Dam Bright e a Caixa de Alexandrita escrita por R Bessa


Capítulo 2
Capítulo 2 - Os Amuletos Sagrados


Notas iniciais do capítulo

Neste capítulo, a história se desenvolve com os amuletos sagrados e um incrível anão que será muito importante durante a trajetória de Dam Bright.
Boa Leitura!



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Cavalgando em seu pequeno cavalo, Mestre Guingol seguiu diretamente ao castelo do Rei com um o objetivo de entregar os três amuletos, um para cada filho de Helíaf, mas o caminho não foi tão fácil quanto o Mestre tinha costume, o tempo de repente mudou, carregadas nuvens o seguiam junto com trovoadas e tempestades de areia jamais vistas, como se algo quisesse impedir Guingol de chegar até o reino e apesar da idade bem avançada do velho anão, ele cruzou o Vale Sombrio, a Montanha dos Lobos e a Caverna Sangrenta e finalmente chegou exausto ao castelo depois de longos três dias.

– Guingol, sempre é um prazer recebe-lo em meu castelo, me surpreendo pela repentina visita já que você partiu a poucos dias, por que não ficou então mais tempo?Perguntou o Rei Helíaf.

– Ah meu amigo Helíaf- dizia Guingol com a voz bem cansada pela viagem – Trouxe um presente para cada um dos seus filhos e gostaria de entrega-los pessoalmente se não importar.

– Claro que não, considere meu castelo como sua casa e meus filhos ficarão satisfeitos de revê-lo novamente, mas primeiro descanse um pouco, a viagem parece ter sido desgastante.

– Ah sim, vou descansar com certeza, mas prefiro entregar os presentes – Mestre Guingol mostrou os amuletos ao Rei – e te peço que jamais retire estes amuletos das crianças, eles significam muito para mim e é um instrumento mágico de grande proteção para eles.

– O que você disser eu o farei meu velho amigo e sei que um presente recebido de você não faria mal algum a meus filhos, fique então a vontade para encontrar meus filhos e em seguida descansar o tempo que precisar.

Assim que virou e começou a caminhar pelos corredores do castelo encontrou o pequeno Malcon que crescia cada vez mais belo e forte, ele então recebeu o amuleto que parecia o número 1 e prometeu ao Mestre que jamais o tiraria do pescoço. Em seguida Mestre Guingol subiu as escadas para a Torre mais alta do Castelo onde ficava a biblioteca que nos últimos tempos se tornou à casa de Múngor. Este ao ver o mestre se emocionou e o abraçou fortemente, as lágrimas não se continham enquanto recebia o amuleto que parecia como o do irmão, mas virado para o lado direito. Múngor se apegou muito ao Anão desde que foi levado para a biblioteca, pois o mestre sempre que ia ao castelo fazia questão de conversar com ele e lhe passar muitos ensinamentos e o presenteando com livros que o tornavam cada vez mais inteligente. Se despediu então de Múngor e se dirigiu para o jardim encantado onde Nálla gangorrava tranqüilamente entre as lindas rosas vermelhas que encantavam o jardim, mas a menina permanecia sem sorrir e mesmo assim abraçou calorosamente Mestre Guingol e rapidamente entendeu que aquele presente “ O Amuleto em forma de V” era especial e ela mesmo o colocou em seu pescoço e imediatamente Mestre Guingol sabia que pelos olhos de Nálla ela nunca o retiraria do pescoço.

Mestre Guingol respirou aliviado, como se toda a pressão em sua vida sumisse após entregar os amuletos e agora era bem visível o quanto ele estava cansado e sedento de um bom prato de comida e uma boa conversa com seu amigo Helíaf. Após se banhar por quase uma hora, o velho anão fez uma grande refeição junto ao Rei, a Rainha Cevar e os filhos Malcon e Nálla, já que Múngor não saía por ordens do próprio rei, da torre da Biblioteca, situação que Guingol não concordava e que por tantas vezes reclamou com o Rei, mas permaneceu da mesma forma: Múngor come, dorme e vive na Biblioteca. Após a refeição, as crianças foram para os quartos e a Rainha os levou, ficando então a sós o Rei e o Mestre Guingol, começaram a conversar durante longas horas:

– Tempos difíceis se aproximam Helíaf, os inimigos estão se fortalecendo e vão surgir inesperadamente, devemos nos preparar para uma batalha sem tréguas, os amuletos vão proteger os três, mas mesmo assim você deve se precaver e garantir maior segurança a eles, o que está para acontecer pode ser fatal para nós, mas o Mundo precisará dos quatro.

