podemos contar a verdade. – disse Shaka. – pode alterar o futuro.

- Vamos resolver isso quando for a hora certa. – disse Saga. – temos problemas mais urgentes para resolver. Marin.

- Sim?

- Pode ser arriscado, mas nos mantenha informados.

- Está bem.

- É melhor vocês irem.

As três concordaram, saindo em seguida.

Aldebaran sentou numa pedra tampando o rosto com as mãos.

- E eu que achava que não poderia piorar... – disse.

- O que faremos agora? – indagou Shura. – não vão confiar mais em nós.

- Isso é injusto. – Miro chutou algumas pedras.

- Não é. – disse Kamus arrancando olhares de todos. – imagine se fosse conosco, não agiríamos da mesma forma? Eles só estão fazendo o que é certo. Proteger o santuário.

- Kamus tem razão. – Mu imitou o gesto do taurino. – temos que esperar a decisão do mestre.

Enquanto isso...

Shion subia na frente com Regulus, os dois andavam em silencio. Mais atrás Marin dava detalhes do que tinha acontecido. Depois de tudo narrado preferiram seguir em silencio e foi assim ate o templo.

Em um dos quartos Hakurei recebia os cuidados de Lara.

- O senhor esta bem mesmo?

- Não precisa se preocupar Lara.

- Senhor Hakurei?

A voz de uma jovem chamou a atenção dele, deu um leve sorriso, ao ver quem era.

- Áurea...

- O senhor está bem? – aproximou preocupada.

- Estou ótimo. – sorriu. – ainda presto para alguma coisa.

- Não brinque.

- Mestre. – Shion o chamou para atrair sua atenção.

- Regulus. – Lara o fitou preocupada. – como está?

- Nada serio. – respondeu enquanto a ariano o colocava em outra cama.

- Lara por favor cuide dos dois. Voltarei ao meu templo. Com licença. – foi saindo sem ao menos olhar para Áurea, contudo seu movimento foi interrompido pela chegada de Sage.

- Bom dia.

- Mestre. – os que podiam ajoelhar, ajoelharam.

- O que houve? – fitou os três cavaleiros, mais o estado das duas amazonas.

- Titãs. – respondeu o canceriano. – e levaram a Megas Depranon.

- Como?

Hakurei contou rapidamente o que aconteceu.

- E foi isso.

- Entendo... – murmurou. – "a leitura se confirmou."

- Temos um outro problema mestre. – Shion achou melhor falar e contou com detalhes a visão que Pontos mostrou do futuro.

- E onde eles estão?

- Na quinta casa.

Sage caminhou lentamente ate a janela e permaneceu pensativo por alguns minutos, minutos esses que para os demais pareceram um eternidade.

- Shion volte para a primeira casa, terei uma conversa com Hakurei e em seguida convocarei todos.

- Sim senhor.

- Antes traga noticias da vila.

- Sim, com sua licença.

- Lara, leve Regulus e elas para o interior do templo.

- Sim.

- Marin quero que fique.

A amazona concordou.

O próprio Sage fechou a porta e tomando um assento iniciou a conversa.

- Marin, sei o que vou te pedir pode alterar o futuro, mas quero saber o que realmente aconteceu naquela época, conte-me apenas do ocorrido sem referir a fatos passados, quanto menos informações soubermos melhor.

- Como quiser mestre.

Marin começou a contar sobre a invasão das doze casas e como ela aconteceu, alguns fatos como os temperamentos de Afrodite e MM e que Saga era mal visto no santuário foram falados, mas sem riqueza de detalhes como o próprio mestre pediu. Tanto ele como Hakurei ouviam atentamente.

- E é isso. Pontos mostrou apenas o que lhe interessava.

- Pelo menos devemos ficar gratos a ele por não revelar tudo, se soubessem quem era a sexta sombra os problemas poderiam ser piores. – disse Hakurei.

- A forma como o titã mostrou leva a interpretações duvidosas. – iniciou o mestre. – por isso estão tão hostis a eles.

- Desculpe mestre mas o que vai fazer? – indagou a amazona.

- Esses fatos não podem ser revelados, mas também não posso deixar de fazer alguma coisa, pois os cavaleiro dessa época aguardam uma punição...Marin obrigado. Mandarei te chamar quando for a hora.

- Sim senhor. – fez uma leve reverencia saindo da sala.

Hakurei só esperou ela sair...

- Como foi em Star Hill?

Sage deu um longo suspiro antes de retirar a mascara que cobria seu rosto. Passou a fitar o céu azul.

- Vi que ainda não encontraríamos Athena, que os titãs conseguiriam a arma e que... – deu um pausa voltando o olhar para o irmão. – nossa batalha será penosa e que mesmo que ganhemos teremos uma mudança radical no futuro.

- Como assim? – indagou preocupado pela expressão dele.

- O futuro corre um serio risco de ser alterado drasticamente, e uma mudança para pior, com nossa vitoria ou não nessa batalha.

Hakurei o fitou assustado, o que os acontecimentos guardariam para eles?

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- Eu estou bem Lara. – reclamou Regulus.

- Precisa cuidar desses ferimentos.

- Me conte primeiro. – a fitou seriamente. – que historia é essa de traidores?

Lara recuou olhando Lithos e Áurea.

- Pode falar Lara. – disse Lithos. – de um jeito ou de outro ele vai ficar sabendo.

- Tudo bem.

A amazona sentou ao lado do jovem narrando tudo o que ela viu e ouviu, a cada palavra Regulus ficava indignado.

