Uma vida diferente... Sonho ou pesadelo? escrita por Arianny Articunny, MoonyB


Capítulo 25
Visões, visitantes e ritual!




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Pov's Nick


Estava escuro. Numa completa escuridão e a única coisa que podia ouvir eram o sussurrar de memórias, me assombrando. Era como se eu estivesse numa sala escura com várias janelas mostrando diversas cenas, maiorias nada feliz ou agradável de se lembrar. Embora eu soubesse que não eram todas as minhas "memórias perdidas", haviam poucas comparadas aos anos que vivi. Além de que se eu passasse os olhos próximo a alguma dessas "janelas" parecia que elas tentavam sugar minha consciência pra dentro delas. E os malditos sussurros estavam ficando mais fortes e mais claros. "Ninguém precisa de você...", "Porquê você ainda está aqui?", "Desapareça!", "Você é uma aberração!", "Você nunca deveria ter nascido!", "Ninguém se importa com sua existência...", "Você está sozinha.".

–Não! Eu não quero me lembrar! Eu não estou sozinha! Tem pessoas que se importam comigo! -eu gritei com as mais próximas a cabeça causando um eco.

–Por que você ainda tenta acreditar nos outros? -ouvi uma voz jovem, talvez infantil dizer.

–O que...? Quem está aí?! Mostre-se! -ordenei. Eu estava dentro da minha mente quem poderia ser?

–Você deveria reconhecer a si mesma. -a garotinha de cabelos claros e olhos verdes inexpressivos.

–Você sou eu quando mais nova... -falei confusa por estar vendo e conversando comigo mesma.

–Você ainda tenta... -ela repetiu- Não se lembra do que aqueles que mais confiava fizeram?! -ela exclamou irritada e memórias foram forçadas em mim. Memórias de quando eu tinha pouco mais de 2 anos, quando minha mãe estava internada em estado mental grave e meu pai me falou que não poderia mais ficar com ela e me levou pra morrar com meus avós, seus pais, me abanando lá.

–Eles não são iguais àquelas pessoas! -protestei tentando convencer a mim mesma, literalmente. A garotinha pareceu discordar porém sumiu, e rapidamente fui puxada pra outra memória, uma diferente é estranha...
Havia uma mulher cujo não conseguia ver o rosto ou quaisquer características claramente. Eu sentia conhecê-la porém não conseguia me lembrar quem era, só sabia que não era um parente. E ela parecia falar comigo porém as únicas coisas que consegui compreender foram:

–... Suas memórias vão voltar aos poucos, quando se aproximar da hora certa.

–E quando será? -perguntei.

–Você saberá, pequena. Porém, se por algum motivo o bloqueio for alterado, ameaçado e criar alguma falha, por pessoas que com certeza tentarão obter os segredos aqui guardados, você deve se lembrar dessas palavras. É um feitiço está bem? Você não pode esquecer.

–Está bem, ... - não pude entender o nome dela.

–Quando o que eu falei ocorrer você deve recitar o encanto: "Ο χρόνος θα έρθει, δεδομένου ότι θα κρατήσει το μυστικό.(O chrónos tha érthei, dedoménou óti tha kratísei to mystikó)"."

–Nick! -ouvi uma voz masculina me chamar.


–Oi? -respondi com a mente meio nublada pela memória. O encantamento ainda se repetia pela minha cabeça. Vi uma silhueta escura e animal. -Não pode ser... Toby? Como você pode estar aqui?

–Olá, senhorita. Posso ter perdido meu corpo físico mas nossos espíritos ainda estão e sempre estarão conectados. Além disso eu nunca poderia abandoná-la. -ele respondeu abanando o rabo.

–Porque eu posso lhe entender? -perguntei.

–Seus poderes cada vez mais estão despertando. Mas precisamos ser breves, nosso tempo está se esgotando. -ele falou e se aproximou de mim e me entregou um objeto de prata em forma de lobo. -Use isto na próxima lua cheia, você saberá o que fazer. -ele diz e pareceu que tudo, aquela sala, as janelas e o Toby estavam começando a ser distanciar.

–Toby?! -chamei, nervosa.

–Estarei esperando. -ouvi ele falar e fui arrastada pelo que pareceu uma ventania. Logo senti meu corpo pesado e tentei abrir os olhos, a claridade me segou e demorei a me adaptar a ela. E vi muitas pessoas a minha volta reunidas parecendo desanimadas e preocupadas. Pareciam não notar que eu havia despertado. Logo vi uma que me chamou mais atenção.
–Hana? -chamei.

–Nick! -ela respondeu sorrindo pra mim. É, acho que a "eu mais nova" está errada. Senti um calor bom me invadir e meu corpo ser esmagado. Ela estava me abraçando. Sorri.

–Você quase me matou do coração. Como eu fico sem você? Não dá. É impossível. -ela falou me dando bronca, mas logo desistiu e me abraçou de novo.