Você quer dizer três, meus três filhos – disse o Rei.

– Sim, seus três filhos e o Guerreiro que somente você conhece e o ensina de acordo como os Deuses o ordenou.

Naquele instante o Rei Helíaf sentiu suas pernas bambearem e os lábios tremerem, uma gota de suor escorreu visivelmente. - Como era possível ele saber sobre Dam Bright, já que nunca o revelei a ninguém e se isto acontecesse os Deuses até poderiam me castigar severamente – Pensou o Rei. Mas rapidamente Mestre Guingol o acalmou:

– Não fique preocupado, os Deuses também conversam comigo e me confiam grandes segredos, eu nunca vi o jovem que se tornará guerreiro e nem sei em qual parte misteriosa do seu Castelo ele vive, apenas sei que existe e na hora certa será revelado.

Mais uma vez Mestre Guingol surpreendia Helíaf pela sua imensa sabedoria e um conhecimento dos mais profundos segredos existentes. E assim dialogaram por várias horas da noite até o cansaço dominar o velho anão que se retirou para os aposentos e de lá ele caminhou até a janela do quarto para observar o céu totalmente coberto de estrelas como se fossem pedras de diamantes brilhando intensamente a ponto de clarear todo o castelo. Quando todos já dormiam e o silêncio predominava os corredores do Castelo, o velho anão cautelosamente subiu até a torre mais alta e de dentro de seu manto retirou um arco dourado e o lançou aos céus, o arco foi rasgando o céu até se encontrar com as estrelas e naquele instante houve um imenso clarão, como se já estivesse de dia e durou cerca de cinco minutos, tempo necessário para que o velho mestre concluísse a magia que acabara de lançar ao céu e que tinha por finalidade proteger os três filhos dos reis através dos medalhões que agora se tornavam sagrados, mas no instante daquele clarão, mestre Guingol percebeu que não estava só e não era o único a observar a magia nos céus, Dam Bright escondido atrás da porta olhava admirado o que estava acontecendo e antes que o Guingol percebesse ele saiu correndo para voltar ao local segredo de onde jamais pode sair, mas agora Dam Bright estava preocupado por alguém quase o ter visto e no fundo de seu coração sentiu inexplicavelmente que poderia confiar naquele velho, era uma das sensações mais estranhas que Dam sentiu na vida, confiar em alguém que não conhece. Voltando então para o local secreto do castelo foi descansar feliz e realizado por ter conseguido ver a luz da noite em um momento mágico. Por outro lado, mestre Guingol sabia que era observado pela pessoa que mais queria conhecer na vida, mas não podia, pelo menos por enquanto, conhecer Dam Bright. Após finalizado por completo sua magia de proteção aos medalhões das três crianças, o velho mestre voltou para o seu quarto e repousou, afinal estava muito cansado e o corpo já não tão jovem o deixava cada vez mais cansado, algo que com algumas horas já se resolvia e mestre Guingol novamente se fortalecia.

