Destino escrita por Mystik


Capítulo 2
Capítulo 1




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Fui depois da aula com Hana até a tal floricultura. Chegando lá descobri o porque da fama. O lugar estava lotado!!! Estranhamente só havia meninas da minha idade gritando e conversando.

- Venha, vamos entrar. – disse Hana.

    Rapidamente me perdi dela, tamanha a confusão do local, imagine só!!!

    Não sei porque a loja me transmitiu paz, mas ao mesmo tempo apreensão. Fui andando pelo pequeno local. Abaixei numa das prateleiras, achando minha flor preferida: jasmim. Foi então que aconteceu.

    Uma visão momentânea de um lindo campo florido. Num raio, elas foram varridas, deixando o campo deserto. O começo do meu sonho!!

    Aquilo durou poucos segundos, mas foi o suficiente pra me deixar assustada. Foi quando ouvi uma voz suave atrás de mim, enquanto uma flor era estendida na minha frente:

- Uma Fresia para alegrar seu dia.

    Peguei a flor surpresa e me virei para agradecer. Foi quando o vi. Ele tinha o cabelo loiro, como um raio de sol. Os olhos azuis me encaravam enquanto um sorriso simpático estava em seus lábios. Ele falou de novo:

- Parece triste. O que aconteceu?

- Eu...er... – droga! Eu que nunca tinha perdido as palavras numa conversa estava muda! Falei a primeira coisa que me veio à mente:

- Quem...é você?

    Ele sorriu sem graça.

- Desculpe! Meu nome é Omi Tsukiyono. Traballho aqui na Koneko.

- Ah...desculpe a pergunta Tsukiyono-san...


- Me chame de Omi. Não sou tão mais velho quue você, não é?

    Uma outra voz me tirou do devaneio.

- Seika!!! Finalmente te encontrei!! Ah, olá Tuskiyono-san!

- Er...oi... – ele mudou de semblante totalmente. Embora ainda estivesse sorrindo, minha percepção via que era apenas um modo de agradar uma cliente em potencial.

- Bom, agora que encontrei a Seika, a gente precisa ir!

- É um bonito nome Seika... – murmurou ele timidamente.

- Ah... – me senti corar. O que estava acontecendo comigo?? – Preciso ir. Obrigada pela Fresia...Omi. – disse já sendo arrastada até a porta. Não tirei meus olhos dele até sair da loja.

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- Tadaima!! – anunciei, fechando a porta de casa. Esqueci de contar não é? Moro num apartamento no subúrbio de Tóquio, só com a minha mãe. Meu pai morreu quando tinha seis anos. Apesar disso não me sinto triste. Acho que esse meu dom tem seu lado positivo. Tenho lindos sonhos com papai em que ele diz para cuidar de mamãe e que ele estará nos vigiando. E quando acordo sinto uma sensação enorme de felicidade.

- Você chegou mais tarde. O que aconteceu? – a voz da minha mãe me tirou das divagações. Estavam fazendo isso bastante ultimamente!!

- Fui numa floricultura com Hana. Vai trabalhar?

- Já estou saindo. Tem comida no forno e fiz biscoitos pra você. São aqueles de chocolate com baunilha que você gosta.

- Obrigada mãe!!! Bom trabalho!!!



    Depois de um belo banho e um belo jantar, fui até a sala escutar música. Quando não tenho lições, geralmente fico assim na sala para relaxar. Mas essa noite em especial uma certa pessoa não me deixava relaxar direito. Digamos, um certo loiro de sorriso cativante. Droga!!!!!!! Droga, droga, droga!!! Vendo que não ia ter jeito, fui até a cozinha comer os biscoitos que mamãe deixou.

    Ao olhar para os biscoitos imediatamente pensei: "Omi ia adora-los...". Pelo amor de Deus!!! Até biscoitos me lembram dele!! Mesmo com toda essa indignação, passei o resto da noite fazendo um embrulho para levar na Koneko amanhã. É, eu sou estranha assim mesmo.

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    Nem esperei o sinal bater direito e já fui correndo até a loja. Ok, isso está se tornando estranho! Entrei na loja, lotada como sempre, e comecei a procurar por ele. Avistei-o do outro lado conversando com um garoto de cabelos escuros, enquanto tinha um vaso na mão. Que adorável!! Ei, de onde isso surgiu??? (Divagações mais tarde Seika.)

    Endireitando-me, fui até sua direção. Cheguei perto e me curvei.

- Olá Omi... – disse meio temerosa. Será quee ele se lembrava de mim? Claro que não, milhares de garotas deviam passar por ali todos os dias. Porque ele ia se lembrar justamente de...

- Olá Seika-chan!!! Ken-kun, depois nós conversamos! – o moreno foi para as estufas. Então ele virou-se e disse – Em que posso ajuda-la? – ai, ai, ai, ele lembrou!!!! Ta, agora responda a ele, besta!!!

- Eu...eu...trouxeisssopravocê!! – acho que nem eu entendi o que falei de tão rápido que as palavras saíram da minha boca.

- O que?

- Eu...trouxe...isso...pra você. – repeti mais devagar estendendo o embrulho que me custou várias horas de trabalho.

- Pra mim? – ele parecia surpreso. Será que nunca recebera presentes de todas aquelas garotas? – Mas...porque?

    Pronto. Ótima pergunta Omi.