–Desculpa. Mas eu nunca deixaria você. -falei sorrindo, embora estivesse com dor de cabeça. Então me lembrei da conversa com Toby e levantei e abri minha mão direita, lá estava o pingente de lobo de prata. Ela olhou pra minha mão. Ela sorriu.

–Esconda isso antes que façam perguntas. -sussurrou. Coloquei disfarçadamente no bolso da calça.

–Gente por quanto tempo eu fiquei desacordada? -perguntei não achando que seria muito tempo.

–Três dias. -respondeu Quíron. Fiquei estática.

–Três dias?! -duvidei surpresa.

–Isso mesmo. -ele confirmou.
–Por isso que eu fiquei desesperada. -ela falou revirando os olhos.

–Sinto muito por deixa-los preocupados. -falei meio sem graça, nisso, com uma pontada de dor de cabeça, lembranças começaram a invadir meus olhos e eu balancei a cabeça pra afastá-las.

–Acho que tem muita gente aqui, Quíron. -ela sussurrou olhando pro chão. Ele sorriu.

–Muito bem, já está na hora de vocês se retirarem. -ele falou para os outros campistas, que apenas concordaram e saíram.

–Eu vi... -comecei a falar com a respiração ofegante por tentar reprimir as lembranças. -Quem criou o bloqueio...

–Calma. Não force sua mente. Ainda está abalada. -ela falou como se fosse uma mãe cuidando do filho. Ri com esse pensamento.

–O que foi? -ela perguntou confusa.
–Você está agindo como se fosse minha mãe. -brinquei. -Eu estou bem, Hana. Fique calma.

–Desculpe, as vezes esqueço que você é a mais velha. -ela falou corada abaixando a cabeça.
–Arg! Qual é! -reclamei assim que houve outra pontada. "É um feitiço está bem? Você não pode esquecer.", a voz da mulher ressoou em minha mente. É isso! Comecei a recitar o feitiço. - O chrónos tha érthei, dedoménou óti tha kratísei to mystikó. -logo após terminar a dor de cabeça começou a se suavizar e eu suspirei de alívio.

–Esse feitiço foi pra que? -ela perguntou sentando em uma cadeira ao meu lado.

–Conter as memórias e refazer o bloqueio. Sabe o que significa aquelas palavras? -disse.

–Não consegui ouvir. -ela falou. -Por isso cheguei mais perto. -explicou.

–O chrónos tha érthei, dedoménou óti tha kratísei to mystikó. -repeti.

–Ah sim. Esse feitiço era muito usado quando queriam enviar mensagens secretas através de pessoas. Contavam para os mensageiros e depois bloqueavam suas memórias e usavam esse feitiço para tê-las de volta. -ela falou com o olhar distante e a voz dura.
–Mais ou menos isso. Esse feitiço é pra caso alguém tente roubar esses segredos. -relembrei.

–Se sente melhor? -ela perguntou com um ar de preocupação.

–Claro, agora a dor de cabeça passou. -falei pra tranquiliza-la.

–Desde quando você é capaz de fazer feitiços? -perguntou Quiron abobado.

–E eu sei? -respondi, mais ou menos eu acho.

–Qualquer um pode usar esse feitiço se sua mente já estiver bloqueada. -ela explicou dando de ombros.

–Além de que, eu acho, sempre relacionam magia à lua, a própria Hécate faz parte da trindade da lua. -falei calmamente. Quíron ficou nos observando durante algum tempo, como se nos analisasse.

–Vocês agiram de forma surpreendente no teste, além disso não sei se foi coragem ou loucura desafiar e responder a Zeus. -ele comentou.

–De que adianta coragem para fazer sem um toque de loucura para criar? -ela perguntou sorrindo pro chão.
–Isso aí! –concordei -Além disso não planejo respeitar alguém que queira me matar. -completou e Quiron não gostou muito da resposta.

–Vocês deveriam tomar mais cuidado. -ele falou com o olhar preocupado.

–Entendo sua preocupação, mas respeitar, obedecer e venerar Zeus não vai aumentar nossa expectativa de vida. Ele quer nos matar, nós estando do lado dele ou não. -ela falou séria o encarando.

–Isso porquê tecnicamente ele é da "família". Sabe-se lá o que isso significa. -falei dando os ombros.

–Pra ele nada. -ela respondeu rindo junto.

–O que realmente significa e como é uma familia eu realmente não sei. -comentei.

–Como se eu soubesse. -ela falou ironia jogando a cabeça pra trás e encarando o teto. -Não aguento mais ficar aqui. -completou suspirando.

–E EU aguento? Juro que não consigo nem pensar em ficar parada ou dormir. -afirmei. Quiron deu um olhar de reprovação.

–Você precisa descansar mocinha. -ele falou me encarando.

–Já fiquei três dias parada e ela inconsciente. Nós duas já descansamos o suficiente. -ela falou em minha defesa.