Ao amanhecer, novamente Guingol pediu ao Rei que jamais retirasse os amuletos dos seus três filhos e explicou o quanto eram importantes e mágicos, como guardam uma imensa proteção sobre as crianças e era importante levar isto bem a sério, pois tempos difíceis estavam bem próximos de vir, assim dizia o velho anão para o rei que atentamente ouvia palavra por palavra o que mestre dizia. As suas palavras eram lendas e ele já havia previsto muitas batalhas que o Rei enfrentou e saiu vencedor, alguns não entendiam tamanha amizade que o Rei tinha por aquele velho anão, mas mestre Guingol salvou muitas vezes a vida de Helíaf das mãos da morte, este velho sim, já esteve no palácio da Morte para buscar o Rei e o trouxe, juntamente com algo misterioso que não pertencia aquele mundo, que não pertencia a morte e sim aos céus, algo que ele ganhou quando esteve no palácio e ficou cara a cara com a Morte, um espectro branco, com túnica branca e pele também branca como a neve, um semblante de muito respeito, mas de muita serenidade e certeza, em suas mãos uma pequena flauta branca, seus cabelos longos eram muito mais branco, para quem nunca conheceu um ser tão temido, não poderia imaginar que fizesse algum mal, que fosse ser a morte, sinônimo de pânico, medo e aflição, mas as pessoas não entendiam isto e não faziam uma imagem correta da morte, que nada mais era do que um servo dos Deuses para levar o descanso aos mortos e o conforto aos familiares, tocava sua flauta em uma sintonia que dava paz imediata aqueles que teria de levar para outro mundo, em uma dessas ocasiões, quando Helíaf ainda jovem foi atingido pelo inimigo nas suas primeiras batalhas, o velho anão recebeu da Morte um objeto estranho, com formato parecido de uma estrela e aquele objeto sagrado é o mesmo que Guingol utilizou para fabricar os medalhões e entregar a cada filho do Rei.

Despediu-se então do Rei e de todos do castelo e regressou a sua tropa enquanto o dia não findava e passando pelos vários e já conhecidos caminhos ele percebeu marcas no chão, diferente de todas as quais já tenha visto, sabia que se aproximava da montanha misteriosa, o qual ninguém se arriscava a ir tão perto, principalmente no mais alto topo, onde alguns dizem acontecer coisas estranhas, ouvirem gritos que ecoam montanha abaixo todas as noites, um grito tão assustador que parece um choro e ranger de dentes. Guingol continuou seguindo o seu caminho e aquela marca no chão de alguma maneira o preocupou, parecia uma pegada humana bem grande, mas a pegada estava coberta de sangue negro e outra marca como se algo tivesse sido arrastado para cima da montanha, onde a esta altura caía uma pequena quantidade de neve, o suficiente para tremer qualquer corpo cansado como o do mestre e fazer repousar por alguns segundos, no pé da montanha por debaixo de algumas pedras o velho mestre resolveu se abrigar até que o cansaço fosse recuperado e a neve mostrasse trégua para deixa-lo seguir sem mais problemas. Ascendeu por tanto uma pequena fogueira e deixou se entregar pelo cansaço, dormindo tranqüilamente, apesar do mau que parecia habitar no alto da montanha e ele ali tão perto. Sua tranqüilidade durou muito pouco tempo, de repente uma sombra enorme o cobriu e aquele silêncio agora era tomado por uma forte respiração e um leve gemido, mestre Guingol abriu seus olhos e se espantou com o que via, uma criatura imensa parada bem em frente a ele, quase três metros de altura, um corpo avantajado, jaqueta negra, botas pretas, pele esverdeada e olhos azuis que eram apavorantes, um chapéu também negro tampava boa parte de seu rosto meio deformado, com cicatrizes, em suas mãos uma corrente muito grossa presa a uma bola de ferro maciço. Mestre Guingol ficou parado, olhando a imensa criatura e sabia que naquele instante estava frente a frente com Gorúmpor – O Demente da montanha, as pessoas falavam dele, temiam no e se apavoravam, mas ninguém ficou frente à frente como agora estava o velho anão, que não esboça nenhuma reação, parecia que tudo estava normal e Gorúmpor lançou a sua arma em direção ao velho que não se mexeu, afinal, a reação do Demente da montanha foi muito rápida que de fato ninguém teria tempo de se defender, mas mesmo estando a aproximadamente cinco metros de mestre Guingol, antes que sua arma atingisse a cabeça do velho, a bola partiu ao meio e caiu ao seu lado, Gorúmpor não conseguia entender o que acontecia e mestre Guingol olhou para um pouco mais distante de onde estavam quando viu a sombra de um homem e sua mão a brilhar, parecendo levar consigo algum objeto prateado e para pavor do demente da montanha, inúmeras flechas vieram em sua direção o espantando novamente para o alto, a tropa do velho anão acabara de chegar ao resgate do mestre que continuava parado, vendo o homem sumir por entre as àrvores da floresta de frente à montanha e ele só tinha uma certeza: que com alguma magia forte aquele homem partiu a arma de Gorúmpor em dois.

