Dragon Coaches escrita por Kathara Fernandes


Capítulo 4
Os Trovadores das Montanhas e as Canções dos Dragões


Notas iniciais do capítulo

Aos novos leitores, sejam Bem Vindos!

Após quatro anos de publicada essa história pela primeira vez, decidi fazer algumas alterações. Recomendo aos leitores de antes da atualização que releiam os 10 primeiros capítulos da história, pois houveram algumas mudanças significativas.

Data da Mudança/Atualização: 28/02/2019



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*Booom.* - Barulho de árvores caindo. 

  - UAAAGHT! GRRRR!!! 

  - Fica quieto, dragão teimoso! Vamos lá, Duda, puxe com força! É isso mesmo! – Bradley prende um dragão selvagem amarrando uma corrente em seu pescoço. – UAAAAGHT! Você vai entrar naquela jaula junto com os outros dragões selvagens, sua besta! AHHH! 

  Bradley joga o dragão selvagem numa jaula com outros dragões que já estavam dentro dela. 

  - Pronto! Esse foi o último, Bradley! – Afirma Duda. 

  - É isso aí, rapazes, vamos levar todos esses dragões até o stadium abandonado e depois vamos voltar para o esconderijo. 

  - Mas senhor Bradley, se deixamos todos esses dragões juntos e presos lá no stadium, eles vão estar muito irritados amanhã. – Fala um dos capangas. 

  - É. E se não conseguimos controla-los, vamos ter que chamar o lorde Kiuka e ele vai ficar puto se tiver que ir limpar a nossa sujeira! – Afirma o outro. 

  - Calma, calma! Vocês são um bando de bebês chorões! Nós vamos justamente deixar todos esses dragões irritados para que eles possam atacar o tal de Eron quando nós o atrairmos até o stadium. Aí o senhor Kyuka vai estar vendo tudo e vai se orgulhar de nós, homens! – Grita Bradley. 

  - É isso ai! – Gritam em uni som os outros capangas. 

  - Agora, trabalhem, temos que levar todos esses selvagens até o stadium antes de amanhecer. 

*** 

  - Bom dia, Mariana, Senhor Almeida! – Fala animadamente Eron. 

  - Bom dia, garoto! – Responde com o mesmo tom o pai de Mariana. 

  - Bom dia, Eron. Dormiu bem? – Pergunta Mari. 

  - Sim. Dormi feito um tronco! 

— Eu já imaginava... – Suspira Mariana. – Bem, temos pão, bolinhos, suco, ovos, cereal, leite. Tem de tudo. O que você vai querer de café? 

  - Hã... Eu acho que vou preparar um belo misto quente... 

  - Tudo bem. O pão está aqui e o queijo e o presunto ali. – Ela entrega o pacote com pães e aponta na direção da geladeira. 

  - Certo. E depois uma omelete, esses bolinhos com um pouco de geleia e para finalizar um prato de cereais com iogurte. O que você vai querer comer, Meline?! – Vai dizendo Eron. 

  - Espera um pouco! Você vai comer isso tudo?! – Indaga Mariana. 

  - Vou. Você ofereceu então vou comer. Além do mais estou em fase de crescimento, preciso comer bastante. 

  - Eu também estou em fase de crescimento, mas para cima e não para os lados. – Reclama em voz baixa Mariana. 

  - Hm, eu acho que vou comer só os bolinhos mesmo. Não estou com muita fome mesmo. – Fala Meline. 

  - Ok, se sirva. – Diz Eron, enquanto entrega a cesta com bolinhos para a dragão. 

  - Ei! Espera aí! – Grita Mariana tirando os bolinhos da boca de Meline. 

  - Qual é, garotinha?! Está querendo morrer?! Não se tira a comida da boca de um dragão! – Grita irritada Meline. 

  - O que foi Mariana? – Pergunta Eron. 

  - O que foi?! Parece quem está tentando morrer é ela! Escuta aqui, dragões não podem comer todas as mesmas comidas que as pessoas. Faz mal ao organismo deles. Inclusive ao seu, Meline. 