- Isso é mentira não é? – fitou Lithos. – eles não fariam aquilo.

- De uma certa forma é verdade. – respondeu sentando num banco próximo.

- E o Aioria? Ele...

- Pela lógica que Pontos contou ele também foi enganado.

O cavaleiro respirou aliviado, Aioria não poderia está envolvido nessa trama.

- Cavaleiros que juraram honrar Atena e depois... é um absurdo.

- Não os julgue Regulus. – disse Áurea. – há mais coisa envolvida.

- Que não podem falar. – disse Lara.

- Sim. Poderia trazer complicações no futuro.

- Que futuro? Vocês não podem mais voltar e também o santuário não foi destruído? Contar a verdade não vai alterar nada. – Regulus calou-se ao ver a expressão das duas.

Áurea pensou em Shion e Lithos em Aiolos e os demais.

- Desculpe... eu não quis...

- Tudo bem Regulus. – a loira levantou de onde estava e foi ate ele. – eu sei que é difícil acreditar, mas peço que não os julgue, não faz idéia de tudo que eles passaram.

Lara voltou o pensamento para Saga, desde que o conhecera havia notado que ele carregava um sentimento de culpa muito penoso. Ficou imaginando se isso teria haver com a suposta traição.

- É melhor você descansar Regulus. – disse desviando o assunto. – meninas vou levá-las ate seus quartos.

- Tudo bem.

Deixaram o garoto pensativo.

- "O que realmente aconteceu?" – perguntava-se.

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Terceira casa.

Deuteros estava sentado na porta pensando. Pontos mencionara algumas coisas relacionadas ao futuro, mas certamente dizer que Saga era matador de deuses era preocupante ainda mais depois de ver as imagens.

- "Será que... estando com uma surplice... ele matou Atena?"

Era um absurdo pensar nisso, mas não estava fora de cogitação.

- "Saga e Kanon... eu e ... o mesmo destino?" – indagava-se.

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Olhava as nuvens andarem tranquilamente pelo céu, já não sentia dor nenhuma e seria questão de tempo voltar para o combate, mas mesmo que estivesse com o corpo todo arrebentado só de saber que Shaka estava recuperado trazia lhe um grande alivio.

Tirando-a dos pensamentos ouviu batidas a porta.

- Entre.

Era Lara acompanhada pelas meninas.

- Sel. – as duas correram ate ela.

- Que bom que estão bem. – sorriu. – fiquei preocupada.

- E você? Soube que lutou contra Pontos. – Áurea sentou ao lado dela.

- Estou bem... – disse acanhada. – o senhor Hakurei me protegeu. E por falar nele como ele esta?

- Recuperando-se Selinsa. Lithos e Áurea fiquem aqui vou a vila. – voltou a atenção para a aspirante. – e você descanse precisa se recuperar por completo.

- Estou pronta para outra.

- Você não vai mais lutar. – disse séria.

- Por que...? Sei que não tenho muito poder mas eu quero ajudar.

- E vai. A nossa maneira.

- Como assim?

- A batalha é o ponto alto de uma guerra contudo é preciso que os combatentes estejam bem e recebam cuidados. Nós seremos a equipe de apoio. Lithos, Áurea, Athina, Marin, você e eu. Nós seremos o suporte deles. Não temos muita força, mas temos coragem.

As três concordaram.

- E... – deu um pequeno sorriso. – estou pensando em te roubar do Hasgard.

A aspirante a fitou sem entender.

- Estou pensando em fazê-la minha sucessora. – sorriu. – mas não conte ao seu mestre ele me mata. – riu. - Vou a vila ver como está as coisas não demoro. Lithos depois dê uma olhada em Regulus.

- Pode deixar.

A amazona saiu.

- Eu sucessora? Mas eu...

- Não faça essa cara Sel. – Áurea tocou no ombro dela. – se Lara que te fazer sucessora é sinal que você tem um grande potencial, mas ate lá...todo guerreiro precisa de uma enfermeira. Eu não tenho cosmo, mas se eu puder ajudar dessa maneira ficarei muito grata

- Somos mulheres de cavaleiros... – Lithos caminhou ate a janela, os pensamentos estavam voltados para Sísifo e Aioria. – e como tal temos a missão de auxiliá-los. De permanecer ao lado deles.

Apesar de estranhar as palavras Selinsa concordou. No fundo sentia aquilo em relação a Shaka e a Hasgard. Faria o que pudesse para ajudá-los.

Áurea pensava em Shion. Do lado de fora...

Lara que estava encostada na porta ouvia tudo.

- " Você tem razão Lithos, nossa missão é ficar ao lado deles." – pensou em Deuteros, mas a imagem de Kanon também passou-lhe pela mente.

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Abriu os olhos lentamente para em seguida dar um salto da cama.

- CADE?

- Já foram embora. – respondeu calmamente o aquariano. – a luta já encerrou.

- E o corpo daquele miserável? Eu venci?

- Você caiu em batalha. – aproximou. – como esta seu coração?

- Como assim? – ignorou levantando as pressas e correndo ate a sala.

Pacientemente Dégel foi atrás.

- Cadê todo mundo Dégel?

- A luta acabou. Pontos levou a arma.

- COMO?

- Como está seu coração?

- Os titãs levaram a arma e você está preocupado com o meu coração? Droga! – chutou a primeira pedra que viu.

- Kárdia...

- O que é?

- Você caiu diante de Miro.

O escorpião o fitou na hora. Agora a ficha caíra.