– Mestre, a quem você está olhando? O senhor está bem? Perguntas e mais perguntas preenchiam a mente de Guingol enquanto aqueles guerreiros anões estavam agoniados com a terrível criatura que acabara de sumir pelos altos da montanha.

– Estou bem! Muito bem – Respondeu Guingol, olhando ainda fixamente para as àrvores da floresta e com um leve sorriso disse bem baixo:

Obrigado Dam Bright! Obrigado!

Como disse mestre?Perguntou um dos anões!

– Não é nada, vamos embora, preciso chegar em casa o mais rápido possível e descansar tranqüilamente, meditar sobre o que aconteceu e entender o real perigo de uma criatura estranha como o demente da montanha me atacar sem nenhum motivo.

Mestre Guingol e a tropa dos anões retomaram o caminho pela floresta à dentro, mas sempre receosos que Gorúmpor ou algum ser deste tipo aparecesse para ataca-los novamente, mas o restante da viajem foi tranqüilo e todos chegarem à salvos na aldeia dos anões, sendo que o velho mestre não perdeu tempo e apenas deixou alguns objetos pessoais em sua casa e subiu na montanha mais alta da região o qual gostava de meditar e não era interrompido por ninguém, lá no alto desta montanha ele passava horas e até dias apenas meditando e refletindo, se alimenta da própria alma e dos próprios conhecimentos que adquiria com sua meditação, mas desta vez ele ficou exatos 5 dias, deixando todos completamente preocupados com a saúde do velho e ele então descia as montanhas, a barba cada vez maior e branca e o seu semblante de paz era notável, realmente mestre conseguiu descansar no alto das montanhas e repor todas as energias de viagens repentinas e apressadas ao Castelo do Rei, com tudo o velho não esquecia dois importantes acontecimentos daqueles dias, sendo o aparecimento de um ser nas montanhas da floresta que até então era apenas boatos e ninguém o tinha vista e o outro o aparecimento de Dam Bright para salva-lo.

Na noite que se seguiu mestre Guingol teve vários sonhos perturbadores, a imagem de Gorúmpor aparecia constantemente e junto dele outros inimigos que não conhecia identificar e que eram muito fortes, o sonho parecia ser real e a partir daquela noite o velho passou a ter o mesmo sonho nas noites seguintes fazendo com que se preocupasse cada vez mais, sentia que inimigos se aproximavam não só dele, mas de todo o planeta protegido pelo rei Helíaf, sentiu então que algo estava prestes a acontecer em pouco tempo e novamente subiu para o alto das montanhas buscando alguma solução e tentar conversar com os Deuses para que pudessem ajudá-lo a encontrar uma resposta. O sol estava fraco enquanto meditava sentado em uma pedra, o vento soprava cuidadosamente suas longas barbas e de repente um lampejo o fez abrir os olhos assustados e sua pele embranqueceu, a montanha toda se escureceu como se fosse noite e o ar parou de circular, uma visão passou diante dos olhos de mestre Guingol: Ele viu o tempo congelar, as pessoas, os animais, todos os objetos pararam de se mover, o céu escurecia em plena luz do dia como naquele próprio momento em que meditava, o silêncio durou algum período e uma enorme luz surgiu arrasando tudo pela frente, destruindo todo o planeta, destruindo o reino de Helíaf, acabando com a Terra enquanto começava a chuver violentamente e na mesma visão ele se viu caminhando por entre a destruição com algum objeto mágico e os nomes de Múngor, Nalla, Malcon e Dam Bright estavam neste objeto. A visão então acabou e a escuridão da montanha foi embora no mesmo momento, foi quando Guingol viu um lenço vermelho voando em sua direção e caindo levemente em suas mãos, um lenço delicado, suave e perfumado, não sabia de onde surgiu e como foi para no alto da montanha, mas guardou o lenço consigo e desceu apressadamente a montanha direto para sua casa, onde fabricava os mais profundos e incríveis objetos mágicos como fez os três amuletos que entregou aos filhos do rei e agora estava mais claro para o mestre que aqueles objetos seriam de fundamental importância para o que estava prestes a acontecer, mas faltava um amuleto e era para Dam Bright, pois a sua magia iria salvar não só os filhos do rei, mas também o guerreiro protegido e sobe intensa magia ele desenvolveu um novo amuleto de forma arredondada e da cor de um cristal, brilhando intensamente, era este para Dam Bright e difícil agora seria entregá-lo, sabendo que estava no castelo aos cuidados do rei, mas o mesmo não poderia revelar o segredo para ninguém.

