O outro lado do clichê escrita por Apiolho


Capítulo 24
24 - Primeiro amor


Notas iniciais do capítulo

Boa noite! *-*

Olha eu de novo aqui, genteeee! Eu sei que ninguém deve estar lendo, mas estou nessa meta de terminar essa fic por todos que acompanharam e o fazem, espero que estejam gostando. Se não, me falem, faltam 6 capítulos para terminar.

Bom proveito do capítulo, espero que gostem.



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Capítulo vinte e quatro
Primeiro amor

"Seu sorriso é tão resplandescente
Que deixou meu coração alegre
Me dê a mão
Pra fugir desta terrível escuridão"
(Dragon Ball GT - Abertura)

Fiquei um tempo ali escorada em seu carro, não tinha clima para conversas, muito menos agora que a única coisa que pensava era se deveria ou não denunciar a Alexia e as outras. Quais provas tenho? Seria suficiente ou ia dar em nada e iriam atrás de mim no outro dia?

— O que vai fazer agora? — A sua pergunta me acordou do transe e me afastei dali para que pudesse entrar. O coitado querendo ir embora e eu atrapalhando.

— Desculpa. — A minha cara sem graça deve ter entregado, porque fez um "não" com as mãos.

— Não é por isso, vai para o trabalho? Se quiser te levo. — Falou tão rápido que quase não entendi.

— Minha mãe já vem. — Respondi de maneira educada de que não era minha intenção pegar carona com ele.

Mesmo com isso não entrou logo no carro e saiu, ficou é ali parado como se tivesse ainda algo a dizer. Sua boca abria e fechada e a minha paciência quase esgostava quando finalmente resolveu falar algo.

Au, precisamos conversar. Será que não dá de irmos juntos? — Como assim? Até parece que vai terminar o namoro que nem começou, a sua cara era de enterro total.

— Tudo bem. — Não me xinguem, ia negar, mas pelo jeito parecia sério. — Só deixa eu mandar uma mensagem. — Espero que ela já não esteja no caminho.

"Vou estar com o Logan, não precisa vir me buscar.— Audrey"

Confesso que estar perto de uma das pessoas que me magoaram de alguma forma não era bom, mas para melhorar uma daquelas três do dia do parque estava chegando perto da gente.

— Bridget, oi! — Em minha defesa não fui eu, o Logan que a cumprimentou. Mal sabia ele. — Tudo bem? — Pelo jeito que falava parecia simpatizar com ela.

— Vai embora agora? — Perguntou sem nem olhar para mim. Talvez a ainda tenha alguma consciência do que fez?

— Quer carona? Pode entrar. — E então ela estava já no banco de trás como se fosse algo frequente. Eu mereço mesmo!

O Robin já estava dentro do veículo e eu fiquei igual uma boba sem saber o que fazer, até engolia em seco do nervosismo. Queria era fugir dali o mais rápido possível.

— E a nossa conversa? — Sussurrei para que certo alguém não ouvisse.

— Eu levo ela primeiro. — Comentou como se fosse óbvio.

"Só não esquece a camisinha. — Mãe"

Essa história de novo? Nem tenho mais na mochila.

Olhei para o meu celular e o Smith várias vezes antes de decidir que ia com eles mesmo. Apesar de ser uma das causadoras do meu trauma recente, era a menos culpada delas. Quer dizer, o motivo para fazer algo cruel era no mínimo psicopata, mas nem me tocou.

— Vai a delegacia? — Não sabia ler o ambiente de jeito nenhum, ter colocado a música na rádio e estar só olhando para a janela deixava evidente que me deixasse em paz. Pelo menos até estarmos sozinhos.

— Não. — Respondi um pouco alto, se eu confirmasse a fofoca ia se espalhar mais rápido que a velocidade da luz. Quem sabe nem me deixariam denunciar hoje.

— Por quê? Você precisa, o que ela te fez foi muito errado. — Falou mais algumas coisas que nem queria ouvir, mas Bridget parecia interessada no seu discurso.

— Eu vou. — Te chamei para a conversa?

— Como assim? — Perguntou antes que eu comentasse algo.

— Tenho de fazer uma coisa. — Pelo retrovisor eu via que me olhava de uma maneira estranha. Será que tem a ver com aquele vídeo comigo falando ser "vadia"?

— Então vamos.

— Mas podemos passar em algum lugar para almoçar antes? Estou com fome. — Reclamei e ele riu disso, a outra só reagiu com um "sim" e fomos.

Quando baixamos do carro, aproveitei para ir na farmacia ao lado comprar produtos para passar no meu machucado. O Logan até tentou colocar curativo em mim, mas não deixei. Como o diretor disse, se fosse no departamento policial era melhor não mexer.

— Vou no banheiro. — Avisei quando entramos no restaurante.

