Temporits Actis escrita por Krika Haruno


Capítulo 1
Capítulo 1: Initium




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O céu antes encoberto pela escuridão da noite, dava lugar aos raios dourados e quentes do dia. Os pássaros saiam de seus ninhos em busca desse novo dia. Ao longe, sons de risadas infantis preenchiam o ambiente. As construções em estilo clássico davam ao local ar bolico.

No alto da montanha principal, a construção mais suntuosa por sinal, alguém observava os complexos templos abaixo. Desde que fora escolhido para ocupar o posto mais alto entre os oitenta e oito cavaleiros, era sua missão zelar pela paz.

- Mestre. – ajoelhou diante da figura, alguém que possuía longos cabelos amarelos esverdeados.

O homem continuou na mesma posição parecendo não ouvi-lo.

- Mestre. – insistiu.

- Veja que paz. Seria perfeito se fosse sempre assim.

- Algo lhe preocupa?

- Não... – disse evasivamente. – todos estão prontos?

- Só aguardam vossa presença.

- Pois bem.

O homem pegou sua mascara ocultando parte do rosto. A única coisa que podia ser ver na sua totalidade eram seus cabelos que desciam lisos num profundo lilás.

 

O.o.O.o.O.o.O


A guerra contra Hades havia acabado a um ano, Atena saira vitoriosa e benevolente trouxe a vida todos os cavaleiros mortos em batalha. Ate o sagitariano que não participara de maneira direta, estava de volta.

Eram momentos de paz. As doze casas antes vazias, voltaram a ser ocupadas por seus moradores e um novo mundo abria-se para todos.

 

O.o.O.o.O.o.O


O Coliseu estava tomado por pessoas de varias idades. O barulho ensurdecedor de gritos eufóricos ecoavam por quilômetros. Era verão e obedecendo a tradição, nesse período ocorriam batalhas comemorativas em honra a deusa que protegia a todos.

Sentado no posto mais alto, o grande mestre presidia as lutas. Os combatentes? A elite dourada. Cavaleiros com incrível poder e senso de justiça.

Na arena dois rapazes se encaravam. Traziam um fino sorriso nos lábios aguardando apenas a autorização.

- Que vença o melhor. – disse o rapaz de cabelos castanhos claros.

- Digo o mesmo, apesar de já saber o final da batalha. – respondeu confiante o de longas melanes azuis.

- Comecem. – ordenou o mestre.

Gritos eufóricos eclodiram. A platéia ávida pelo calor da batalha pedia a explosão de cosmos.

O de cabelos azuis partiu para cima do oponente, não perdendo tempo em atacá-lo. O combate físico durou alguns minutos, para em seguida serem usados os cosmos. Claro com certa cautela, pois havia pessoas normais ao redor deles. O ápice da batalha foi com um soco trocado, ambos, com o rosto acertado.

- Empate. – disse o mestre.

A confirmação de contentamento veio com aplausos.

Os dois cavaleiros afastaram-se sendo que o de cabelo azul afastara um pouco mais.

Respirava ofegante. Colocou a mão no coração.

- Está evoluindo. – disse o loiro.

O outro virou a cara.

- Teve sorte. – deu as costas. O coração batia descompassado. Por causa desse coração fraco é que nunca poderia chegar ao limite.

O loiro deu um pequeno sorriso.

Numa área reservada os demais cavaleiros aguardavam sua vez. Alguns estavam em grupo, mas dois em particular estavam afastados.

- Aqueles dois nunca se misturam conosco. – disse um, que parecia o mais novo de todos. – o almofadinha e o herege.

- Deixe-os em paz. – disse o de cabelos verde claro.

- Quero ser o próximo. – levantou alguém que possuía olhos e cabelos azuis.

- Próximo combate. – a voz do mestre se fez presente. – Câncer vs. Peixes.

- Isso. - o canceriano estralou os dedos. – vamos lá “almofada.” – gritou para o oponente.

Um dos “isolados” levantou, possuía cabelos azuis claros e olhos castanhos.

- Isso tudo é idiotice. – caminhou para a arena.

Os demais observavam.

- Será uma luta interessante. – comentou um de cabelos avermelhados.

 

O.o.O.o.O.o.O


Desde que foram tragos a vida por Atena era de praxe, as segundas ocorrer uma pequena reunião no décimo terceiro templo e naquele dia não seria diferente. Reunidos numa ampla sala, só aguardavam a chegada da deusa.

