Ainda existem flores escrita por Detoni


Capítulo 9
Liberdade para que?


Notas iniciais do capítulo

Titulo estranho né? Capitulo novinho para vocês, espero que gostem e não me matem pelo final. Obrigada pelos comentários galera! Espero que continuem XD
— Detoni



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/571982/chapter/9

" A metade de um amigo é a metade de um traidor" - Victor Hugo  

Eu realmente acho que  mereço faltar hoje na aula. Quer dizer, a Nina foi embora ontem, eu estou cansada, hoje só tem matéria chata... Certo, eu vou para aula. Sem desculpas Teresa Chase, semana que vem começam as provas.

Praticamente me arrasto para fora da cama enquanto tipo meu short de pijama e coloco a saia do uniforme. Arremesso minha camiseta em algum lugar do quarto e coloco a camisa social da escola. Coloco minhas meias e meu tênis e escovo os dentes rapidamente. Como sempre, Rosa já foi para a aula. Antes ela até tentava me acordar, mas ela me contou que uma vez eu quase dei um soco nela... e desde então eu levanto por conta própria.

Meu cabelo está bagunçado, mas eu estou com preguiça demais para me preocupar com isso. Por isso apenas pego um gorro e coloco antes de sair correndo do dormitório com a minha mochila. Como de costume, perdi o café da manhã então apenas compro um café e fico junto com a multidão de alunos que espera a F4 chegar antes de ir para a sala. Eu tenho que ter a certeza de que o Lysandre está bem.

Finalmente os gritos começam. Eu ainda não entendi o vicio dessas pessoas com a F4, mas fazer o que. Por fim todos ficam em silêncio enquanto a F4 passa no meio deles. Dou um passo a frente e entro no corredor que os alunos formaram. De certa forma isso me lembra a menina do meu primeiro dia que acabou com um bolo na cabeça. Se eu acabar com café no meu cabelo eu vou me revoltar, sério.

— Bom dia, meninos. - digo bocejando. Porém a pessoa que eu queria ver não estava ali. Droga, cadê o Lysandre?- onde está o Lysandre?

— Ele veio mais cedo para escola. Deve estar dormindo em algum lugar.- Kentin diz. - e parece que você só acordou agora.

— Oh, me desculpe. Aceitam café?- pergunto. Castiel pega o café da minha mão e todos a nossa volta ficam calados. Devem estar pensando o mesmo que eu "esse é o momento em que ele joga café nela".- Não foi uma oferenda, Castiel. Se você não quiser, eu quero. É o meu café da manhã.

— Mas eu quero.- Castiel diz e vira meu café inteiro pela garganta. Todos ficam em silêncio, surpresos.

— Coitada. Venha, eu te pago um café novo. - Armin disse.- minha primeira aula é mandarim e eu já falo fluente.- ele disse dando de ombros e encarou os amigos.- se encontrarem o Lys avisem que eu estou na cantina e preciso falar com ele.

— Certo, Armin. Vá tomar café com a Tessa ao invés de procurar seu amigo. - Castiel diz de mal humor.

— Na verdade nem vocês vão procurar. Eu só vou faltar na aula com a Tessa. Avisem ele para mim, certo? Até mais.- Armin diz e passa o braço pelo meu ombro me levando para a cantina.

— Isso vai pegar mal para você. - digo bocejando enquanto vamos ao balcão pegar os cafés.

— Você sumiu ontem. Eu fiquei preocupado com você e com o Lys. Você encontrou com ele ontem, não foi? - Armin pergunta me estendendo o café enquanto vamos para uma mesa.

— Não precisava se preocupar. Eu encontrei com ele, ele estava triste. Por isso nós fomos tomar sorvete e ficamos conversando. Então quando começou a escurecer ele me trouxe para cá e foi para casa.- digo.

— Fico contente que você estava com ele ontem, então. Das outras vezes que a Nina foi embora ele sempre acaba um tempo se isolando da gente. Eu não queria que ele fizesse isso dessa vez. Somos os amigos dele, ele tem que contar com a gente para tudo. - Armin diz.

— Vocês tem muita sorte de ter uns aos outros. Aposto que vocês sofrem daquela crise de criança rica. - brinco. Armin sorri de lado.

— Que crise?

— Sabe, pais ocupados. Meus pais mesmo não dão a mínima para mim. Eu tive muita sorte de ter o Viktor.- digo sem pensar.

— Quem é esse?- Armin pergunta tomando um gole de seu café.

— Me único amigo da outra cidade. É complicado. Mas era isso que você queria falar? - pergunto.

— Oh, tem mais uma coisa. Eu soube que seu aniversário está chegando. - ele diz e eu dou um salto tampando a boca dele.- mamemmei?- ele pergunta alguma coisa.

— O que?- pergunto. Armin suspira e tira minha mão de sua boca.

— Acertei, não foi? Eu só queria ter certeza, não fique com medo.- ele disse.

— É só mês que vem. Eu não estava nem lembrando disso. - digo.

— Você vai fazer alguma coisa? - ele pergunta.