- Supostamente teve uma crise, - Dégel cruzou os braços. - foi Miro que te salvou, é bem provável que ele...

- Porcaria! – chutou o que tinha pela frente. – não acredito que aquela aranha de parede... – deu um soco numa pilastra.

- Tem mais.

- Ele já sabe de tudo! Vai me aborrecer, - o rosto ficou em cólera. – se ele contar para alguém eu mato!

- Não é isso e sim o que Pontos nos mostrou.

Dégel contou rapidamente sobre o ocorrido, a cada palavra Kárdia ficava chocado. Esperava aquele tipo de atitude de Miro mas jamais de Kamus.

- E agora?

- Estamos esperando o mestre voltar de Star Hill.

- Pois muito bem. – estralou os dedos. – faço questão de chutar aquela aranha para o cabo Shounion.

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Assim que chegou na fortaleza, Céos levou Temis diretamente para o quarto.

- Mortais desprezíveis. – a titã tentava mexer o braço.

- Em breve estarás movimentando normalmente. – sentou ao lado dela.

- E agora? Pontos esta com as armas.

- Precisamos agir. – levantou. – Pontos sabe que precisa destruir a arma do futuro para não criar uma paradoxo. – fitou a deusa.

- No fundo acho que ele só a pegou para que aqueles mortais não a usassem contra nós.

- Tem essa possibilidade também, mas o mais importante e ter uma em nossas mãos para nos resguardar.

- Essa tua falta de confiança em Pontos me preocupa.

- Fomos derrotados naquela guerra, antes de morrer desconfiava que Pontos nos tinha traído, não tenho duvida que ele pode fazer isso novamente. Infelizmente Mnemôsine bloqueou nossas memórias.

- Quando pretendes agir?

- O mais breve possível. Com aquelas imagens implantadas no santuário logo eles vão cair. Pontos de certo irá investir mais uma vez contra eles e nessa hora pego a arma.

- Créos e Iapeto?

- Estão cegos por causa da vingança, mas falarei com eles. Se realmente Pontos está pensando em nos trair precisamos nos unir.

- Tens razão. – a deusa tentou mexer a perna, mas não conseguiu. – malditos.

- Não se preocupe minha querida. – Céos voltou a sentar e de forma carinhosa tocou o rosto dela. – aqueles dois vão pagar por isso. Tens a minha palavra.

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Lara descia por um caminho que ficava ao lado das doze casas, já estava entre Virgem e Leão.

Na quinta casa, Kanon que olhava o céu distraído saiu discretamente.

A amazona diminui o passo, não tinha demonstrado mas corpo doía, principalmente o braço.

- "Não consegui me recuperar completamente..." – olhou para o braço dolorido.

- Oi.

Levando um susto recuou.

- Ka-non? O que faz aqui? Esta desobedecendo as ordens do senhor Hakurei.

- Já estou voltando. – fitou o braço esquerdo dela, ele parecia inchado. – seus ferimentos.

- Me recuperei. – disse rápido. – muito obrigada por me defender.

- Faria qualquer coisa por você.

A amazona sentiu a face ruborizar, sorte que estava de mascara, não gostava daquele objeto mas ele lhe salvara muitas vezes em situações como essa.

- Eu preciso ir.

- Não desse jeito.

Sem cerimônia Kanon pegou o braço supostamente dolorido, sendo confirmado pelo pequeno gemido que a grega soltara.

- Como pretende lutar se não se recuperou. – disse elevando um pouco seu cosmo.

- Não precisa Kanon eu...

Silenciou, o braço que doía parou na hora, alem do mais o cosmo dele era tão quente e acolhedor. Fitou-o, realmente ele era um homem atraente.

- Pronto.

Ela continuou a fita-lo.

- Lara? – foi a vez dele encará-la.

- Desculpe... estava com o pensamento longe.

- Que pena, achei que pensava em mim.

Ela ruborizou.

- Eu tenho que ir, obrigada pelo braço. Senhor Sage já chegou é melhor voltar para o templo ele vai convocar uma reunião a qualquer momento.

- Acredita em nós? – indagou sério. – sei que aquelas imagens...

- Eu não sei Kanon... você...- hesitou. - está envolvido?

- De certa forma sim... – abaixou o rosto. – infelizmente.

Lara ficou apreensiva.

- Mas precisa acreditar em nós. – no impulso segurou o ombro dela com as mãos. – não foi bem aquilo que aconteceu. Precisa acreditar em mim.

O toque dele fazia estremecer, jamais sentira assim. Parecia que ele exercia algum poder nela.

- Vou tentar. – afastou-se. – por favor fique no templo, se Shion o pega já imagina o que pode acontecer.

- Eu sei. – sorriu. – conheço a peça. – vá.

Ela concordou saindo, antes de descer olhou mais uma vez para trás. Kanon continuava a olhá-la.

- "O que está acontecendo comigo..." – pensou antes de voltar o seu trajeto.

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Lara continuou o seu trajeto com o pensamento longe.

- Oi Lara.

- Has-gard? – a amazona deu um pulo.

- Está com a guarda baixa...- riu.

- Estava distraída.

- Está indo para onde?

- A vila.

- E como esta a Selinsa e o senhor Hakurei?

- Bem melhor. Ele inclusive está em reunião com o mestre Sage.

- Então o mestre já chegou... tomare que ele faça o correto. – cruzou os braços sobre o peito. – eu sabia que eles não eram confiáveis, não duvido que sejam aliados dos titãs.