O velho mestre sabendo dos grandes perigos que enfrentaria, decidiu que a única maneira de entregar o amuleto a Dam seria se expondo ao perigo novamente, como aconteceu nas montanhas em que o temível demente o atacou e graças a Dam Bright ele se salvou. Sabia que era uma tarefa extremamente arriscada, mas sua própria vida e da humanidade estaria naquele amuleto, desde que chegue as mãos do guerreiro. Montou então em seu cavalo e novamente partiu para a floresta até chegar nas montanhas e ao percorrer seu caminho, já na floresta, um rajado de fogo cruzou o céu e imediatamente o tempo escureceu e as nuvens se transformaram em trevas, o medo pairava nos ares sombrios e nada, absolutamente nada, se mexia, é como se o tempo paralisasse naquele instante e Soél Guingol também parou observando o temido silêncio e foi então que algo o derrubou de seu cavalo e antes que o velho atingisse o chão, com o seu cajado ascendeu uma luz ao redor e observou uma criatura terrível, um cão negro e enorme, uma espécie de lobo com as garras grandes e afiadas, as patas eram imensas e os olhos vermelhos como duas tochas acesas, um cão de 2 metros de altura, maior que um homem e para o pequeno mestre Guingól ele ainda parecia maior, eram conhecidos como cães baldulentos, as piores feras das montanhas. Quando se deu conta, Guingol já estava cercado por quatro feras que babavam sedentas de carne e sangue, o tempo ainda continuava parado e longe avistou um vulto negro e ordenou aos cães que realizassem o ataque ao velho, dois deles partiram para cima de imediato e com um golpe de luz do seu cajado, Soél Guingol os atirou contra as árvores, para espanto daquele vulto que ordenava aos cães. Sorrateiramente os cães voltaram a atacar com mais ódio ao velho e aquele ser de túnica negra atirou um punhal prateado em direção ao mestre Guingol e antes que lhe atingisse o coração, a exatamente um palmo de seu peito, ocorreu um barulho que partiu o punhal em dois e o fez cair ao chão, foi quando o vulto e o mestre avistaram Dam Bright se escondendo pela escuridão. O ser tentou de todas as formas atingir Dam usando grandes magias e os seus cães baldulentos, mas não conseguia descobrir onde ele estava, então vários feixes de luzes passaram diante do ser misterioso e derrubou todos os quatro cães no chão, deixando-os sem reação alguma, fazendo com que fugissem para a montanha junto com o misterioso vulto que Soél conseguiu ver através da túnica, um homem de pele manchada, olhos totalmente dominados pelo ódio e lábios rachados, ele era Monsenhor Bravonni, o qual prometera se vingar do Rei.

Passado aqueles instantes, o velho mestre se levantava apoiando em seu cajado e ao erguer a cabeça olhou em direção a Dam Bright que desta vez caminhou até ele e o ajudou a se levantar.

Meu nome é...

Dam Bright! Sim eu sei quem você é meu jovem e a muito tempo queria conhece-lo – Disse o velho.

Mas como o senhor sabe a meu respeito?