–Como se de qualquer forma você fosse capaz de me impedir. -sorri em desafio e me preparei pra me levantar. Minhas pernas vacilaram um pouco pelo meu corpo estar fraco e parado por muito tempo mas logo me recuperei. Olhei pra Hana. Ela levantou e saímos do chalé.

–Ar puro, que saudade. -ouvi ela sussurrar.

–Você realmente não saiu da enfermaria por nada? -perguntei curiosa.

–Não... Inclusive, estou morrendo de fome. -ela falou colocando as mãos na barriga.
–É, comer é bom. -concordei e fomos pro refeitório.
–Espera... você não come desde quando? -perguntei quando a ficha caiu. Parei de andar e a encarei. -Quase a tanto tempo quanto eu? -acrescentei abobada.
–Um pouco mais. Se levar em conta que eu já não comia a uns dois dias antes de você desmaiar então eu não como a cinco dias. -ela falou sorrindo orgulhosa.
–Hana! Você está louca?! Já conversamos sobre isso antes. -briguei.
–Não foi a primeira e eu te avisei que não seria a última. -falou com um sorriso de canto.
–Hana. Isso faz mal. -falei preocupa.
–Eu estou ótima. -ela rebateu.
–Hana? Você está aqui fora. Aconteceu algo? -os meninos estavam correndo na nossa direção, porém parece que não haviam me notado.
–Não sei. Por que não perguntam pra ela? -falou brincando.
–Olá. -cumprimentei -Pensaram que eu ia morrer por acaso?
–Você não tem noção do desespero deles, mas vamos logo pro refeitório. -ela falou fazendo bico.
–Porque? Porque se preocupariam com algum como eu? -eu falei, porém eu não me sentia eu mesma.
–Tá brincando né? A gente quase caiu duro de preocupação. -ela falou.
–Vocês não viram o que eu vi. -disse séria e pensativa sobre a minha "outra eu", além de que ela estava mais presente, eu podia sentir a presença dela na minha mente.
–Claro que não vimos! Você estava em coma, tudo o que você viu foi dentro da sua mente! -falou Leo mal humorado.
–Vamos comer ou não? -Hana perguntou tentando quebrar o clima pesado que se formava
–Está bem, mas dessa vez você vai REALMENTE comer. -falei a encarando seriamente.
Ela simplesmente revirou os olhos. Bufei, ela sabe que eu odeio quando ela faz isso.
–É impressão minha ou elas não estão de bom humor? -ouvi Caleb comentar com Nico, logo fuzilei os dois.
–Acho que é impressão mesmo. -ela respondeu. -Quanto mais vocês demorarem pior vai ser. -completou.
–Hm. -dei de ombros e fui andando na frente e me sentei na minha mesa sentia algumas pessoas me encarando, acho que o "show" ainda era um assunto que estava no ar.
–É só fingir que não estão aqui. Temos práticas prática nisso. -Hana falou se sentando do meu lado. Olhei pra ela e pude ver um sorriso malicioso em seus lábios.
–Eu sei. Mas você sabe que eu odeio ser o "centro das atenções". -resmunguei fazendo aspas.
–E eu amo né? -ela perguntou abaixando a cabeça para que a franja escondesse seu rosto.
Dei um sorriso de compreensão. Rapidamente decidi o que ia comer e pouco tempo depois, já havia terminado. E tomava conta da minha linda priminha pra ver se ela não iria fazer o oposto do que eu falei. Estava ansiosa, por conta das palavras do Toby e pois podia sentir a lua cheia se aproximando.
–Posso sentir sua ansiedade de longe. O que está acontecendo? -perguntou empurrando o prato e se virando pra mim.
–Eu falei com o Toby durante meu sono. Creio que foi ele quem me fez despertar. -falei.
–Eu sei que tem mais coisa. -ela falou me encarando.
–Creio que posso invoca-lo ou trazê-lo de volta de alguma forma. -sussurrei.
–Podemos tentar, mas no momento temos que treinar e nos preparar para uma luta. -ela falou se levantando.
–Não sei o que terei de fazer ao certo ou no que você poderia ajudar porém irei precisar de você ao meu lado me dando apoio. -sorri pra ela e pisquei.
–Mesmo que não precisasse eu ia estar lá pra te ajudar e perturbar. -ela retribuiu a piscada.
–Ah! Nick! -chamou certo filho de Hefesto.
–O que? -perguntei.
–Tenho uma surpresa pra você! -ele falou e me entregou algo. Fiquei surpresa quando constatei que era meu celular.
–Leo! Obrigada. Você o consertou? -ele confirmou logo eu alegremente liguei o cel. Porém logo meu sorriso sumiu ao ver as mensagens que havia recebido.
Melhor irmos pro chalé. Se o sr. D. pega esse celular outra vez não vai ter conserto. -Hana falou me arrastando.