- Não podemos tirar conclusões precipitadas Hasgard.

- Que o mestre os coloque no cabo Shounion. Principalmente aquele deus herege.

- Hasgard... – deu um suspiro desanimado.

- Não confio nele.

- O senhor Hakurei me disse que ele fez de tudo par proteger a ele e Selinsa.

- Fez mais que a obrigação.

- Mas precisa admitir que ele tem um cosmo poderoso.

- É... que seja.

- Bom já vou indo.

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Na quinta casa, os dourados espalharam pela sala. O assunto continuava o mesmo: as imagens que Pontos mostrou.

- Isso é injusto! – Aioria deu um soco na parede.

- Calma Aioria.

- Calma o #$% Mu. O que acha que eles vão fazer conosco? Shion quer nossas cabeças!

- E nem podemos nos defender. – disse Afrodite.

- Vamos esperar Sage se pronunciar. – disse Saga. – alem do mais temos o problema dos cosmos. Somente Mu, Aioria, Shaka, Aldebaran e meu irmão que recuperaram a armadura.

- E por falar nele... – Miro olhou ao redor.

- Era só o que faltava. – o geminiano deu um longo suspiro. – numa hora como essa e ele resolver dá uma voltinha. Kanon!

- Estou aqui. – apareceu na porta com um sorriso grande. – saudades?

- Onde estava?

- Fui respirar ar puro.

- Quer que Shion nos mande para o cabo Shounion? – Deba deu um pedala nele.

- Ai! Já estou aqui. – afastou. – não se preocupem ninguém me viu.

- É bom mesmo! – foi a vez de MM dá-lhe um pedala.

- Ai.

- Será que o mestre Sage já voltou? – indagou Kamus.

- Já. – Kanon afastou-se de MM. – Ele não deve demorar a nos chamar.

- Como sabe? – Saga o fitou desconfiado.

- É um palpite. – sorriu amarelo. – estou com sede.

Saiu de fininho.

- O que nos resta é esperar.

Na janela Shaka seguia alheio a conversa, pensava apenas em Selinsa e em como ela estaria.

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Durante o trajeto da quinta casa ate a vila Dohko contou toda a historia para Athina, afinal de contas ela convivia diretamente com as meninas e precisava saber. A garota ouviu tudo em silencio sem fazer qualquer pergunta. Não acreditava que Afrodite tinha prestado a tais atos, mas o libriano dizia com tanta convicção que não sabia em quem acreditar. Pouco tempo depois Shion apareceu reforçando a idéia. A grega quando viu a sacerdotisa, perguntou discretamente sobre o fato o que foi confirmado.

Num dado momento pediu licença aos três alegando procurar pelo pai, a verdade é que se afastou do acampamento, precisava pensar sobre isso.

Em menos de meia hora, desde a chegada de Sage, os vinte e um cavaleiros de ouro, mais Hakurei, Marin e Lara estavam no salão principal. Selinsa, Lithos e Áurea estavam em seus quartos.

Hakurei permaneceu ao lado do irmão, a esquerda do mestre os cavaleiros do passado, a sua direita os do futuro e respectivamente atrás deles, Lara e Marin.

- Já estou a par de tudo. – a voz saiu séria. – E temos dois problemas. Pontos conseguiu a Megas Depranon e com isso abriu uma grande vantagem sobre nós. E ainda contamos com uma possível traição.

Os dourados permaneceram em silencio.

- Com relação a Pontos marcarei uma reunião especifica sobre isso. – levantou. – peço que vocês, - olhou para os cavaleiros do passado. – esperem lá fora, quero conversar com eles.

- Mas mestre... – Shion interveio.

- É uma ordem Shion. Lara siga com eles, Marin e Hakurei fiquem.

Shion e os demais relutaram um pouco, mas obedeceram. Do lado de fora...

- É um absurdo. – o ariano deu um soco na parede. – o mestre se arrisca em ficar a sós com eles.

- São ordens Shion. – disse Dégel.

- Mesmo assim. – Dohko entrou no meio. – eles podem tentar alguma coisa.

- Se eles fizerem qualquer coisa mandamos para o inferno. – Manigold estralava os dedos.

- Terei o prazer de matar aquela aranha. – disse Kárdia com a unha já vermelha.

- Não acredito que Aioria seja um traidor. – Regulus sentou na escada. – ele não faria isso.

- Duvido disso. – Hasgard sentou ao seu lado. – aposto que tem mais cenas que Pontos não mostrou.

Cid concordava com o taurino, mas as palavras de Marin martelavam a sua mente, ela não mentiria para ele.

- Só o mestre Sage pode tirar essas conclusões. – disse Lara.

- Está do lado deles? – indagou Kárdia.

- Estou do lado da verdade. Pontos pode ter inventado tudo.

- Se fosse assim eles negariam. – pela primeira vez Albafica pronunciara sobre o assunto.

- Albafica tem razão. – concordou Shion.

- E vocês não vão dizer nada? – Manigold olhou para Cid, Deuteros e Asmita.

- Albafica disse tudo. – manifestou Cid.

- Sage saberá o que fazer. – disse Deuteros sem dá muita importância.

Asmita continuou calado o que desagradou a maioria deles.

- Vamos ficar a postos, - disse Shion olhando o virginiano com reprovação. – se eles tentarem qualquer coisa, vamos eliminá-los.

No salão do templo...

- Como disse estou a par de tudo, - Sage voltou a se sentar. - Marin me contou o que aconteceu, claro sem revelar muitos detalhes para que a historia não seja prejudicada.

