–FLOWER! EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ FEZ ISSO! EU VOU TE MATAR! –Ela começa a correr e gritar ao mesmo tempo. –VEM AQUI! VENHA AQUI, FLOWER PUCKETT BACKHAM!

–Não Sam! Desculpa! Para de correr atrás de mim...! –Ela começa a gritar e acaba tropeçando e caindo na areia. Aproveito para alcançá-la. Sento em cima de sua barriga e começo a sacudí-la. –Sammy... Calma! Por que está se incomodando tanto? Ele não é nada seu... E você também nem gosta dele. –Ela diz e eu paro. Nossa como assim? Eu nem gosto dele. Eu deveria ter deixado pra lá e simplesmente ignorado. Como sempre fiz. Sento na areia ao lado dela e ela senta também.

–Eu não sei o que aconteceu. Eu meio que nunca liguei tanto para um garoto quanto ontem e hoje. Você mesmo viu que eu nem liguei muito para o Ed e o Jake. –Digo, abraçada aos meus joelhos.

–Você está começando a gostar dele, e parece que ele também está gostando de você. O Jake me disse que o Freddie ficou calado lá no Aeroporto. Ele é sempre tão tagarela, está sempre falando de estudos e escola. Um verdadeiro nerd. –Ela diz. Ele não tinha dito nada sobre estudos até agora.

–Eu não estou gostando dele.

–Sério mesmo, Samantha? Você só se defendeu com isso? –Ela diz, incrédula. –A verdadeira Sam, que realmente não gosta dele, se jogaria em cima de mim e me mataria.

–Flower... Dá pra você parar? –Digo, quase que implorando.

–Ta okay, Sam. Vou voltar para nossa mesa. Agradeça por ter tão pouca gente aqui na praia, assim nem todos sabem da cena do quase beijo. Aí vem seu quase futuro namorado. –Fuzilo-a com o olhar e jogo areia. Ela sai, enquanto Freddie se aproxima.

–Oi Puckett. –Ele diz, sentando-se ao meu lado.

–Que foi, nerd? Quem te disse meu sobrenome? –Digo, revirando os olhos, mas sem olhar para ele.

–Bom... Annie Puckett é sua tia, Andrew Puckett e Flower Puckett são seus primos. –Ele diz. Quando ele vê que eu não respondi, ele continua: -Olha Sam... Desculpe por te segurar e jogar água em você na frente de todos, e desculpe por fazer parecer que estávamos namorando na frente de todos.

–Olha só, eu nem te conheço, nunca nem te vi na minha vida a não ser ontem. Deixa-me em paz, por favor...

–Annie pediu para avisá-la que estava se sentindo mal e foi para casa. –Ele diz e sai.

[...]

Amanhã já vai ser o primeiro dia de aula. Bom... Foi rápido e eu nem curti tanto as minhas férias aqui. Tenho que arrumar minha mochila, arrumar duas dúzias de bolo gordo e colocar tudo dentro dela.

Me senti um pouco mal quando pedi para o Freddie me deixar em paz e ele obedeceu. Eu sempre fui razão e não coração, desde que tinha nove anos, com meu primeiro amor. O que estou dizendo? Esse exemplo nem tem nada haver. O Freddie é apenas uma pessoa que eu conheci no aeroporto, e que é amigo dos meus primos.

“Eu não gosto dele. Eu não gosto dele. Eu não gosto dele. Eu não gosto dele.”– Penso.

[...] Segunda Feira, 06:45, Casa dos Puckett’s Backham.

Acordo com a luz do sol entrando pela janela. Coço os olhos, me espreguiço e levanto. Vou até o banheiro e tomo um banho.

Quando termino, vou até o closet e procuro uma blusa e uma calça - acabo pegando uma blusa do Mike Wazowski, de Monstros S.A, e uma calça preta e branca. Coloco meu all star preto, penteio meus cabelos, fazendo uma trança ao redor da cabeça, e passo uma maquiagem básica. Mais ou menos um rímel, lápis preto e um pouquinho de sombra bege.

Desço as escadas e vou até a cozinha, todos estavam acordados. Flow estava fazendo panquecas, And estava na bancada mexendo no notebook, tia Annie estava fazendo café e Ryne estava assistindo TV.

–Bom dia. –Diz Ryne, virando-se para mim.

–Parece que a senhorita beijinhos na água não acordou bem humorada hoje. –Diz Andrew. E eu o encaro. –Desculpe Sammy, mas é que o Freddie não parou de falar em como você era legal.

–Ah, que ótimo. –Digo, revirando os olhos. –Podemos ir logo?

–Não está com fome? –Pergunta Flower.

–Acha mesmo que eu não estou com fome? –Pergunto.

–Não.

Pego um pedaço de bolo de chocolate em cima da mesa, coloco um pouco de suco de manga pra mim e como. Todos continuam me encarando.

–Que foi? –Pergunto.

–Nada! –Respondem todos em uníssono.

Termino de comer e vou até a sala pegar minha mochila, meus óculos.

–Não vai esperar a gente? –Pergunta Ryne.

–Eu sei ir sozinha. –E saio.

–SAM! –Ouço alguém me chamar, quando estou andando. Está chovendo bastante e o frio está muito.

–Eu tenho que ir. Estou atrasada! –Digo, sem virar-me para olhar quem me chamou.

–Mas é que eu vou para o mesmo lugar que você. –Diz o garoto. E logo toca meu ombro. –Por favor, não pegue chuva. Vai ficar gripada. –E me abraça, segurando um guarda-chuva. Era Freddie. Como não pude perceber a voz? Ele estava tão bonito. Vestido com uma camisa xadrez, uma calça cinza e o cabelo penteado para trás. Estava tão cheiroso. Juro que eu queria me afastar, mas meu coração não deixou.