What A Girl Wants escrita por Angel Salvatore


Capítulo 1
What A Girl Needs


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira one sobre HP.

Realmente estou me surpreendendo, kkk.



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Tantas coisas haviam acontecido em um período aparentemente curto de tempo. Todos buscavam normalizar sua vida depois da catástrofe que haviam se envolvido com a volta do Lorde das Trevas e por mais que isso fizesse parte do passado sempre seria um passado memorável para os que presenciaram. Gina estava apreensiva com aquele dia. Seus ombros estavam encolhidos enquanto abraçava as pernas contra o peito e observava a neve caindo e envolvendo toda A Toca.

Seria uma véspera de natal um pouco triste sem a presença do seu irmão Fred, mas todos estavam brevemente distraídos do luto pelo ritmo frenético que a véspera daquela data trazia. Ela esticou a mão para tirar algumas mechas ruivas do rosto e aproveitou para limpar o vidro que ficara embaçado pelo vento frio que insistia em ricochetear. Estava tentando manter os seus pensamentos alegres, afinal estava de férias dos trabalhos e provas de Hogwarts para poder passar um tempo com seus familiares.

Só que ela só conseguia sentir a apreensão a tomando cada vez mais. Por isso se sobressaltou ao sentir braços a envolvendo por mais que fossem carinhosos. Ela forçou um sorriso para Harry Potter – o menino que sobreviveu – e sentiu seus lábios tocando os dela com suavidade. Ignorou o pigarro de Jorge, se forçando a aproveitar esse momento.

“Você está quieta.”, Harry disse mantendo os olhos na expressão desassossegada da namorada. Passou a ponta do dedo na pequena ruga que estava entre as sobrancelhas dela. “Aconteceu alguma coisa?”

Com esforço ela relaxou e pegou a mão dele entrelaçando as mãos. O pigarro se repetiu o que fez seu sorriso se tornar genuíno. Harry retribuiu. Gina tinha certeza que todos da sala que não estavam ajudando sua mãe prestavam a atenção naquela cena, por isso que o seu coração estava disparado. Quem diria que depois de todos esses anos não se sentiria afetada pela presença de seu amor de infância?

“Estou bem.”, ela mentiu e coçou os olhos com a mão livre forçando um bocejo. “É apenas cansaço. Minha mãe nos acordou muito cedo.”

“É véspera de Natal, Gina!”, Jorge disse do outro lado da sala se mantendo animado e quase fazendo o pai derrubar uma das bandejas. “Opa, foi mal.”, ele riu. “Mamãe está te chamando para ajudar na cozinha.”

Gina fingiu estar emburrada.

“Não está não.”

Ele levantou uma sobrancelha.

“Se você diz que não vai lá falar com ela.”

Gina revirou os olhos e voltou a prestar atenção em Harry. Ela se inclinou na sua direção e deu um beijo em sua bochecha vendo-as adquirir uma coloração avermelhada antes de ter que se levantar e escapar do olhar inquisidor do irmão. E enquanto andava pelo corredor, não pode deixar de reparar em outro casal que estava conversando no mesmo cômodo em que eles. Só que ela preferir ignorar, como sempre.

*******************

Hermione tirou os braços de Rony apenas para ver a ruiva passando com os ombros tensos e passos rudes. Passos esses que ficaram trôpegas quando os viram. Por um segundo seus olhos se encontraram e ela teve certeza de que algo não estava bem. Encarou o ruivo confuso a sua frente e pôs a mão na cintura querendo parecer exigente.

“O que houve com sua irmã?”, indagou acompanhando a ruiva com os olhos até que essa entrasse na cozinha.

Rony deu de ombros.

“Não sei. Talvez seja saudades de Fred. É o primeiro natal sem ele aqui.”

Hermione relaxou um pouco, entretanto não engoliu a justificativa resolvendo obter a resposta por sua própria conta. Cogitou fazê-lo naquele exato momento, mas foi interrompida quando Molly anunciou que o jantar estava na mesa. Observou Gina passando cabisbaixa e se sentando ao lado de Harry. E por mais que estivesse distante dela conseguiu perceber que não era um sorriso verdadeiro.