- Contou tudo? – indagou Saga.

- Só aquele período. – respondeu a amazona deixando o geminiano mais tranqüilo.

- A situação é delicada e vocês devem entender que aquelas revelações aos olhos de seus companheiros é alta traição. Acho que fariam o mesmo se ocorre com vocês.

- Sim. – respondeu Miro por todos.

- Mas eu sei o que realmente se passou e fico orgulhoso em saber que Atena tem cavaleiros tão valorosos.

Sorriram.

O grande mestre soltou um grande suspiro.

- Estou sem saída. Não tenho o direito de puni-los, mas não posso deixar em branco, afinal de contas não posso contar a verdade a eles. – levantou passando a andar de um lado para o outro. – o que acham que Pontos vai fazer? – ainda tinha essa questão. -Saga? – fitou o geminiano.

- Ele pegou a arma com algum propósito. Ele já tinha a arma do futuro, seria bobagem pegar a dessa época.

- Não seria para aumentar seus poderes? – indagou Miro.

- Talvez. – respondeu Hakurei. – mas seria perigoso. Não pode existir dois objetos iguais. Se algo acontecer a eles pode trazer problemas.

- Então tudo que temos que fazer é pegar as duas armas? – sugeriu Aldebaran.

- Teoricamente. – Sage voltou a sentar. – pensarei a respeito, por enquanto quero que fiquem reclusos na casa de Leão. Não poderão sair sem a minha autorização. Espero que entendam.

- Acataremos senhor Sage. – disse Shaka.

- Marin e as meninas ficaram aqui.

- Sim senhor. – concordou a amazona.

- Vou pedir que Dégel os acompanhe ate lá, Shion não será uma boa companhia. – deu um meio sorriso. – quero pedir mais uma coisa.

Voltaram com a atenção.

- Eles os tratarão como traidores, tenham um pouco paciência por favor e não contem nada.

- Ficaremos em silencio. – Kamus fez uma reverencia.

- Hakurei transmita as ordens para Dégel e diga também para iniciarem o projeto de reconstrução do santuário.

- Podemos ajudar? – indagou Aldebaran solicito.

- Creio que não, para não criar mais problemas. Me perdoem.

De volta a porta quando eles escutaram as determinações de Sage, muitos deles se revoltaram, queriam que os traidores fossem levados para o cabo Shounion, mas não desrespeitariam as ordens do grande mestre. Como combinado Dégel conduziu-os ate a quinta casa enquanto os outros começaram a obras de reconstrução do santuário.

E com isso mais um dia chegava ao fim.

Lithos, Áurea e Selinsa, esta ainda machucada, ficaram no templo sob a guarda de Marin. Por muitas horas conversaram sobre os acontecimentos mas com o cair da noite cada uma voltou com os pensamentos para seus digníssimos cavaleiros. Lithos sentia falta de Sísifo. Áurea temia que Shion também achasse que ela era uma traidora. Selinsa queria noticias de Shaka e mesmo "ele estando envolvido na traição" não deixaria de preocupar com ele. Marin tinha o pensamento dividido. Torcia para que Cid acreditasse nela ao mesmo tempo que pensava em Asmita. Desde que voltara daquele mundo não tiveram a chance de conversar.

Na vila, Athina desejava ver Albafica e Afrodite. Não acreditava que o pisciano do futuro estava envolvido em tais atos.

Devido ao estrago feito pelos titãs apenas o templo e as casas de Peixes e Aquário estavam terminadas. No dia seguinte, os esforços iriam para Capricórnio, Escorpião e Libra.

Os cavaleiros do futuro permaneceram todo o tempo em Leão totalmente isolados, o que deixou Shaka e Kanon ansiosos.

A noite logo caiu e com ela, alguns atos que poderiam ser feitos sem olhares.

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Deuteros vagava pela floresta próxima ao santuário, estava cansado de ficar em casa e definitivamente obedecer ordens não era de seu feitio. (obs.: para quem acompanha Lost Canvas e está no volume 17 para 18, esse trecho contem spoilers)

A noite estava particularmente quente e o céu estava cravejado de estrelas. Caminhava sem preocupação quando sentiu um cosmo perto de si.

- Vejo que não mudou nada Deuteros.

O cavaleiro deu um salto afastando-se, sua expressão ficou fria.

- Não é educado visitas a essa hora. – olhava ao redor de si buscando a localização exata.

- Mas estamos em família. – a voz disse com ironia.

- Apareça.

Deuteros voltou o olhar para o lado, do meio das arvores surgiu um homem vestindo uma armadura negra, seus olhos eram azuis assim como seus cabelos que eram longos.

- A quanto tempo Deuteros. – deu um sorriso vil.

- Não sabia que Hades liberava suas almas para passeios, ou fugiu? – devolveu o sorriso.

- Fui libertado por uma entidade maior.

- Pontos.

- Isso mesmo. Está ficando esperto.

- E o que devo a honra?

- Queria ver de perto como a minha sombra está se comportando.

- Foi você que contou sobre a arma e a localização exata dela.

- Deixei escapar. – sorriu. – brincadeira, Pontos já sabia, afinal ele veio do futuro, esqueceu?

- Seu ódio ao santuário me comove.

- Só fiz um trato. Eu os ajudo e em troca tenho o meu trono.

- Sempre tão idiota.

Deuteros partiu para cima do homem.

- E você não passa de minha sombra... – o homem disparou contra Deuteros.