  - Mas a Meline gosta de bolinhos, Mari. – Afirma o garoto. 

  - Eu sei que ela gosta, mas assim como as pessoas não é bom comer tanto açúcar. Além do que o organismo dos dragões absorvem mais nutrientes que o nosso, logo mais açúcar, o que a longo prazo pode deixar a Meline muito, muito doente. 

  - Então o que você sugere que eu coma, garotinha? 

  - Bem, eu já imaginava que o Eron não cuidava tão bem de você, por isso eu preparei uma salada com frutas e cereais para você Meline. 

  - Ei! Eu cuido muito bem da Meline, Mariana. A gente treina, descansa e come bastante. – Exclama Eron. 

  - Não foi nesse sentido que eu falei. Estou falando das coisas de mulher! 

  - Como? – Indaga Eron. 

  - Ahaha. Você falou besteira minha filha. – Fala o pai de Mariana. 

— Ah, vocês entenderam o que eu quis dizer. – Afirma menina já ficando vermelha. 

  - Não. – Respondem todos em uni som. 

  - Vamos lá. Eu acho que o que a minha filha está tentando dizer, Eron, é que você se preocupa sim com a Meline e muito, da para ver nos seus olhos. Porém existem algumas falhas perceptíveis somente à visão de tratadores como eu e a Mari. Para se sair bem durante as batalhas é necessário o combustível cheio, certo?! 

  - Claro! – Responde animadamente Eron. 

  - Então uma boa alimentação é essencial. Portanto vamos dar um jeito nessa salada.  – O Almeida levanta-se da mesa com o pote cheio de salada nas mãos. – Primeiro, vamos descascar as frutas, pega um pouco de creme de leito fresco e bater com um pouco de mel cristalizado até formar um chantily. Agora, é só ralar todos essas barrinhas de cereais e polvilhar por cima do chantily e só colocar uma cereja flambada em cima e para finalizar, a decoração do prato será feito com blocos de frutas congeladas que eu preparei ontem. E “voilá”. Está pronta uma ótima salada. 

  - Uau, que lindo! E É uma delícia! – Afirma uma bem humorada Meline enquanto devora sua refeição. 

  - Ah, me dá um pouco também Meline! – Pede Eron se aproximando sorrateiramente da tigela de Meline. 

  - Sai pra lá seu usurpador. Fique com os seus bolinhos com geleia. 

  - Hahaha. Eles estão disputando a sua salada, Mari. 

  - Você quis dizer sua salada, pai... – Fala Mari num ar meio deprimido. 

  - Ô filha, não fica assim não vai, eu só estava... 

  - POR QUE PUTA QUE O PARIU VOCÊS DOIS DERRAMARAM GELÉIA NA MINHA BLUSA NOVA?! – Mariana se levanta em tom de raiva e ataca Eron, enfiando bolinhos na sua boca. – Agora você vai ver, seu... 

  - Não, para, Mariana! Meline guarde salada para mim. 

  - Se vire para você fazer a sua própria! 

  - Ahahahaha! Esses jovens. 

*PI PII PII PIIIIIIIII.* 

  - Hã?! 

*CHUÁÁÁÁ.* 

  - Por que está chovendo aqui dentro?! 

  - Não é chuva, idiota! Você esqueceu a droga da omelete no fogo! Esse é o alarme de incêndio! 

  - Ué?! Parou de chover?! 

  - Pronto. Já desliguei o alarme de incêndio. Ah, vocês jovens tem realmente muita energia. – Fala o senhor Almeida jogando vassouras, baldes e rodos em cima de Mariana e Eron. – Portanto limpem isso! 

  - É impressão minha ou seu pai está sempre com um sorriso no rosto?! – Indaga Eron. 

  - É só impressão sua mesmo, aquilo só pode ser considerado um sorriso no inferno... 

  - Entendo. - Eron dá uma pausa em seu sorriso. - Ah Mari, desculpa. O livro que você estava ficou todo molhado! 

  - Essa não! - Mariana recolhe o livro molhado da mesa. - Tudo bem, é um livro de contos, mas se fosse algum livro técnico, você ia.. 

