Otona Ni Naru Ga Kowai! escrita por Assa-chan


Capítulo 7
O articulo




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- Maka! Abra a porta, Maka! - um homem ruivo batia as mãos contra a porta com o rosto cheio de lágrimas - O papai voltou, venha me dar um abaraço!

- Cale a boca e vá embora, velho! - a loira respondeu do outro lado da entrada, escorada de costas pra mesma - Eu disse que não deveria vir. Como foi que conseguiu meu endereço?

- Isso... - ele parou de berrar, juntando as sobrancelhas - Digamos que seja uma informação confidencial.

Spirit Albarn tinha acabado de voltar pro Japão e por algum motivo fora diretamente para o apartamento de sua filha naquela manhã de sábado. Cinco dias se passaram desde que Alfred Gimberg chegara à ilha nipônica, e Maka, rejeitando a possibilidade de se envolver com Death the Kid, não havia avançado de sequer uma palavra em sua tese.

- Certo, eu vou abrir. - a Albarn convenceu-se após meia-hora de gritos - Então afaste-se da porta e cale a boca!

- O-Ok... - ele respondeu, obedecendo-a enquanto limpava o rosto com o ante-braço.

Maka abriu a porta e os olhos de seu pai se iluminaram; faziam quase seis anos desde a última vez em que a vira, e a garotinha que ele estava acostumado a adorar tinha se tornado uma mulher belissima e extremamente parecida com sua mãe.

- Ma-Maka... - Spirit esticou os braços, e a loira se conteu para não bater a porta na cara de tal homem - Você ficou linda! - completou, envolvendo-a em um abraço que não fora sequer minimamente correspondido.

- O que este homem faz aqui? - os dois olharam para o lado, vendo o mais jovem dos Evans de pé no corredor. Os óculos escuros, a roupa despojada e a jaqueta que cobriam seu corpo não conseguiram esconder sua identidade.

- S-Soul? - Maka empurrou o ruivo - Eu achei que iriamos nos ver só mais tarde. Ele veio sem minha permissão.

- Hm. - resmungou, dando alguns passos até poder segurar o pulso da Albarn - Certo, agora vamos nos divertir. - Soul começou a arrastá-la pra dentro do apartamento - Mande-o embora antes que eu arranque sua cabeça.

- Ei, garoto! - Spirit exclamou, fazendo-o parar - Você anda aproveitando de minha filha?

- Ah, sim. - ele voltou-se com um sorriso cinico estampado no rosto - Deve doer, né? Ver pessoa que você mais gosta ser levada assim, sem poder fazer nada. Mas fique tranquilo, eu não machuco mulheres. - Soul segurou o queixo de Maka, selando sua boca por um ou dois segundos enquanto o sangue do ruivo à frente dos dois fervia por baixo da pele - Ela tem um gosto bom demais para que eu a deixe ir assim, sem aproveitar bem antes.

- Maka, como deixa ele dizer algo do gênero?! - o pai dela perguntou, controlando-se.

Maka permaneceu calada. Ela sabia o quanto seu namorado tinha sofrido por conta de seu pai, e não se importaria em ser usada em sua vingança. Por mais que o modo em que ele a tratava como um objeto doesse, não tinha o direito de reclamar. Eles se apaixonaram mesmo tendo um abismo no coração do Evans contra Spirit que os separava.

- Ahh, - Soul supirou, soltando Maka e colocando as mãos nos bolsos - Você não deve me reconhecer. Passou muito tempo no éstero, né? Então deixe-me te dar uma pista. - ele fez uma pausa, e a loira encostou-se contra a porta ainda aberta - Michiko Evans.*

- Você... é um dos filhos dela? - seu semblante repentinamente se fez sério, quase arrependido - Como ela está?

