Aqueles Seus Olhos Azuis escrita por march dammes


Capítulo 22
Mayor


Notas iniciais do capítulo

E EU ESTOU DE VOLTA, AEHOOOO.
Eu sei que demorei demais. Eu sei que não tenho respondido nem MPs. Eu sei que o capítulo ficou maior que o tesão do Equius por cavalos. Oopsie daisy :V
Mas Ó, a vida não tá fássio. E só pra vocês me darem os parabéns nos comentários, avisando que esse sábado é aniversário da autora, a.k.a eu :V Aceito presentes ou pornôs.
Enfim, aproveitem esse textão, espero que seja o bastante pra saciar vocês até o mês que vem. L8r *joga o capítulo no seu colo e volta pras profundezas do Inferno*



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Aqueles Seus Olhos Azuis

Capítulo XXI - Mayor

Mesmo depois de duas horas, Dave ainda estava sentindo uma corrente elétrica percorrendo seus braços e pernas.

Depois de chegar em casa em completo silêncio às cinco da manhã, evitando acordar o irmão (que trabalhara a noite inteira, gravando seus...daily vlogs, vamos chamar assim), Dave fora direto para seu quarto. Largou a mochila especial para fugas de casa no chão mesmo, não se importando em guardar nada, e simplesmente se jogou na cama ainda de sapatos.

Puxou o travesseiro para si e o abraçou. Não estava com o menor sono, apesar de só ter dormido algumas poucas horas.

Ele sentia seu coração bater tão forte que parecia querer explodir. O rosto queimava quando ele apenas pensava sobre John...ainda não consegui acreditar que fizera tudo aquilo com ele.

Quer dizer, ele geralmente era frio como uma rocha. Dave, quer dizer; criado para ser um “cara maneiro”, descolado, sempre com a cabeça fria...até demais. Muitos podiam dizer que não tinha nem sentimentos. Mas ele tinha, e surpreendentemente acabara de descobrir isso.

Ele estava se tornando tão mole com John. Pode começar a chama-lo de Dave Marshmallow Strider: ele merece. Merece uns tapas por ficar tão manteiguinha derretida com um simples beijo ou toque mais singelo da parte do namorado.

Namorado. Essa palavra ainda o fazia estremecer de alegria.

Mas fazia sentido, afinal, eles estavam saindo há pouco tempo; Dave ainda estava no prazo de se assustar e ficar vermelho diante de toques mais íntimos. O problema era que deixava isso toma-lo completamente, e por horas não conseguia tirar John da cabeça...ele o amava tanto. Amava seu cabelo negro e bagunçado, seu senso de estilo torto, seus lábios macios, seus dentes para frente, seus olhos tão profundamente azuis...Dave estremeceu e não conseguiu segurar um suspiro baixinho, fechando as pernas. Estivera tão perto daqueles olhos estupidamente azuis na noite passada...tão perto. Deveria ter dito o quanto os amava, deveria ter beijado suas pálpebras, deveria ter acariciado seu rosto mais.

Mas ele mal conseguia agir quando John estava tão próximo.

–A-ah... –fez o sardento, mordendo o nó do dedo indicador e apertando os olhos. Não deveria, mas...era um adolescente, afinal. Um adolescente com os hormônios agitados e um coração ferido pela flecha do Cupido. E um namorado tão lindo.

Dave deslizou as mãos pelo próprio corpo, tentando simular o que John havia feito naquela noite. Ele tinha...beijado seu pescoço. O loiro tentara não reagir na hora, mas o ato mexera com ele tão absurdamente. Era um ponto sensível.

E ele amara ouvir John falar sobre como uma marca roxa ficaria linda em si. “Pra todo mundo saber que você é meu”, dissera John.

“Sim, sim, John...deixe uma marca em mim...”

Dave mal conseguia respirar. Pensou nas pernas de John enrolando-se nas suas, seus braços envolvendo seu corpo, seus peitos se tocando, seu coração batendo...

O corpo do loiro estremeceu por inteiro e ele arqueou as costas.

–Droga... –murmurou, debaixo da respiração acelerada. Sujara suas roupas de baixo.

*~*

Haviam combinado às 10h no parquinho. Dave já estava lá bem antes desse horário, pois ficara combinado que iria alcançar “a pessoa” antes que John chegasse. Estava deixando o moreno louco de curiosidade, evitando a todo custo revelar a identidade da pessoa que queria que ele conhecesse.

