Sacrifice escrita por Sirena


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Essa é minha primeira fic no universo de Once Upon a Time... Então sejam compreensivos e deem uma chance a ela!

Sorry por qualquer erro de grafia!



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Prólogo

Killian Jones

Eu amava Emma Swan.

Mesmo tão distante e há tantos dias privados de estar perante ela , ainda sentia seu toque em minhas mãos, o calor do teu beijo. E embora estivesse com os olhos fechados, conseguia enxergar perfeitamente sua face, salpicada por cabelos dourados que emolduravam seu rosto pálido e sua pele macia dando uma aparência segura e confiante, estonteante, que chamara minha atenção logo a primeira vista.

Um amor vivo, presente e incondicional. Um amor verdadeiro e pleno que jamais pensei que encontraria.

Emma...

Eu... Eu... Faria qualquer coisa para garantir que nada acontecesse a ela.

Suspirei, abrindo os olhos, dando de cara com o meu reflexo refletido num velho espelho de madeira. Neles um rosto cansado e inexpressivo tomava forma nitidamente, porém não eram essas características, embora atípicas para mim que chamavam minha atenção:

Eram meus olhos.

Olhos azuis como o oceano que cintilavam com um brilho ardente e malicioso, um brilho intenso que não se mostrava há muito tempo.

Um brilho assassino.

-Hook- Chamou a voz de uma mulher- Hook, por favor, não faça isso... - Implorou, um lamento choroso que distorcia sua voz tranqüila e cantante como o badalar de sinos de uma catedral antiga.

Olhei para a arma entrelaçada em meus dedos. Fazia tanto tempo que não segurava uma como essa, tanto tempo que não sentia seu peso, que não puxava o gatilho, sentindo a pressão da bala transpassar pelo corpo indefeso da vitima... Sabe, eu poderia simplesmente dizer que não sabia mais usá-la, mas seria mentira. Você nunca esquece como usar uma arma.

-Hook, você não precisa fazer isso. Você não precisa me matar... Não precisa me matar...- Lamentou a garota. Podia ouvir suas lagrimas frias escorrendo pelo seu rosto e beijando o assoalho, seu sofrimento espalhando como uma correnteza sem fim, águas frias e gélidas do mediterrâneo, dolorosas que cortavam meu coração.

-Me desculpa, Belle- Falei, dando meia volta, girando em meu próprio eixo para ficar frente a frente com a minha vitima- Você já sabe demais- Acusei.

Belle estava amordaçada no canto mais escuro do quarto, seus punhos e tornozelos entrelaçados com uma corda escura e forte que impedia sua mobilidade por completo. Os cabelos castanhos-escuros sempre impecáveis estavam bagunçados, fios ondulados e desleixados caindo sobre a face esquálida, ocultando parcialmente os olhos celestes vividos, agora sombreados de vermelho devido as lagrimas de dor e sofrimento pelo próprio destino fatídico.

-Eu prometo que não vou contar para ninguém. Nem ao meu esposo, nem aos meus amigos e muito menos a Emma quando encontrarmos ela. Ninguém... Ninguém precisa saber desse segredo... - Insistiu, tentando aplicar todas as desculpas possíveis para que sua vida fosse preservada.

Tentando cortar todos os meus laços e emoções, levantei o braço alguns centímetros, mantendo-o esticado, mirando diretamente e exatamente no centro da cabeça de Belle French.

-Pense apenas um minuto em Emma, Hook- Murmurou, chamando-me pelo meu apelido, um nome singelo que me enojava aquele instante- O que você acha que ela diria ao vê-lo matando uma amiga.

-Nós não somos amigos, Belle- Respondi, frio e distante, tentando cortar assim o único laço que nos unia. Observei o exato momento que eu lábios vermelhos como pétalas de rosa se despenhar, abrir incrédulos, perplexos. A última reação que ela teria na vida.

Por que apenas dez segundos depois de proferir aquelas palavras, eu atirei. Um tiro curto, certeiro e profissional que transformou o corpo vivo, radiante e delicado da garota num saco de carne morto e putrefeito no chão.

Fiquei mais ou menos um minuto ali, parado, observando o sangue escorrer e se desmanchar, modificando a tonalidade do piso branco e imaculado, deixando-o exatamente na tonalidade dos lábios de sua vitima. Lembrei-me com rancor quando a garota confidenciara-me que vermelho era sua cor preferida, a cor que simbolizava quem ela era.

E o que ela se transformara agora.

Ainda atordoado pelos meus sentimentos e pelo que acabara de fazer, guardei minha arma no cinto, a mão livre para que pudesse agarrar o velho e desgastado celular que adquiri a mais de dois invernos.

Sem hesitar apertei o botão dois, a tecla fazendo um clique ao ser atingida com o polegar. Uma chamada direta.