Ela preferiu deixar aquele assunto em segundo plano apenas para dar atenção á àquela família que a tinha acolhido naquela data. Seus pais tinham ficado um pouco triste por ela ter optado passar o natal com os Weasley, só que entendiam que ela não poderia se afastar do mundo mágico depois de tudo o que havia passado. E ela tinha usado Rony como desculpas. Por mais que não fosse por esse Weasley que ela estivesse ali.

***********************

Gina comeu sem realmente sentir o gosto da comida, por mais que algo no fundo de sua mente a dissesse que apreciaria a comida caso estivesse prestando atenção no que acontecia ao seu redor. Só que ela estava focada em comer o mais rápido possível e se afastar da algazarra que a cercava. Ela só queria ficar um pouco sozinha e se remoer por não ter ficado em Hogwarts.

Por mais que estivesse de cabeça abaixada e os cabelos ruivos lhe tampassem a visão, sua pele queimava no exato lugar em que olhos astutos á encaravam. Novamente foi despertada de suas divagações pela mão de Harry em sua coxa quase fazendo-a engasgar. Sabia que seu namorado estava preocupado com os inúmeros momentos de reflexão que ela tinha. Mas como Gina poderia explicar-lhe que, enquanto estava fora com os seus amigos tentando salvar o mundo mágico, não era nele em quem ela pensava?

Desistindo de aparentar a normalidade pediu licença e se ausentou da mesa sem dar um segundo olhar para a família. Todos deveriam estar preocupados e era óbvio que viriam falar com ela. Subiu os degraus querendo que seu corpo estivesse menos desperto, porém era quase impossível. Ele ficava assim toda vez que sentia a sua presença. Entrou no quarto e sentou na beirada da cama voltando a olhar para neve querendo que isso acalmasse seu coração disparado.

Todos esperavam que seu romance com Harry desse certo desde que ela demonstrou um sinal insignificante de curiosidade sobre ele. Dino tinha sido uma experiência e o beijo em Harry também fazia parte dela. Gina só queria saber se estava certa sobre os seus sentimentos por mais aparentes que fossem. Tocou o vidro gelado da janela e suspirou imaginando o que a sua família diria. Fred sabia de seus sentimentos difusos por mais que fingisse não ter conhecimentos sobre eles e morreu com esse segredo. Mais uma vez durante todo esse tempo desejou que ele estivesse vivo.

Escutou a porta rangendo e se preparou para a enxurrada de perguntas que um de seus parentes faria. Por isso que todos os seus pelos se arrepiaram ao reconhecer a voz doce conjurando o feitiço Colloportus e o click da porta se trancando. Levantou-se ao mesmo tempo em que escutava o segundo feitiço sendo lançado.

Abaffiato”, Hermione murmurou agitando sua varinha.

Gina engoliu a seco sabendo que estava praticamente em um beco sem saída. Ninguém entraria em seu quarto e ninguém a escutaria. Seu melhor sonho estava sendo despejado em sua face como um doce veneno, tentador e perigoso. Manteve-se afastada enquanto Hermione guardava a varinha e cruzava os braços.

“O que está acontecendo?”

Seu rosto ficou vermelho em um corar violento e esperado fazendo com que quase se igualasse a cor de seu cabelo ruivo. Gina já deveria estar habituada com esse misto de sensações, só que sempre parecia ser algo inesperado cada vez que se repetia. Para dar tempo de seu rosto voltar ao normal, debruçou-se sobre sua cama e pegou o pequeno embrulho escondido embaixo do travesseiro, estendendo-o em seguida para Hermione.

“Iria esperar até a hora de todos trocarem presentes, mas...”, deixou a frase em aberto e deu um sorriso tímido.

Hermione ficou balançada com o gesto surpreendente e pegou o embrulho delicado por entre as mãos repentinamente trêmulas. Foi a vez de ela corar e se repreender. Como era capaz de executar feitiços tão complexos e ser tão inexperiente em controlar as reações inusitadas de seu corpo? Ela abriu o embrulho vendo um pequeno enfeite de cabelo com um laço ali. O sorriso que cresceu em seus lábios foi involuntário, seguido pelo desejo enorme de retribuir o gesto.

Gina percebeu a dificuldade da morena em colocar o enfeite no cabelo e se aproximou para ajudá-la. Era como um teste para o seu auto-controle, mas os olhos castanhos de Hermione eram como um imã que a puxavam cada vez mais perto. Foram os cinco segundos não respirados mais tensos de toda a sua vida.