- Essas reuniões cansam. – Kanon distraia-se com um pedaço de linha de sua roupa.

- É preciso. – disse o outro gêmeo. – são importantes.

- É uma porcaria. – MM levantou passando a andar de um lado para o outro.

- Ao respeito! – advertiu Shaka.

- Desculpem fazê-los esperar. – Atena entrou na companhia de Shion. – Bom dia.

- Bom dia. – responderam todos juntos.

- Não é bem uma reunião, é só....

- E o que seria? – indagou Aioria de maneira impaciente.

- É uma surpresa. – a deusa sorriu. – entre senhorita Petris.

A porta abriu de maneira lenta, deixando surgir uma figura feminina. Ela trajava um uniforme escolar, composto de saia e casaco na cor azul marinho. Seus cabelos num castanho acobreado estavam amarrados num rabo de cavalo, os olhos eram num profundo âmbar.

- Mestre Aioria!

O leonino a fitou perplexo.

- Li... Lithos???

Os dois deram um forte abraço.

- A pirralha cresceu. – brincava com os cabelos dela.

- Não fale assim, estava com saudades.

- Eu também. Por onde andou? O que o Garhan aprontou?

- Depois da batalha dos titãs ele me mandou para um colégio na Suíça, disse que era mais seguro. Como meus estudos acabaram voltei.

- Colégio? – arqueou a sobrancelha. – onde arrumou dinheiro?

- Caixa dois. – sorriu.

- Safado... – murmurou. – por isso vivíamos economizando...

- O senhor não pinta mais o cabelo!

- É. – tampou a boca dela. – nem uma palavra.

- Que bom que voltou senhorita Lithos. – disse o virginiano.

- Obrigada. – o olhou. – Shaka não é?

- Sim.

- Acho que lembro de todos. De menos.... – olhou para Saga e Kanon. – não me lembro de vocês.

- Lembra sim. – disse Aioria apontando para Saga. – era o mestre.

- O grande mestre??

- Sim... – murmurou o próprio.

- Lithos, aquele é Dohko cavaleiro de libra, Shion o verdadeiro mestre, Kanon irmão de Saga e Aiolos meu irmão.

A garota o fitou, então era ele quem Aioria tanto falava.

- Prazer. – disse para todos.

- Era essa a surpresa e a noite teremos uma comemoração.

- Obrigado Atena. – Aioria sorriu. – senti falta dessa pedra no meu sapato.

- Não me chame assim. – fez bico.

- Pirralha.

- Aioria!

Dispensados, seguiram cada um para sua casa. A principio Lithos ficaria hospedada em Leão, ate que fosse arrumado um lugar para ela morar.

A garota assim que pisou na casa, deu um suspiro desanimado. O local estava uma bagunça.

- Na minha época era limpinho....

- Eu não sabia que viria.... – o leonino coçou a cabeça.

- É assim todo dia Lithos. – disse Aiolos. – vive nessa bagunça.

- A casa é minha.

- A casa é nossa . – retrucou a garota. – vou morar aqui por enquanto. Pode começar a arrumar.

- Você não manda em mim!

- Mando sim. Não sou mais criança.

- É sim.

- Sou não.

- É sim.

- Sou não.

Aiolos acompanhava a discussão, deveria ter sido muito bom o tempo que os dois eram adolescentes, pena que não viveu essa época. Fitou a grega, ela era muito bonita e parecia ser muito gentil.

- Lithos.

A voz de Aiolos os calou.

- Sim?

- Obrigado por ter cuidado do meu irmão. – sorriu.

- Não foi nada. Bom, vou desfazer as malas.

Saiu às pressas da sala. Aioria que não tinha notado a forma como o irmão a olhava, desabou no sofá.

- Agora vou comer decentemente.

- Ela não é sua empregada.

- Eu sei, estou brincando. Senti falta dela, como você não estava...

- Estamos juntos agora. – bagunçou lhe os cabelos. – vou para casa, qualquer coisa me chame.

O sagitariano subia as escadas com um sorriso nos lábios, Aioria estava em boas mãos.

Nas escadarias entre Touro e Gêmeos, seus moradores conversavam.