— Acho que eu vou para minha cidade. Passar o final de semana.- digo.

— Com esse tal Viktor?- Armin pergunta.

— Nós temos algumas tradições de aniversário. Mas como vocês soube? - pergunto.

— Eu tive que hackear o sistema da escola para pegar um hacker. Ai eu vi a lista de aniversariantes do mês que vem nessa minha aventura. Não se preocupe, não falei com ninguém. Mas se você fizer uma festa você vai me chamar, né?

— Minha mãe sempre faz uma. Se você vier posso te apresentar a umas primas gatas. - digo.

— Oh, estou mais interessado em você, se for o caso. O tempo voa quando eu fico com você e não deixo de me perguntar o por que disso. - ele diz se levantando. - se você encontrar o Lysandre diga para vir conversar com seus amigos. - Armin diz sorrindo. - até mais, Tessa.

Armin se afasta em passos lentos a medida que não processo suas palavras e o sinal toca. Ótimo, perdi um horário de aula. Entendi o que ele disse sobre o tempo voar.

—_________*****__________

Na hora do almoço Rosa e Alexy tinham algo importante para fazer. Provavelmente algo ligado a moda, eles nunca me chamavam para essas coisas. Eu não consegui ver Lysandre o dia todo, mas Kentin viera me avisar que ele estava bem. Isso me lembra que eu preciso de um celular novo.

Como eu perdi o café da manhã, acabei comendo em excesso durante o almoço, o que me fez ficar com mais preguiça na hora de ir para a aula da tarde. Por isso resolvi ir em camera lenta. É realmente divertido, as pessoas ficam te observando como se você fosse de outro planeta.

De repente sinto uma mão no meu ombro e já estou pronta para derrubar o ser, ainda mais pelo meu F4 ainda não ter sido retirado até hoje. Porém me detenho ao ver o cabelo ruivo e examino Castiel de cima abaixo.

— Se você quer morrer diga de uma vez.- digo.

— Tessa, você quer sair comigo? - Castiel perguntou. Examinei sua expressão, ele parecia aflito e pela primeira vez na minha frente eu não via o líder da F4 e sim um garoto. Fico chocada demais para dizer qualquer coisa.- Não precisa me responder agora. Não considere uma ordem, Tessa.

— Como eu poderia depois de tudo que você me fez? - pergunto. Castiel fica mais aflito ainda e várias pessoas começam a olhar para a gente no corredor.

— Isso realmente é algo que eu queria discutir. - Castiel diz e segura meu pulso, me arrastando para o refeitório (que eu tive tanto custo para sair, devo acrescentar). Ainda haviam muitas pessoas almoçando e ele tocou uma espécie de sino que estava presa em uma das pilastras. Como diabos eu nunca reparei nisso?

— O que você está fazendo? - pergunto. Castiel faz um sinal para que eu fique em silêncio e ele sobe em cima de uma cadeira. A F4 está em um canto do refeitório e Lysandre ainda não está com eles.

— Eu, Castiel Sworis, líder da F4 retiro o F4 que foi dado à aluna Teresa Chase do segundo ano. Ela não está mais sob ataque de vocês e tem a proteçaõ da F4. Por esse motivo quem quer tentar fazer qualquer coisa levará um F4. - Castiel diz.

O refeitório inteiro fica em silêncio e me obrigo a ficar também. A F4 abre passagem até chegar onde eu estou ao lado de Castiel. Kentin começa a rir enquanto me abraça e Armin bagunça meu cabelo.

— Liberdade em?- Armin diz. Apenas concordo com a cabeça, ainda surpresa. Castiel desce da cadeira e me encara.

— Eu mereço uma resposta? - ele pergunta.

— Isso não apaga o que você me fez. No momento sua resposta seria negativa. - digo.

— Então não me responda ainda. Eu não vou parar de lutar por agora. - Castiel diz e sai andando.

Armin e Kenitn ficam confusos, mas após me darem um abraço eles o seguem.

—_________*****__________

No final da aula ainda estou confusa e frustrada por causa das palavras de Castiel. Ele fez minha vida até hoje um inferno na escola e agora me chama para sair? Ele é mais lunático do que eu pensei. Mas apesar disso, não parecia estar brincando.

— Soube que foi liberada do F4. Parabéns. - ouço uma voz conhecida atrás de mim. Lysandre se aproxima e coloca minha franja atrás da orelha enquanto me encara.- mas não é por isso que você deve andar distraída por ai. Imagina se eu te ataco? - ele pergunta.

— Eu vou te matar. Como você desapareceu o dia intero e aparece assim, agora? Lysandre Parker, é melhor você correr antes que eu te mate. - digo apontando o indicador bem no queixo dele. Lysandre sorri e pega minha mão me abraçando, o que me deixa completamente surpresa.

— Obrigada por ontem. Me desculpe não ter te avisado aonde eu estava hoje.- ele diz e seu queixo bate nas minhas costas enquanto ele fala.

— Está... tudo bem? - pergunto.

— Eu estou triste, Tessa. Isso é obvio. Mas acho que não é por isso que eu devo ficar sozinho. - ele diz.