O cavaleiro de gêmeos foi atingido, caindo a certa distancia. Quando ergueu a cabeça deparou com o homem a milímetros de si.

- Deuteros... o segundo. Poderia acabar com você agora. – segurou-o pelos cabelos. – mas tenho outro planos.

- E o que seria... Aspros... – o fitava desafiador.

- Naquele dia, a quase dois anos, você deveria ter me obedecido e acabado com Sage, no entanto voltou-se contra mim. Mas agora... – elevou a mão direita. – irá me servir fielmente. – Aspros apontou para a cabeça do irmão. – Satã...

- Lanças de gelo!

Para não ser acertado Aspros se afastou do irmão.

- Deuteros!

O cavaleiro sentiu a respiração falhar ao ver a imagem da sacerdotisa aproximando.

- Deuteros. – agachou diante dele.

- O que faz aqui? – indagou assustado.

- Estava indo para casa quando senti cosmos, você esta bem?

- Vai embora. – disse seco.

- O que...?

- Que encontro nostálgico. – disse Aspros. – jamais esperei rever-te.

- Quem é você? – a sacerdotisa levantou-se rapidamente passando a frente de Deuteros, por causa da luminosidade não via o rosto do inimigo.

- Esqueceu de mim? Logo de mim? – fingiu-se de magoado. – talvez se ver meu rosto...

Aspros deu um passo a frente, quando viu o rosto, a grega empalideceu.

- As-pros...?

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Selinsa estava só no quarto, Áurea e Lithos tinham saído a procura de Lara e Marin. A aspirante perto da janela fitava o céu. Já se sentia bem melhor e no dia seguinte já poderia voltar as suas funções.

- "É melhor eu dormir." – pensou dirigindo-se para a cama, contudo sentiu uma presença atrás de si e só não gritou porque a pessoa tampara sua boca.

- Não grite. – pediu.

Ela concordou com a cabeça.

- Como entrou?

- Pela janela. – disse sem graça e vermelho, jamais tinha feito aquilo. Entrar num quarto alheio ainda mais pulando a janela. – ocultei meu cosmo ate aqui, sei que é errado mas queria te ver. – sentia-se um adolescente por fazer aquilo.

- Me ver? – o rosto ficou rubro.

- Nunca fiz isso, mas... precisava saber como estava.

Selinsa ficou calada, ainda assustada pelo ato insensato e logo de uma pessoa que parecia tão correto em seus atos.

- Estou bem Shaka. Lara tratou dos meus ferimentos.

- Me desculpe... por minha culpa. – abaixou o rosto.

- Fico feliz por vê-lo de pé. – tocou o rosto dele.

O virginiano pegou a mão dela segurando entre as suas.

- Já sabe da decisão de Sage?

- Sim. Vocês realmente...

- Eu não posso contar a verdade, mas gostaria que acreditasse neles e em mim.

- Eu não sei...

Seguiu alguns minutos de silencio.

- Eu preciso ir antes que sintam a minha falta.

- Obrigada. Por ter me salvado de Pontos.

- Cuide-se.

Shaka aproximou e carinhosamente beijou-lhe na testa.

- Diante de tudo acho que será raro nos vermos. – iniciou. – não se envolva nas batalhas.

- Sou uma defensora de Atena.

- Se não faz por mim faça por Hasgard, ele gosta muito de você.

- Shaka...

- Adeus Selinsa.

- Shaka. – segurou o braço dele. – eu... – sentia a face em brasas. – obrigada por se preocupar comigo. – disse, mas não era isso, por mais que gostasse dele ele era um cavaleiro.

- Tome cuidado. – deu um passo, mas seu braço continuava retido.

Sem que ele esperasse a garota o abraçou.

- Obedeça as ordens de Sage e fique apenas em Leão, por favor.

- Por mais que eles me considerem um traidor não ficarei de braços cruzados. É meu dever proteger o santuário.

- Eu sei... – abaixou o rosto.

- O santuário e você.

Ela o fitou. O indiano aos poucos foi aproximando e quando Sel percebeu tinha os lábios dele colado aos seus. A principio ficou assustada, mas desejava aquele contato. Por mais que soubesse que seu mestre o detestava, por mais que soubesse que ele era um cavaleiro, naquele momento queria apenas sentir-se protegida e era o que aqueles lábios transmitiam. Shaka desde que decidira ir ate o templo e vê-la de qualquer maneira havia mandado a prudência para longe. Diante de uma guerra cada vez mais feroz talvez fosse a ultima vez que a teria nos braços.

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Marin assim que escureceu resolveu tomar rumo a sexta casa, por mais que Asmita fosse um grosso queria saber como ele estava, pois no fundo gostava dele. Ocultando o cosmo passou sem problemas pela casa de Peixes e Aquário, entretanto... seguia nas sombras e estava na porta de Capricórnio quando sentiu alguém lhe segurando. Por pouco não soltou um grito.

- Sou eu.

- Cid... que susto...

- Para onde estava indo? – indagou frio.

- Leão. – respondeu rápido. Sorte que estava de mascara. – eu sei que estou desobedecendo as ordens de Sage, mas são meus companheiros.

Ele a soltou.

- Se fosse pega pioraria a situação deles.

- Eu sei... me desculpe. Não fui muito feliz ao ocultar o meu cosmo.

- Consigo sentir sua presença de longe.

A garota ruborizou.

- É melhor eu voltar para o templo. Não conte a ninguém que me viu, por favor.

