More And More escrita por Haru Chan


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Minha segunda one-shot, espero que vocês gostem! *--*
Perdão se houver algum erro.



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Na pequena vila de Konoha, cerca de três anos havia se passado depois que fora declarada o fim da guerra. Três anos que Sasuke voltara para perto de si e dois anos que havia conseguido conquistar o coração do moreno.

Sakura e Sasuke, o casal mais comentado por poucos meses entre os cidadãos da vila e entre os seus amigos, até todos se acostumarem e perceberem o amor que os dois sentiam um pelo outro. Ao menos, Sakura demonstrava isso para que todo o mundo pudesse ver, ela amava Sasuke mais do que amou durante todos esses anos, o amor por ele só se fortalecia.

Havia se mudado para o vilarejo Uchiha, tudo era como em um conto de fadas. Amavam-se dia e noite, beijos, abraços, carícias ao dormirem um nos braços do outro, um bom dia caloroso ao acordarem, palavras gentis trocadas durante o café-da-manhã.

O casal perfeito, por assim dizer.

Os amigos do casal sonhavam em um dia terem um relacionamento tão lindo quanto o deles. Aos olhos dos que os viam apenas nas ruas da pequena Konoha, passavam o ar de que aquele casal duraria a vida toda e que dariam lindas crianças correndo entre as casas, fazendo bagunça e alegrando mais ainda o dia na vila.

Eram assim que os achavam.

Lindos.

Perfeitos.

Mas para os dois, que viviam a realidade dentro daquela casa, o famoso “mar de rosas” que um dia já compartilharam, agora estava morto. O mar não era mais azul como um dia fora, as ondas batiam de leve nas rochas daquela maré baixa. As rosas, não eram mais perfumadas. Seu perfume se tornara enjoativo. Pétalas sadias, agora estavam caídas sobre o assoalho. Sem vida.

Sakura passava horas e mais horas sentada no sofá da sala, apenas costurando. Não tinha mais ânimo, não sabia dizer o que tinha acontecido com o seu relacionamento. Estava amargo.

As missões longas do moreno tornaram-se constantes, logo após uma tentativa falha de engravidar. Ela não iria procriar. Era infértil. Isso havia abalado Sasuke, que tanto desejava um herdeiro, um filho para segurar em seus braços, treiná-lo e dar continuidade ao clã.

No tempo em que a garota não estava mofando naquele sofá, estava no hospital juntamente com Tsunade, exames e mais exames eram feitos para que talvez houvesse uma chance de tratamento, mas nada surtia efeito.

– Tsunade-sama, você tem certeza que não pode fazer nada?! – Sakura olhava aflita para a loira em sua frente

– Tenho Sakura, me desculpe, mas não há nada que possa ser feito... – sentou-se na enorme cadeira – Já pensaram em adoção?

– Sim... Sasuke não aceita, não irá correr sangue Uchiha nas veias do garoto – abaixou o olhar, lágrimas já se formavam – Meu namoro está indo de mal a pior.

Naquela manhã Tsunade, que era como uma mãe para a rosada, a acolheu em seus braços, dando conselhos, alertando-a, e lhe dando uma notícia que jamais pensaria que fosse dar, pelo menos não para a menina em seus braços, aquela que considerava sua filha.

Dias após a visita ao hospital, Sakura estava se sentindo pior. Já não conversava com Sasuke além de um cumprimento, um “como foi a missão?”; “Já comeu?”; “Está ferido?”; “Vai demorar para voltar para casa?”... Perguntas que com o tempo iam diminuindo e o moreno nem se dava conta do que se passava, estava triste, com raiva, achava que essa fuga das conversas e dos carinhos iriam o ajudar a pensar. Afinal, ele nunca conseguira demonstrar verdadeiramente os seus sentimentos, por mais que eles estivessem lhe destruindo aos poucos.

Chegou em casa tarde, já estava anoitecendo, cansado após uma missão em Suna. Adentrou na casa em silêncio, não queria acordar Sakura caso já estivesse dormindo, mas se deparou com a mesma deitada no sofá, enrolada em uma coberta e tricotando algo com uma lã azul escura. Estava concentrada no que fazia. Fechou a porta e passou por ela sem ao menos dizer um oi.

Foi para a cozinha, percebeu que havia comida pronta e um prato com talheres limpas sobre a mesa, mas optou por fazer um café forte como ele gostava, estava sem fome.