- É que...bem... – essa perda de fala já está se tornando um hábito – você me deu a...

- Frésia... – ele parecia disposto a me ajuddar.

- É...e...eu quis agradece-lo...são da minha mãe...espero que goste... – pronto. Finalmente uma frase com sentido.

- Aquela flor foi um presente. Não precisava se...

- Não é incômodo nenhum!!! Espero que esses biscoitos te deixem feliz como sua flor me deixou. – pela cara que ele fez, deve ter me achado a maior atirada do mundo!! Para meu imenso alívio ele simplesmente disse:

- Obrigado.

    Pronto! Agora podia ir pra casa muito feliz!!! O porque, nem eu mesma sabia direito. Foi quando uma voz estragou totalmente meu humor.

- Mais uma pra você dar mole Omitchi?

    Mais uma? Mais uma?!

- Yoji-kun!!!! – ele pareceu realmente envergonhado. Ele ficava tão kawaii com as faces coradas. Ah, pare de pensar besteiras Seika!!!!

- E então querida, como se chama?

- E-eu?!

- É.

- Seika. Higure.

- Qual a idade?

    Só observei Omi balançar a cabeça desconsolado.

- Quinze. Porque?

- Feh, muito nova. Me procura de novo daqui a três anos, ok? – e com isso se afastou.

    Eu juro que não entendi nada. De repente veio. Flashes rápidos como raio de Yoji mais jovem e com uma mulher ao seu lado. Minha cabeça estalou com o grito que ecoou dentro dela: "ASUKA!!!!!!"

- Você está bem? – disse Omi visivelmente preocupado.

- S-sim...não foi nada. Eu vou indo. – e sai antes que ele fizesse mais perguntas.

-----

    O mesmo sonho. O mesmo campo. A mesma luz. Isso já estava cansando. Corri novamente, vi aquela mão, ouvi o grito e senti o sangue nela. Já estava preparada para acordar quando senti um corpo cair no meu colo. Sem saber porque comecei a chorar. Meu coração estava apertado de angústia. Abracei o corpo sem vida e olhei pra frente. Vi uma sombra que levantava o braço, segurando algo. Observei o brilho de uma lâmina.

    Acordei assustada. Isso estava diferente! Instantaneamente pensei em Omi e seus amigos da floricultura. Precisava vê-los agora!!

    Bom falar (ou melhor pensar) era muito fácil, levando em conta que eram duas horas da manhã. Mas esse pressentimento estava forte demais para ignora-lo. Suspirando, levantei e troquei de roupa com cuidado para não acordar minha mãe. Sai sem fazer ruído.

    Parei em frente Koneko, vazia pelo horário. Lógico que eles não iam estar aqui. Foi quando subitamente sabia onde eles se encontravam. Minhas pernas começaram a caminhar sem que eu desse ordem para tal, automaticamente. Isso já aconteceu várias vezes. Parece que estou vendo meu corpo se mexer e até falar do lado de fora, como se fosse uma espectadora. Felizmente, só Hana e minha mãe presenciaram essas "ausências" da minha personalidade. Elas diziam que parecia uma senhora de cinqüenta anos que falava e não eu. Quando voltava ao "normal", lembrava de poucas coisas que fazia ou dizia nessas horas.

    Bom, fui caminhando, ou melhor, vendo meu corpo caminhar sozinho, até o porto de Tóquio. Numa das docas, entrei. Então voltei ao normal. Mas preferia não tê-lo feito. O que vi me deixou completamente em choque.

    Sangue. Sangue por toda parte, subindo pelas paredes, no chão, enquanto vários corpos jaziam sem vida por lá. Mas isso não era a pior parte. Era quem estava no meio da cena.

    Omi. E o tal Ken, ainda Yoji, e mais um ruivo que só conhecia de vista na floricultura. Acho que eles também não esperavam me ver lá. Pela cara de choque.

- Seika-chan????

- O que essa garota está fazendo aqui? – disse o ruivo friamente.

    Dei um passo pra trás. Foi quando gritos de dor invadiram minha mente, flashes de luta entravam e saíam, e Omi estava lá. Ele estava matando-os! Juntos com os outros três. E o pior era que ele não parecia ter remorso do que fazia!!

- Garota... – começou o moreno – O que...está fazendo aqui?

    De novo meu corpo começou a se mexer. E a falar sozinho. Com minha consciência como espectadora desse show de horrores.

- Weiss...

    Pude ver os quatro tomarem uma face surpresa. O loiro deu um passo a frente.

- O que disse?

    Vi meu corpo levantar o olhar e observa-los com calma.

- Weiss Kreuz... – disse novamente, dessa vez mais firmemente.

- O que você sabe? O que quer?? – disse o ruivo meio que se exaltando. Ele apertava o cabo da espada que segurava com força.

- Abyssinian. – apontei pra ele – Balinese. – apontei para Yoji – Siberian. – apontei para Ken – Bombay. – terminei apontando para Omi.

- O que você quer???? – disse o tal Abssynian mais alto.

- O dia está chegando. O dia está chegando.... – e dizendo isso saí correndo dali.

    Só pude controlar meu corpo novamente quando estava em casa, segura no meu quarto. O que era aquilo? Weiss? Essa palavra não parava de ecoar na minha cabeça. Decidi que amanhã mesmo iria descobrir o que isso significava.

CONTINUA...


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