Dark Paradise escrita por GG


Capítulo 1
"It's like a dark paradise..."


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoas! Já disse nas notas lá acima que encontrei essa oneshot perdida entre algumas fanfics antigas e eu gosto dela, por isso decidi postá-la. Espero que gostem, boa leitura ♥



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Cato Ruthless apertou a espada contra a mão com força, sabia que isso lhe provocaria um ferimento mas não importava, ele queria ter algo em que se concentrar, mesmo que fosse a própria dor, ele apertou os olhos, pressionando as pálpebras umas contra as outras, mas sempre que ele fechava os olhos ele a via.

Desde que Clove morrera, por causa de Tresh, Cato sentia um vazio terrível no peito, como uma ferida aberta e pulsante, a cada instante que tentava dormir e descansar ele passava a ter pesadelos com aqueles olhos negros como a noite, que aos poucos iam perdendo o brilho e a vida habitual, tornando-se mórbidos e mortos.

Na última vez que tentara dormir ele tivera um pesadelo, ele vira Clove, sua Clove, gritar seu nome desesperadamente, a garota agarrava-se á esperança de que ele iria ao seu encontro e iria salvá-la, mas ele fracassara miseravelmente, ele chegara tarde demais, ele lembrava de ter acordado gritando, não importava se ia chamar a atenção de Peeta e Katniss, que eles viessem.

Todos os meus amigos me dizem que

Eu deveria seguir em frente

Estou deitado no oceano, cantando a sua música

Ahh, foi assim que você cantou

Amar você para sempre, não pode estar errado

Mesmo que você não esteja aqui, não passará

Ahh, foi assim que nós tocamos

Certa vez, quando Cato ainda era uma criança e havia acabado de perder o pai, a mãe dele lhe dissera que era relativamente fácil afastar a dor, a tristeza e a saudade, era só você se concentrar nos bons momentos que tivera com as pessoas, e era isso que Cato estava tentando desesperadamente fazer, tentava lembrar de cada momento que tivera com Clove.

Não que estivesse dando muito certo, mas ele se sentia um pouquinho melhor. Começou pelo instante em que a viu pela primeira vez, quando Clove ainda era uma garotinha de 6 anos de idade que odiava ser chamada de 'baixinha', ela sempre lançava olhares ameaçados, os pais de Cato e Clove eram amigos por isso eles eram bastante próximos.

Lembrava-se vividamente da primeira vez que ela fora ao Centro de Treinamento, quando tinha ela tinha oito anos de idade mas parecia ter uns cinco por causa do tamanho, Cato lembrava de ter rido da cara dela quando ela errou os alvos miseravelmente, e lembrava da expressão de raiva e ódio no rosto da garotinha de oito anos, não era normal. Conseguia lembrar também da expressão satisfeita e discreta da garota quando ela passou a acertar todos os alvos com as facas, "Ela nunca erra.", dissera alguém pouco importante, e o murmúrio foi repercutindo, todos diziam isso quando Clove se aproximava, ela era a garota que nunca errava.

E agora ela estava morta.

E não há remédio para a memória, o seu rosto é como uma melodia

Não vai sair da minha cabeça, sua alma está me assombrando

E me dizendo que está tudo bem

Mas eu queria estar morto

"Concentre-se, Cato, concentre-se.", Cato censurou-se, estava começando a falar sozinho mas pouco importava, voltou a concentrar-se nas lembranças. Folheava-as como quem folheia as páginas de um livro.

Passou a lembrar de um aniversário de Clove, o aniversário de 10 dela, ela pedira um conjunto especial de facas para os pais dela, e Cato, só para provocá-la, escolhera levar-lhe uma boneca de porcelana, quando ele lhe entregou a boneca, Clove, para sua surpresa, sorriu largamente e lhe deu um abraço, pela primeira vez.

Oh, como ele queria aquele abraço novamente, ele só queria isso, um outro abraço. Agora o rumo das lembranças mudou mais uma vez para o pior momento de sua vida, quando ele chegou até quase, quando ela estava quase morrendo, ele se aproximou e pôs a cabeça da garota em seus braços, segurando-a como se ela fosse uma criança.