–Nem sequer uma dica de como ele é? –John implorara, sacudindo seu ombro- É menino ou menina? Ah, vamos lá, Daaaaveeeeee!

Mesmo sacudido, ele apenas segurara o sorriso para ficar só na mente e não disse nada. Agora, estava checando o relógio.

Pelo jeito a curiosidade não era tão grande assim, pois já passavam vinte minutos do horário combinado. “Ele provavelmente se perdeu”, pensou Dave, rindo. Mandou uma mensagem de texto para o rapaz.

–-turntechGodhead [TG] began pestering ectoBiologist [EB] at 10:20—

TG: turntechgodhead para ectobobologist

TG: responda ectobobologist

TG: tu tem sinal aí?

EB: dave!!!

EB: me desculpa, eu, uh, acho que vou atrasar.

TG: uhun

TG: tu se perdeu não foi

EB: UH. NÃO????

EB: eu só queria fazer um suspense. u-u

TG: sei

.

Dave riu. Ele era adoravelmente bobinho.

.

TG: se desperde logo que eu tô esperando com o cara mais legal da terra aqui

EB: então é um cara!!

EB: certo, eu já estou indo.

EB: tem uma barraquinha de cachorro quente logo pra lá, então eu vou pedir informação e já apareço aí.

EB: ♥

.

Ele sentiu uma vontade quase incontrolável de chutar um gatinho. Mordeu o canto das unhas, enquanto digitava um coração com a outra mão. Então, fechou a conversa e decidiu matar o tempo com o cara mais legal da Terra.

*~*

Terezi decidira sair um pouco de casa para um passeio. Gostava de tomar um pouco de sol às vezes, apesar de ser muito branca e ter que se banhar em filtro solar antes de sair de casa; não era como Kanaya, que vivia debaixo do sol. Ela tinha um bronzeado invejável.

Rose Lalonde era uma garota sortuda.

De qualquer modo, a cega empunhou sua bengalinha e pegou o ônibus para o parque municipal; encontrou meia dúzia de amigos por lá, como sempre. Tavros e Gamzee estava dividindo dois potões de pasta de amendoim e o outro de geleia, se lambuzando como dois idiotas. Terezi sentiu o cheiro de longe.

Eridan e Sollux estavam discutindo, com Feferi no meio; como sempre. Aradia tentava apaziguar a situação – mas, a julgar por seu tom de voz, estava prestes a dar uma chinelada em cada um.

Terezi passou por eles rindo baixinho. Se lembrou da fanfic que Nepeta escrevera e lera em voz alta para ela, sobre casais trocados. Sollux e Eridan tinham uma relação de ódio incandescente, enquanto Aradia e Feferi estavam em um romance vermelho tão adorável que Terezi viraria sopinha de Pyrope se não fosse tão descolada.

Em sua caminhada, ela logo alcançou o parquinho. Reconheceu o som de risadas e bundas de criança escorregando em túneis de metal. Sentiu a areia debaixo da pontinha de seu bastão.

Até que este tocou em um pedaço macio de carne humana.

–Uh...Dave? –ela deu umas batidinhas na ponteira dos allstars do garoto, reconhecendo aquela parte mais gasta no lado direito- O que você—

–Cadeia –ele respondeu. Estava deitado de barriga para cima na areia, rodeado por latinhas vazias de sopa e um livro aberto na metade sobre o colo.

–...por quê? –Terezi franziu a testa, “encarando” o nada.

–Meus raps da hora sobre Starbucks no centro da cidade foram censurados, e os cidadãos ficaram putos.

A garota riu com deboche, agachando-se ao seu lado.

–Hmm –ela avaliou a situação- Parece que você precisa se soltar, Garoto Legal –Terezi o chamava assim como uma piada interna- Não preocupe sua boba cabeça rosa, Dave...

–Qual das duas, Terezi, acho que ambas estão bastante preocupadas. –interrompeu o garoto.

–...porque a legisladora está aqui pra tomar questões legais em suas mãos –ela continuou, toda prosa. Falava de si, é claro- Você estará livre pra fazer suas rimas da hora de novo em pouco tempo!

Não é preciso dizer que em questão de minutos ela estava ao seu lado, na mesma posição.