- Estaria melhor se nunca tivesse te conhecido, seu filho da puta! - Soul tirou uma das mãos do bolso, levantando-a e serrando os dedos em um punho, pronto para acertar Sprit com toda a sua força. Como ele poderia ter a cara-de-pau de ainda perguntar o estado da pessoa que teve sua vida destruida pelo mesmo?

- Soul, não! - Maka segurou seu braço, quase pendurando-se ao mesmo - Ele é policial, Soul! O machucar te traria problemas. - ela fechou as palpebras com força, enquanto o Evans não mudava sua posição. Ela sabia muito bem que ele poderia empurrá-la a qualquer momento e partir pra cima de seu pai, então lhe sobrava somente convencê-lo com palavras - Vem, entra. - Maka puxou-o ao ver que havia cedido - Pai, vai embora.

O ruivo manteve os lábios retos e os olhos verde-água inértes. Ele merecia aquele golpe, e sabia muito bem disso. Acenou com a mão, decidindo ir embora. Iria brigar por Maka quando se sentisse menos em culpa.

Soul adentrou a casa, dando um soco contra a parede e escondendo os olhos por trás da franja. Maka fechou a porta, ainda pensando em um modo para controlá-lo.

- Ei, não destrua a casa dos outros. - a loira tentou aliviar a situação, mas foi inútil.

- Maka... - o homem apoiou o ante-braço ao mesmo muro em que tinha acabado de bater, pondo a cabeça sobre o mesmo - Eu não posso perdoá-lo! Minha mãe... Ele acabou com a vida dela! Eu quero matar aquele desgraçado, mesmo sendo seu pai. Eu sou um ser desprezivel, Maka. Eu simplesmente não consigo esquecer minha vingança.

Ela deu um leve sorriso de compreensão. Não queria que ele a odiasse, mas não desejava que se vingasse de seu pai apesar de também odiá-lo.

- Então deixe-me te consolar... - Maka abraçou-o por trás com o semblante triste, sabendo que era a única coisa que podia fazer naquele instante - Com meu corpo.

Soul virou-se pra ela - que havia se separado do abraço -, tirando os óculos escuros. Os olhos carmim se reduziam a duas brechas finas com as sobrancelhas grisalhas que, juntando-se, davam ênfase aos sentimentos que estes continham; desejo, medo, ódio. E talvez algo a mais que a garota não pôde decifrar por falta de tempo, pois quando notou a lingua do Evans já havia invadido sua boca de forma feroz, faminta, incontrolável.

Encostou-a à outra parede, tirando sua própria jaqueta e em seguida abrindo o ziper posterior do vestido dela, que deslizou até chegar ao chão. Maka passivelmente sentia-se vasculhar pelas mãos experientes do namorado, percebendo que ele parecia ligeiramente mais violento que o de costume.

As roupas dos dois logo se espalharam pelo corredor até alcançarem a mesinha da sala, onde Soul a desfrutou primeiro, antes de passar pelo sofá e enfim chegar à cama.



Cheirou a manga da própria blusa; por mais que fumasse, não aguentava o odor de tabaco que suas roupas ganhavam. Arqueou as sobrancelhas e massageou as têmporas. Tinha sido violento demais aquela manhã com Maka, e só o notou quando saiu de sua cama e a observou com algumas marcas roxas pelo corpo e uma bagunça infernal em seu quarto e sala.

Entretando, aquela raiva era quase incontrolável. E Soul precisava descontar em alguém, por mais que a vitima tenha sido a pessoa que ele mais amava.

Colocou as mãos nos bolsos assim que chegou na frente do prédio e percebeu que seu carro tinha sumido. O porteiro correu até ele, dando-lhe um papel. Ele leu sem muita vontade, agradecendo com um simples gesto o homem que logo voltou para seu trabalho. Parecia que o automóvel tinha sido rebocado por ter sido estacionado ali por mais de uma hora. Bufou, franzindo a testa e amassando a folha. O celular e a carteira tinham ficado lá dentro.