Pegou a xícara, branca como a neve, enquanto sentava-se em um sofá um pouco mais distante de onde a rosada estava. A mesma continuou com o que estava fazendo, tentando o ignorar. Porque aquilo a machucava tanto que não tinha forças para procurar um “por que”. Só queria que ele voltasse a ser o Sasuke que era quando o conheceu, mesmo sendo frio e nada gentil como era. Porém, esse modo era melhor do que o que estava na sua casa agora.

Abaixou a cabeça, seu peito doía. Como doía. Estava morrendo por dentro e nada podia ser feito. Olhou para o lado, viu o moreno de cabeça baixa, tomando seu café, negro como seus olhos. As lágrimas que escorriam no rosto delicado da rosada eram inevitáveis, abraçou com força o que estava tricotando e sentia seu peito doer mais.

Decidiu se deitar, seu cabeça latejava, só queria terminar aquela noite logo, pois não estava mais suportando.

Perto das dez da noite, Sasuke que ainda permanecia acordado, decidiu dar uma olhada na Sakura, percebeu que a rosada estava mais estranha que o normal. Ao abrir a porta, se deparou com um corpo magro, delicado e pálido deitado entre os lençóis, se aproximou sorrateiramente e a ficou admirando, ela era linda. Tocou de leve os dedos gélidos sobre a testa da mesma e se assustou quente. Muito quente. Ardia em febre.

Tratou de rapidamente pegar uma bacia com água fria e passar na testa dela. Via as expressões que seu rosto fazia, talvez estivesse tendo um sonho ruim, ou talvez estivesse sonhando com ele. Olhou para a pequena mão que segurava um globo de neve, sorriu. Era o primeiro dos pouquíssimos presentes que dera a ela, sabia que aquela rosada amava neve. Eles estavam na estação de inverno, mas ainda não havia nevado aquele ano.

Assustou-se ao ouvir tosses secas, como aquelas que doem o peito, dor que você não aguenta mais. Ela havia acordado, estava com muita dificuldade para respirar e sua tosse não cessava.

Tocou em seu rosto, mas rapidamente ela o repeliu, balançava a cabeça em desespero pedindo que não a tocasse, não queria que ele a visse desse jeito, tão frágil.

Sentiu seu corpo ser abraçado, se entregou a aquele aperto com resmungos de dor. Tentava encontrar ar enquanto tossia com a cabeça deitada sobre o ombro do moreno. Tratou logo de pega-lá em seus braços e correr em direção ao hospital.

– Como assim?!

– Se acalme Sasuke, eu achei que ela havia lhe contado! Desculpe – tentava acalmar o moreno

– Ela não me disse nada

– Devia ter imaginado isso, mas surtar agora não vai trazer melhora nenhuma! – Sasuke saiu a passos apressados daquela sala, indo direto ao quarto onde Sakura estava descansando.

Ela estava em um dos quartos do hospital de Konoha, havia levado consigo o globo de neve que ganhara de Sasuke. Achava ele lindo. Pequeno, com um delicado boneco de neve de pé ao lado de uma casa coberta de neve.

Ouviu a porta ser aberta e logo em seguida ser fechada. Olhou para o moreno que estava encostado na porta e o chamou delicadamente para que se sentasse ao seu lado. Demorou um pouco até que ele começasse a caminhar em sua direção e se sentasse na cadeira ao lado de sua cama.

O silêncio começou a se tornar incomodo, por mais que estivessem acostumados com isso.

– Sakura – chamou quebrando o silêncio e fazendo os olhos esmeraldas o olharem – Vamos ao parque? – a rosada sorriu de leve concordando.

Tiveram a permissão de Tsunade para dar uma volta, ela sabia que eles precisavam desse tempo juntos.

As noites de inverno eram as mais bonitas. As flores coloridas se destacavam naquela noite gelada. Podiam-se ver vários pontos na cidade, com fumaça subindo, onde dava a certeza de que lá uma família estava reunida, contando histórias, tomando um chá quente, rindo e se aquecendo.

Caminhavam de mãos dadas entre as ruas vazias de Konoha, afinal, já passara da meia noite. Olhavam os enfeites pendurados nas árvores, bares e casas, o festival de inverno havia acabado, mas a decoração era algo que demorava para desaparecer e alegrava os cidadãos.