Entrei na primeira cabine que encontrei e liguei para o RH. Se eu fosse a delegacia tinha de pelo menos avisar, quem sabe hoje deixariam eu ir só a noite.

Parque tal, Lana, alô? — Ainda bem, é uma pessoa legal.

— Sou eu, a Audrey. — Expliquei tudo o que aconteceu hoje para ela, dos machucados também. — Vou ter que ir a delegacia e fazer corpo de delito, talvez vou chegar atrasada.

Venha às 18h hoje e traga comprovante de que estava lá. Boa sorte! — Seu jeito doce me animava a continuar e ir lá, mesmo que as coisas nem dessem certo.

— Obrigada. Tchau. — Desligou do outro lado e eu respirei aliviada antes de sair dali, dando de cara com a Bridget.

O que eu fiz para merecer isso? Levarei mais uma surra?

— Você ouviu? — Era um pouco baixo, talvez até pelo medo e nervosismo. Só queria parar de tremer.

— Desde do começo, desculpa. — Respondeu, estava ali perto da toalha.

— Tudo bem. — Era pausado e contido, como meus passos ao ir para a pia lavar o rosto e as mãos. Quando vi o espelho eu a percebi me olhando, era assustador. — O que você quer? — Fui até rude, não ia aguentar outra humilhação.

— Desculpa por tudo. — Foi sussurrado, mas por algum motivo eu entendi. — Eu quero te ajudar. Vou tesmunhar sobre o que aconteceu. — Depor né?

Foi para mais perto de onde estava e virou para mim, quando tive coragem de a olhar de alguma maneira parecia estar sendo sincera, mesmo que ainda parecesse intimidadora. Só movimentei a cabeça em sinal de "positivo" e depois disso não falamos mais nada e comemos em silêncio, Smith até contava algo sobre a aula de hoje e eu fingia ouvir e sorria, mesmo que não fosse nada empolgante.

— Próxima parada: delegacia. — Pensei que ia me levar a força, mas ai lembrei que a pessoa atrás de nós queria ir.

Aproveitei para ir também e quando a garota desceu do carro ele pegou no meu braço para que ficasse, acredita que até trancou as portas? Não sabia o que pensar até uma notificação aparecer no celular, eram dois vídeos. Minha cara ficou bem vermelha por um deles ser daquele dia, será que viu eu quase pelada e as falas?

— Quem te mandou? — Perguntei ao apontar para um dos arquivos que me enviou, mesmo que soubesse a resposta.

— O Evan. — Dessa foi sincero, não é?

— E você viu? — Abaixei a cabeça na hora.

— Não, ele me proibiu. — Deu uma pausa antes de continuar, talvez esperando que o olhasse, foi o que fiz. — Disse que ia morrer de vergonha se soubesse que assisti. — E riu depois disso.

O Evil não parecia tão maldoso assim quando fazia essas coisas, era até respeitoso e, que não me ouvisse, até fofo. Era como se me entendesse tão bem ou não quisesse apanhar.

— Obrigada, vai me ajudar muito. — Falei. — Era disso que queria conversar comigo?

— Também. — Fiquei parada sem entender. O que mais havia? — Mas depois, vai lá. — Me incentivou e eu obedeci.

Entrei naquele lugar com algumas poucas cadeiras, um mural e uma pessoa sentada, a Bridget pelo jeito já tinha entrado, era tão familiar para mim por já estar aqui outras vezes que até a funcionária que dava as informações me cumprimentou. Não sabia se era um bom sinal, mas correspondi.

Confesso que foi dificil entrar de novo na sala para falar com o delegado, dessa vez por outra coisa. Era como se eu procurasse confusão, mas não era nada disso. Nunca fui culpada pelo que James fez ou de ter enfurecido uma garota tão cruel quanto a Alexia.

Uma policial fez o exame em mim e eu agradeci por isso. Mesmo que a minha relação com os homens tivesse melhorado, ainda era complicado quando envolvia meu corpo. Quanto as provas e o resto, disseram que iam investigar e avisar se ia ter audiência.

— Deu tudo certo? — O Logan até parecia preocupado.

— Sim. — Eu era de poucas palavras as vezes.

— Já está com curativo. — Só para de falar.

— É. — olha o bloco das monossilabas ai gente, embarquei com gosto.

— Passou das 13h? — Perguntou, dessa vez olhando para trás.

— Isso. — Notemos que outra pessoa também não estava a fim de conversa.

Não sei se também percebeu, mas ficamos em silêncio até pararmos em uma casa, não era a minha. O Robin não disparou com o carro quando ela fechou a porta, pelo contrário, ficou parado me observando.

— Que foi? — E a minha paciência se esgotou.

— Vai para o trabalho? — Dependendo da minha resposta tudo mudava.

Mentir para não precisarmos bater papo hoje e ir embora de ônibus ou enfrentar tudo? Audrey, para quem foi a roda gigante ontem e acabou de denunciar pessoas capazes de tudo, está com medo desse cara?

