Deparei-me com um rapaz de jaqueta negra, roupas pretas, cabelos negros e usava sombra preta nos olhos de modo carregado.

– Acredito que isso é seu. – disse, estendo a mochila para mim e pude reparar que suas unhas eram pintadas de preto.

Estilo legal, pensei.

– Obrigada. – agradeci, pegando a mochila.

– Então, você tem um nome? – ergueu a sobrancelha.

– Isabella. – falei, cabisbaixa.

– Hum. Você está bem, Isabella? – suspirou. – Vi o que aquela menina fez e...

– Erick, vem logo! – gritou uma garota em nossa direção de cabelos lisos, seguindo para um carro.

– Estou indo, Hayley! – respondeu o rapaz a minha frente, olhando para a garota.

Ele me encarou por um segundo.

– Bom, tenho que ir, a gente se vê por ai. – piscou para mim. – O que não é muito impossível.

– Tchau e obrigada. – sorri.

Enquanto ele caminhava em direção ao carro, virou-se para trás acendendo um cigarro e me olhou novamente.

Após chegar em casa, tomei um banho. No chuveiro, me lembrei de que já tinha visto aquele rapaz antes.

Em uma de minhas raras saídas para festas, me lembro de tê-lo visto sentado em um sofá com dois caras e os beijando sem parar, um de cada vez. Fiquei observando a “paisagem “ daquela festa, pois estava com tedio, mas pelo menos alguém se divertiu.

Eu estava tão cansada mentalmente que dormi em segundos como se estivesse cansada fisicamente .

Já era de manhã quando acordei com o celular tocando. Era Liz.

– Liz?

– Isabella? – Liz estava chorando. – Eu estou tão assustada!

– O que está acontecendo? – perguntei preocupada. – Onde você está?

Liz me passou endereço, peguei as chaves e dirigi. Achei estranho quando cheguei, era um ferro-velho, cercado e com portões de grades.

– Liz? – gritei, entrando e encarando o lugar cheio de coisas velhas por toda parte. – Eu estou aqui!

Silêncio.

De repente, ouvi um barulho de enferrujado e correntes. Quando dei por mim, os portões estavam trancados e fechados. Corri para lá, vendo Liz do lado de fora.

– Ainda bem! Liz! – estava aliviada. – Me ajude a sair daqui.

Mas ela nem se moveu e me encarava com um sorriso.

– Acho que não! – Clara surgiu atrás de Liz com um risinho.

– Por favor, Liz!

– Olha, ela sabe implorar! – Clara disse. – Patética!

Fiquei muda, me dado conta do que estava acontecendo. Liz me enganara e era amiga de Clara.

– Qual é o problema, Virgem? - ela riu. – Achei que iria se sentir em casa ai dentro , afinal, você não é nada!

– Até mais, “amiguinha”! – Liz riu com desprezo e as duas foram embora.

De repente, começou a chover e eu me sentia tão idiota.