- Que bom que a Lithos voltou. – disse o taurino contemplando as nuvens.

- Vai ser bom para Aioria. Os dois sempre andaram juntos e agora que temos essa paz, nada mais justo que ela desfrute.

- Dá ate medo. – Deba o fitou. – está muito calmo.

- Não vai acontecer nada, velho amigo, e se acontecer estaremos aqui.

Na terceira casa, Kanon provocava o irmão.

- Já chega Kanon!

- Então me diz porque está com essa cara.

- Não é nada.

- Não me diga que apaixonou pela Lithos. – sorriu de maneira debochada.

- Não seja ridículo.

- Então o que foi?

- Ela viveu por tantos anos fora por minha culpa, é isso.

- Saga... – Kanon aproximou sentando ao lado dele. – são águas passadas.

- Ela poderia ter crescido aqui.

- Já passou, irmão. O importante é que todos estão bem.

No décimo terceiro templo, Shion e Atena examinavam alguns papeis.

- Os relatórios estão aqui Atena.

- Obrigada.

- Hoje teremos a comemoração?

- Claro. A volta de Lithos é indicio de tempos de paz. Nada mais justo que comemorarmos.

- Se assim deseja.

 

O.o.O.o.O.o.O


Os raios de sol não chegavam a aquele lugar, a escuridão e o gelo eram eternos. Desde que fora trancafiado novamente era ali seu “lar.” A derrota de sete anos atrás ainda estava viva em sua memória e o ódio que sentia pelos seus algozes sustentava-o. Havia sido humilhado e ultrajado, logo ele, o deus dos deuses, o senhor do tempo e dos titãs.

- “Vingança... vingança...” – era a única palavra que ecoava em sua mente.

Entretanto naquele estado não poderia fazer nada.

- Deseja o mesmo que eu não é, rei dos titãs?

- Quem es tu?

- Um amigo. – uma figura vestida com um manto negro se fez presente. – posso libertá-lo por algumas horas.

- E por que me ajudaria?

- Desejo tanto quanto você a extinção dos servos de Atena.

- Feito.

A pessoa tocou a fronte do deus, ao mesmo tempo às amarras que o prendiam foram soltas.

- Infelizmente não consigo restabelecer seu cosmo.

- Não faz mal. – o deus sorriu de maneira vil. – tenho cosmo suficiente para meu propósito.

- Espero que não se esqueça desse favor. – a pessoa fez uma reverencia.

- Diga-me seu nome para que eu possa me lembrar.

A pessoa sussurrou seu nome. Cronos ficou surpreso.

- Lembrarei de ti.

- Como disse não posso mantê-lo solto por muito tempo. Logo que meu poder passar voltarás a ficar preso.

- Já disse, não há problema. O estrago que provocarei será recompensador.

 

O.o.O.o.O.o.O


Durante todo dia Atena, Lithos e mais algumas servas ficaram ocupadas na organização da festa. Shion, claro, obrigou os cavaleiros a treinarem.

- Há quanto tempo não fazemos festa. – Lithos levava alguns vasos. – nem me lembro da ultima.

- Nunca participei de uma festa aqui. Estou tão animada.

- Ela será memorável Atena.

- Lithos!

A garota voltou a atenção para a porta. Uma jovem a fitava sorrindo.

- Sim?

- Não se lembra de mim? Sou eu, Áurea.

- Áurea? – sorriu. – Áurea!

Lithos correu em direção a ela dando um forte abraço.

- Que saudades! Por onde andou?

- Devido a guerra dos titãs, meus pais mudaram para longe. Voltamos esse mês, e você? Continuou com o Garhan?

- Ele me mandou para Suíça. Mas veja você. – a olhou de cima embaixo. – está linda.

- Você que está.

- Atena. – foi ate a deusa, trazendo a amiga. – Atena, essa é Áurea, uma amiga. – voltou para a amiga. – Áurea, a deusa Atena.

- É um grande prazer conhecê-la senhorita. – fez uma reverencia.

- Não a necessidade Áurea. Estou feliz que sua família esteja de volta a Rodoria.

- Obrigada.

- Atena, ela pode participar da festa?

- Claro.

- Eu ajudo no que for preciso. – disse solicita.

Áurea tinha a mesma idade de Lithos, as duas eram amigas de infância e haviam sido separadas por causa da batalha contra os titãs. A garota era da mesma altura, possuía uma beleza singular com longos cabelos na cor prata e olhos acinzentados.