-Já terminei o serviço- Afirmei, assim que escutei a respiração pesada e cansada, o único sinal que tinha alguém do outro lado da linha.

-Belle sabia demais, Jones. Ela iria acabar com todos os nossos planos...

-Seus planos- Rebati, a raiva corroendo minha alma como acido- Foi você que matou ela.

-Lembre-se Mister Jones, não fui eu que apertei o gatilho. Você apertou. Você a matou.- A voz respondeu acusatória. Uma verdade que eu não queria ouvir.

-Eu já fiz tudo que você pediu! Eu matei a garota!Estou aqui aos pés do cadáver de Belle- Argumentei, com ódio das minhas próprias palavras- Você... Você prometeu que falaria onde Emma estava quando tudo isso acabasse- Cuspi, dando um passo imperceptivelmente para frente.

-Só acaba quando eu falar que acabou. E para ser sincero, pequeno estamos apenas no começo - A voz do outro lado aumentou um tom, uma raiva rasa e característica-Agora, garotinho, antes que possamos avançar mais um pequeno passo para que você possa se reencontrar com sua amada,você irá primeiro, se livrar do corpo da garota. Irá queimá-lo até que as cinzas se transformem em cinzas e nem mesmo seus sonhos sejam mais visíveis.- Descreveu minha próxima ação, meu próximo ato, como se eu fosse uma marionete desgastada, um boneco de um filme de terror, cujos atos eram tão terríveis que não acreditava que seria capaz de repeti-los, de obedecê-los- Em alguns minutos irei te mandar uma mensagem com o nome da próxima vitima.- Uma pausa, um suspiro- Não me desaponte, Hook.

O telefone desligou.

Olhei para o cadáver de Belle, imóvel como uma pequena e delicada boneca de cera. Era doloroso vê-la assim, sem poder rir, sem poder falar, mas carregando a mesma aura pacifica enquanto viva.

-Eu não posso fazer isso- Falei colocando uma mão na cabeça, as lagrimas queimando minha pele como chamas.- Eu não posso fazer isso!- Gritei,ajoelhando-me no chão, todas minhas forças usurpadas, destruídas, esmigalhadas, perdidas...

Você já começou, acabe de uma vez essa droga” Uma voz ressoou lacônica na minha mente conturbada, uma mente já impregnada com os primeiros sinais da loucura “Ela já está morta. Não existe mais volta para ela. Agora para Emma...”

-Ainda existe salvação. Ela ainda pode viver...Ela pode viver... - Murmurei, olhando em direção ao galão de gasolina no lado esquerdo. O desgraçado já havia pensado em tudo quando me deu essa maldita missão.

Levantei cambaleando, tonto em direção a ela, os pés tropeçando uns nos outros, enquanto tentava agarrar o galão com a força que me restava. Com a força inútil e desprezível que ainda tinha.

-Tenho que acabar com isso- Murmurei inconsciente das palavras que saiam da minha boca, em transe com o ato horrendo que estava cometendo- Tenho que acabar logo com isso- Repeti jogando o liquido translúcido e reluzente, um pouco mais denso que a água sobre o cadáver, o liquido lavando o sangue de sua face, tirando algumas manchas do vestido azul pálido que ela tanto gostava.

-Me desculpe, Belle- Chorei, agarrando o isqueiro com as mãos tremulas e oscilantes. As chamas douradas e laranjas cálidas e intensas como o próprio inferno. O inferno que me encontrava. O destino para homens sem alma e sem piedade, homens como eu que sacrificavam os amigos e as pessoas que se importava. Que viam seus corpos e seus sonhos queimarem e desaparecerem para sempre.

E era isso que eu via agora. Uma casa, um pequeno cômodo se desfazendo no meio da floresta, transformando-se em fragmentos, em partículas de poeira imperceptíveis, arrastando-se, carregadas pelo vento sem destino, levando consigo lembranças e pensamentos que logo deixariam de existir.

Então, enquanto me perdia em mim mesmo, o telefone tocou novamente.

Com as mãos úmidas de suor e sangue, tateei o bolso em busca do celular, ansioso e ao mesmo tempo temeroso pela mensagem que sabia que estaria estampada na tela.

Uma mensagem. Uma frase. Um nome.

“Quem diria que você teria que se livrar do seu primeiro amor, Hook?” Iniciava-se o texto mórbido, fazendo meu coração disparar, palpitar em uma arritmia incontrolada “Ainda se lembra de Carrie?” Perguntava-se ao fim.

-Carrie...- Murmurei, o nome me atingindo como uma flecha em meu peito.

Carrie a primeira pessoa que eu criara um vinculo afetivo. A primeira garota por quem me declarei.

A menina que por todos esses anos achei que estava morta.

-E que agora eu teria que matar- Exclamei, os olhos mortos, sem vida, vendo o futuro se desmanchar em sangue e fogo como a paisagem a minha frente.


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Notas finais do capítulo

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