  - Os Trovadores das Montanhas e as Canções dos Dragões.  

  - Você conhesse o livro?! Já leu? - Mariana se anima. 

  - Nunca li por mim só, mas lá na minha guilda todo mundo lia em voz alta. O velhote adorava recitar os poemas em voz alta. - Eron assume um semblante de saudade. 

  - Ele estava lendo de novo quando fomos embora. - Meline lembra. 

  - Sim! - Eron levanta a cabeça. - Esse é o original escrito pelo filósofo Zae?! 

  - É. - Mariana assente. 

  - Tenho uma proposta, você senta aí e lê o livro para eu ouvir enquanto limpo tudo sozinho, afinal fui minha culpa que sua cozinha está ensopada. 

  - Tudo bem. Os Trovadores das Montanhas e as Canções dos Dragões escrito pelo filósofo Zae, discípulo da grande sacerdotisa Valastia: 

É verdade que as eras desse mundo estão mudando de novo, sinto que logo tudo estará muito diferente. O incidente me deixou impossibilitada de fazer muitas coisas, por isso essa história será contada pelo meu discípulo. Nós provavelmente vivemos o que seria a segunda era desse mundo e apesar de nossa impotência frente à essas grandes forças, somos capaz de compreendê-la. Eu acredito que tudo começou há muito tempo atrás. 

Este mundo é dividido em quatro regiões, Norte, Sul, Leste e Oeste, cada um composto por dois pedaços grandes de terras, os continentes. No encontro dos oceanos dessas quatro regiões, literalmente, no meio do mundo, temos uma ilha, conhecida como Land Core, o berço dos dragões. 

Nos tempo passados, os dragões se espalharam pelas quatro regiões do Globo, de acordo com os climas que lhes eram favoráveis. A região Norte, a mais quente de todas, abriga, em sua maioria, dragões selvagens do tipo fogo. A Sul, que é a mais fria e úmida, tem sua maioria dragões selvagens do tipo água. No Leste, região de grandes planaltos e minas subterrâneas, temos os dragões selvagens do tipo Terra. E ao Oeste, onde o céu aberto não tem fim, temos os dragões selvagens do ar. 

Existem ainda mais três tipos de dragões, que são extremamente raros, esses não saiam de Land Core e viviam lado a lado com a população nativa da ilha. Nossos ancestrais, assim como os dragões também se espalharam pelo mundo, do mesmo jeito que há aqueles que decidiram ficar em Land Core para protegê-la. Guerras assolam essa Terra desde o início da primeira era e foi graças a mais uma que a maioria dos povos nativos de Land Core foram caçados e exterminados, possuindo hoje, pouquíssimos descendentes. 

"Sua cultura era perigosa" foi a desculpa. Apenas aqueles descendentes dos últimos povos de Land Core poderiam ter uma ligação de Dragon Coach com esses raros dragões. O resultado de seus vínculos poderia se mostrar algo tanto extraordinário quanto assombroso. 

Globalização é uma palavra que começou a ser usada no final dessa era com as grandes rotas comerciais, mas os dragões já a utilzavam há muito mais tempo que nós. Mesmo que cada região do mundo seja a Terra Natal de determinados tipos de dragões, as grandes migrações sempre os permitiram conviver em harmônia em qualquer lugar que desejassem. 

Dragões do tipo Fogo: 

Esses dragões são os famosos dragões antros ou bípedes, eles andam sob duas patas e possuem as asas unidas às patas superiores, como um morcego. Ou seja, eles possuem quatro membros no total, um par de pernas e um par de asas. 

São os menores dragões de todos, porém seu poder em fogo é muito potente. Entre os quatro tipos básicos de dragões, os do tipo fogo são os que possuem um maior poder de dominância do seu elemento. 

Um dragão de uma dupla classe A, é muito bem treinado e sua "cuspida" de fogo é extremamente potente, se não estiver preparada, outra dupla pode perder no primeiro ataque sofrido. 