–O prefeito é um negociador muito bom. –ela admitiu, tateando o livro de História sobre o peito.

Dave ouviu passos irritados naquela direção. Era fácil saber a quem pertenciam, esmagando os pobres e inocentes grãos de areia debaixo dos tênis daquele jeito.

–E aí, Karkat –ele cumprimentou, tentando olhar para cima. O garoto cobria o sol.

–O que em nome de um canguru pedófilo vocês dois estão fazendo? –ele grinhiu (um verbo completamente inventado por Dave para definir o misto de grunhido e grito que era a voz de Karkat), cruzando os braços

Terezi respondeu, sorridente:

–Karkat! Você precisa nos soltar! –parecia estar tentando fazer um drama, mas sorria demais. O garoto moreno que, Dave tinha que admitir, tinha seu charme de latino (ou teria, se não fosse tão facilmente frustrado) fechou ainda mais a cara.

–Você tá falando sério? –debochou, depois de uma pausa.

–Cara, eu tô na cadeia –interveio o loiro- Eu não posso estar mais sério.

Karkat pareceu desistir de discutir tão cedo de manhã. Jogando os braços para cima em irritação, marchou seus passos revoltados até o trepa-trepa nos fundos do parquinho.

Lá, no ponto mais alto, uma sombra vigilante. Uma criatura heroica, valente, que com seus olhos ferinos supervisiona a pequena cidade de latas lá embaixo, mantendo a ordem, a democracia. Um herói silencioso. Um pequeno justiceiro.

Basicamente, um menininho de uns sete anos com o capuz de moletom cobrindo parte do rosto.

–Ei, prefeito Bunda Mole –Karkat disse entre dentes, cruzando os braços- Deixa o barril de idiotas sair da cadeia. –ordenou.

A pequena criança o encarou por um tempo. Tinha uma lata de refrigerante em uma das mãos, e um pote de vidro na outra. Dentro do pote havia um vagalume.

Karkat sustentou o olhar vago do menino por um longo tempo. Então, o menor estreitou os olhos. Ficou assim por trinta segundos. Um minuto.

Foi só Karkat piscar para se ver deitado ao lado de Dave, com um livro de receitas aberto sobre o peito e o ronco alto de Terezi lhe machucando os ouvidos.

–COMO ISSO ACONTECE –ele gritou, estupefato, encarando o céu azul com a testa franzida.

–Karkat, eu não consigo acreditar que você é um criminoso –não era possível ver a expressão de Dave por baixo dos óculos escuros- Tô tão desapontado.

–NÃO FALE COMIGO –gritou o latino de novo, parecendo ainda mais alterado, um olho piscando violentamente. Devia ser duro perder uma discussão pro prefeito.

–Aw –fez Dave, com um biquinho, até voltarem a ouvir passos.

–Gente, o quê...? –a voz era de Rose. Dave ergueu a cabeça e gritou:

–Rose! Se salve!

–Mas—

–CORRE.

Rose suspirou. Usava um vestido laranja com um sol no centro e uma saia longa amarela, bem fora de seu normal. Pressionou uma das têmporas.

–Foi preso por raps pesados novamente?

–TalVEZ –a voz do sardento deu um falsete. Ele voltou a jogar a cabeça contra a areia- Só paga a nossa fiança, cara.

–Certo –concordou Rose- E a propósito, encontrei John vagando por aí e o trouxe pra cá, então... –sorriu com certa malícia- Aproveitem o encontro de vocês.

Foi quando Dave percebeu John rindo, em pé ao lado de Terezi. Ele o cumprimentou com um “Hey Dave!”. O coração do loiro derreteu.

–O QUÊ. –reverberou a voz ao seu lado esquerdo- Então Strider FINALMENTE cresceu bolas e resolveu chamar John Egbert pra sair? Wow, Dave, estou impressionado.

–Tá um pouco atrasado, Karkat –Dave se virou para ele- John e eu já saímos algumas vezes nas últimas semanas e estamos na verdade casados.

Ele ouviu a risada adorável de John em seu outro ouvido. Karkat fez uma cara chocada.

–Estão em romance vermelho e eu NÃO fui o primeiro a saber?