Por volta das três, Shion dispensara os cavaleiros, alguns seguiram para suas casas outros foram convocados para a arrumação da festa, entre eles Aldebaran, Dohko e Afrodite. Lithos e Áurea coordenavam os três.

- Então viveu no Brasil. – Deba e Áurea trocavam figurinhas.

- Meus pais temiam que a guerra se alastrasse e como tínhamos parentes lá, foi uma opção. – ajeitava o forro da mesa principal.

- Que saudades da minha terra. – depositou um arranjo sobre a ela.

- É um lugar encantador, pena que faz muito calor.

- Vai ver que a Grécia é mais quente.

- Já estou achando. – sorriu. – está muito quente.

- Vai acostumar. Acha que precisamos de mais copos?

- Vamos buscar.

No outro canto do salão, Dohko, Afrodite e Lithos arrumavam as mesas.

- Será o suficiente?

- Claro Lithos. – disse Dite. - Nós e alguns convidados.

- Será perfeita.

- Qual foi a ultima vez que teve festa aqui. – o libriano tentava se lembrar

- Tempos de paz são raros.

Os preparativos seguiram em ritmo acelerado ate por volta das seis quando todos recolheram-se para se arrumarem.

 

----Leão-----

Lithos jogava todas as roupas sobre a cama, estava desesperada.

- Eu não tenho roupa para ir.

- Lithos. Lithos. – Aioria batia a porta. – já está pronta?

- Mais cinco minutos! – gritou.

- Não demore.

 

----Virgem-----

Shaka saia do jardim das arvores gêmeas. Não queria ir a essa festa, mas eram ordens, alem do mais tinha um mau pressentimento.

- Espero que esteja errado. – disse entrando no quarto.

 

----Sagitário-----

Aiolos de frente para o espelho encarava-se. Não havia gostado muito da roupa escolhida.

 

----Templo de Atena----

Shion recluso em seus aposentos fitava o céu. Durante todo o dia estava cismado e com um mau pressentimento, como se algo grave fosse acontecer e com o cair da noite seus temores aumentaram. Poucas estrelas apareceram na noite.

As oito em ponto a festa teve inicio, os convidados estavam distribuídos pelo salão ricamente ordenado, garçons circulavam por entre os trausentes servindo tudo do bom e do melhor. Aproveitando a festa, Kanon, Shura, MM sentaram a uma mesa começando a beber.

- Toda semana deveria ter uma. – MM ergueu o copo.

- Vamos brindar ao momento. – Kanon elevou o seu.

- A paz. – disse Shura.

- Que paz, que momento que nada. – protestou o canceriano. – brindemos a nós!

Os três riram em meio ao som de “tin tin” (n/a: ¬ ¬)

Em outro canto Kamus, Dohko, Aiolos, Saga e Shaka conversavam sobre as batalhas. Mu, Miro, Dite e Deba conversavam coisas banais. Atena mais afastada conversava com Shion e Aioria ainda não tinha chegado com Lithos.

O sagitariano olhava de forma impaciente para a porta, quando seu coração parou de bater por instantes. O irmão acabara de entrar acompanhado por Lithos e Áurea que os havia encontrado-os no meio do caminho. Todos os olhares dirigiam para duas que coradas esconderam atrás do leonino.

- Não mandei vir com roupa curta. – resmungou.

- Não está curto, mestre.

- Se ventar.

- Não implica. – pegou a mão da amiga. – venha Áurea.

- Juízo. – cruzou os braços contrariado. – bando de idiotas. – referia-se aos olhares nada inocentes dirigidos a elas.

Aioria procurou pelo irmão, ficando intrigado ao vê-lo quase “secando” Lithos.

- “Ate você!”

Realmente as duas pareciam ninfas. Lithos trajava um fino vestido verde claro, na altura dos joelhos, os cabelos acobreados desciam em ondas ate o meio das costas. Áurea também não ficava atrás, trajando um vestido a moldes gregos na cor azul. O cabelo estava preso num coque frouxo deixando alguns fios prateados descerem pelo colo.

- Agora entendo a cara de rabugento do leão. – brincou Deba, quando as duas aproximaram. – estão lindas.

- Não exagera Aldebaran. – disse Lithos.