Esses dragões se saem muito bem em batalhas contra dragões do tipo ar, seu tamanho pequeno aumenta sua velocidade e com seu alto poder de fogo conseguem alcançar e até derrubar a super velocidade dos dragões do tipo ar. Eles sofrem uma leve desvantagem em batalhas quando o oponente é um dragão tipo água, pois esses conseguem anular suas potentes chamas.  

Possuem cores vivas, como um amarelo dourado ou laranja, suas escamas são bem resistentes e alguns chegam a possuir pequenos chifres. 

Dragões do tipo Terra: 

São quadrúpedes, possuem os incríveis seis membros, com quatro patas e duas asas, assim como os dragões do tipo água e ar. 

Os tipo terra, são os maiores dragões que existem, suas escamas são as mais duras e eles possuem grandes chifres e garras poderosas. Por carregarem essa incrível armadura, que já é de nascença, os tipos terra também são os dragões mais lentos. 

Por serem tão pesados possuem asas grandes, mas não se engane, essas asas só são assim para que consigam erguer o enorme corpo de um dragão tipo terra, não sendo nenhum um pouco eficazes quando o assunto é velocidade. 

Diferente dos dragões tipo fogo, a maioria dos tipo terra não pode "lançar" nada pela boca. Mas alguns exemplares possuem variações do tipo terra e podem até lançar pequenos resíduos, como uma nuvem de poeira ou coisas parecidas. Mas a maioria luta com sua dura carapaça e com a manipulação de terra, rochas, pedras etc. 

Os tipos terras são muito eficazes em batalhas contra os tipo água, já que, basicamente, areia "suga" água. Em contrapartida possuem uma desvantagem quando o assunto é os tipos ar, sendo extremamente lentos, os tipos terra não podem com a super velocidade dos tipo ar, mas se derem a sorte de conseguir acertar um com uma enorme cabeçadas, podem ter uma chance. 

Esses dragões tem a cor meio amarronzada e amarela, lembrando a cor da terra.  Seus enormes chifres e escamas duras caracterizam a espécie do dragão. 

Dragão do Tipo Água: 

É o tão conhecido dragão Chinês. Seu corpo é alongado, mas ainda possui os seis membros, como os tipo terra, quatro patas e um par de asas. 

Usufrui de guelras e nadadeiras, o que permite a sua locomoção por debaixo d'água. Suas escamas são adaptadas tanto para água salgada quanto doce e também para o voo. Suas asas finas e alongadas, permitem uma rápida propulsão para entrar e sair da água com velocidade. Sua cauda, em formato de espada, guia o dragão como um leme, na água, e como a rabiola de uma pipa no ar. 

Tem também dois chifres alongados, que mais servem para fazer charme do que para uma luta. Sua coloração, geralmente, azulada não lhe é só cor. Azul é a cor da serenidade e harmonia, características que combinam bem com esses dragões, já que são os mais meigos de todos. Uma vez conquistada sua amizade é raro sua ruptura, porém nunca o deixe para trás, pois o quê são de fiéis, também são de rancorosos e quando traídos, guardam um enorme remorso. 

Nas batalhas, tem vantagens, obviamente, contra os tipo fogo. O "jato" de água que ele solta pela boca não só anula por completo um "lança chamas" de um dragão tipo fogo, como também tem força suficiente para causar um bom dano no seu oponente. E como já foi dito, sofre desvantagem contra os tipo terra. 

Dragão do Tipo Ar: 

Devo confessar que são os meus favoritos. São quadrupedes, como os tipo terra e água, com os seis membros básicos, quatros patas e um par de asas. 

Diferente de todos os outros tipos de dragões, os tipo ar não têm escamas, eles são recobertos de plumas e suas asas são de penas. Por isso são tão rápidos, tendo plumas e penas ao invés de escamas, eles são bem mais leves que qualquer outro tipo de dragão e com suas grandes asas leves, ele plana pelo ar atingindo velocidades inimagináveis. 

As penas no final de sua longa cauda o ajudam a controlar sua direção quando atinge altas velocidades, mesmo como o ajudam a pousar em segurança. Sua coloração varia entre branco para um azul esverdeado. Alguns possuem pequenas escamas, mas sua característica fixa são as asas de penas. 

