Não fui para a escola nos próximos três dias que Evan ainda estaria na cidade, fiquei com uma gripe do diabo e não pude mais vê-lo, meu último contato com Evan foi uma mensagem de texto, quando ele me disse que já estava no aeroporto esperando por seu voo. Não me lembro muito bem da conversa, mas nós tentamos ignorar o assunto de ele ir embora, e foi bem ignorado.

Evan me disse que Luna estava grávida de uns dos cachorros da vizinhança e que a viagem seria muito difícil para ela, Evan comentou que estava com medo de ela não aguentar e morrer durante a viagem. Tudo estava tão duro, quanto para ele, quanto para mim.

A última coisa que ele me falou foi Eu te amo, que foi também a frase que eu o falei. E foi o fim de nossa conversa.

=======================================

Quatro dias depois de Evan partir, Kailane foi até minha casa, e não quis me responder a pergunta de como ela sabia onde eu morava, sentamos na grama do quintal de minha casa, analisei ela e Kailane usava um jeans preto, uma bota sem salto preta, uma camiseta vermelha e uma jaqueta preta. Aquilo me incomodou um pouco.

– O que diabos você fez com o seu estilo de roupa? - Perguntei, frustrada com a sua vestimenta.

– Eu quis dar uma variada.

Nós duas observavamos os pássaros no céu.

– As coisas ficaram um pouco chatas desde que Evan foi embora - Kailane mencionou - Sei lá, eu não era muito chegada nele mas, simplesmente ficaram chatas e cansativas. Devem ser ainda piores para você.

– Eu era a namorada dele, o que você queria? - Eu me sentiria mais á vontade se fosse Giselle de meu lado, ela me consolava bem. E Kailane estava me dando medo com aquela roupa.

– Não é mais? - Ela perguntou virando a cabeça para mim.

Desviei o olhar dela do meu.

– Sei lá, estou com medo de um de nós dois conhecer outra pessoa e acabarmos nunca mais nos vendo.

– Vou ignorar essa ideia - Kailane falou - Eu shippo vocês dois.

Eu acabei dando um sorriso para o céu.

– E você? Está conseguindo superar o seu ex?

Kailane suspirou alto.

– Bombons sempre ajudam - Ela respondeu se deitando na grama.

Eu ri.

– Para mim é pudim - Brinquei.

– Qualquer coisa que seja doce e gostosa ajuda.

Nós duas rimos.

– A Shailenne veio falar com você? - Ela perguntou, dessa vez olhando para mim.

– Ninguém veio falar comigo, muitos devem estar com a política que eu preciso de um tempo para me recompor sozinha.

– E é preciso você se recompor? - Kailane esticou os braços para cima, se espreguiçando.

– Não - Falei - Não sou tão dependente de Evan.

– Isso aí! - Kailane disse animada e estendeu a mão para mim, bati na mão dela, como se estivessemos comemorando uma vitória - Quem precisa de homens?

– Eu preciso do Evan - Declarei.

– Mas, você vive sem ele, não vive?

– Vivo.

– Então você não precisa dele - Kailane disse - Em certos modos...

Ela se levantou rápido.

– Vamos fazer alguma coisa de garota, sei lá, pintar as unhas e comer bombons - Kailane sugeriu - Não vamos ficar aqui contemplando a partida de Evan.

Me levantei devagar e nós duas fomos para o meu quarto, Kailane fez questão de ter algo bom para comer, levei um pacote de batatinhas.

Kailane fez uma trança em meu cabelo, quando ela terminou, começou a choramingar um pouco.

– O Harry adorava garotas de tranças... - Eu não sabia quem era Harry, mas era provavelmente o ex de Kailane.

Ela pegou várias batatinhas e colocou na boca.

– Pronto. Já estou melhor - Ela disse com a boca cheia.

Eu ri um pouco.

Kailane foi embora de minha casa algumas horas depois, e acabei ficando feliz com a visita dela, acho que o que eu mais precisava mesmo era de uma amiga que viesse e dissesse que eu não eu era a única sem meu namorado. Uma amiga que viesse e me tirasse dos pensamentos de o quão estava triste. Me tirasse dos pensamentos ruins e me colocasse nos bons. Acho que por causa disso comecei a ficar mais amiga de Kailane, não que eu tivesse começado á ignorar Shailenne e Giselle, por muito o contrário, acho que fiquei mais próxima de todas as três. Todas nos ajudávamos sempre de um jeito engraçado, como quando uma cai no chão, todas riem dela, mas mesmo assim vão lá e a ajudam á levantar, mas o chato era que eu era a que mais caía, mas também a que mais ria quando a outra caía.

Peter tentou ficar comigo muitas vezes, provavelmente planejava que ficasse comigo até que Evan voltasse, ele realmente tinha aprendido a lição de não encher mais eu e Evan. Não que tivesse um jeito de Peter ainda encher Evan, mas eu estava na mesma cidade dele, e eu acabava sendo uma vítima deseja, mas eu nunca caí em nenhuma de suas armadilhas, e então, depois de um tempo Peter nunca mais falou comigo.

Todo dia Evan me mandava uma mensagem que provavelmente custava uma vaca inteira que diziam como as coisas estavam indo na Inglaterra, um dia ele me disse que ficava com o celular suando na mão para receber uma mensagem minha. Evan nunca mudou de comportamento comigo, assim como eu nunca mudei o meu com ele.

Eu ficava me perguntando como seria a chegada de Evan, uma surpresa ou não. Sim, eu ficava fantasiando aquilo praticamente todo momento e acabei nunca me importando com isso, a ideia da chegada de Evan me deixava realmente muito feliz.

Evan ás vezes me mandava fotos, presentes e um dia encontrei um filhote de pastor alemão em uma daquelas gaiolas para cachorros, com a seguinte mensagem em um pápel amarrado em um barbante na coleira do filhote :

Estou confiando ele em você, espero que ele não tenha morrido no meio da viagem, assim como espero que você não o mate na primeira semana dele aí, com o jeito que você é, fico com medo. - Evan

Consegui ficar com o cachorro por ter implorado de joelhos para os meus pais para ficar com ele, e que talvez o cachorro me fizesse sair mais de casa para fazer exercício, mas ele era minha responsabilidade. Eu tinha uma vida em minhas mãos.

Outro dia, Evan me mandou uma mensagem de texto que me marcou :

Cada vez mais animado para te ver de novo.

Eu esperei por Evan o tempo que foi preciso.