Percebi que os garotos ficaram pra trás sem saber o que fazer.
Entramos no chalé e a ela trancou a porta.
–Problemas... ! -ela sussurrou juntamente com um rosnado de frustração e raiva.
–O que houve? -ela perguntou sentando na cama.
–São meus pais. -soltei um suspiro- Eles brigaram novamente. É feio dessa vez, meu pai quer que eu retorne.
–Não podemos. -falou séria. -Olha Nick, eu sei que é difícil, mas não podemos voltar.-completou.
–Como se eu realmente quisesse voltar! -falei séria. -Mas mesmo assim estou com uma sensação ruim. Que algo horrível vai acontecer naquele lugar.
–Coisas ruins sempre acontecem naquele lugar. -ela falou rindo. O pior é que isso é verdade.
–Qual você acha que foi a reação do meu pai quando ele descobriu? -ela perguntou com um olhar vago.
–Descobriu...? O que? Acho que talvez estejamos falando de coisas diferentes. -falei.
–Como você acha que ele reagiu quando descobriu que eu vim pra cá? -ela consertou a pergunta.
–Mal? Olha Hana, lembra que meu pai estava presente quando falamos desse "colégio especial que havíamos ganhado bolsa"? -lembrei.
–Sim, mas eu não contei pro meu pai. Nem sei se já descobriu. -ela falou.
–Eu acho que é bem provável que já. Eu sei como é difícil se relacionar com os "pais". -comentei. -Mesmo assim, é uma situação estranha. Meu pai estar me mandando retornar mesmo estando ciente que estou em "aula". -fiquei quieta por um tempo. -Temo pelo estado de minha mãe depois dessa briga. Ou o que quer que tenha acontecido.
–Não quero nem pensar no estado dos meus pais. Só pioraria as coisas. -falou olhando pro teto.
–Sei como é. -respondi. -Está se repetindo.
–Uhm? -ela me olhou confusa.
–Bem antes de eu te conhecer... Meus pais tiveram uma grande briga, e nessa briga minha mãe descobriu que o meu pai a traía. Ela ficou tão mal que entrou num grave estado de depressão ao ponto de precisar ser internada. Eu tinha 2 anos, e um tempo depois meu pai foi me buscar no hospital que estava com a minha mãe me tirou de lá falando que eu não poderia ficar mais com ela e depois disso ele me entregou aos meus avós, que me odiavam. -contei.
–Ah, isso. -ela falou como se ficasse com um gosto ruim na boca. -Vamos mudar de assunto? Isso está me deprimindo mais que o normal. -pediu gentilmente.
–Está bem... -concordei suspirando, aquela sensação de que algo muito ruim e errado estava pra acontecer não saia do meu peito, porém logo chegaram às 4 pestes pra nos perturbar como sempre. Se não estivesse tão preocupada teria rido do pensamento.*
–Vocês não se cansam da gente não? -Hana perguntou "delicadamente".
–Cara vocês são pior que chiclete! Santos deuses! -exclamei mau humorada.
–Vocês sabem que reclamar não adianta. -Leo falou cruzando os braços.
–E vocês não fazem ideia de como estão dando sorte por eu ainda não ter perdido a paciência com isso! -retruquei revirando os olhos.
–Ei, ei! Calma, Nick! -falou Gabe se aproximando. Por algum motivo fiquei irritada e comecei a socar o peito dele enquanto ele tentava me segurar. Só diminui a força quando uma risada lá fora me distraiu, era o Júpiter Junior, quero dizer, era o Jason.
–O que foi super-homem? -Hana perguntou colocando a mão na cintura e encarando-o
–Eu nunca imaginei ver o meu irmãozinho apanhando de uma garota desse jeito. Ainda mais dela. -o jupiteriano respondeu. "Ainda mais dela"?! Quem ele pensa que eu sou?! Meu humor rapidamente piorou e eu quase torci o pulso do meu querido amiguinho aqui, que soltou um grunhido de dor em protesto.
–Cale a boca. Não fale como se ela fosse qualquer uma. -Hana rosnou enfurecida.
–Não me interprete mal. Gabe sempre falava de casa e da garota que ele deixou pra trás. Eu apenas não imaginava que seria a Argent. -ele falou.
–Ouw! -reclamou Gabe levemente corado. Sabia que ele estava envergonhado com a revelação, que fez todos olharem dele pra mim repetidas vezes, logo senti minhas bochechas esquentarem, droga.
–De qualquer forma, nós não temos nada a ver com isso. -ela falou abaixando a cabeça.
–Mas foi uma cena cômica de se ver. -comentou Jason sorridente.
–O que foi cômico? -perguntou Percy entrando no chalé seguindo por Annabeth.
–Oh, Deuses! Você não tem modos não Percy? -a garota brigou.
