Come back home escrita por MillyyUchiha


Capítulo 2
Doce passado


Notas iniciais do capítulo

Yoo, Minna!
Aqui mais um capítulo quentinho.
Espero que gostem.
Matta ne! ^^



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Ino não havia mentido, quando ela resolvia cozinhar nada a impedia, dava sempre o melhor de si. Embora nem sempre tenha sido assim. De toda maneira, o jantar apetecia as garotas, conseguindo melhorar, até mesmo, o rosto da rosada.

– Incrível Ino-chan – disse Sakura com os olhos brilhando. – Você fez tudo isso? É comida para um batalhão, não acha? Tenho certeza de que sobra.

– Tá brincando, Sakura? – perguntou Ino retirando o avental da cintura. – Você sabe muito bem que metade é daquela maluca de coques.

– Falou de comida? – disse uma morena de coques aparecendo do nada. – Se for, é comigo mesmo!

– Será que dá pra ter uma conversa séria pelo menos uma vez, TenTen? – ralhou a loira mais velha guardando o tablet com o slogan da "Sunshine”.

– Temari-chan! – disse Sakura.

– Yoo, Sakura! – disse Temari. – Como estão as coisas no hospital?

– Bem. Eu acho... – disse com o olhar distante novamente.

Hinata ao ver a expressão da colega se adiantou e dirigindo-se à mesa falou:

– Vamos comer logo, meninas. Se não esfria tudo e a Ino-chan quebra o pescoço da gente pra servir de sobremesa com sorvete e calda junto.

– Boa idéia – disse Ino. – Vou colocar no meu caderninho da morte.

– Você ainda tem aquilo? – perguntou Temari.

– Claro. – respondeu a loira corando. – foi o Sai que fez pra mim logo depois do nosso primeiro encontro, é uma recordação...

Após isso, elas se limitaram a devorar os quitutes feitos pela Yamanaka, como Guioza e Yakisoba. Hinata nunca ficara tão feliz quanto naquele dia, a sobremesa consistia em rolinhos de canela, seus preferidos. Depois conversaram um pouco e foram para suas atividades. Tenten como treinadora foi realizar seus alongamentos para estar bem disposta no dia seguinte; Hinata foi preparar seu material; Ino lia seu relatório; Temari continuava seus estudos sobre programação avançada e Sakura acompanhava a situação de seus pacientes através dos relatórios.

Assim como as colegas, o quarto da moça era decorado a seu modo, com três paredes pintadas de um rosa escuro e a do meio, branca. Nela havia um retrato de uma cerejeira pintada pela própria Sakura, existia também uma estante com seus livros, uma escrivaninha e seus “bichinhos”, bonequinhos de pelúcia do Mário Bros, hobbits e um Pikachu. Era uma nerd, afinal, admitira pela milésima vez enquanto tirava os óculos, cansada após ler tanto. Ao passar as mãos pelos olhos ela só se perguntava como havia passado tanto tempo naquele lugar.

Lembrava-se perfeitamente de tudo.

Era uma manhã tranqüila, Hinata e ela tinham dezesseis anos. Chegaram a Tóquio há poucos dias e haviam conseguido uma casa só delas, pequena, era verdade. Mas era o suficiente para começar uma nova vida, finalmente livres do inferno que havia sido a vida naquele orfanato. Ela faria medicina, a amiga, arquitetura. Tudo estaria perfeito. A universidade parecia enorme para aquelas duas jovens que jamais saiam do lugar que uma vez ousaram chamar de "lar” por onze anos.

– Sakura-chan... – disse Hinata timidamente enquanto alguns alunos eufóricos esbarravam nas duas. – Onde fica sua sala?

– No segundo andar – disse Sakura. – E a sua?

– No terceiro – disse a morena desapontada. – Que pena, achei que fôssemos ficar juntas.

– Bem, – disse Sakura. – Eu posso levar você ao terceiro andar e depois voltar, o que acha?

A menina de longos cabelos suspirou e olhou para a amiga.

– Acho melhor não! – disse. – Você pode se atrasar, Estou indo. Ganbatte!

A menina foi tão rápido que a rosada quase não a viu sair, quando percebeu a amiga já tinha se misturado àquele mar de pessoas.

– Hinata! – gritou Sakura tentando procurar a amiga. – Espere Hina... Com licença, ei...