Como já foi citado, são bons contra os tipo terra, sua alta velocidade supera, facilmente, a lentidão dos tipo terra, conseguindo driblar sua pesada armadura. Possuem uma desvantagem contra os tipo fogo. 

Dragão do Tipo Elementar: 

Os raríssimos dragões do tipo elementar são um dos três tipos raros de dragões que só podem ser encontrados em Land Core. 

Há uma lenda regida sobre esse tipo especifico de dragão, surgido há muito tempo mesmo, há mais tempo do que os seres humanos habitam esse mundo, antes da primeira era começar. E quando essa Terra surgiu, teria surgido nela dois dragões, um belo macho e uma fêmea. Eles estavam numa ilha, que parecia ser, aparentemente, no centro do mundo. Aqueles dragões eram os "guardiões" desse mundo, sobrevoavam o que hoje seriam as quatro regiões que dividem o mundo, e enquanto faziam seus voos, esses dragões foram se adaptando a essas regiões. Suas asas e seus corpos eram fortes e resistentes, como as de um tipo terra, suas garras e escamas aguentavam altas temperaturas, como os tipo fogo, da ponta de suas cabeças até a ponta de suas caudas, eles possuíam espinhos, que mais pareciam guelras e nadadeiras, possibilitando a locomoção na água, como os dragões da água, suas caudas eram recoberta de penas, o que os ajudavam a atingir altas velocidades, como fazem os dragões do ar, debaixo de seus pescoço, haviam plumas, que os aqueciam em regiões muito frias, como acontece com alguns tipo gelo. Porém de suas bocas não saia fogo, água ou gelo. Os dragões eram considerados "guardiões", pois eles controlavam os violentos mares, vulcões, furacões e terremotos que aconteciam na era pré-histórica desse mundo. E para execução de tais proezas, como fazia o "Rei dos Deuses Gregos", Zeus, esses dragões soltavam raios de sua boca. Com um feixe de luz com alta concentração de energia, esses raios controlavam a natureza. Assim como "O Rei dos Deuses" fazia, faziam o "Rei e a Rainha dos Dragões", eles controlavam os raios da tempestade e com isso faziam toda a mãe natureza se curvar diante de sua nobreza. 

Esses dragões tiveram sete filhotes, que originariam os setes tipos de dragões que existem hoje. Os quatros mais novos eram Ária, a dragão pura do tipo ar, Netuno, o dragão puro do tipo água, Gaia, o dragão puro do tipo terra e Hefesto, o dragão puro do tipo fogo, nessa ordem. Entre o grupo mais novo e o grupo mais velho, nasceu Atali, a dragão pura do gelo. E no grupo dos primogênitos, havia dois irmão gêmeos, Meliniano e Niflheim. Meliniano era o segundo descendente na liagem do raro dragão elementar, enquanto que Niflheim, era o dragão puro do raio. 

Ambos os irmão foram criados e treinados igualmente para que um dia se tornasses dois guardiões. Meliniano ajudava na educação de seus irmãos mais novos e era gentil com suas irmãs. Apesar de sempre ter treinado e estudado da mesma forma que Niflheim, Meliniano era melhor e não demorou muito para conquistar a atenção e o orgulho dos pais. Mas Niflheim não se importava, amava seu irmão da mesma forma, se esforçava para acompanhá-lo e recebia o reconhecimento do seu irmão e de seu pai, quem os treinava. 

E foi na época que os humanos foram surgindo, no início da primeira era, que Niflheim começou a ter contato com pessoas, olhava elas de longe e aprendia seus costumes. Parou de estudar e de frequentar os treinos e um dia se aproximou dos humanos, conheceu um jovem príncipe e foi naquele dia que as correntes do destino começaram a fluir e o primeiro encontro entre um dragão e seu treinador foi selado. 