–E por acaso vocês todos acham que o meu chalé é o que? Um cassino ou algo do gênero? Pra todo mundo sair entrando como bem quiser?! -digo sarcástica, revirando os olhos revoltada.
–Tudo bem. -Hana sussurrou para Annabeth. Percy nos olhava confuso.
–Nada, Percy. -respondi tentando acabar com o assusto. -E por acaso vocês todos acham que o meu chalé é o que? Um cassino ou algo do gênero? Pra todo mundo sair entrando como bem quiser?! -digo sarcástica, revirando os olhos revoltada.
–Eita! Calma! Acordou com o pé esquerdo hoje? -falou Percy gesticulando com as mãos pedindo calma e eu bufei irritada e virei a cara.
Hana foi até ele e segurou seus braços.
–Para com isso, por favor. -ela pediu.
–O que eu fiz? -o garoto perguntou confuso. Aff, garoto lerdo.
–Nada. Só para de mexer as mãos assim, ok? -perguntou meiga.
–O que tem minhas mãos? -ele falou mais perdido ainda. Bati minha mão na testa.
–Para de mexer como se elas estivessem pegando fogo. -ela começou a perder a paciência.
–Ai, ai... Já chega. Vão embora todos daqui. -falei simplesmente me colocando do lado da Hana.
Todos pararam o que estavam fazendo e saíram do chalé, sobrando apenas eu e Hana alí.
–Arg! Que raiva! Pior que nem sei o porque de estar tão irritada! -falei mais pra mim mesma numa tentativa de me compreender.
–Sei como é. Você está colocando pra fora o que sente através da raiva. Você precisa extravasar. -ela falou.
–Hana, você sabe que quando diz isso dá uma vontade de sair destruindo tudo, mas acho que não é uma boa ideia sabe? -falei.
–Se quiser pode quebrar. Não vou ser eu quem vai te dar lição de moral, mas acho que seria muito melhor usar isso no treinamento. -ela falou com um sorriso maldoso.
–Assim eu vou acabar matando alguém sem querer! -comentei com uma risada.
–A culpa não é sua de não aguentarem. -respondeu divertida.
–Fracos. -falei e começamos a rir. Era bom fugir um pouco das minhas preocupações.
–Será que Zeus tentará descobrir minhas memórias novamente? -sussurrei temerosa.
–Temos que treinar seu controle. -ela falou.
–Pra você é fácil falar. Ele simplesmente pegou suas memórias, sem dor ou guerra interna. -falei séria.
–Você acha que ele simplesmente levou minhas memórias? -ela perguntou erguendo uma das sobrancelhas.
–Pelo menos você não sofreu! -eu falei.
–Por mim não, mas eu podia sentir a sua dor. -ela olhava pro chão.
–Ele me odeia demais não é? Todos odeiam... -falei cabisbaixa.
–Eu te amo. -ela falou se jogando em cima de mim.
–Eu também te amo amiga. -falei sorrindo-Hana?
–Diga. -ela falou rolando pro meu lado, saindo de cima de mim.
–Porque o Leo cismou comigo e age daquela forma? -perguntei curiosa.
–Ele já te falou. Por que ele te ama. -ela respondeu.
–Ama? "Ama"?-repeti e fiz uma careta ao som da palavra.
–Sei que não é uma palavra legal, mas é a verdade. -falou rindo.
–Ah, não! Não, mesmo! Isso não pode ser verdade! -protestei.
–Claro que pode. -rebateu.
–Não! Isso é uma maldição só pode!
–Ele é tão horrível assim? -perguntou me encarando. Gelei, não sabia o que responder.
–Não é isso... -sussurrei.
–Sabe que não precisa me esconder nada, não sabe? -falou fazendo carinha fofa. Não resisti e apertei suas bochechas.
–Você sabe como eu me sinto em relação ao amor romântico... -falei por fim desviando o olhar.
Ela fez uma careta, como se também não gostasse da ideia. Comecei a rir e ela também.
–Sabe? Eu não quero que ele me ame. -falei. -O amor só traz dor e sofrimento.
–Depende do que você faz dele. -ela falou. Então fez uma careta. -Pareço a minha mãe quando falo assim.
–Realmente parece! -concordei e rimos muito.
–Que tal esquecermos esse assunto? -ela sugeriu ainda rindo.
–Acho meio difícil hein?! -brinquei não conseguindo parar de rir.
–Não quero ficar parada. -falou mudando de assunto.
–Por falar em não ficar parada... Sabe o que me bateu uma saudade? -perguntei um tanto animada.
–Do que? -ela perguntou com os olhos brilhando de curiosidade
–Do jogo de dança. -sorri de leve.
Ela arregalou ainda mais os olhos. Eu sei que ela ama esse jogo. Assim como eu.
–Tinha certa vantagem né? Pela falta de presença meu pai sempre me deu tudo. -falei forçando o sorriso a se manter em meu rosto.
–Então vamos arrasar. -ela falou me puxando e pulando de animação
–Mas... Hana! -exclamei rindo- Não temos o jogo aqui!