— Não. — O som do rádio tocava uma música que não conhecia, mas era boa. — O que queria me falar?

— Sem me convidar para uma janta antes? — Rolei os olhos, aquilo combinava mais com o Miller, não com ele. — Tudo bem, quero pedir desculpa pelo pedido de namoro. — Sério que está tocando nesse assunto agora? Já faz tanto tempo.

— Que te deu para falar isso? — Repito, parecia muito fora de hora.

— O Evan me encheu o saco sobre o quanto babaca fui. — Só? Se ele pedir para pular da ponte também vai fazer? — E a Bridget também me contou por cima sobre aquele outro vídeo, disse que foi por minha causa. — Eu até ri com a sua fala.

— Não se ache, foi por ter "transado" com seu amigo e pela Catherine também. — Já perceberam que tudo gira ao redor desses três? Fiz questão de fazer aspas para não ser outra pessoa a pensar que fiz sexo com aquele ser, chega de mais boatos sobre a perda ou não da minha virgindade. — Engraçado que ele comeu mais da metade da escola, ou até fora, mas quando não é verdade dá esse caos todo. — Agora foi a vez dele de gargalhar.

— Ainda bem que não aceitou. — Mudou de assunto, continuando do pedido de perdão.

— Por quê? — Era estranho.

— Você é gente boa. — Que elogio mais gratuito, deveria estar triste então por não estarmos em um relacionamento sério, não aliviado.

— O que tem? Não entendo.

— É que eu te achava uma chata que só perseguia e incomodava o Evan. — Sua sinceridade doeu. — Eu só queria te afastar dele, achei que se ficasse mais comigo ia parar de stalkear o meu amigo.

Minha boca ficou aberta com tanta informação que recebi.

— Quê? Quer dizer que só me pediu em namoro por causa disso? — Assentiu com a cabeça. — Que coisa mais idiota.

— Viu? O Evan tinha razão. — Sua risada não teve graça para mim. — Foi por impulso.

— Foi mais por ter achado que eu gostava dele. — Parei e respirei, inspirando fundo antes de continuar. — Eu era apaixonada por você. — Confessei e aquilo me pareceu tão certo que eu sorri, já não tinha mais sentimento.

— Era? — Apesar de todo o choque que pareceu sentir e a demora em me responder, só tinha isso a comentar?

— Não sou mais. — Em seu rosto eu não via chateação pelo que não foi, apenas que tinha tirado uma dúvida qualquer. — Foi meu primeiro amor. — Sei lá se foi mesmo, não aceitava aquela reação.

Se aproximou de mim e me empurrou para que encostasse minha cabeça no seu peito, beijando o meu cabelo em seguida. Ficamos um tempo assim e eu tentava não me sentir agoniada.

— Obrigado por isso. — Sussurrou.

— Acontece. — Falei e então partiu com o carro. — Era disso que queria conversar?

— Sim. — Agora ele estava fazendo parte daquele bloquinho. — Passei seu número para a Margo.

— O quê? Sem a minha permissão? — Se não estivesse dirigindo já teria dado uns belos tapas nele.

Apenas riu de novo e me levou para a casa. Nem sequer imaginava que depois disso acabariamos nos aproximando mais ainda ao ponto de ficar no recreio comigo as vezes.

— Chegando atrasado de novo, Evan? — Diga aí uma novidade.

Apesar de não estarmos mais nos falando, o observava de vez em quando. Ao levantar a cabeça meu coração deu uma parada e meus olhos se arregalaram pela cena que acabei de ver, ele estava com um enorme hematoma na bochecha.

Pelo jeito não queria que soubesse, já que quando me encarou abaixou o rosto. Passou por mim como se fosse nada demais, as mesmas pessoas que adoravam fazer alguma brincadeira em cima disso também pareciam não ter coragem para abrir a boca.

— Mas por quê? Quem fez isso? — Foi um sussurro que saiu sem eu prever, minha mão ficou em punho.

Mesmo que tivesse me chantageado, beijado a força ou até ser bem imbecil em alguns momentos, era como se as partes em que foi carinhoso comigo tivessem ganhado ao ponto de eu não aguentar vê-lo desse jeito.


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Notas finais do capítulo

O que acharam desse capítulo?

A imagem não é minha. Se tiver erros de português podem me avisar.

Quem quer comentar? Realmente vai me deixar bem contente, de coração, até porque saber a opinião de vocês sobre a fic me faz compreender mais o que desejam e estão achando. Além de que adoro criar intimidade com meus leitores, se quiserem mandar MP, podem ficar a vontade. E se por acaso sentirem que essa história merece uma recomendação, como a diva da Miih Lima fez, pode ter certeza que essa autora vai amar demais!

Beijos e até a próxima.



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