- Tira o olho que eu vi a Áurea primeiro. – Afrodite posicionou ao lado da grega.

- E eu vi a Lithos. – Miro deu um sorriso.

- Estão é querendo morrer. Aioria vai matar vocês.

- Mata não Mu. – Miro esnobou. - Aquilo é só um gatinho.

- Um gatinho?

Uma voz fria surgiu atrás dele. Aioria estava com um olhar assassino.

- Shura está me chamando, ate logo.

O escorpião saiu rapidamente provocando risos em todos.

A festa seguiu animada, todos estavam se divertindo esquecendo das varias batalhas enfrentadas no passado, a hora era de tranqüilidade, mas nem todos estavam assim. Shion num canto os observava dançar.

- Que cara é essa Shion.

- Ainda sou o mestre, ao respeito Dohko.

- Me esqueço disso. – o libriano parou a frente dele. – o que foi?

- Nada.

- Como nada? Ah! Já sei....deixe os quatro beberem, hoje é festa. Vai ser ate engraçado se um deles ficarem tontos.

Shion o fuzilou com olhar.

- Pensei que tivesse mais de 250 anos de vida. – disse. – somos cavaleiros esqueceu?

- Não esqueci. – disse sério. – então me conta, o que foi?

- Nada.

- Desembucha. Te conheço a milhares de anos sei quando está preocupado.

- Um mau pressentimento. – ignorou o “milhares de anos”.

- Sobre?

- Não tenho certeza. Está calmo demais.

- Shion, você anda muito estressado. Olha, eles nunca tiveram uma festa, a vida toda foi só lutar, assim como nós. Sage nunca deu uma festa. – bufou. – estamos em paz, vamos aproveitá-la. Eles estão desfrutando de algo que não tivemos.

Shion o fitou.

- Eles tem uns aos outros.

O mestre compreendera na hora o que o amigo queria dizer.

- Vai aproveitar a festa. – a expressão suavizou.

- Vem comigo, vou te apresentar algumas garotas. – deu um sorriso malicioso. – é dos mais velhos que elas gostam mais.

- Eu não escutei isso....

Dohko bem que tentou, mas o maximo que conseguiu foi um: “suma daqui” do mestre.

- Continua o mesmo irresponsável.

- Aceita?

Ele ergueu o olhar deparando com Áurea que trazia uma bandeja nas mãos.

- Não bebo.

- É refrigerante.

- Obrigado. – pegou o copo.

A garota o fitava, não o tinha conhecido como grande mestre, mas a fisionomia dele parecia de um jovem, apesar de saber que ele já tinha alguns anos.

Shion a encarava.

- O que foi?

- É verdade que o senhor participou da ultima guerra santa?

- Sim. Meu corpo é de jovem, mas já tenho alguns longos anos. – sorriu.

- Deveria sorrir mais.

Ele corou.

- Vou indo. Ate mais.

Shion a acompanhou com os olhos.

- “Deveria sorrir mais.” – as palavras delas ecoavam por sua mente.

A musica alta agitava o salão, nem parecia o mesmo lugar palco das mais terríveis batalhas.

Vez ou outra o leão rosnava para algum engraçadinho, mas o que mais o deixava intrigado era as olhadas nada inocentes do irmão para Lithos.

- “Será possível que ele...”

Aproveitando que Aioria tinha se esquecido dela, Lithos foi para uma das varandas. Encostada no balaustre de mármore observava as casas abaixo. Sua vida tinha transformado desde que conhecera Aioria. Era lhe eternamente grata por ter salvado a vida de seu pai e sua naquele dia.

- Aioria te deixou em paz?

Virou imediatamente.

- Deixou. – sorriu. – seu irmão é muito possessivo.

- Acredito que sim. – o cavaleiro parou ao lado dela. – o que faz aqui?

- Estava relembrando o passado. Do dia que o conheci.

- Como ele era?

- Rabugento, encrenqueiro, não levava desaforo para casa, gentil, justo, valente. – o fitou. – vocês se parecem.

- Eu não sou rabugento.

- Claro que não. – sorriu. – estou dizendo das qualidades.

- Obrigado.

- Espero que possa também me considerar como uma irmã, assim como eu o considero.

- Claro... – murmurou desapontado. – irmã...