–Então por que você foi lembrar dele? Agora eu to morrendo de vontade de jogar. -fez biquinho.
–Eu bem que podia ter trazido... -comentei- Mas provavelmente o Sr. D iria querer quebrar como ele fez com o meu celular. -completei com um suspiro.
Ficamos um tempo caladas. Nos encarando, até que eu dei um sorriso e estendi a mão à procura do meu celular o pegando quando o encontrei.
–Mas... Já que não temos a coreografia... Vamos nos divertir! -falei colocando a playlist com todas as músicas disponíveis em todas as versões do Just Dance.
Começamos a rir e pular. Nada mais tinha importância. Ficamos ali por muito tempo, dançando que nem loucas, até que ouvimos alguém bater na porta. Enquanto Hana ia até a porta, eu desliguei a música.
–Quem é? -perguntei.
–A dupla dos céus. -ela brincou, mas entendi rapidamente de quem ela estava falando.
–Ah! Claro... Os super-homens! -brinquei. -O que eles querem?
–Queremos chamar vocês para a recepção dos nossos convidados. -Jason falou sério.
–Convidados? -estranhei. Olhei para Hana e percebi que não era a única.
–Os romanos. -Gabe esclareceu.
–Os romanos? -repetiu Hana pega de surpresa mas animada.
–Ave Roma! -exclamei divertida e com olhos brilhando de animação. A dupla masculina me olhou um pouco confusa.
–Vamos conhecer ela Nick. -ela me olhou animada, eu sabia do que ela estava falando. Os garotos pareciam cada vez mais confusos.
–Mas hein? -diz Jason parecendo mais perdido que um cego em um tiroteio, para meu divertimento.
–É a Reyna e os companheiros lá fora certo? -falei rindo.
–Sim. -Jason respondeu ainda confuso. Isso é muito divertido.
–Eu gosto dela. Principalmente dos cães dela! Aurum e Argentum aqueles fofos metálicos! -exclamei.
–Sempre quis conhcer um romano. Estou louca pra falar com a Reyna e fazer carinho nos bebês mortíferos dela. -Hana falou com os olhos brilhando. Ela realmente tem probleminhas mentais.
–Vocês são loucas! -provocou Gabe.
–É... -concordou o outro. -Mas como vocês conhecem ela? -perguntou confuso.
–Nós lemos todos os livros sobre vocês. -ela respondeu dando de ombros.
–L-livros?! -gaguejou Jason surpreso.
–Não. Estrelinhas! -contrario sarcástica.
–Nick. -Gabe falou me olhando torto e pedindo pra me comportar. Sorri pentelha e ri.
–Vamos logo! -Hana falou impaciente.
–Só um instante! -pedi e fui até uma prateleira pegando um cordão e coloquei o pingente de lobo, o colocando no pescoço. "Assim você não vai sair de perto de mim, meu bebê!" pensei sorrindo.
Hana me olhou cumplice. Os garotos deram de ombros e começaram a andar, fomos logo atrás
E como sempre, quando há uma novidade no acampamento, uma rodinha se aglomerava em volta de um trio montado em pégasos.
Senti minha mão ser apertada. Olhei para o lado, era a Hana. Ela olhava para o chão, fazendo com que não fosse possível ver seu rosto. Acho que a timidez voltou.
–Jason! -gritou a morena q estava no centro quando o viu e se aproximou do grupo, tínhamos nos reunido com Percy, Annabeth e os demais.
–Ei, Reyna! -cumprimentou o outro.
–Olá para todos. -ela respondeu quando chegou perto de nós.
–Olá! -respondemos. Ela olhou pra nós duas intrigada.
–Novatas? -perguntou.
Senti Hana se encolher ainda mais. Reyna pousou seus olhos nela.
–Sim. -Percy respondeu.
–O que houve? Eu não mordo sabia? -ela brocou falando com a pequena fofa ao meu lado. Se a Hana souber que a chamei assim, mesmo que mentalmente, ela me mata.
–Mas seus cães sim. -respondi pela minha amiga.
–Mas eles pareceram gostar dela. -ela respondeu se referindo aos cães que estavam parados aos pés da pequena.
–É. -observei. Os cães se viraram a mim e me cheiraram e soltar um leve rosnado. -Mas parece que não gostaram de mim, poxa... -quase ri pela situação.
Hana se abaixou e colocou as mãos neles, fazendo carinho. Eles se acalmaram e pararam de rosnar.
–Você é muda, pequena? -Reyna perguntou de forma inocente. Não acredito que ela chamou a Hana assim. Deve ser por que o cabelo cobre ela quase toda.
–Ah... -olhei pra Hana nervosa. Ela ODIAVA que se referissem a ela assim.
Ela ficou de pé e lentamente levantou o rosto.
–Eu não sou muda. -ela respondeu em um sussurro. Seu rosto ainda não era totalmente visível.
Comecei a rir debochadamente da cara da Reyna.
–Você deixou ela irritada, pretora romana. -provoquei.