— Você tem que confiar mais em seus amigos. -digo colocando minhas mãos em suas costas também.

— E em você? Eu posso confiar em você também? - ele pergunta.

— Até de olhos fechados. Por que eu também confio em você . - digo. Lysandre se afasta sorrindo e parece que vai dizer alguima coisa, mas passos se aproximam de nós.

— TESSA! - é Íris. Ela vem correndo na nossa direção e cumprimenta Lysandre um pouco nervosa antes de me encarar. - É a Debrah. Ela está doente e pediu para que eu te chamasse.

— Já estou indo. Obrigada pelo aviso, Íris. - digo. A garota sorri e vai embora correndo. Me viro para Lysandre que está com a expressão azeda.

— Debrah? - ele pergunta.

— Eu sei que existem histórias sobre ela, mas até onde eu sei ela é legal. - digo. Lysandre suspira e passa a mão no meu cabelo.

— Isso é uma pena. Eu queria te levar para algum lugar tranquilo para esquecermos dos problemas, igual ontem. Mas sua amiga te chama. - ele diz.

— Deixemos esse passeio para depois. Durma bem essa noite, te vejo amanhã.- digo. - se você tiver alguma olheira, nós vamos brigar.

— Eu estou dormindo bem. Em geral eu uso os sonhos para ver Nina, então eu gosto de dormir. Te vejo amanhã, Tessa.- Lysandre se aproxima de mim e me da um beijo na testa antes de me deixar correr em direção aos dormitórios.

Quando chego no quarto de Debrah, ela está sozinha. Imaginei que Íris fosse estar aqui ou até Melody, mas ela está deitada na cama segurando um cordão que consigo ver que é muito bonito. Me sento na beira de sua cama e a encaro.

— Como você está se sentindo?- pergunto.

— Eu soube que você ficou livre do F4! Nós devemos comemorar. - ela disse.

— Você não está doente? - pergunto.

— Íris sempre exagera. Eu já estou me sentindo bem, por isso vamos sair. Uma balada, para comemorar minha melhora e que você ficou sem F4.

— Eu não sou muito fã dessas coisas. -digo.

— Eu também não. Não precisamos beber,  vamos dançar. -ela diz.

— É, acho que tudo bem.

—_________*****__________

A balada que Debrah me levou era calma, por incrivel que pareça. Havia uma área separada para dançar, onde ficavam as pessoa mais animadas. Debrah foi direto para lá e eu fiquei bebendo água em um canto. Linda comemoração.

Antes de sair avisei a Rosa aonde eu estava indo e Alexy armou um chilique por eu não querer mudar minha roupa ao ir para uma balada. Mas eu acho que uma calça jeans e uma camisa de manga comprida está perfeito.

De repente quando vou me levantar tropeço em alguma coisa e já estou me vendo cair de cara no chão quando sinto uma mão me segurar. Olho para cima, para um garoto de cabelos verdes e olhos parecidos. Ele estava com uma expressão preocupada enquanto me ajudava a levantar.

— Você está bem? Me desculpe por ter deixado meu violão ali. Foi um erro meu. - ele diz. Vejo o violão em um canto.

— Oh, você é músico. - digo.

— Sou. Quer ouvir alguma coisa?- ele pergunta.

— Claro. Sou Tessa, a propósito. - digo estendendo a mão.

— Sou Jade.

Jade era simpático e subimos até o terraço onde ficamos conversando enquanto ele tocava violão. Era o tipo de garoto que eu sempre tive em mente que namoraria: calmo, dedicado aos estudos e músico.

— Minha água acabou, acho que vou pegar uma e depois eu volto. - digo.

— Aqui, fique com a minha. - Jade me oferece uma garrafa de água.

— Obrigada. Mas eu tenho que voltar atrás da minha amiga. - digo bebendo um gole de água. Mas minha sede aumentou e acabei virando a garrafa inteira.

— Não acho que Debrah esteja te procurando.- ele diz. As coisas começaram a ficar confusas e minha visão meio turva.

— Como você sabe o nome dela? - pergunto tentando me lembrar se eu comentei o nome dela em algum momento. De repente minha visão foi escurecendo mais ainda.

— Não lute. Apenas deixe o sono te levar, Teresa Chase. - Jade diz. E é isso que eu faço.

A escuridão me leva por completo.

—_________*****__________

Quando acordo minha cabeça está doendo muito. Olho pela janela e vejo que ainda é madrugada. Mas espera, é a cama da Rosa que tem vista para a janela! 

Eu estou deitada em uma cama, provavelmente de um hotel péssimo. Estou com uma camisola que não é minha, já que detesto camisolas. Tento me recordar, mas a última coisa que me lembro são dos olhos de Jade enquanto tudo escurecia.

O maior susto não foram essas “surpresinhas”. Em um espelho no canto do quarto está escrito em um batom vermelho:

" Obrigada pela noite passada, Tes."


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Um dia beeem agitado, em Teresa? Em fim galera, é isso. Gostaram? Quais suas teorias?
Gostou?
Coemnte!
— Detoni



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ainda existem flores" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.