Time. escrita por Miss Zoldyck


Capítulo 1
"Quem me dera controlar o tempo..." - One~shot.


Notas iniciais do capítulo

Ol, e mais uma vez, Miss_Zoldyck aqui!! Desta vez trago- vos uma outra one- shot de um casal original e totalmente romantica.

Aproveitem, e boa leitura.



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Lembro- me de ter treze anos, e ser um Novembro frio e chuvoso. Lembro- me também que, uma vez, a professora de Português fazer essa mesma pergunta para os alunos, quando obtivera uma hora livre com a nossa turma:

“ Se pudessem escolher uma qualidade, qual seria?”

Todos responderam coisas como: “ Ser mais responsável” , ou “ Ser mais estudioso”, e ainda " Saber distinguir mentiras de verdades" .

Mas eu, respondi algo diferente:

“ - Eu gostava de controlar o tempo!”

A professora torceu o nariz, pela primeira vez naquele tempo. Ela aceitara todas as ideias e gostava da forma de pensar dos restantes. Porém, pareceu que a minha ideia e o meu sonho não a agradara. De todo.

“ - Mas isso é uma qualidade estranha… Aliás, nem uma qualidade é!”

“ - Mas o meu sonho sempre foi controlar o tempo. Poderia pará- lo quando quise- se e poderia passar rápido quando eu queria…”

A professora acenou negativamente, e continuou a aula normalmente, a perguntar a todos o que gostariam de ter, ou ser, ignorando o resto da minha explicação. Mesmo com a professora a elogiar as ideias e opiniões de todos, nem tomei mais atenção - fiquei a sonhar sobre ter essa ‘qualidade que todos achavam estranha e que ninguém gostava’.

Lembro- me de algumas garotas me olharem de lado como se fosse um alien por ter pensado de forma diferente - nem liguei - estava focada demais em perder- me em pensamentos de como seria essa realidade.

Uma realidade mergulhada em mais um sonho impossível.

[...]

E novamente, a mesma pergunta foi- me feita, uns quatro anos depois. Fiquei surpresa, por a mesma ser- me familiar, porém, não me lembrava de onde a tinha escutado:

“ - Se puder escolher uma qualidade, qual seria?” .

Fiquei confusa, e foi um pouco repentina a pergunta vinda do meu melhor amigo. Fiquei a pensar, enquanto ele do outro lado do computador, me olhava curioso. Talvez esperava uma resposta inteligente ou divertida; quem sabe uma sincera.

Após uns segundos a refletir, varias respostas vieram- me à mente, mas uma, automaticamente, saiu- me uma resposta que nem eu mesmo esperava dos lábios.

“ - Gostava de controlar o tempo.”

Ele olhou- me com uma cara estranha - confuso. Como eu pensei - ele deveria esperar algo como “Ser uma garota menos esquecida” ou “Ser menos desastrada”. Porém, deve ter ficado bastante surpreso e maravilhado com a resposta imprevisível que acabara de dar. Notava- se no olhar dele.

“ - Porquê controlar o tempo?” .

A curiosidade dele aumentou. E novamente, mesmo antes de pensar, a resposta saiu- me dos lábios, sem ao menos controlar a minha própria voz, como se fosse algo que eu sabia de cor; como se eu já sabia aquela resposta na ponta da língua, embora nunca a tenha dito, realmente:

“ - Porque assim iria pará- lo e ficar contigo para sempre.” .

Eu acabara de admitir que amava o meu melhor amigo. Dessa nem eu esperava.

Nunca me esquecerei da cara toda vermelha que ele ficou, e de apenas dizer rapidamente um “tenho que ir”, e desligar a chamada totalmente apressado e evergonhado.

E eu, agora, acabara de estragar a minha grande e querida amizade. E era nesse momento que eu amava controlar o tempo.

Poderia voltar atrás e refazer a linda porcaria que havia dito, e feito. Mas agora, nada a fazer. Apenas esperar por amanhã, pela escola, e pensar no que ele me iria dizer.