Ela me olhou confusa. Acho que ela não está acostumada com isso.
–Nick assim você acaba com toda a graça. -Hana protestou fazendo bico.
–Ah! Reparando agora na tiara em sua cabeça... Você é uma das caçadoras de Ártemis? -a pretora perguntou e eu não respondi. -Uma filha de Afrodite sendo uma caçadora?
–Oh, não! Com certeza a última coisa que sou é filha da deusa do amor. E não. Não sou nenhuma caçadora. -respondi com uma careta.
–Você é filha de quem? -Reyna perguntou analisando Hana dos pés à cabeça, agora que era possível ver seu rosto.
–Bem eu duvido que você adivinhe. Pois definitivamente você é péssima nisso! -provoquei, não pude resistir.
Ela ficou analisando a Hana durante um tempo.
–Filha... De... -analisou mais um pouco- Hades?
–Quase. -Hana falou com um sorriso de canto.
–Quase? Como assim? -perguntou.
–Ela é mestiça. -respondi.
–Todos nós semideuses somos mestiços. -ela respondeu mecanicamente.
–Não dessa forma. -rebati. Acho que agora ela entendeu o que eu quiz dizer.
–Você quer dizer... De dois deuses?? -ela arregalou os olhos e olhou pros outros confusa. Eu e a Hana rimos.
–Exatamente. -Hana falou ainda sorrindo.
–Posso ver seu rosto? -Reyna perguntou ainda em choque.
–Tá bem. -Hana permitiu e ajeitou o cabelo deixando seu rosto a mostra. Ela arregalou levemente os olhos.
–O que foi? -Hana perguntou envergonhada.
Ela se aproximou e segurou o queixo da pequena, fazendo com que ela levantasse o rosto. Arrumou o cabelo dela atrás do corpo.
–Tão comprido. -ela falou se referindo ao cabelo.
–Não. Curto!-ironizei.
–Não é isso. É que ele é enorme. -ela explicou sem desviar o olhar.
–E...? -estava impaciente. -Fala sério! Parece que você nunca viu um cabelo realmente comprido!
–Desse tamanho não. -ela falou.
–Mas então... Você consegue adivinhar de quem ela é filha ou não? -Piper perguntou. Ela parecia animada com a situação.
–Eu falei! -ela retrucou.
–Só falou uma. Falta o outro. -Jason falou também interessado.
–Mas como poderia saber? Nunca houve caso de um semideus mestiço! -Reyna protestou.
–Ok... Ela também é filha de Afrodite. -revelou Nico.
–E ela? Você consegue advinhar? -perguntou Leo apontando pra mim. É alguém estava gostando da brincadeira.
–Ela parece uma caçadora. Deve ter alguma relação com Ártemis. -ela respondeu. Para os romanos isso não é tão estranho.
–Tem razão. -concordei. -Eu sou filha de Ártemis.
–Você está falando sério? -questionou incrédula.
–Aham. -afirmei.
–Sério? -Reyna perguntou aos outros.
–Ela já disse que sim. -Hana respondeu séria.
–Eu até poderia provar pra você. Mas se eu fizer qualquer coisa me matam. -falei. Me referindo tanto a Hana em relação ao eclipse quanto à Zeus.
–Vocês já foram reclamadas? -ela perguntou.
–Assim que chegamos aqui. -respondi.
–Logo que chegamos no acampamento. -Hana falou.
–Pera... A quanto tempo estão aqui? -ela perguntou.
–Algumas semanas. -Nico respondeu.
–Que rápido! -ela exclamou.
–Como era a vida de vocês lá fora? -perguntou curiosa. Agora só estávamos nós 11, o resto já havia se dispersado.
–Não gostamos de falar sobre isso, desculpe. -Hana falou doce.
–Ah, claro. Desculpe minha intromissão. -falou Reyna educada
–Hm... -fico pensativa olhando pros cães da Reyna, parados ao lado dela.
–Sem querer ser grossa, mas... O que está fazendo aqui? -Hana perguntou corada.
–Você é tão fofa, pequena. -Reyna falou se abaixando pra ficar da altura da Hana. Ai meus deuses. Isso não é bom.
–Hana... -olhei pra ela preocupada e nervosa pela sua reação.
–Você acha que eu tenho quantos anos? 5? -ela perguntou irônica.
–Q-que? Não... -Reyna se atrapalhou com as palavras.
–Então por que fala como se eu fosse um bebê? -Hana continuou.
–Eu não queria... -Reyna falou. Mas Hana ainda estava muito brava.
–Você não respondeu. -falou séria.
–Sinto muito. -falou a outra.
–Você não respondeu. -falou séria.
–Sinto muito. -falou a outra.
–Hana, se acalme. -pedi seria segurando o braço dela antes que ela fizesse alguma bobagem.
–Por que as pessoas nunca me levam a sério? Sempre acham que eu sou mais nova. -ela falou olhando pro chão.
–Pare de pensar nos outros! Não importa o que eles pensam e acham! -perdi a paciência.
–É fácil falar. Ninguém fala com você como se tivesse 5 anos. Ninguém fica chamando você de fofinha ou pequena. -ela realmente estava irritada.