Chegaram ao parque, que por sua vez estava com as decorações apagadas, provavelmente esqueceram-se de ligá-las. Sasuke pediu para que Sakura sentasse em um dos bancos e o esperasse. Assim ela o fez logo vendo o moreno se distanciar e correr para longe dela. Ficou séria, confusa.

Sasuke procurava em todos os cantos onde estava a bendita da tomada. Achou uma lanterna no qual colaborou muito para que logo achasse cabos fora da tomada. Tirou um pouco do pó que ali tinha e conectou os cabos.

Correu de volta para onde Sakura estava e logo viu o parque iluminado, cores quentes e frias se mesclavam perfeitamente. Se aproximou da rosada e logo viu um sorriso estampado em seu rosto como não via a muito tempo. Seus olhos brilhavam observando cada cantinho brilhoso daquele lugar. Olhou para Sasuke e não pode deixar de abraçá-lo.

– É tão lindo – sussurrou em próximo de sua orelha, arrancando um sorriso de canto do moreno.

Pequenos flocos de neve começaram a cair pela primeira vez naquele ano. Sakura amava a neve, oh, como amava. Aconchegou-se mais em seus braços, ainda observando o lugar por cima do ombro dele.

Logo o sorriso que estampava nos dois rostos se tornou lágrimas, dor. Sasuke apertava mais Sakura em si, não queria que aquele abraço e aquele momento acabassem. Ficaram assim por muitos minutos, até que ambos não chorassem mais. Distanciaram-se e se sentaram no banco em que Sakura antes estava.

A temperatura abaixava cada vez mais, tornando as roupas que usavam incapazes de aquecê-los.

Acenderam uma pequena fogueira e sentaram-se mais perto. Ninguém dizia nada, somente o som do fogo queimando os galhos era ouvido. Sakura se lembrou do que estava em seu casaco, era o que ela passara tardes inteiras fazendo sentada naquele sofá, não tinha muita prática, mas queria fazê-lo.

Tirou com delicadeza um par de luvas de lã azul, era a cor preferida de Sasuke. Entregou para ele com um sorriso verdadeiro nos lábios. Ele pegou sem entender, mas logo se lembrara de vê-la tão empenhada e concentrada no que tricotava. Só então entendeu.

Decidiu colocá-las, mas ao passar pela mão direita sentiu um pequeno pedaço de papel dentro da luva, tirou o papel curioso. Abriu e leu as seguintes palavras escritas em uma letra trêmula:

“Você é a melhor coisa que me aconteceu. Saiba que pensarei em você onde quer que eu esteja. Me desculpe.

Eu te amo”

Sorriu. Sentiu a mais pura sinceridade naquelas palavras, olhou para a rosada que agora apoiava sua cabeça em seu ombro. Depositou um beijo calmo no topo de sua cabeça. Voltou seu olhara para frente, observando o vazio.

Milhares de lembranças passavam como um flash em sua mente. Via os sorrisos que Sakura já lhe dera, sentia os beijos e abraços. Lembrava de quando ela era apenas uma garota irritante que não saía de seu pé, mas que depois de muitos anos, o conquistou. Seu coração era dela. O coração dela era seu.

– Vamos patinar no gelo? – Sasuke falou baixo, sabia que ela o escutava – Que tal teus ovos fritos favoritos e ramen para o almoço? – as lágrimas já tomavam conta do rosto da rosada ao seu lado, ele deu um sorriso quase que imperceptível – Parece delicioso.

– E... – sentiu o peso da cabeça apoiada em seu ombro aumentar – E... Sakura – não conseguia mais segurar as lágrimas que teimavam em sair – Vamos nos casar... Vamos ficar juntos para sempre – abaixou a cabeça deixando que as lágrimas caíssem sobre a neve – Você não precisa responder, porque eu tenho medo.

Preferia ficar com o silêncio, com o vazio de seu coração, não queria ter certeza que aquilo realmente havia acontecido. Se arrependera de tantas coisas, de não ter lhe dado amor e carinho sempre que a via triste. Ele a amava, como jamais amou alguém. Ela o irritava, o mimava. Ela o fazia feliz.

Talvez ele soubesse que por mais que continuasse falando, ela não ouviria. Assim como não ouviu as últimas frases. E não ouviria nunca mais.


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Notas finais do capítulo

Reviews? *u*
Espero que vocês tenham gostado, por mais triste que seja.
Aqui está o vídeo que eu me baseei: https://www.youtube.com/watch?v=Obxyc4qd4u8



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