–Qual é a de vocês de Alternia e esse vocabulário estranho? –Dave bufou, voltando a encarar o céu. Alternia era a escola onde Karkat, Terezi, John e todos os outros estudavam- “Romance vermelho”... –resmungou.

Nesse momento, Rose apareceu.

–Fiança paga –anunciou- Agora, se me dão licença, preciso ir encontrar um lugar mais calmo para fazer a leitura de meu livro.

–Tranquilo –Dave se sentou, colocando sua “cela” de lado- Aah, é tão bom ser um cidadão livre.

Karkat chutou o livro para longe e sacudiu Terezi para acordá-la. Ela estava babando a areia toda.

John riu, ajudando Dave a se levantar.

–O que foi isso? –ele perguntou, sorrindo travesso- Cantou algum proibidão e os guardas do parque te botaram de castigo no parquinho?

–Nem –o loiro deu de ombros, ainda segurando a mão que lhe fora estendida- Vem, quero te apresentar o cara que me prendeu aqui, e coincidentemente é a pessoa que eu queria que você conhecesse.

Ele percebeu, pela maneira como as orbes azuis brilharam, que a curiosidade de John fora aflorada. Ele o seguiu até o trepa-trepa, John fazendo da mão livre uma viseira para conseguir olhar o ponto mais alto – onde uma criança espreitava.

–Ei, prefeito! –Dave soltou o namorado para fazer das mãos um megafone- Tenho hora marcada com a sua secretária. Preciso te apresentar uma pessoa importante.

O menino – que, John percebeu, era bem moreno – se curvou na barra em que estava sentado. Encarou os dois, virou a latinha de refrigerante que tinha nas mãos e a jogou lá de cima para o chão. Com o pote de vidro debaixo do braço, foi descendo nas barras que formavam quadrados, até aterrissar de pé, como um gato, na frente dos dois.

Dave sorria como um idiota.

–John –ele passou uma das mãos pelas costas do rapaz- Esse aqui é o Prefeito.

John e Prefeito se encararam. Os olhos do menor eram castanhos e enormes, curiosos, quase ameaçadores. Tinha enormes olheiras debaixo deles, bolsas arroxeadas de cansaço. Mas não parecia impotente de maneira alguma.

Então, John piscou. Prefeito se virou para Dave como se esperasse uma explicação.

–O John – continuou Dave, falando devagar- É o meu namorado. Você entende isso, né, carinha?

Prefeito continuou o fitando. Então, passou para John. Dave de novo. E assentiu.

O loiro sorriu com borboletas no estômago. John o achou a coisa mais fofa do universo.

Prefeito se aproximou alguns passos e puxou de leve a blusa de John. A cabeça batia em sua cintura, de tão pequeno o menino. Devia não ter mais que sete anos de idade. Ele ergueu o pote de vidro quando capturou a atenção do rapaz.

–Oh! –fez John- Um vagalume!

Prefeito chamou Dave com uma das mãos. O sardento se ajoelhou, e permitiu que o menino dissesse algo em seu ouvido. Foi baixo demais para John escutar.

–Essa é a Serenidade –Dave se levantou, sorrindo- O Prefeito a salvou de dentro de uma pedra de âmbar. Agora eles mandam na Cidade de Latas e são melhores amigos.

John arregalou os olhos, a boca virando um perfeito “O”. Estava realmente impressionado com aquela história de amizade. Prefeito se encolheu em seus ombros e olhou para ele de baixo, parecendo relutante. Então chamou Dave de novo e transmitiu outra mensagem.

–Ele disse –traduziu o loiro ao se levantar de novo- Que o centro da cidade não é aqui, por isso não tem prefeitura. É só o subúrbio, a cidade real fica longe.

–Sua cidade é tão grande assim?! –exclamou John. Prefeito enrubesceu e murmurou mais uma frase no ouvido de Dave. Então deu as costas e subiu no trepa-trepa de novo.

–Ele deseja que você aproveite sua estadia –disse o loiro, observando o pequenino subir sem ajuda- Não precisa tomar cuidado, porque não tem crimes aqui. –então se virou para John, e sorriu bobo- Ele é incrível, não é?

John estava sem palavras. Não sabia que Dave...

–Ele... –o de óculos de grau decidiu sussurrar- Ele não tem pais, tem?