Ventos muitos calmos costumam esconder uma forte tempestade. A lua no céu desapareceu, cobrindo a terra de escuridão. Uma sombra negra percorria o caminho que levava ate o santuário de Atena. Passou pelas doze casas sem encontrar qualquer dificuldade.

A porta dourada, ícone de Atena, abriu de maneira brusca provocando um grande estrondo. Assustados alguns convidados gritaram.

Sentindo um cosmo hostil, Shaka, Miro e Aioria circundaram a deusa, que trazia seu báculo na mão. Aldebaran passou a frente de Áurea, protegendo-a, assim como Dohko, Mú e Shion. Os demais espalharam pela sala. Na varanda Aiolos protegia Lithos.

Diante deles surgiu um homem encoberto por uma capa negra, apenas um dos seus olhos eram vistos e a íris dele era negra.

- Uma comemoração. – sua voz saiu fria.

- Quem é você? – indagou Saga.

- Já se esqueceram de mim? Não passou tanto tempo assim, ou passou?

Ao escutarem a voz, um a um dos dourados empalideceram.

- Ao julgar por suas expressões, lembram.

- Deveria está no Tártaro. – Aioria ergueu o punho.

- Você evoluiu Aioria.

- O que quer Cronos? – Shaka tomava posição.

- Vingança.

- Não deixaremos que toque em Atena. – Shura levantou o braço.

- Não a quero, deixe que outros deuses se encarreguem dela. Eu quero é vocês. Seres inferiores que tiveram o atrevimento de lutar contra mim.

- Cronos já chega! – Atena passou a frente de todos. – volte para o Tártaro.

- Não me interrompa. – apenas usando o poder mental Cronos paralisou a deusa.

- Atena!

- Patéticos. – o deus estendeu a mão direita, abrindo-a, sob ela apareceu uma ampulheta de areia negra. – terão o devido castigo.

Uma luz negra envolveu o objeto, para depois condensar em uma bola de energia. Esta percorreu o corpo todo do deus ate chegar ao chão, tomando forma de um circulo.

– Eu, o senhor do tempo, o senhor de todos os senhores, punirei vós, que se atreveram a erguer o punho contra mim. O castigo não será o descanso eterno da morte e sim o descanso da vida. Serão-lhe privados a dádiva do presente e sem o futuro, tudo que lhe restarão será um passado sombrio. Que pereceram numa época longínqua sem a chance de voltar a ver o mundo em que viveram. – Temporis Actis.

O circulo negro pareceu ganhar vida, onze feixes de luz negra alastraram no chão indo para certas direções. Quando os dourados deram por si, alguns tinham o circulo sobre os pés.

- Eu não consigo me mexer. – Deba olhou para baixo.

- Aldebaran. – Áurea segurou o braço dele.

- O que é isso? – Miro sentia o corpo afundar e por mais que tentasse não conseguia sair.

- Que droga é essa? – MM dava socos em vão.

Aioria também tentava, mas afundava cada vez mais.

- Aioria! – Aiolos deu um passo, contudo...

- Aiolos socorro!

Virou para trás perplexo. Lithos também tinha sido envolvida e afundava.

- Lithos.

- Aiolos me ajude.

- Aldebaran. – Áurea estava desesperada, por está agarrada ao taurino afundava junto com ele.

- Segure a minha mão. – Dohko tentava puxá-la.

Shaka, Saga, Mu, Shura, Kamus e Afrodite também enfrentavam o mesmo problema, inclusive Kanon que tentava ajudar o irmão, mas acabou sendo tragado. Atena agoniada não conseguia ascender seu cosmo. Dohko e Shion desdobravam para socorrer a todos.

- Lithos. – Aiolos segurava firme a mão dela, mas sem resultado.

- Estou sendo.... Aio...los.... – afundou completamente, a sombra voltou para perto do deus.

- Lithos! Lithos!

Um a um foram tragados inclusive Áurea que tinha ido junto com o taurino e ao final as sombras voltaram para perto de Cronos.

- É o fim de seus servos Atena. Jamais poderá salva-los, jamais.

Cronos desapareceu, no salão apenas o som da musica. Libertada, a deusa caiu de joelhos desolada. Shion e Dohko trocavam olhares incrédulos. Na varanda, Aiolos dava socos no chão.

- Lithos... Aioria...

 

.... Em algum lugar do passado....