Sei de muitas coisas, tanto boas quanto ruins, sou um velho mago e pertenço a

tropa dos anões e vivemos em um bosque protegido, com o tempo você vai aprender sobre mim e eu sobre você, sou grande amigo do Rei Helíaf que o cria com tanto zelo e cuidado, afinal você será uma lenda, um grande guerreiro que nos trará confiança e fará muito pelo mundo, principalmente nos tempos difíceis que hão de vir brevemente, mas agora o mais importante é que eu lhe entregue este medalhão.

Dam Bright olhou surpreso para o medalhão de forma arredondada que brilhava em suas mãos e permitiu que Soél Guingol o colocasse em seu pescoço.

– Este medalhão é muito importante – dizia Guingol, o seu significado só será descoberto no futuro, por tanto guarde com todo o cuidado e proteção, não é apenas um simples objeto que brilha em tuas mãos e agora em teu peito, mas se trata de uma grande magia contida nele e que te ajudará no momento mais difícil que este universo conhecerá em toda a sua existência.

E assim Dam Bright o fez, prometendo ao velho mestre que para alguém arrancar o medalhão de seu peito deverá também arrancar o seu coração. Permaneceram então pelo resto da tarde na floresta conversando e se conhecendo um pouco mais cada.

Finalmente Soél conseguiu entregar o amuleto para Dan Bright que o prometeu guardá-lo em seu próprio peito e jamais permitir que o tirassem dele, de alguma forma Dan sabia que aquele amuleto era muito importante, principalmente por ter sido entregue pelas mãos do velho mestre, o qual já havia aprendido tudo sobre ele através dos ensinamentos do rei Helíaf. Então os dois se despediram e Dan Bright sumiu entre as árvores e sobre a enorme escuridão.

Monsenhor Bravonni se refugiou para o esconderijo com seus cães, ambos muito feridos pela luta e isto só fazia aumentar ainda mais o ódio de Monsenhor por Soél Guingol e pelo rei, mas algo agora o perturbava ainda mais “Quem era aquele jovem guerreiro que apareceu entre as florestas?!”, estava decidido a descobrir quem era seu novo inimigo e exterminá-lo, pois ele possui uma força extremamente grande e isto poderia complicá-lo de alguma maneira. Monsenhor conhece vários inimigos que o rei possui e tentaria impregná-los com mais cólera contra o rei a fim de eliminá-lo e descobrir quem era o guerreiro, mas era tarefa muito difícil, pois os inimigos do rei não gostavam de se unir a ninguém e preferiam lutar sozinhos, este era um dos motivos pelo castelo de ossos ser tão sólido e indestrutível, afinal os inimigos sozinhos eram facilmente abatidos pelos guerreiros do rei e seus ossos integraram ao castelo. Monsenhor Bravonni sabia que a única maneira era se tornar mais forte que todos os inimigos do rei e forçá-los a combater por sua ordem, até aquele momento somente os cães ele conseguiu dominar pelo imenso conhecimento que possuía e até tentou dominar também os dinossauros, mas estes eram muito selvagens e perigosos, então se lembrou de Montfalcor, um caçador de bruxos e de outros seres fantásticos que habitavam a terra, como os vampiros e lobisomens. Monsenhor sabia que há pouco tempo ele havia aprisionado uma grande bruxa que com certeza mostraria o caminho para se tornar muito mais forte que qualquer outro e conseguindo libertá-la ela o ajudaria, ordenou então aos seus cães que realizassem o ataque a Montfalcor e o dominassem. Montfalcor não era amigo ou inimigo do rei ou de Soél Guingol, apenas leva consigo ódio mortal pelos bruxos e seres os quais capturava e mantinha presos em uma caixa de madeira diferente de qualquer outra, coberta de símbolos estranhos e enorme magia, Montfalcor era bem alto, muito forte e extremamente frio, usava sempre a mesma capa preta em seu corpo e poderosas armas, os cabelos compridos e o rosto com a expressão de raiva, não se importava com nada e apenas carregava a obsessão por capturas.


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Notas finais do capítulo

A cada capítulo a história se torna mais impressionante, em breve o capítulo 3 - O confronto de Titãs.



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