–Não –respondeu, também em sussurros- Ele é uma criança autista do orfanato local que só fica preso no quarto...ou sozinho em algum brinquedo, quando liberam eles pro parque. O carinha só começou a parecer mais espontâneo depois de virarmos amigos –ele sorriu- Ele é autista tipo não verbal. Só fala comigo. Os monitores do orfanato me consideram um milagre.

O moreno estava atônito. Não consegui nem falar – estava movido com a emoção.

Dave não só passava suas tardes no sol quente brincando com uma criança órfã, a criança era autista. Autista, e se dava bem apenas com ele. Lidar com crianças autistas era tão difícil e muita gente desistia, mas...Dave passava todas as tardes com ele e o amava. Brincavam juntos.

John sentiu vontade de abraça-lo. Tinha toda aquela pose de Mano Maneiro, maroto, toco y me voy, mas era mesmo um bananão por dentro. Existia atitude maior de Gente Fina™??

–Nh...Dave... –ele se aproximou, erguendo o rosto. Dave pareceu adivinhar o que vinha e mordeu o lábio inferior, aproximando seus rostos. Suas respirações se misturaram. Por trás dos óculos escuros o garoto fechou os olhos, e com seus lábios a milímetros, John fez uma declaração- Você é tão coração de manteiga.

Dave estagnou e o empurrou para longe.

–AH, QUÊ QUE HÁ –estava vermelho como um tomate. Passou as mãos exasperadamente pelo cabelo- Não me bota falsas esperanças assim. E para de rir! Eu não sou nenhum maricas como você está pensando.

–Ah, é? –John fez uma carinha de pregador de peças- Diz o cara que tá namorando outro cara. E não sou eu que faço expressão de pneu murcho quando vejo uma criança, David.

–Primeiro de tudo vai se foder... –Dave apontou um dedo para seus olhos. John estava a ponto de mordê-lo, quando ouviram outra discussão se aproximando e foram puxados pela força gravitacional do caos. Olharam na direção das vozes.

Eram Sollux Captor e Eridan Ampora. Andavam e discutiam, o hipster dos cabelos arrepiados parecendo tentar fugir do geek dos computadores, que insistia em uma discussão. Era um momento muito “SENPAI LUTE COMIGO”, o daqueles dois. Eram assim de vez em quando.

Eridan gritava algo sobre o outro sempre ficar com as melhores garotas; primeiro Aradia, depois Feferi. E agora queria ficar pulando entre uma e outra? O acusou de rodado e ladrão de melhores amigas. Ele queria fazer sua jogada em Feferi, não dava pra ver?

Sollux retrucou lhe chamando de franguinho. Fora amigo de Fef desde a primeira infância, por que não tinha agido antes? Deu mole, perdeu, amigo. Comera mosca – ou, como dissera o de cabelos cor de mel, comera abelhas.

O vice-presidente do Grêmio Estudantil e presidente do clube de natação ficou roxo de raiva. Em sua voz de nobre da Idade Média, brandiu um dedo para o rosto de Sollux e desatou a xingá-lo, de charlatão, canalha, patife, atirado, desprezível, mentecapto e pobretão. Exclamou que nunca mais o queria perto de si e nem de Feferi, e começaria a explanar todos os seus segredos se ele não parasse de rodear “sua garota”. O hacker deu um sorriso de canto e provocou-o: “Que garota? Você perde todas, e achado não é roubado”.

Eridan ergueu um punho. Quando o desceu sobre o rosto de Sollux e John mais Dave prenderam a respiração, o que usava os óculos coloridos agarrou o pulso do outro e o puxou.

O dos olhos arroxeados não esperava por essa, mas com certeza gostou. Os dois engataram num beijo com muita língua em que Sollux o agarrava pela cintura e Eridan puxava seus cabelos. John e Dave produziram um guincho em uníssono e o loiro ainda soltou um gritinho ao ouvir a interjeição do menino apelidado Prefeito que observava a cena toda de pé ao seu lado.

Como uma mãe protegendo o filho diante de grande indecência, Dave cobriu os olhos do menino, engasgando-se em um “NÃO OLHA, MEU NENÊ PRECIOSO”. O estômago de John virou do avesso e ele concluiu, com desgosto, que perdera o apetite pelo resto do dia.


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Notas finais do capítulo

Ayyy muchachos :V De nada pra quem me pediu Erisol. Eridan is bae.
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