Mudança é sempre tão ruim. Bom... Não nesse sentido. No sentido de mudar de cidade, de amigos e de escola. O maior saco com certeza. Sua vida está completa e de repente você tem que mudar tudo nela. Me mate.

Estamos num avião agora, viajando para uma cidade para estudar em algum lugar. Pelo menos meus primos Andrew e Flower estarão lá para cobrir todo meu tédio.

–Sammy? Sammy, meu amor... -Tiro os fones, pauso a música e olho pra minha tia ao meu lado. -Ansiosa? Ansiosa para a nova cidade, faculdade e tal?

–Mais ou menos. -Respondo e recoloco meus fones, com um pouco de raiva por ela ter me chamado do apelido mais fofo e idiota do mundo todo.

Estava ouvindo "Miss you love" de Silverchair. É, eu viciei nele desde que ouvi no Ipod do Ryne -que é meu meio irmão, filho do meu padrasto. Minha mãe casou com um cara rico, bonito poderoso, Yuri Chamdler, e com 9 empresas de Lingerie espalhadas pelo mundo. Acho que foi assim que ela conheceu ele, comprando lingerie. Bom... Conseguiu fisgar o peixe direitinho.

–Samantha?! Tira esses fones. Já chegamos, querida. -Levanto sem obedecê-la, apenas diminuo um pouco o volume e vou na direção de Ryne Chamdler, que está dormindo feito um anjinho. Seu rosto é tão angelical, seus cabelos são lisinhos e castanhos claro, seus olhos castanhos, e diferente de mim, ele é bem meigo e carinhoso.

–Ryne? Ryne já chegamos... -Acordo ele. -RYNE! ACORDA LOGO!

–Oi... Já chegamos foi?

–O que acha? -Pergunto.

Quando chegamos no aeroporto, a primeira coisa que faço é olhar ao redor pra ver se acho Andrew e Flow. E é quem eu acho, pois eles estavam pulando e acenando para nós como loucos. Ao lado deles tinham 2 garotos, que pareciam ter a minha idade, só que eu não reparei muito neles, tinha um garoto atrás de todos, moreno e muito atraente. Quem seria ele?

–FLOW! -Grito. -AND! -Os abraço.

–Sammy... -Eles dizem em uníssono e eu faço careta.

–Quem são eles? -Pergunto, apontando com o rosto.

–Esses são... Ed–Ela aponta para o ruivinho e penso em Cat, eles combinariam. -Jake... -Aponta para um moreno bem bonitinho. -...e Freddie. -Por fim o moreno atraente e misterioso atrás de todos.

–Olá.. –Eles dizem em uníssono e eu assinto, cumprimentando-os.

Depois que Flow me apresenta à todos, tia Annie chega junto a Ryne com nossas bagagens. Eu tinha esquecido de trazer as minhas do avião, então meu irmão ficou encarregado das dele e das minhas.

–Oi Flower e... Andrew? –Eles assentem e abraçam-o. –Prazer em conhecê-los, sou o meio-irmão da Sam. Filho do novo marido de Pam. –E sorri. Eles sorriem de volta.

–Mãe! –Gritam quando vêem tia Annie se aproximando. –Que saudades de você. –Daí eles começam a falar e falar. Até eu não entender mais nada, pois já estava com meus fones de ouvido de volta.

Fazemos uma longa caminhada até a saída do aeroporto, só que logo quando vejo uma barraquinha vendendo bolo gordo e outras coisas, meu estômago ronca. Tiro os fones e aviso a Annie.

–Tia? Eu tô morrendo de fome... Vou naquela barraquinha comprar bolo gordo pra mim. –Digo. Saindo sem ao menos ouvir sua resposta.

–Eei mocinha... –Escuto uma voz sexy ao meu ouvido. –Deixa eu te ajudar. –Viro-me e vejo Freddie caminhando ao meu lado. –Sem querer ser oferecido nem nada disso. –E corrige.

–Por favor... Não me chame de mocinha. Não posso ser considerada uma mocinha. Minha amiga é uma mocinha. Então por favor... Eu ODEIO este nome.

–Okay, me desculpe... –Ele diz e tenta pegar minha mala, só que eu recuso.

–Eu não preciso de sua ajuda! –Minto. Mesmo que eu esteja precisando bastante. –Por que está vindo comigo? O carro fica pra lá. –Digo, apontando para o outro lado, sem ao menos parar de caminhar até a barraca.

–Sua tia pediu para eu ir contigo. –Ele diz e cora. Nossa, como ele fica lindo envergonhado. Eu não acredito que estou dizendo isso, mas ele é mesmo muito lindo.

–Não precisava. Sei ir até uma barraquinha de doces sozinha. Não preciso de guarda-costa. –E ele cora novamente. Chego ao mini mercado e peço bolo gordo na padaria. A moça que me atende é jovem e gentil, o que me faz ser gentil com ela também. Ela me dá uma dúzia de bolo gordo numa caixinha e eu vou até o caixa, me atrapalhando bastante por causa das malas.

–Tem certeza que não quer ajuda? –Ele pergunta gentilmente. E eu nego novamente. –Tudo bem. –Ele abaixa a cabeça e revira os olhos. Tento deixar as duas malas no chão, mas estava imundo. Acabo cedendo.

–Quer saber? Segura aqui vai! –Entrego as duas malas para ele e ele sorri.

–Acho que eu ganhei essa. –Ele diz e continua sorrindo.

–Só por dois segundos... –Termino de pagar e tento pegá-las de volta. Em vez de me entregar, ele corre com as malas na mão e eu corro atrás dele, me esbarrando em várias pessoas. Infelizmente eu corri em vão, pois já havíamos chegado ao carro.

–Eu já descobri que não gosto de você. –Digo, sem saber se era realmente verdade aquilo.

–Obrigado! –Ele sorri. Convencido. Faço careta. Colocamos minhas malas no fundo do carro e entramos no carro. Ficamos completamente apertados. Flower, Ed, Jake, Freddie e eu. Exatamente nesta ordem. Nós cinco tudo atrás, no maior aperto. Detalhe: Andrew se safou, ficou no banco do carona.

O caminho novamente foi longo. Parece que todos os caminhos são longos, quando se está com um bolo gordo na mão. MEUS BOLOS GORDOS! EU ESQUECI DELES. Abro a caixinha e começo a comer. Ouço And pedir um, mas ignoro. Estava muito atraída por aquela obra de arte rosa.