E com o passar do tempo eles foram se conhecendo, o ambicioso homem lhe contava suas angustias e sua inveja. Dizia que tinha um irmão mais velho e mesmo sendo melhor em tudo que eles praticavam, seria o mais velho que se tornaria rei. E isso o deixava furioso, dizia que um dia pretendia matar o irmão mais velho e se tornar rei. Niflheim perguntará o porquê de ambos não poderem ser reis e a resposta foi simples: "Não se pode haver duas pessoas ou dois dragões iguais, no mundo só há espaço para um rei... E um guardião também, cuidado Niflheim. Esse seu irmão vai acabar te deixando para trás!". Aquelas palavras acabaram por acertar Niflheim de uma forma tão profunda que nada nem ninguém poderiam o fazer voltar a ser o que era antes. 

"Um rei." 

O pacto de Dragon Coach é algo perigoso. Apesar de terem seu tempo de vida aumentado em dez vezes, estar ligado a um treinador é uma preocupação constante para um dragão. Saber que se algo acontecer com seu treinador, você não só irá sentir sua dor, como também poderá chegar a morrer, quando o inverso não é realidade, é aterrorizante. 

Niflheim ajudou o príncipe a matar o seu irmão e o garoto se tornou rei. Mas a atitude de Niflheim não passou despercebida, quando seu pai soube o que estava fazendo, ficou furioso e destruiu o castelo do rei, matando-o junto. Por alguma razão Niflheim não morreu com a morte do seu treinador, foi simplesmente arrastado para casa pelo seu pai, de onde não deveria mais sair, mas afinal aquilo não era atitude de um dragão, nem de um guardião. Eram sentimentos Humanos. 

Os anos foram passando, seus pais faleceram, seus irmãos mais novos se espalharam pelas quatro regiões, com exceção de Atali, que permaneceu em Land Core e de Meliniano, que se tornou o novo e ÚNICO guardião. E era obvio que Niflheim não aceitou isso, pois se julgava o único capas de ser guardião, já que havia nascido alguns momentos antes. Deveria ser o primogênito. Mais uma palavra Humana. 

Desde o incidente com seu irmão e seu pai, Niflheim guardava um rancor terrível de Meliniano, passará a odiá-lo. E tanta raiva e inveja guardados e apodrecendo dentro de si, fizeram o dragão desenvolver uma dominação sobre um diferente elemento. O seu raio, antes claro e límpido, se manchou, ficou negro e apodrecido de ódio. A raiva era tanta que Niflheim não aguentou, desafiou o seu irmão, com a intenção de se tornar o guardião e de matá-lo. Mas seu ódio o fizeram sucumbir. Diante das habilidades de Meliniano, não havia nada que ele poderia fazer. Sua nobreza e aura era algo que o dragão das sombras não podia entender. O medo passou a ser seu único companheiro, a dor e a morte um fardo que ele estaria fadado a carregar e o ódio... O ódio seria sua única fonte de poder. 

Niflheim foi selado em Land Core. A aura e nobreza de Meliniano foi passado aos nativos da ilha e seu espírito e tornou infinito. Os nativos de Land Core passaram a proteger o selo e a cada nova era um descendente puro do dragão tipo ementar teria seu destino cruzado com um descendente do povo nativo de Land Core. Atali seguiu Meliniano, permanecendo em Land Core. E sua linhagem, também seria concedida, somente, ao povo nativo da ilha. 

E o resto só a história dirá. Me foi dito que o dragão elementar pode controlar todos os elementos e vai aprendendo isso por estágios. Primeiro o ar, depois a água, seguido da terra, do fogo e do gelo até chegar ao raio. 

Dragão do Tipo Gelo: 

A partir das lendas e histórias que ouvi percorrendo o mundo, o dragão de gelo tem o físico mais bonitos entre todos os dragões. Eles possuem escamas brancas como a neve e alguns possuem algumas plumas para se aquecerem nas regiões mais frias. Suas asas não são de penas e sim de cartilagens e ossos, apesar de que já existiram espécimes que possuissem algumas penas e plumas na ponta da cauda, o que lhe dá estabilidade ao voar. 

E ao contrário dos dragões tipo água, os tipo gelo são extremamente ríspido, não tem muita confiança nos outros, nem dragões nem humanos. Porém toda essa rispidez é deixada de lado quando ele está com o seu Coach, dando-lhe bastante confiança e gratidão. 

