Good Night Sweetie escrita por Pudding Storm


Capítulo 1
Os cinco terrores


Notas iniciais do capítulo

~



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_ ... o que? Tem... uma casa aqui no meio do nada. - a pequena garotinha ajeitou sua touca azul e olhou meio receosa e com um pouco de curiosidade para a velha e escura mansão à sua frente. Subiu sua blusa de frio cinza e ajeitou as luvas azuis.

Ela, hesitante e confusa, sem restar mais opções, seguiu em frente e bateu cuidadosamente na porta, que fez um barulho irritante.

_ ... Espero que aqui tenha alguém... e que ele possa me ajudar... - murmurou, gemendo de frio.

Depois de algum tempo, a porta rangeu, e um homem alto e pálido, com olhos frios e sedutores de cor azulada penetrante e olheiras por debaixo deles, apareceu. Este vestia um terno meio rasgado preto e púrpura, e luvas sujas, meio avermelhadas. Seu cabelo estava desarrumado e com o vento frio e cortante ele balançou, era de um tom escuro, lembrando ébano. Ele a olhou.

_ Ora... - ele disse baixo, porém sedutoramente. - ... o que uma criança humana faz em um lugar desses... sozinha? - seus gélidos olhos brilharam levemente.

_ ... A-ahn... o-o senhor, poderia me ajudar? ... - ela hesitou um pouco, estava com medo daquele ser. - ... e-eu... queria saber onde fica a delegacia mais próxima.

A menina se assustou ao sentir a mão do homem apertarem suas bochechas, firmemente, tanto, que começou a machucá-la.

_ ... - ele ergueu levemente a cabeça dela, para encará-lo melhor. - Uma criança humana tão pequena e imatura, mas com uma fala já tão cheia... impressionante... Você, menina... quer uma delegacia, certo? ... - ele sorriu de um jeito estranho, um tanto desnecessário. - ... eu te mostro uma... fica logo ali... siga em frente, vire a direita, esquerda, reto, direita, reto, esquerda, esquerda, meia-volta, norte, depois oeste, siga o círculo, e a estrada de madeira... você chega lá se seguir isso...

_ ... - ele soltou as bochechas, agora vermelhas da criança. Ela deu um passo pra trás. - C-como? Está confuso...

_ Eu já te disse uma vez... - ele pôs o dedo indicador na frente da boca. - Não vou dizer de novo... eu tenho um tempo precioso, e não tenho espaço para crianças estúpidas, e perdidas...

_ ... O senhor é muito grosso! - ela se sentiu ofendida.

_ Grosso? Uma estúpida criança humana vem a bater minha porta, da minha casa, me pedir uma informação que ela deveria saber, dou as instruções e ela ainda vem reclamar da minha atitude? - ele a olhou de cima a baixo, observando cada expressão dela. - ... francamente...

_ ... A-ah... - ela ficou sem palavras. - ... M-mas... v-você, é... o senhor, falou rápido demais...

_ ... Sério? ... - ele sorriu. - ... me perdoe, eu acabei esquecendo o que eu disse... boa viagem... - ele entrou e fechou a porta.

_ E-ei! - ela bateu novamente, mas nada aconteceu. - Caramba... isso não ajudou em nada... - ela suspirou.

Como não sabia como chegar à delegacia, e já estava anoitecendo, ela sentou-se ao lado da porta, se encolheu e tentou pelo menos dormir, para esquecer a sensação de fome que estava pouco a pouco chegando.

Ao passar um tempo, ela foi acordada, pelo mesmo homem de antes.

_ Hm? ... - ela abriu lentamente os olhos e o observou.

_ Ainda está aqui? ... - suas palavras se tornaram uma pequena fumaça no ar, estava congelante. - ... O que foi? Nem uma estúpida criança humana pode achar o caminho de uma simples delegacia?

_ ... Eu... não consegui.

_ ... Como? - ele fechou o sorriso. - ... eu te dei as instruções... você "não conseguiu"? .. O termo correto não seria "Não pôde"? ...

_ ... eu... estou com frio... - ela gemeu.

_ ... Interessante, eu não perguntei como você estava se sentindo... - ele suspirou. - O que vai fazer agora, criança? ... Está necessitando de alimento, e está fria... e vai morrer se não conseguir suprir isso.

_ ... - ela tremeu e se encolheu mais. - eu... quero ir pra casa... - ela começou a chorar.

_ ... Simples palavras não irão te levar para casa... Nem lágrimas... Você tem que agir, se levantar e tentar ao máximo suprir suas necessidades... você só vai fazer isso? Chorar e esperar que alguém venha te buscar?

_ ... eu quero minha mãe... - ela continuou a chorar.

_ ... - ele a olhou com um ar de reprovação. - se acha que eu vou te ajudar... está profundamente enganada, humana.

_ ... Me ajude, por favor... - ela levantou a cabeça e o olhou, com lágrimas. Então, puxou levemente a calça dele.

_ ... Faça por si mesmo...

_ Por favor... - ela encostou a cabeça na perna dele. - .. Por favor, eu lhe imploro! ... - ela conseguiu elevar o tom de voz. - Eu faço qualquer coisa por você! Qualquer coisa! Mas, por favor... me tire daqui...

_ ...Gosto desse seu entusiasmo.... esse... desespero... esse... medo de morrer... - ele passou levemente a língua por volta de seus lábios e seus olhos brilharam novamente.

_ Eu não estou com medo! - ela berrou, e o encarou, o surpreendendo.

_ ... Ora... mentindo pra si mesmo de um jeito tão corajoso assim... - ele sorriu. - ... me diga, qual é o seu sentimento agora?

_ ... Eu quero sair daqui, e você vai me ajudar! - ela puxou a calça dele mais forte.

_ ... Agora está exigindo minha ajuda? ... Ousada para uma criança... - ele se interessou. - ... você é bem interessante, menina... - ele puxou o braço dela, a levantando do chão.

_ ... Vai... me ajudar?

_ Não... apenas vou te tirar daí... está com medo de morrer de forma tão antiquada não? - ele tirou seu casaco e a cobriu.

_ ... E-eu falei por... desespero... - ela apertou o casaco no peito. - desculpe, não devia gritar com um estranho.

_ ... Todos fazem loucuras quando estão desesperados... - ele a abraçou com um braço. - ... mas, você é diferente de outras crianças, com desespero, elas correriam e fugiriam... posso te perguntar uma coisa? ...

_ ... - ela permaneceu calada.

_ ... Por que gritou e não fugiu?

_ ... Porque... eu achei que deveria fazer isso... desculpe.

_ ... Eh... interessante... - ele sorriu. - De qualquer modo, deve passar a noite aqui... mas cuidado...

_ Uh? Com o que? - ela o olhou.

_ ...Com... - ele abriu a porta, dando vista para um salão escuro com duas escadas que levavam para o andar de cima, o corredor dos quartos. - ... os meus irmãos...

_ ... irmãos... - ela tremeu.

_ ... a propósito... meu nome é Lunatic... - ele sorriu.


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