Segredos Sombrios escrita por EbisuBitch


Capítulo 1
O começo de tudo.


Notas iniciais do capítulo

Ai está, meus bebêzinhos. Ta parei. Mas enfim, podem ler e aproveitar á vontade e tals. Tá, até lá em baixo.



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– Onde foi que eu coloquei a porcaria da garrafa de vodca? - Questionei a mim mesma. Eu simplesmente precisava encontrá-la. Duas horas sem bebida era quase um martírio para mim, não estava mais aguentando. Talvez eu estivesse virando uma alcoólatra, como minha irmã um dia sugeriu, mas quem se importa? Quem se importa com a idiota aqui? Ah, finalmente encontrei. - Olá belezinha, te procurei por toda a casa. - Sorri para a garrava que continha a única coisa que ainda me fazia permanecer inteira, quer dizer, mais ou menos.
– Mãe, você sabe aonde está o meu seca... Mãe! Eu já lhe disse mil vezes, você não pode beber tanto assim! Principalmente hoje. É dia de concerto, tá lembrada? Você precisa me levar e não pode dirigir bêbada. - Bianca esbravejou, correndo para tomar a garrafa da minha mão.
Me esquivei, puxando a garrava mais para mim, chinando para ela. Concerto? Que concerto? Bianca nunca me disse nada de con... Ah, tá, o concerto! Ela canta no coral da escola, tem raio de concerto quase todo mês. Ah, não, eu não vou levá-la nem por um decreto do papa! Já chega de envergonhar minha filha com uma mãe como eu.