–Não é minha culpa se sempre acham o oposto disso! Que sou maligna, assassina ou coisas assim! Nunca algo bom! -mas eu também não estava nos meus melhores dias.
–Preferia isso a me chamarem de fofa. -rangeu os dentes. -Eu não sou fofa, não sou pequena, não sou. -ela sussurrava fechando os olhos.
–Você não iria querer se soubesse como é! -retruquei nervosa. Odiava entrar no assunto, odiava me lembrar...
–Eu sei que é difícil de acreditar, mas você não é a única com lembranças ruins de apelidos. -ela sussurrou, se soltou de mim e ficou igual uma estátua.
–Você fala como se eu não soubesse disso. -sussurrei de volta.
–É que você fala como se fosse a única. -falou.
–Somos parecidas porém tão diferentes...
–Por isso somos perfeitas uma pra outra. -falou. Sorri e eu sabia que ela também estava sorrindo.
–Desculpe, Hana. Por ter discutido com você. -pedi.
– Sabe? Eu não estou nos meus melhores dias.
–Tudo bem. Faz parte. -ela sussurrou.
–Bem... Que tal darmos uma volta pelo acampamento? -Leo perguntou pra Reyna, tentando quebrar o silencioso.
–Primeiro preciso conversar com Baco, quer dizer, Dioniso e levar os pegasus até o estábulo. -ela respondeu.
–Eu posso ajudar? -Hana falou com os olhos brilhando.
–Está louca pra ver o Gabi de novo né? -brinquei.
–Sim. -ela respondeu sorrindo. Podia ver a animação em seus olhos.
–Isso não é justo! Eu também quero meu bebê! -resmunguei fazendo bico. Já estava ficando de noite e as primeiras estrelas aparecendo. E para minha surpresa formou uma constelação especial.
–Ele está sempre com você. -falou me abraçando.
–Sempre. -ouvi a voz dele dizer enquanto ele aparecia, formando um corpo tipo de um fantasma cintilante.
–To... By...? -paralisei.
–Quem? -Reyna perguntou.
–O lobo dela. -Hana explicou.
–Mas então... Vamos atrás do sr. D? -Hana sabia o quanto esse momento é importante pra mim. Sorri. Eu realmente queria ficar sozinha com o Toby.
–Podem ficar. -Toby falou. Os cães de Reyna pareciam incomodados com ele. -Não estão curiosos sobre os poderes de minha mestra?
–Está na hora? -perguntei inocentemente.
–Está. -ele respondeu solene. Hana me olhou preocupada, sorri confiante e ela retribuiu. Tirei o cordão de meu pescoço, estendi o braço que o estava segurando e o soltei. O pingente ficou suspenso no ar e começou a adquirir a mesma aura brilhante do cão/lobo à minha frente.
–Hana? Pode me emprestar sua adaga? -pedi.
–O que? -ela perguntou dando um passo pra trás.
–Eu não vou fazer nenhuma loucura, acalme-se! Mas para poder fazer ritual vou precisar dela. E você falou que iria me ajudar no que pudesse... -falei.
–Mas por que tem que ser a minha adaga? Eu nem usei ela ainda. -falou receosa. -Ok... Toma. -ela tirou a adaga da cintura e me entregou.
–Obrigada. -agradeci. Fechei os olhos e me concentrei. Ele havia dito que na hora eu saberia o que fazer. Não era tão difícil apenas deveria sentir em meu sangue, seguir a voz dos meus instintos. -I isopalía tha spásei apokatastatheí. (O laço rompido será restaurado.) -entoei com a voz firme e séria. Sentindo a lua cheia surgir conforme ia falando as palavras em grego. Com a palma de minha mão virada pra baixo acima do pingete. -To aíma tou aímatós mou, i psychí tis psychís mou... Edó epivevaiónoun to aiónio órko pou mas dénei gia pánta! (Sangue do meu sangue, alma da minha alma... Aqui reafirmo o eterno juramento que nos liga eternamente.) -concluo cortando a palma da minha mão e deixando o sangue pingar no pequeno lobo de prata. Logo houve reação. O pingente começou a se espandir e se fundir ao espectro do Toby, aumentando o brilho. Quando este se apartou um Toby de carne e osso se apresentava com uma correntinha no pescoço com uma lua.
Sorri e me permiti sentar no chão. Estava exausta, a cerimônia havia usado boa parte de minha energia. Mas havia válido a pena, tinha meu amado parceiro de volta. Ele estava tão feliz quanto eu, pelo menos era o que parecia. Afinal ele estava saltitando a minha volta abanando a cauda, de vez em quando dando uma pausa pra lamber meu rosto. Hana se aproximou dele e fez carinho em sua cabeça. Ele a lambeu e ela riu, então se sentou ao meu lado.


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