"Clove, me.... me perdoe.", ele havia engasgado com as palavras como se fosse ele quem estivesse morrendo e, na verdade, ele estava morrendo também, aos poucos, era como se as melhores partes de Cato Ruthless estivessem partindo junto com Clove.

"Não há o que se perdoar, Cato.", ela disse delicadamente, ela nunca falava naquele tom de voz, e a intensidade das palavras surpreendeu Cato, ele sorriu como quem se desculpa, "Poderíamos ter vivido tantas coisas.", ela disse meio sonhadoramente.

"Poderíamos não, Clove, nós vamos, diga que vai aguentar.", ele implorava e tentava segurar as lágrimas, ele queria pedir que ela continuasse ali, com ele, mas sabia que ela não tinha como fazer isso, ela chorou, deixou que as lágrimas salgadas o molhassem.

"Você não pode vencer, Cato, e você sabe que estou morta de qualquer jeito.", ela disse de um modo sombrio, os olhos negros fitando-o.

Aqueles olhos negros....

Toda vez que eu fecho meus olhos

É como um paraíso sombrio

Ninguém se compara a você

Tenho medo de que você

Não estará me esperando do outro lado

Toda vez que eu fecho meus olhos

É como um paraíso sombrio

Ninguém se compara a você

Tenho medo de que você

Não estará me esperando do outro lado

Pareceu que dias tinham se passado, mas apenas uma noite e um dia se passara, ele levantou-se ao escutar um barulho infernal, algo pesado e ameaçador se aproximava, ele levantou-se cambaleante demais e antes de começar a correr ele viu do que se tratava.

Os Jogos estavam parados demais então tinham mandado uma mutação, Cato tentou lembrar o nome, era.... Bestante, isso, mas o bestante parecia um demônio exceto por um detalhe, os olhos, eram os olhos dela, os olhos de Clove estavam ali, ele podia jurar, e foi isso que o destruiu ainda mais, ele começou a correr.

Cato corre e dá de cara com Peeta e Katniss, a garota lança uma flecha na direção de seu peito mas sua armadura a repele, ele continua correndo e sente que os dois estão nos seus flancos.

As criaturas continuam a sua caçada aos tributos sobreviventes, Cato desesperado para salvar-se, correndo, correndo e correndo o mais rápido possível, todavia ele tropeça e é ferido na panturrilha, ele continua sua corrida passando a frente de Katniss e Peeta mais uma vez. Cato corre para a Cornucópia e a escala com rapidez, ele observa exausto Peeta e Katniss subirem desesperadamente. Cato xinga baixinho, consumido pela cãibra, fatigado.

Os cães se organizam tentando subir, Cato lembra automaticamente daquele Bestante com os olhos de Clove, eles o fitavam intensamente como se pedissem vingança, justiça, eles clamavam.

Depois de alguns instantes, Cato se recupera e agarra Peeta, fazendo-o de refém, Peeta ofega assustado automaticamente. Peeta arranha o braço de Cato tentando libertar-se do aperto firme, Cato tenta decidir se é melhor manter a respiração calma ou se deve cuidar de Peeta.

Everdeen mira uma das últimas flechas na direção de sua cabeça, um aviso, uma ameaça, algo como um lembrete. Cato ri fracamente, cansado demais para soltar uma genuína gargalhada.

"Atire em mim e ele cai comigo.", ele ameaça, sorridente, Peeta depois de alguns instantes parece se recuperar e faz um "x" na mão de Cato, o sorriso de convicção dele desaparece automaticamente, Katniss atira uma flecha bem ali. Cato grita e por reflexo liberta Peeta, Cato caí na direção dos cães e o último pensamento vaga até Clove.

Toda vez que eu fecho meus olhos

É como um paraíso sombrio

Ninguém se compara a você

Tenho medo de que você

Não estará me esperando do outro lado

Toda vez que eu fecho meus olhos

É como um paraíso sombrio

Ninguém se compara a você

Tenho medo de que você

Não estará me esperando do outro lado


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