Por mais que ela pedisse, mal conseguia passar por todas aquelas pessoas. Daí uma ruiva esbarrou nela derrubando-a. Sakura já podia sentir a batida e ouvir o barulho que faria ao se encontrar com o chão, aquilo com certeza chamaria a atenção e ela seria motivo de chacota de todos.

– Ótimo, Sakura – pensou com os olhos fechados. – Logo no primeiro dia, você não consegue ter um dia normal na vida?

Quando abriu os olhos teve duas grandes surpresas, a primeira foi que não tinha ninguém olhando. A segunda era que parecia ter arrastado outra pessoa na queda, era um garoto que estava de joelhos de frente para ela enquanto procurava por seus livros caídos.

– Ah, meu deus! – disse Sakura levando as mãos à boca. – Perdão, eu não queria derrubá-lo. Deixe-me ajudar você.

– Tudo bem – disse o rapaz. – Acontece...

– Realmente, me desculpe – disse ela pegando o livro dele. – Eu sou tão desastrada.

Foi quando percebeu que seus olhos estavam colados nos títulos dos livros uns dos outros.

– Física quântica... – disse ela.

– Anatomia... – disse ela sorrindo. – Até que eu gosto disso.

Os dois se levantaram e olharam um para o outro, estavam muito próximos. Assim ela conseguiu ver seu companheiro de tombo melhor. Seus olhos eram tão negros quanto os cabelos, que eram levemente espetados, era alto e tinha um perfume penetrante, capaz de hipnotizar qualquer ser. A Haruno não sabia o que fazer, só o viu fazer um gesto para lhe entregar o livro.

– Aqui – disse ele entregando o livro de anatomia Básica.

– Stephen Hawking, entregue. – disse ela.

– Eu sou Uchiha Sasuke.

– Haruno Sakura – disse ela sorrindo. – É um prazer conhecê-lo, Uchiha-san.

– Se me permite perguntar, o que estava fazendo assim no meio de tanta gente? – indagou ele.

– Eu procurava pela minha melhor amiga, Hyuuga Hinata, que faz arquitetura.

– Então você também estuda no terceiro andar? – perguntou colando a mão no bolso da calça.

– Não – respondeu soando quase como um arrependimento. – Farei medicina no segundo andar, Uchiha-san.

Sasuke riu.

– Ok – disse ele. – Vamos parar com isso. Pode me chamar pelo nome, Sakura-san. – disse ele pronunciando o nome dela lentamente, como se quisesse absorver cada sílaba. – Porque, provavelmente, vamos nos encontrar mais vezes.

– Como tem certeza? – perguntou sem entender.

– Porque cursarei engenharia da computação, que é do lado da sala de medicina. – disse com um sorriso triunfante. – Simples assim.

– Se quiser, posso acompanhá-la. Vamos?

Ambos se dirigiram as suas salas e se despediram, mas Sakura sentia como se estivesse sendo observada de longe.

– Que sensação estranha... – murmurou enquanto procurava um lugar na frente. – Deve ser só impressão minha.

Logo que as quatro aulas de bioquímica, anatomia, fisiologia e embriologia acabaram, a menina esperou que todos saíssem enquanto guardava seus materiais. Assim, saiu na esperança de encontrar a colega no refeitório conforme o combinado.

– Ai, meu deus! – pensava uma morena apressada enquanto fechava seu armário. – Esqueci de trazer meu bloco de anotações e estou atrasada, a Sakura-chan vai me matar. E pra completar essa chave está travada, o que eu faço agora?

Como era muito tímida, Hinata mal conseguia pedir ajuda e o corredor estava praticamente vazio, sem que passasse uma alma viva. Iria chorar de novo?

– Senhor... – murmurou quase num lamento. – Eu juro que a partir de agora eu como caranguejo sem reclamar, só me ajuda a fechar essa droga de armário.

Os olhos estavam marejados de lágrimas, mas logo uma mão pousou em seu ombro fazendo-a levantar a cabeça bruscamente, assustada.

– O que foi isso? – gritou. – Um zumbi?

– Que zumbi, o que? – gritou um loiro que estava do seu lado. – Eu ia te ajudar, mas se vai ficar aí fazendo piadinhas é melhor eu ir.