Olhou para a janela de Maka de soslaio; ela ainda deveria estar dormindo, e não queria ver de novo o que tinha feito a ela. Seria doloroso. A fato é que o Evans, naquele momento, se sentia ainda pior que Spirit.

Iniciou a caminhar a passos lentos, percebendo que não tinha escolhas. Tinha algumas moedas dentro do bolso, portanto poderia ligar pra casa para lhe madarem um carro assim que achasse uma cabine telefonica.

Depois de andar por quase um quilômetro, Soul distraidamente parou de frente para uma banca de jornal. Olhou para cima, suspirando. Seria possível que ninguém mais usasse telefones públicos ao ponto de terem deixado de existir?

Estava quase pedindo o celular do senhor sentado por trás das várias revistas colocadas em modo aleatorio quando escorreu os olhos para cima, encontrando algo de extramente inusitado; um outdoor com uma foto gigantesca de Maka abraçada a Kid. Tirou o óculos escuros, ainda incrédulo. Entretanto, não tinha errado. Mas quando diabos é que ela fez essa foto?, perguntou-se internamente, jogando os óculos ao chão e pisotando o mesmo com força.

- Ei, velhote! - Soul Eater se aproximou à banca - Sabe me dizer se essa foto é recente? - ele apontou para o cartaz às suas costas, rezando para que não fosse aquilo que ele estava pensando.

- Eu... Já te vi por ai, meu jovem?

- Responda à minha pergunta.

- Ah... - ele arqueou a sobrancelha, tentando lembrar o que o rapaz tinha acabado de dizer - Bem, é recente sim. Trocaram a propaganda essa manhã. - o homem passou a mão em umas revistas que estavam pelo chão, pegando uma embalada e olhando sua capa - É essa aqui, a Sho-comi. - ele estendeu a mão com a revista - Essa modelo é bem bonita, né? A grande maioria dos criticos dizem que ela vai ser uma estrela daqui a pouco. Ah, e parece que ela é a nova namorada de Death the Kid.

O Evans rasgou com força o plástico, dizendo que iria pagar o homem pela revista. Folheou-a rapidamente, procurando as páginas com as fotos. - Kyoto. - leu em alta voz ao encontrar o que queria - Aonde tem escrito que eles são namorados? - indagou, passando uma mão pela testa em uma tentativa de se controlar.

- Aqui. Era o que eu tava lendo. - ele lhe deu a revista na página certa, e Soul começou a lê-la com um semblante extremamente irritado.

"A nova paixão do herdeiro?

Parece que o conhecido "mulherengo" Death the Kid atacou de novo.
Depois das fotos para a revista Sho-comi em meio à multidão de Kyoto, Death the Kid e Maka Albarn (Foto), modelos da agência Higurashi, passaram uma noite romântica no hotel Sakuragawa. Nas fotos podemos ver que os dois jantaram ali mesmo e que voltaram pro quarto juntos. Fontes confirmam que eles chegaram juntos ao estabelecimento às 18h30min e que reservaram o mesmo quarto. Nada..."

- Então quem mordeu ela foi esse filho da puta! - Ele parou de ler ali mesmo, rasgando a página com ódio. O homem o olhou assustado, no entanto Soul se limitou a jogar o dinheiro que tinha consigo em cima do mesmo, puxando o braço da primeira pessoa que viu e pedindo-lhe o celular.

Instantes depois uma limousine negra parou de frente para ele, e um choffer saiu de lá de dentro, abrindo-lhe a porteira traseira e fazendo o mais joven dos Evans entrar.

- Minha vingança vai ser lenta e dolorosa, Kid. - murmurou assim que adentrou o carro, juntando as sobrancelhas. Dessa vez, ele não iria perdoar.


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Notas finais do capítulo

E o que o Soul vai fazer agora, ein? XD
AHHH, desculpas pela demora! Mas eu me enrolei por ter muitas fics pra escrever. @3@
Obrigada à quem ler, e por favor, deixem reviews!