Sally respirou fundo. Fechou os olhos e pensara em qual Jason escolheria. Depois de um tempo pensando apontou para a direita e lá entrou. As paredes tornavam-se de madeira, do mesmo tom da casa. Quando chegou ao fim, ficou espantada e do outro lado viu a outra saída. Elas davam no mesmo lugar! Estava de frente para uma bruxa de longos cabelos pretos. Não era feia, mas era assustadora, com um chapéu do tipo funeral e um vestido longe e preto, exibia uma face cruel e sombria. Riu medonhamente.

– Ninguém ganha na MINHA terra! - disse, a voz ribombou por toda a grade sala - Achou que iria vencer assim? Tolice sua, ninguém sai daqui vivo. Mas tenho uma oferta pra que talvez você saísse.

Ela estralou os dedos e dentro de um vaso dourado, Jason estava enterrado na terra, para que só aparecesse sua cabeça. Estralou novamente e tudo sumiu,a té que Jason colidisse com força no chão.

– Aiii! - gemeu.

– JASON! - Sally correu até ele mas colidiu contra uma parede invisível, como um campo de força. Deslizou os dedos pela parede e começou a chorar.

– Já que ele foi pego, quem decide é você pequena Sally - disse a bruxa - Ou ele morre pra você fugir ou morrem ambos. Será egoísta? Estamos falando da sua vida!

– Por favor... - sua voz falhou - Não o mate...

– Acontece que um grupo de intrometidos não vai invadir a minha casa, matar os meus bebês no labirinto e sair daqui sem nem sequer um ferimento. Alguém têm de morrer.

– Qual a vantagem de ser tão cruel assim? - disse Sally com a voz fraca - Sozinha, odiada. Você poderia mudar de vida, você é bonita...

Jason se recostou no vidro e seus olhos se fixavam em Sally. Como se tentasse buscar um pouco de coragem nela. Sally virou-se para a bruxa, com um olhar de quem nunca perdoaria o que está acontecendo.

– Talvez eu seja, já fui... - disse a bruxa em tom melancólico - Mas minha vida não foi boa.Não começarei para me iludir de novo. Escolha logo. Ou eu mesma vou escolher...

– Por favor - suplicou Sally - Você sabe que...

– CHEGA! - gritou a bruxa e então levantou-se - O garoto vai morrer agora!

A bruxa mexeu a mão e Jason foi puxado para trás contra a parede. A bruxa sacou a espada de cor escura e deslizou suavemente pelo pescoço dele.

– Então Sally Jackson - disse ela com um sorriso - Como prefere que eu o mate? Ele vai morrer mesmo...

– VOCÊ NÃO VAI MATÁ-LO!

– Como é? - perguntou surpresa, mas no momento seguinte riu. - Certo, vou fingir que você disse com o pescoço cortado.

Nesse momento Sally explodiu de raiva e ganhou forças de onde nem sabia que tinha, o vidro se estilhaçou. Veio toda a coragem que ainda tinha, por cima de todo medo de responder aquela bruxa e sacou a faca ameaçando.

– SE VOCÊ MATÁ-LO, EU JURO, EU ESTOU FALANDO SÉRIO - gritou Sally - SE VOCÊ ACERTÁ-LO A FORÇA DA SUA ESPADA ACERTARÁ SEU CORAÇÃO E CORROERÁ A SUA ALMA ATÉ A SUA MORTE DA FORMA MAIS DOLOROSA, E QUEIMARÁ POR TODA A ETERNIDADE!

A bruxa começou a gargalhar novamente, um riso estérico e cruel.

– Quem você está pensando que é? Vidro estilhaçado? Qualquer bruxa faz isso e melhor, seja lá o que você for garota. - disse e então se virou para Jason - Onde paramos? Ah, sim! Eu ia matar seu namorado... Está corada Sally?

– Tente - disse.

– S-Sally... - disse ele - O que você está fazendo?

Então a bruxa lhe enfiou a espada no peito. A visão de Jason ficou turva e esbranquiçada, ele lembra-se de ter caído no chão e desmaiado.

Os olhos da bruxa ficaram brancos por completo, apertou os braços contra o peito e gritou. Caiu no chão e começou a tremer, seu corpo se desfazia de baixo para cima em cinzas.

– VOCÊ ME PAGA SALLY JACKSON VOCÊ... - a bruxa não pode concluir antes de se desfazer em cinzas.

Sally correu até Jason e o abraçou ali mesmo no chão. Esperou que ele acordasse.

Jason abriu os olhos e se levantou meio grogue. Estava esgotado de cansaço. Olhou para Sally e sorriu.

– Mistério resolvido - disse.

Sally riu e o abraçou de novo, feliz por ele estar vivo. Soltou-o e sentou-se ao seu lado.

– Hã... Sally? - chamou Jason.

– Oi? - virou-se, estava arquejando, se esforçara demais. - Se quiser perguntar sobre o que eu fiz ali... Nem eu entendi bem, só deixei a raiva tomar conta e...

Jason interrompeu-a e a beijou. Sally corou. Passaram os dois um tempo ali até estarem dispostos a voltar. O labirinto estava se transformando na casa de madeira de novo e os dois caminharam até a saída.

Nunca mais entraram naquela casa. Nem eles e nem ninguém... Talvez sirva de lição para alguns curiosos... Até porque, a curiosidade matou o gato.