– Não... – disse Hinata. – Perdão, eu realmente preciso de ajuda... – disse ela escolhendo bem as palavras, aquele garoto ali parecia um pouco arrogante na maneira de falar. – Por favor. – completou.

Com um sorriso estranho ele arregaçou as mangas e falou:

– Para trás, moça – disse ele. – Está na hora da lenda do herói.

(...)

–Hinata, onde estava? – perguntou Sakura indo abraçá-la quando percebeu que a amiga estava acompanhada.

– Quem é ele, Hina?

– Uzumaki Naruto! – disse o rapaz se apresentando. – Prazer em conhecê-la...

– Haruno Sakura.

– O que está fazendo aqui, dobe? – perguntou o Uchiha se aproximando.

– Teme! – disse Naruto abraçando o amigo – Estudando, né?

– Hn – disse o garoto - Administração?

– Claro, meu caro humano! – disse ele cruzando os braços e balançando a cabeça. – Ou elfo, Ent, Orc, sei lá... O que quiser. - disse o garoto sem jeito, coçando a bochecha.

Os dois riam sem parar, pareciam ser amigos de longa data.

– Seu amigo, Sakura-chan? – perguntou Hinata apontando para o Uchiha, agora que estavam mais afastadas.

– Acho que sim... – disse ela. – Eu meio que devo uma a ele.

– Como conheceu a laranjinha?

– Eu ajudei a donzela a enfrentar o armário feroz – disse o loiro zombeteiro se aproximando, fazendo Sakura revirar os olhos.

Os quatro já conversavam animadamente e o intervalo já estava quase no fim, quando devia a uma última piada uma coisa perigosa quase acontecera. Sasuke exibia seus dotes nerds com perguntas respondidas por Sakura, assim como Naruto e Hinata.

– Gosta de física, não? – perguntou divertido.

– Claro.

– Então, responde essa. – disse ele a olhando como se tivesse uma última carta na manga, aguardando para ser usada. – Por que o atrito e a resistência do ar foram ao psiquiatra?

Depois de pensar um pouco, a Haruno olhou para ele com um grande sorriso, algo como se dissesse “não foi dessa vez, Uchiha. Quem sabe depois?”

Porque eram muito desprezados! – disse a rosada fazendo uma cara triste e beicinho, fazendo todos rirem. Até mesmo o rapaz de olhos negros ficara contente, tanto que acabou a abraçando involuntariamente. Mesmo que rápido, aquilo foi o suficiente para atrair a atenção de uma ruiva. Sakura logo a reconheceu, era a mesma pessoa que a empurrara, a observara e agora estava ali, diante dela com um olhar ameaçador.

– Responda garota! – gritou com sua voz estridente. – O que está fazendo agarrada com meu namorado?

Uma batida na porta fez com que a médica voltasse à realidade, escondeu os relatórios na gaveta da escrivaninha e pediu para que a pessoa entrasse. Era Hinata, como sempre.

– Vim desejar boa noite. – disse ela tendo certeza de que vira a expressão amargurada da amiga transformasse em outro sorriso daqueles que ela odiava, pois sabia que Sakura estava sempre se controlando, quem sabe, até morrendo por dentro. Porém, raramente se abria com ela. – Já terminou?

– Sim – disse ela. – Só estava lembrando quanto nós costumávamos sorrir antes, além de como o Naruto era um cavalheiro... – disse revirando os olhos fazendo Hinata corar.

– Onde ele está? – Sakura perguntou.

– Numa reunião nos Estados Unidos – disse. – Fazendo contatos para a empresa.

– Administração deve ser uma tarefa difícil também... – pensou a rosada, sabia que a amiga sentia falta do namorado feliz e foi abraçá-la. Por outro lado, Hinata nem sempre sabia o que fazer quanto a Sakura, pois embora tivessem uma à outra, a médica estava sempre sozinha.

– Boa noite. – disse Hinata.

– Boa noite. – disse Sakura apagando a luz e deitando-se na cama. – Imagino se foi melhor assim... Sasuke-kun. – pensou ao virar-se para dormir, amanhã teria mais um dia cheio.


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Notas finais do capítulo

Guioza= Espécie de pastel Japonês.
Ganbatte= Se esforce! Trabalhe duro!

Então, o que acharam do capítulo?



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