-----Santuário, perto do Coliseu-----

- Ai minha cabeça... – Aldebaran sentia-se zonzo.

- Você está bem?

Ergueu o olhar deparando com o cavaleiro de Áries.

- Estou zonzo. Onde estamos?

- Não sei ao certo, mas acho que é no santuário.

- Precisamos voltar, Atena está em perigo. – levantou cambaleando. – Cronos a solta é uma ameaça.

- Sim.

Caminhara por um longo período chegando a primeira casa.

- Não está estranho? Para uma invasão está nesse silencio.

- Concordo amigo. – Mu fitava a fachada de sua casa. – é melhor ficarmos em alerta.

Subiram rapidamente, entrando no recinto. Mu estranhou logo de cara a decoração.

- Essas coisas não estavam aqui... são os moveis do Shion...

- Ele se mudou para cá. – começou a rir. – perdeu a casa Mu.

- Não estou entendendo....

- Vamos seguir.

Rapidamente ganharam as escadarias da segunda casa, contudo quando o taurino colocou o pé no ultimo degrau... uma poderosa explosão de cosmo veio em suas direções, o ariano agiu rápido criando a parede de cristal.

Depois de reter o golpe, Mu a desfez.

- Apareça.

- Sinto um cosmo poderoso vindo de vocês. – a voz soou de dentro da segunda casa. – mas não passaram daqui.

- Apareça! – foi a vez de Aldebaran ordenar, quem ultrajara sua casa?

- Petulantes.

Diante deles, surgiu um homem de mais de dois metros de altura, pele morena de sol, cabelos arroxeados lisos e compridos e olhos negros. Havia parado assumindo a postura de Lai.

- Não podemos perder tempo Mu. – Deba tomou a frente. – eu cuido dele enquanto prossegue.

O ariano não disse nada, havia algo errado.

- É muita pretensão achar que pode passar.

- Eu vou passar.

Aldebaran partiu para cima dele desferindo um soco, prontamente defendido pelo homem.

- É forte. – sorriu o brasileiro.

- Digo o mesmo.

Surpreendendo o outro dera uma rasteira em Aldebaran, mas este recuperou-se aplicando um chute.

Mu assistia a batalha intrigado. Os dois lutavam praticamente iguais. Fitou a paisagem ao redor. Algumas coisas não existiam antes e outras nem estavam ali. Olhou para o céu, quando Cronos surgiu era noite, mas o sol brilhava sobre eles.

- Não pode ser... Parem!

Aldebaran e o outro pararam na hora se afastando.

- Perdoe nossa indiscrição. – Mu deu uma leve reverencia. – Meu nome é Mu e ele é Aldebaran.

- Hasgard. – disse o outro.

- Mu em que está pensando. – indagou sem entender a atitude do outro. – todo mundo corre perigo. Shion está sozinho.

- Conhecem o Shion? – Hasgard abandonou a postura.

- Sim. Pode nos levar ate ele?

- Mas... mas Mu...

Deba apenas recebeu um olhar do ariano pedindo que confiasse nele.

- Tudo bem. – o taurino concordou.

- Levarei. – disse Hasgard. - Parecem conhecê-lo. Sigam-me.

 

--------Arredores da Vila Rodorio-------

- Não deveria ter bebido tanto.

- Já acordou?

- Bom dia Saga. Vou bem obrigado. – MM levantou um pouco zonzo.

- Vamos rápido, precisamos voltar para o templo.

- Onde estamos?

O geminiano apontou para frente, MM seguindo com os olhos leu “Rodoria” numa placa.

Transitavam pelas ruas cheias de pessoas achando tudo estranho, principalmente Saga que reparava nas construções e no modo de vestir delas.

- A cada dia que passa esse lugar está mais estranho. – MM chutou uma pedra.

Saga continuou calado.

- Que saco! – MM acelerou o passo.

- Mask espere.

Ele nem deu ouvidos, andando mais depressa esbarrou em alguém passando direto.

- Saia da frente. – bradou.

A pessoa o fitou, ajeitando os óculos.

- “Se parece com...”

- Perdoe-o. – disse Saga aproximando. – modos não fazem parte da vida dele.

- Tudo bem. – a pessoa virou para o geminiano.

Ambos sentiram o cosmo um do outro.

- Pode me dizer se aqui é Rodorio?

