Alleine In Die Nacht escrita por Maty


Capítulo 28
Capítulo 28 - Controle




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-Bill? – a conhecida voz de Carl soou pelo meu pequeno quarto. Tirei o Ipod do ouvido e sorri para ele.

 

-Olá! Algum problema?

 

-Não... Nenhum problema, só uma surpresa. – encarou o teto sorrindo maliciosamente. – Me siga.

 

     Calcei os chinelos, apressado e corri pelos corredores até alcançá-lo. O segui pela sala de estar e então escada acima. Ele parou em frente á porta que eu reconheci como a da sala de vídeo e se virou, seu olhar e sorriso deixavam claro que ele sabia ou planejava alguma coisa.

 

-Você e a Arabella, heim?! – bateu em meu braço, me forçando a cambalear alguns passos para o lado. – Por que não me contou antes?!

 

-Como... Como você sabe?! – exclamei em um sussurro, preocupado que mais alguém estivesse ouvindo.

 

-Ela mesma me contou! – ele sorriu. – Você fala muito dela, eu já estava começando a desconfiar. Mas hoje ela mesma veio até mim e contou tudo! – exclamou rindo. – Ela é um tipo único!

 

-Sim, ela é... Mas por que diabos ela te contou?

 

-A resposta está bem atrás dessa porta... – lá estava aquele sorriso malicioso novamente! – Não se preocupe, eu vou ficar de olho e caso alguém apareça eu aviso.

 

-O que?

 

-Só entre logo! – abriu a porta e me empurrou com uma força desnecessário para dentro do cômodo.

 

     A primeira coisa que chamou minha atenção foi a minha própria voz ecoando das caixas de som nos extremos da sala, eu dizia que eu e Tom participávamos de um clube de kart quando crianças. Sorri com a lembrança. A segunda foi a minha própria imagem no grande telão, usando aquele velho boné preto enquanto atrás de mim podia-se ver Tom andando de um lado para o outro com sua enorme camiseta marrom. E em terceiro o enorme cobertor estendido no chão, repleto de travesseiros, onde no meio de todos eles Arabella estava sentada, sorrindo para mim.

 

-O que é isso?

 

-È o presente que sua mãe me deu... Eu sempre digo á ela que queria ver como você era antes da morte do Tom, que queria vê-lo sorrir sem essa mancha de tristeza em seus olhos. Então ela me trouxe DVDs. – fez sinal para que eu me aproximasse. Andei até ela e me sentei ao seu lado.

 

     Olhei para o telão novamente. Tom se gabava para a câmera, dizendo que pegaria o pódio de novo. Uma risada escapou entre meus lábios sem que eu pudesse contê-la. Era tão típico dele!

 

    Após alguns segundos filmando a pista e os carros que rodavam nela a câmera focou novamente em Tom, chegando na linha de chegada com seu kart e as mãos para cima comemorando o fato de ter chegado antes de todo mundo.

 

    “ E ele fez de novo!! “  Tom exclamava por trás de seu capacete.

 

    Eu e Arabella sorrimos, e entre minha risada, lágrimas escorreram de meus olhos. Eu sentia tanto sua falta... Seu jeito alegre e engraçado deixava um vazio enorme em meus dias. Estava tão concentrado revivendo pelo telão e pelas minhas próprias memórias aquele momento que me assustei com o toque de Arabella em minha bochecha, secando minhas lágrimas.

 

-Você se lembra desse dia? – perguntou.

 

-De cada segundo dele.

 

-Viu só? – tocou meu queixo, forçando meu rosto a virar em sua direção. Ela sorriu. – Você sempre diz que tem medo de esquecer o Tom. Tem tanto medo de esquecê-lo que não percebe que do jeito que você o amava isso não vai acontecer! As chances são quase nulas.

 

-Mas elas existem, não existem? Não é algo impossível de acontecer.

 

-Nada nunca é impossível... – desviei meus olhos, mas ela tocou meu rosto e me obrigou a continuar olhando em seus olhos verdes. – Nós esquecemos o passado, mas não podemos apagá-lo. E sempre que esquecemos de alguma coisa podemos lembrar de novo. Eu estarei aqui para sempre e se um dia você precisar, nós podemos fazer isso juntos de novo, para você se lembrar de tudo novamente. Poderá lembrar da risada do Tom, da sua voz, sua personalidade, estilo, aparência... Ele era tão parecido com você!

 

-Por que está chorando? – questionei-a tocando com a ponta de meu dedo a lágrimas que escorria em seu rosto.

 

-Eu tenho vontade de chorar ao te ver dessa maneira. Brincando e sorrindo ao lado do seu irmão. Você também sorri e faz brincadeiras quando está comigo, mas agora é uma pessoa completamente diferente. – me abraçou, afundando seu rosto em meu peito, como sempre fazia. – Eu só queria ter te conhecido antes que a perda dele lhe marcasse para sempre.

 

-Todo o tempo acontecem coisas na nossa vida que nos marcam para sempre. Algumas mais, outras menos. Do mesmo jeito que perder o Tom me marcou, te conhecer também me marcou. – o sorriso que exibia quando levantou sua cabeça e olhou para mim era enorme, e seu olhar foi baixando do de meus olhos até minha boca, onde se fixou. Entre meu sorriso eu juntei nossos lábios.

 

    Nos beijamos e eu me deixei novamente ser surpreendido por ela, Arabella aprendia rápido. Seu beijo já não era o mesmo daquele primeiro que dividimos no jardim, agora suas mãos passeavam livremente pelas minhas costas e suas unhas brincavam em minha nuca. Ela distribuía pequenas mordidas em meus lábios. Senti um frio na barriga com o pensamento de que se continuássemos assim seria difícil me controlar, ainda mais estando no escuro, cercado de travesseiros. Como se pudesse ler minha mente, Arabella interrompeu nosso beijo abruptamente.

 

-Eu gosto dessa parte!!! – exclamou animada, apontando para o telão. Depois de alguns segundos olhando para ela completamente desconcertado, eu me deixei sorrir. Ela continuava sendo a mesma Arabella inocente de sempre.

 

    Agora o telão mostrava a ridícula cena de mim me exibindo para a câmera dizendo que chegara em segundo, falando todos os tipos de besteiras e fazendo sinais idiotas para depois ser informado que, na verdade, eu ficara em terceiro lugar.

 

     “ Terceiro? Não segundo? “ perguntei confuso e indignado. Arabella se desatou a rir ao meu lado.

 

-Esse é o tipo de coisa que você não faz mais... – entrelaçou nossas mãos. – È engraçado vê-lo fazer papel de idiota dessa maneira. – rolei os olhos.

 

-Vou te mostrar quem é o idiota!! – inverti as posições, mandando-a para baixo de mim com um giro rápido. Arabella atingiu o cobertor rindo, mas seu riso foi lentamente cessando ao notar meu olhar sobre ela. Não podia mais me controlar, ela era tão linda... – Você confia em mim? – perguntei-lhe em um sussurro encostando de leve meus lábios em seu pescoço.


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Notas finais do capítulo

próximo capítulo:

" Eu a observei por alguns segundos, maravilhado com seu corpo de mulher que estivera esse tempo todo escondido por trás de sua atitude de criança. "

" -O que estamos fazendo? – ela perguntou. Mesmo estando praticamente semi nua, e tendo total consciência de que eu a observava, Arabella não parecia com vergonha. Eu sorri, isso indicava que ela confiava em mim o bastante para isso. "



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