- Jamais faria algo que pudesse te prejudicar.

A amazona fitou aqueles orbes que a fitavam com carinho. Sentiu o coração disparar e ele ficou ainda mais quando Cid tirou a mascara dela.

- El Cid...

O cavaleiro tocou no rosto dela.

- Seu rosto é muito bonito.

- Obri-ga-da.

A essa altura sentia as pernas bambas e tremia. O capricorniano não queria se importar com as conseqüências que aquele ato traria, tanto que aproximou da face a beijando. Marin sentiu aqueles lábios abrasadores sobre si.

Eles apenas não contavam que a cena era vista por Asmita.

Tinha tomado decisão parecida com a de Shaka, precisava vê-la. Passou pelas casas pelo lado de fora e passaria por Capricórnio se não tivesse sentido o cosmo de El Cid.

Havia chegado no exato momento em que ele a beijara. Seu ser vibrou de ódio, tanto que numa atitude impulsiva mataria os dois, entretanto quietou-se. De ódio passou a sentir tristeza. Aquilo nada mais era que a constatação de que Marin e Cid sentiam alguma coisa. Era só se lembrar da maneira como conversavam e de como ela o defendia. O indiano recuou um passo. Ele nunca teria vez. Se a guerra acabasse e todos sobrevivesse era evidente que os dois ficariam juntos... ainda olhou mais uma vez para a amazona antes de sair correndo.

A falta de ar os separou.

- Marin me desculpe... eu...

- É melhor eu ir. – estava igualmente encabulada. – boa noite.

Estava saindo mas teve seu braço retido. Ela o fitou.

- Meus sentimentos por você são verdadeiros. – a soltou.

A japonesa não disse nada saindo correndo. El Cid voltou a atenção para o céu. Havia cometido uma imprudência, mas pela primeira vez o coração estava leve. Antes de entrar fitou o lugar que antes sentira um cosmo de leve mas sentira.

- Asmita...- murmurou.

Marin subia correndo, estava assustada pelo rumo que as coisas tomavam. Gostava de Asmita, mas ao ter o espanhol tão perto, teve seus sentimentos balançados.

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- Aspros? Mas?

- Seus poderes aumentaram Lara. – deu um sorriso vil.

- Você não estava morto?

- Voltei para vê-los. – deu um passo. – e então, já se acertaram? Eu já sabia de tudo. Vocês dois ate fazem um belo casal.

- Afaste-se Lara. – Deuteros passou a frente dela. – vou mandá-lo de volta para o inferno.

- Quanta hostilidade. Já não disse que vou te usar? – elevou o cosmo. – é minha sombra e deve obediência a mim. Se bem que...- o rosto ficou vil. – posso estender meus planos.

- Deixa-a fora disso! – gritou Deuteros.

- Por que? – fez cara de magoado. – vai tornar a farsa mais convincente. O cavaleiro de gêmeos e a sacerdotisa envolvidos numa traição.

- Aspros não se atreva...

- Não me atrapalhe. – apenas com um movimento lançou o irmão para longe. – não fique preocupado irmãozinho depois de matarem Sage vão juntos para o inferno.

- Do que está falando Aspros? – indagou Lara.

- Vou controlar sua mente. –ergueu o punho. – Satã...

Quando Lara deu por si, viu o punho de Aspros a pouco centímetros. Ela fechou os olhos assustada a espera do impacto mas ele não veio. Ao abrir os olhos percebeu o geminiano a certa distancia, ajoelhado.

- Isso são modos de tratar uma dama? – a voz saiu com certa dose de sarcasmo.

Deuteros, que continuava no chão e Lara reconheceram a voz na hora. Andando a passos lentos, surgindo do meio da mata Kanon trazia a expressão séria.

- "Kanon?" – o geminiano do passado recuou, temia que ele tivesse escutado a conversa.

O geminiano do futuro só parou a centímetros da sacerdotisa.

- Você esta bem?

- Sim... o que faz aqui?

- Resolvi passear e pelo jeito, - voltou a atenção para o homem ajoelhado. – cheguei em boa hora.

- Dragão marinho. – Aspros levantou.

- Vejo que me conhece. E que conhece o golpe que somente os grande mestres conhecem... interessante. Tem algum motivo para querer aplicar nos dois?

- Digamos que assunto de família.

- Se não estou enganado lutei contra você na fortaleza dos titãs.

- Tem boa memória.

- Obrigado. Não quer fazer a gentileza de mostrar seu rosto? – ate aquele momento Kanon não o tinha visto.

- Será um prazer.

- Não Aspros.

Deuteros tentou impedir, mas não conseguiu. Kanon fitou o homem, olhando depois para Deuteros.

- Zeus...

- Surpreso? Acha que só no futuro a gêmeos?

- Nunca te vi aqui... e estava na fortaleza de Pontos... um traidor?

- Digamos que sim. Eu era um cavaleiro de Atena, o de gêmeos, mas fui morto pelo meu irmãozinho então resolvi me aliar.

- Morto? – voltou a atenção para Deuteros.

- É uma historia muito triste. – fingiu comoção. – tanto que ninguém sabe dela, é uma pena. Confiam tanto em Deuteros e ele não passa de um assassino.

- Cala a boca Aspros! Kanon, pegue a Lara e saiam daqui!

- De jeito nenhum. – respondeu o próprio. – então... – fitou Aspros. – vocês dois se odeiam... a ponto de um matar o outro. Que ironia. E qual dos dois é o primeiro?