– Ah, filha, você sabe que eu adoraria ir, mas... Ah... A sua tia me pediu para acompanhá-la em um evento do trabalho, por isso não posso ir. Trabalho. - Menti, odiava mentir, principalmente para minha filha. Tomei mais um gole da vodca, me apoiando na pia da cozinha enquanto virava toda a garrafa.
– É sempre a mesma coisa, sempre tem alguma coisa - Murmurou, ligeiramente chateada - . Acha que sou burra? Que nasci ontem? Eu sei muito bem que você não quer ir. Se quisesse, não estaria inventando essa historinha patética!
– Não é hist... - Tentei dizer.
– É claro que é porque acabei de falar com minha tia e ela disse que hoje ia me ver no coral - A cor me fugiu do rosto - Admita: Você não quer ir; Admita novamente: Você acha um saco meus concertos; Admita pela terceira vez: Você me acha um fardo.
– É claro que não, é claro que não! Sabe que eu amo você e que eu adoraria ir...
– Queria ir uma ova! É claro que você não quer ir, nunca quis na verdade, você não me ama, simplesmente me atura. Agora, se nunca quis um filho, por que não usou a porcaria de um preservativo? Papai estava certo, sempre esteve! Você e inconsequente, se tem uma filha, que arque com as consequências e não fuja como uma criancinha patética! Eu devia ter me mudado para a casa de papai quando pude e então me ver livre de você. - Ela gritava, praticamente pondo o dedo na minha cara - Quer saber? Talvez seja melhor assim, se eu for embora. Assim você poderá encher a cara o quanto quiser, sem precisar levar sua filha imbecil para a merda de um coral!
Ela me xingar e me humilhar eu já estava acostumada, mas envolver meu marido no meio da discussão, isso já era sacanagem, já era jogar baixo. O que ela estava pensando? Eu ainda era mãe dela, ela querendo ou não. E era seu dever e obrigação me respeitar!
– Cale a boca! Sua malcriadazinha, não envolva seu pai nisso, ele me ama e sempre vai me mar. Nós só estamos dando um tempo. Iremos voltar... - Gritei, batendo na mesa de madeira com o punho fechado, a bebida me subindo à cabeça.
– Lhe amar? Lhe amar? - Zombou - Ele não te suportava mais quando te deixou! Ele só ainda não a havia deixado porque eu, enfim, era pequena e precisava de pelo menos alguém responsável no mundo para cuidar de mim. Mas agora eu cresci, mãe, eu cresci! E sabe o que ele fez? Ele foi embora. A única pessoa que realmente me ama foi embora. - Ela avançou para mim, os cabelos molhados pingando no chão da cozinha - Isso tudo é culpa sua!
A dor em seus olhos era muito maior do que a sua raiva. Eu podia sentir a verdade em suas palavras, a tão dura quanto mármore verdade que eu há tempos tentava ignorar. E ali estava a minha filha, a pessoa mais importante para mim, destilando o seu pior veneno contra mim. Eu não consegui conter, precisei chorar.
– Ele vai voltar, v-vai v-voltar... - Tentei dizer, mas eu já estava embriagada demais para isso. Senti o vômito escalar as paredes da minha garganta, meu estômago vazio de qualquer tipo de alimento expulsando a bebida sórdida. Não aguentei me virar para a pia e, em segundos, o chão estava todo repleto da minha vodca. O cheiro que subia era repulsivo, quase me dando uma nova vontade de vomitar.
– Está vendo isso? - Ela apontou para o vômito sobre seus pés que antes estavam limpos - Isso é você. Você é suja, imunda... Não passa de um pouco de vômito! Argh, você faz meu estômago se revirar!
Ela saiu da cozinha, deixando pegadas nojentas de bile em toda a cozinha e corredor. Tentei segui-la, alcança-la para que pudéssemos nos entender, mas foi em vão. Tropeçando em minhas próprias pernas, cheguei ao banheiro apenas a tempo de vê-la fechar a porta. Pus o pé no meio, forçando-a a deixar a porta aberta, meu estado deplorável me dando nojo. Me joguei sobre ela, tentando abraçá-la ridiculamente, melando-a com meu vômito.
– Não encosta em mim! - Gritou, me empurrando para fora do banheiro - Eu odeio você, você é o pior ser do mundo!
Me sentia despedaçada. Minha filha, a pessoa mais importante do mundo me odiava... Mas, afinal, ela tinha razão para tal. Tinha razão em me achar o pior ser da galáxia! Eu era realmente uma pessoa nojenta e asquerosa, alguém repugnante, digna apenas de pena. Tinha raiva de mim mesma, nojo, ódio!
Ela abriu a porta do banheiro novamente e, mesmo sem ver seu rosto, pude ver que estava chorando.
– Talvez o problema seja eu. Talvez, se eu não existisse, sua vida fosse melhor...
Eu não conseguia dizer o quanto ela era ridícula por dizer isso, não podia expressar minha repugnância por essas suas palavras... Tudo o que eu conseguia fazer era chorar e soluçar, os cabelos pregando em minha boca suja de vômito enquanto eu lutava para me levantar do chão. Ela tomou meu silêncio como a confirmação do que achava. Me assustei quando ela riu secamente.
– Eu sabia. - Disse, um sorriso sarcástico dançando em seus lábios finos - Bem, vamos acabar logo com isso.
Dito isso, ela voltou a se trancar no banheiro e eu cai em um sono profundo no chão devido a minha embriaguez.
***
Quando acordei não conseguia me levantar, não consegui andar, e o fato de eu estar embriagada não ajudava. Estava em um completo estupor. Hipnotizada pela nossa briga. Nós sempre brigávamos, mas dessa vez passou dos limites. E assim, sentada, com a cabeça baixa e chorando baixinho, eu fiquei, por quase 2 horas. Até que juntei forças e me levantei. Eram exatamente 9 horas. O concerto já deve ter acabado, pelo o que eu me lembre, ele começava 7 e acaba por volta das 8 e meia. Bianca deve estar voltando, mas precisava conferir se ela tinha mesmo saído, não ouvi barulho da porta.
– Bianca! Minha filha, está ai em cima? - Nenhuma resposta. - Bianca! Por favor, se estiver ai, precisamos conversar, dessa! - De novo, nenhuma resposta.
É, ela deve ter ido mesmo pro concerto. Estava indo tomar banho, quando ouvi batidas na porta da frente. Estranho, Bianca tem sua própria chave, ela não bateria. Ao abrir a porta, algo mais estranho ainda preencheram meus olhos. As irmãs, e melhores amigas de Bianca, Haley e Brenda, estavam aqui.
– Oi meninas, por que vieram aqui? E onde está minha filha?
– Não está com a senhora? Estranho. - Perguntou Haley.
– É, na verdade viemos para isso. Ela não foi para o concerto hoje, e como ela nunca falta, achamos que ela poderia estar com problemas. Ela está bem? - Disse Brenda, visivelmente preocupada.
Como assim? Bianca não foi pro concerto? Então ela ficou no banheiro esse tempo todo? Mas ela... Foi ai que me lembrei do que ela havia dito, " Talvez o problema seja eu, talvez você e o mundo fosse mais feliz se eu não tivesse nascido" Não, ela não faria isso, eu precisava ver com meus próprios olhos.
Deixei as garotas falando sozinhas e subi correndo as escadas o mais rápido possível, o que não foi uma boa ideia, já que minha casa não era tão grande assim, e acabei escorregando e batendo minha cabeça no batente da escada, logo senti o gosto amargo de sangue, mas não liguei, precisava ver como estava minha filha. Do ferimento eu cuido depois.
– Filha! Bianca, abra essa pota agora! - Gritei, mas como não tive resposta, comecei a esmurrar e a chutar a porta. Mas foi em vão, eu não era forte o suficiente. Felizmente Brenda me seguiu, ela era faixa preta em "Jiu- Jitsu", pode muito bem conseguir abrir um porta com um simples chute. E foi o que ela fez.
Ao derrubar a porta do meu banheiro, entrei no banheiro úmido e apertado o mais rápido possível. O fato da Brenda ter derrubado e aniquilado minha porta deveria ter me ofendido, mas minha filha era mais importante, minha casa que se foda. Porém, preferiria não ter entrado. A cena que vi, foi a pior que poderia ter visto em toda a minha vida. Minha filha, estava na banheira, toda coberta de sangue, e com os pulsos cortados.
– Não! Bianca! O que você fez!? Minha filha, não me deixe! Volta para mim. -Eu sabia que ela não poderia mais me ouvir, mas eu não tina mais o que fazer, não conseguia me mexer, e as lágrimas já estavam ensopando minha blusa.

Escutei um grito abafado, que provavelmente foi da Haley, mas não conseguia mas enxergar nada, minha visão fora bloqueada pelas minhas lágrimas. Era como se todo o meu mundo tivesse desmoronado, tudo em que eu mantinha meu amor, havia ido embora. E a culpa era minha.

Mas mesmo assim eu não podia acreditar... Bianca Sage Eaton, com apenas 17 anos de idade, estava morta.


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Notas finais do capítulo

Eai, o que acharam? podem comentar e tal. Essa fic não vai ser movida a comentários, coisa mais escrota. Mas né, me façam feliz e comentem. Sua mão não vai cair. Até o próximo cap :3
PS: Ficou pequeno né? É, eu sei. Mas não me apedrejem, beijim no bumbum de vc



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