Cuidado com o raio de gelo que esse dragão pode lançar. É capaz de congelar até uma cidade inteira. Esses dragões tendem a ser mais fortes que todos os outros quatro básicos. Também possuem desvantagem ao lutar contra um dragão elementar ou se lutassem contra o dragão negro, Niflheim. 

Dragão Negro: 

Os registros que encontrei sobre esse dragão em minhas jornadas não foi muito esclarecedor. Os povos do Leste têm uma cultura um pouco diferente da do resto do mundo, em suas epópeias, ilíadas, mitos e passagem religiosas, eles citam grandes tempestades cujo o olho coincide com o olho de todos os oceanos. Eles acreditam que o grande dragão negro ainda está selado em Land Core, apenas esperando pelo seu próximo Coach. 

"Um rugido luminoso. A potência de mil raios e de cem estrelas caídas. Grandes asas manchadas. Só um homem perdido montaria tal dragão." Assim era a descrição de Niflheim que ouvi no Leste e, certamente, a que mais me intrigou. 

*** 

  “Arf, arf, arf... Eu estou quase lá na guilda, espero que o Eron ainda não tenha saído. Eu quero muito aprender com ele.” Pensa Kevin. “Ele tem tanta coisa para me ensinar, tenho certeza de que se eu treinar com ele vou me tornar muito mais forte!” 

  - Opa! - Kevin tropeça em alguma coisa e cai no chão deixando seu marcador de pontos voar longe. 

  - E aí, garoto?! Como é que vai? 

  - B-Bradley?! – Kevin tenta se proteger, enquanto Bradley pega o seu contador do pontos que estava no chão. – E-Ei! Me devolve, isso é meu! 

  - Ou o quê?! Vai começar a chorar de novo?!! - Bradley solta uma alta gargalhada. - Ouviram essa, rapazes?! O pirralho vai chorar se não devolvermos o contador dele! 

  Um grupo de adolescentes cerca Kervin, que ainda se encontra caído no chão, todos acompanhados por dragões. 

  - Pois é, nanico! 

  - O que você vai fazer agora? 

  - Vai chorar de novo?! 

  - Nã–Não me machuquem! – Grita desesperadamente Kevin. 

  - Pode relaxar garoto. O que queremos não é você! – Fala Bradley. – Queremos é o Tsagani! 

  - O que vocês querem com ele? – Pergunta o amedrontado Kevin. 

  - Duelar. Se quiser isso aqui de volta... – Bradley mostra o contador de pontos. – Diz para o Eron nos encontrar no stadium abandonado na fronteira da cidade. Se ele vencer o duelo, então te devolvemos isso aqui! 

  - Hahaha. Eu só acho difícil ele conseguir vencer. – Fala um dos adolescentes para Kevin. 

  - Pois é. Vamos embora galera! 

  Então todos montam em seus respectivos dragões e levantam voo deixando somente um Kevin caído no chão. 

  - Espera! E o que vai acontecer se ele perder?? – Grita Kevin. 

  - Bem, reze aos céus para isso não acontecer! Gahahaha! Duda, abalo sísmico! – Bradley dá uma gargalhada enquanto Duda lança pedras na direção de Kevin, que acertam em cheio. – Tchau, nanico! 

  - Nght. – Com o impacto Kevin é afastado para traz.  – Hã?! – Ele abre os olhos e com a dispersão da poeira ele consegue ver um dragão em pé. – S-s...SOPHY!!! 

  - Ah, que bom que você não se machucou muito Kevin. – Fala Sophy ao cair no chão inconsciente. 

  - SOPHY! – Kevin corre até a sua parceira em meio de lágrimas. – Você vai ficar bem Sophy, você vai ver, a Mariana vai dar um jeito. Eu vou te levar para guilda agora. Aght. Arf, arf. Eu vou te levar, a guilda está aqui perto... 

*** 


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Notas finais do capítulo

Obrigada por concluir o quarto capítulo de Dragon Coaches!

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