- Quem mais seria. – respondeu Aspros com um sorriso.

- Aspros e Deuteros, Saga e eu... certas coisas não mudam. Mas em fim- deu nos ombros. – temos problemas suficientes para se preocupar com um idiota que deseja vingança. – elevou seu cosmo. – em outra hora lutaremos.

- Petulante, - Aspros fez o mesmo. – acha que pode me vencer? Não passa de uma copia de Saga.

- Vai ver do que essa copia é capaz. Explosão galáctica!

Kanon lançou o ataque que deixou os dois geminianos surpresos, contudo... Aspros desapareceu antes de ser acertado.

- Nada mal para uma copia. – só ouviram a voz. – pelo menos é melhor que meu irmão. Nos encontraremos em breve.

O cosmo dele sumiu. Kanon desfez a posição de ataque e caminhou ate Lara.

- Kanon...

- Me desculpe por isso...

O dourado deu um soco no estomago dela fazendo-a desmaiar.

- Seu cretino.

- Fique quieto. – a voz de Kanon saiu fria. – não esta vendo que era o único jeito, ou queria que amanha todos soubessem que Aspros voltou?

Deuteros calou-se.

- Já temos problemas suficientes, mas amanha terá que me contar tudo. – pegou a sacerdotisa no colo. – ou me conta ou todos vão saber o que ocorreu aqui. Se não tivesse chegado a essas horas estariam sendo controlados pelo satã imperial. Como ele sabe disso? – indagou indignado. – e como coloca a vida dela em risco?

Continuou calado.

- Leve-a para a cabana dela. – entregou a sacerdotisa deixando Deuteros surpreso.

Kanon a fitou por um longo tempo, já testemunhara alguns olhares entre os dois e pelo pouco que sabia, eles eram amigos desde crianças, na certa um não era indiferente ao outro.

- Amanha te contarei tudo. – disse baixinho.

– Se ainda não percebeu, eu gosto dela e farei de tudo para protegê-la - Kanon o fitou com a expressão fria. - mesmo que eu tenha que passar por cima de você, mas vou levar os sentimentos dela em consideração. Então escute bem. – aproximou. – se gosta dela tentem se acertar porque caso contrario eu vou roubá-la de você. E não vou esperar muito por isso. Adeus.

Deuteros o fitava se afastar, a mata estava num profundo silencio. Olhou para a amazona adormecida em seus braços. Soltou um longo suspiro dando meia volta.

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Tentava andar o mais depressa possível, mas a lenha pesada não ajudava muito, para piorar a trilha por onde passava estava cheia de galhos caídos e pedras.

- "Tenho que me apressar." – pensou Athina, colocando mais força nos braços.

- O que faz aqui?

- Ah! – gritou derrubando todo o feixe de lenha.

- Desculpe, não quis assustá-la.

A garota ainda no chão olhou para onde vinha a voz, pelo tom julgou ser um homem, mas realmente ficou surpresa ao ver os cabelos azuis sobre o luar.

- Senhor Alba-fica?

- O que faz sozinha aqui? – indagou frio.

- Eu... eu... – recolhia a lenha. – estou levando para o acampamento, como meu pai ainda não recuperou... – abaixou o rosto.

- Deixe isso aí eu vou levar.

- Não precisa senhor Albafica. – corou.

O pisciano ignorou e já ia pegar a lenha quando se lembrou de um detalhe. Na certa aquela lenha não seria usada completamente, quando Athina pegasse o restante...

- Não há outro jeito... – sem pensar tirou a camisa.

- Se-nhorAlba-fi-ca? – a grega levantou as pressas virando-se totalmente vermelha.

- Não quero tocar na lenha. – estendeu a camisa no chão. – coloque-a aqui.

- Mas...

- Ande logo.

- S-im..

Ainda vermelha Athina pegou os gravetos colocando-os na camisa.

- Venha. – o pisciano pegou a trouxa começando a andar.

- Sim...

Os primeiros minutos foram em silencio, a menina mal se atrevia a levantar os olhos. Albafica por sua vez parecia ignorá-la, mas seus sentidos estavam voltados para ela. Sem sono resolvera andar pelos arredores quando a viu.

- Como esta a vila?

- Bem... por sorte.

Seguiu alguns minutos em silencio, Albafica olhava fixamente para a frente, Athina as vezes o fitava, mas toda vez que o via sem camisa ficava vermelha.

- A historia que o senhor Dohko contou é verdade?

- Qual historia?

- A que... Gustavv...

- É sim. – disse seco. – não se aproxime dele.

- Mas... – abaixou o rosto, quando o pisciano a fitou. – ele foi tão bom conosco...

- As aparências enganam.

Athina não disse mais nada.

O restante do trajeto seguiu-se em silencio. Perto do acampamento o cavaleiro colocou a lenha no chão.

- O acampamento esta próximo. – vestiu a blusa. – boa noite.

Foi saindo sem ao menos olhar para ela.

- Senhor Albafica. – foi atrás, parando na frente dele. – obrigada. – fez uma leve reverencia.

Ele ficou em silencio, só reparando nas mechas castanhas que desceram pelo movimento. Completamente inebriado ergueu um pouco a mão no intuito de pega-los contudo parou.

- Não foi nada.

Saiu sem olhar para trás. Athina ergueu o rosto rapidamente fitando-o. Ao vê-lo sumir deu um pequeno sorriso.


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Notas finais do capítulo

n/a: Qui non zelat, non amat- Quem tem amor, tem ciúme



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