- Sim. – o “anfitriao” possuía longos cabelos verdes claros e olhos numa coloração um pouco mais escura. Usava óculos. - São visitantes?

- Não, moramos aqui, só que...

Saga parou de falar, só agora as coisas faziam sentido. As construções, as roupas, o dia está claro, era sinal que...

- Mascara! – gritou.

- O que foi? – parou irritado. – parece ate Shion me dando bronca.

- Conhecem o Shion? – indagou a pessoa.

- Sim, ele é.... será que pode nos levar ate ele?

A pessoa o encarou. Os dois possuíam um grande cosmo, mas não pareciam ser uma ameaça.

- Sim. Venham comigo, por favor.

- Me chamo Saga, ele é Giovanni.

- Dégel. – prazer.

 

------Entrada principal do santuário-----

- Quer sair de cima de mim?!

- Desculpe Dite. – Shura estava sobre ele.

- Tanto lugar para cair.

- Desculpa. Não amarrotou. – foi tocá-lo...

- Tire essa mão cheia de dedos de cima de mim!

- Estressado.

- Vocês dois. – a voz do aquariano se fez presente.

- Onde estamos?

- Na entrada do santuário. – Kamus olhava ao redor. – estranho...

- A festa não era a noite? – Shura fitou o céu. – está de dia...

- Talvez o cosmo de Cronos não estava restabelecido e nos mandou um dia antes.

- Pode ser.

- De todo jeito, devemos voltar para o templo.

- E os outros?

- Devem está espalhados. Vamos.

Deram um passo, contudo sentiram um cosmo aproximando.

- Quem...

Olharam para trás, vendo um homem aproximar. Ele trajava roupas gregas. Sem dizer nada, o homem passou por eles seguindo seu trajeto.

- Ei você. – Shura o chamou.

O homem parou, mas não se virou.

- Quem são vocês e o que querem?

- Precisamos falar com Dohko, pode nos levar ate ele? – Kamus adiantou. Shura e Afrodite o fitaram sem entender.

- Mas Kamus... o Dohko...

- São amigos dele?

- Sim. Sou Kamus, e eles Afrodite e Shura.

- Sigam-me.

Os três não disseram nada, passando a seguir o rapaz que possuía longos cabelos loiros.

 

----Coliseu-----

- Se não sair de cima de mim te perfuro todo.

- Não enche Miro.

- Sai de cima de mim Aioria! – o escorpião deu um empurrão nele.

- Não precisava empurrar!

- Vocês dois querem parar de brigar? – Shaka os olhava impaciente.

- Foi ele.

- Já chega. Estamos num meio de uma guerra.

- Desculpe Shaka.

- Precisamos voltar para o santuário e arranjar um meio de voltar para o futuro.

- Já estamos no santuário. – disse Aioria. – o poder de Cronos deve ter falhado.

- Mas na luta era noite... – observou Miro. – por que esta de dia?

- Ficamos desmaiados a noite toda, só isso.

- Quem são vocês?

Os três viraram deparando com um jovem.

- Ei garoto, pode nos ajudar?

- Não sou garoto. – estreitou o olhar. – quem são vocês?

- Nós fazemos as perguntas. – disse Miro.

O garoto tomou posição de ataque.

- Quem são vocês?

Ignorando a pergunta, Aioria aproximou e sem imaginar o risco colocou a mão nos cabelos dele. Shaka apenas observava, havia notado um cosmo muito poderoso vindo dele.

- Seja um bom menino.

- Que bom menino. – Miro alfinetou. – é um pivete.

- Você sabe com quem esta falando? – a voz dele saiu fria.

- Um pivete metido. – respondeu o escorpião.

Antes que ele dissesse mais alguma coisa, estava no chão, assim como Aioria que também estava caído imobilizado.

- Sou Regulus, cavaleiro de ouro de leão e vocês estão em maus lençóis.

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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do primeiro capitulo.

Eu reli novamente todo manga do Lost Canvas para poder escrever, lógico que algumas coisas tive que adaptar pois nossa historia se passa anos antes da guerra santa, portando Atena/Sasha, Tema e mais alguns personagens não irão aparecer. Idades dos dourados também inventei, julgando mais ou menos pela aparência.

Próximo capitulo.... confusão. Ah e como sempre... reviews são bem vindas!



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