Something Stupid escrita por Vlad La Vulva


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

A música da vez é do Frank e Nancy Sinatra, que dá nome ao título da história (que surpresa...)
Boa leitura!



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Natal. Pessoas aos montes enfrentavam a estação mais fria do ano na ambição de admirar as luzes e a música por toda a parte. Pares de gente de todos os tipos cantarolavam canções natalinas, riam e se beijavam despreocupadas, aquecendo o princípio de neve que caía sobre eles. Na multidão, um casal seguia em frente, até o mais alto quebrar o silêncio:

–Você já se apaixonou alguma vez?

O outro parecia surpreso.

–Por que isso tão de repente?

–Eu estava observando os casais à nossa volta e fiquei imaginando o que você pensava – Virou-se para o parceiro – Falar sobre esse tipo de coisa seria completamente fora de cogitação nos velhos tempos, não?

–Hahaha – Ironizou jocoso – Tenho certeza de que está tudo bem agora. Isso não é grande coisa – Pensou por um momento e indagou escondendo mal a curiosidade – O que você pensa a respeito?

–Eu? Você é meu amor.

–Huh?

–Eu te conheci e me apaixonei por você. E ainda sou, sabe? – Riu encabulado, deixando o outro muito constrangido.

Virando o rosto, o mais baixo prosseguiu:

–Isso é uma surpresa. Eu teria pensado que você queria apenas uma aventura.

–Infelizmente, você foi o único que me ensinou a respeito do amor, então eu nunca pensei em mais ninguém. Talvez seja por isso que eu perguntei. Em todos esses anos em que você esteve por aí, você já se apaixonou? Como foi?

O menor suspirou, fitou o nada e sorriu.

–Eu nunca... Realmente soube o que era isso.

O outro o questionou com o olhar. Seu parceiro soltara de sua mão e rumara para frente.

–Como uma nação – Volveu-se o baixinho – Eu nunca tive ideia do que seria se apaixonar.

–Mas você conheceu outras nações, não conheceu?

–Nah –Riu pelo nariz– A maioria delas nunca falaria sobre isso como você fez. Mas você está admitindo estar apaixonado por alguém de sua própria “espécie”, uma outra nação. Você é muito corajoso, e não digo isso de um jeito positivo.

–Nós temos sentimentos, assim como pessoas. O que há de errado em se apaixonar? – Treplicou.

–Nós somos nações, não pessoas – Mantinha o tom sereno – Coisas como “amor” são sempre um tabu implícito para nós.

O mais alto o estudava em silêncio.

–Mas –O menor prosseguiu – Se você está perguntando se eu já me apaixonei, eu teria que responder “sim”.

Focou-se em seu locutor. Os orbes anis denunciavam sua confusão.

–Bem, você sabe – Retomou o baixinho – No final, parece que o meu tão falado “primeiro amor” é você.

O maior dirigiu-se com passos rápidos à direção do outro e o abraçou forte. O outro estranhou a súbita movimentação, mas não hesitou em retribuir o afeto, até então ouvir soluços contidos.

–Hey, por que você está chorando? – Indagou, sentindo o ombro umedecer debaixo do casaco grosso.

Os dedos finos enluvados no menor se perderam no loiro areia dos cabelos do mais alto num cafuné consolador.

–Eu – Disse entre as lágrimas – Eu nunca pensei que seria possível ser o seu primeiro amor e fazer você se sentir desse jeito, porque comparado com o tempo que você está aqui, não tinha como eu te alcançar.

–Bem, você provavelmente vai rir de mim ou me chamar de brega, mas quando estou com você, eu descubro tantas coisas novas. Isso me assusta às vezes. Ainda assim, as coisas novas que você me apresentou, o novo mundo que você me mostrou... Eu comecei a sentir que eu queria ver tudo isso também. América – Ergueu o rosto do rapaz e limpou as lágrimas atrás das lentes de seus óculos – Obrigado por me ensinar como amar, porque eu nunca senti isso antes. Eu não posso ter certeza, mas eu espero que seja isso mesmo.

Olharam-se amorosamente. América tocou as mãos da outra nação que acariciavam seu rosto.

–Agora, mais do que nunca, eu realmente te quero pra mim.– Ronronou ainda meio rouco pelo choro.

O outro sorriu satisfeito.

–Eu também. Eu quero você perto de mim para sempre.

Pegando as mãos do parceiro, o maior distribuiu beijos singelos nos nós de seus dedos.

–Inglaterra, obrigado por permitir me apaixonar por você. Obrigado por me dar seu amor. Eu sempre irei te amar, não importa o que o futuro nos reserve.

Com um beijo terno, calaram aquela noite de inverno.

–Eu te amo.


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Notas finais do capítulo

Quanta viadagem...
Quem ler e não comentar vai ficar sem presente do papai noel!



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