Continuei a olhar o fundo da tela do meu Notebook, e fechei- o, decidida a ir dormir.

Porque pelo menos em sonhos, eu poderia controlar o meu tempo.

[...]

No dia seguinte, ao entrar na sala de aula, ele não foi ter comigo. O meu melhor amigo virou a cara para a parede, como se nada fosse com ele, pois a carteira dele era contra a mesma. Lembro- me de libertar um suspiro quente no tempo chuvoso e frio do local.

Olhei para baixo, e dirigi- me ao meu lugar, na outra ponta da sala, um pouco atrás. Fiquei num silêncio profundo as aulas da manhã toda, cabisbaixa - era uma novidade. Eu sempre fui a que mais falava durante as aulas e sempre a mais divertida que fazia todos rir. Ninguém - sem ser ele - entendera a minha forma de estar hoje.

As aulas terminaram, e o professor de Geografia, por gostar bastante de mim, até me perguntou se eu estava bem. Obviamente, respondi que sim, e falei que estava com sono.

Saí da aula, e observei que ele me ignorara completamente, e foi ter com os outros amigos dele, rindo e saindo de costas para mim, como se eu não existi- se mais para ele.

Não obtive coragem suficiente para lhe perguntar porque ele me ignorava - eu sabia a resposta. Como eu amava poder controlar o tempo.

Segui rumo à cafetaria da escola, e comprei umas bolachas e fui comendo num canto da escola, num dos corredores, sozinha. Não queria manter contacto visual com ninguém, nem falar. Muito menos interagir de qualquer forma possível.

“ - Olá…” . - Lembro- me de me encher de esperança ao ouvir aquela voz melodiosa ecoar por onde estava. O meu coração batia rapidamente e eu, com os meus dezassete anos, olhei para cima, encontrando- o meio vermelho, olhando para a parede ao meu lado.

Levantei- me atrapalhada, olhando- o sem acreditar. Ele queria falar comigo? Será que… Eu posso negar e fingir que nada aconteceu?

“ - O- Olá…” . - Gaguejei, meia nervosa. Ele suspirou, olhando- me nos olhos.

“ - Primeiro… Poderia me explicar o que foi aquilo ontem?” . - Perguntou meio com raiva. Fiquei surpresa do tom de voz que ele me falou, mas nada disse; apenas respondi.

“ - E- Eu posso explicar…” . - A minha voz morreu quando o rosto sereno do rapaz que eu amava, olhou- me com raiva e simplesmente empurrou- me para a parede. Ele ficou bem perto de mim, e deixou- me mais vermelha que nunca.

“ - Não brinque com os meus sentimentos assim!” - Disse, totalmente revoltado. - “ Acha que eu gosto de ouvir essas brincadeiras? E sabe quanta esperança e o quanto feliz fiquei em ouvir aquilo ontem, e descobrir que era mentira?!” .

“ - Mas quem disse que era uma mentira?!” . - Respondi, automaticamente, apenas olhando- o nos olhos.

“ - Você não veio falar comigo, então achei que…” . - Ele riu sem jeito, e eu suspirei.

“ - Então, isso significa que…” . -Conclui mentalmente, mas sem acabar a frase. Pois ele me interrompeu.

Ele segurou a minha cintura com as duas mãos delicadamente e firme, puxando- me contra o peito dele, totalmente colados, e pressionou os lábios contra os meus. Lembro- me de o meu coração quase explodir, e sentir o meu sangue ferver, juntamente com as minhas pernas quase a caírem.

Quando ele se separou de mim, abraçou a minha cintura, juntando- me mais ainda a ele, colocando a cabeça em cima da minha por uns bons minutos. Assim, no silêncio, ao som do coração dele.

Depois de ele se afastar, olhou- me com um enorme sorrindo. Um sorriso contagiante e brilhante, de pura felicidade.

“ - Eu amo- te, Marta.” . - Sussurrou calmamente, apenas a olhar- me nos olhos.

“ - Eu também amo- te, meu Daniel.” .

E agora, quero que o tempo pare mais que nunca…




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