“Obrigada.”, Hermione agradeceu pegando a mão da ruiva que assentiu tentando se afastar, porém sem sucesso. “Ainda quero saber o que está acontecendo, Gina?”, ela questionou estreitando os olhos preocupados.

Gina suspirou.

“Estou cansada de esconder a verdade.”, ela desabafou deixando que os ombros caíssem exaustos. “Como você acha que eu me senti depois que você foi embora com Harry e Rony? Morri de preocupação. E ainda tinha que aguentar toda a minha família falando que o Harry estaria bem. Eu não queria saber. Eu queria notícias suas, Hermione. Não quero mais viver nessa mentira.”

Hermione desviou os olhos da ruiva apertando os dedos contra os dela.

“Eu sei. Só que você tem que me entender...”

Gina se soltou dando um passo para trás. Toda a mágoa que estivera guardando por esses meses parecia estar prestes a explodir em frustração e Hermione visualizou isso ao ver sua companheira jogando os braços para cima.

“Como você quer que eu entenda? Hermione, você está namorando meu irmão.”

“E você está namorando meu melhor amigo.”, ela retorquiu dando um passo na direção da ruiva. “Você quem começou com isso, Gina. Primeiro Dino, depois Harry. Lembra-se? Eu só estou tentando seguir a minha vida. Como você acha que eles vão reagir ao souber que estou apaixonada pela Weasley errada?”

Gina ficou ainda mais irritada com as acusações de Hermione.

“Eu comecei?”, ela questionou como se não pudesse acreditar nas palavras da Granger. “E você com aquele Viktor Krum? Acha que me esqueci?”, apontou o dedo na direção da outra que pressionou os lábios juntos vendo-se sem argumento. “Por sua causa estamos vivendo uma mentira atrás da outra. O que me resta? Casar com Harry e ter filhos enquanto te assisto tendo a vida perfeita ao lado de meu irmão? Não, muito obrigada.”

A Weasley cruzou os braços e voltou os olhos para a janela querendo se concentrar novamente na neve que caía e ignorar a presença atrás de si. Por essa razão ficou tensa ao escutar o barulho dos passos se aproximando e parando atrás dela seguida por uma mão hesitante em seu braço. Fechou os olhos repreendendo-se mentalmente por não ser forte o suficiente para resistir.

“Não, Gina. Eu não quero que seja assim para sempre.”, Hermione sussurrou triste. Gina suspirou cedendo e se virou de frente para a morena. “Mas meu corpo é dominado pela lógica que meu cérebro carrega. E ele diz que o certo é ficar com Rony.”, deu de ombros. “Nunca deveríamos ter nos beijado.”

Gina abaixou os olhos.

“Tem razão.”, concordou.

Hermione arfou tocando o queixo dela com a ponta dos dedos.

“Não, não estou falando sobre você e eu. E sim do beijo entre eu e Rony.”, se consertou mexendo as mãos em sinal de nervosismo. Gina deu um riso leve por achar aquela reação engraçada por mais que o assunto fosse sério. “Acabei desencadeando uma confusão que será difícil de explicar.”, os dois pares de olhos castanhos se cruzaram sem nenhum sinal que iriam se desviar. “Mas não pense que meu coração não tem direito de voz nessa situação. Ele grita por você todos os dias.”

Não precisavam dizer nenhuma palavra para deixar aquele momento mais perfeito. Gina se sentiu aliviada depois de muito tempo assim que sentiu os lábios de Hermione pousando castos sobre os seus. Ela hesitou, assustada com o modo que estava envolvida com algo que era tão proibido aos seus olhos, porém perigosamente acessível ao seu coração.

Hermione suspirou prendendo o rosto de Gina por entre suas mãos do jeito mais delicado que poderia. Ela sentia falta do toque da ruiva. Nada que Rony fizesse poderia igualar aquele furacão de emoções que estava sentindo. Ela estava fora da razão e da lógica, entretanto não se sentia perdida. Gina era a sua luz no fim daquele túnel de incerteza. Afastaram-se por um curto segundo com os rosto corados e respirações arfantes.

“Prometo que vamos resolver essa situação.”, Hermione garantiu.

Gina apenas assentiu mesmo que soubesse que era mentira. A culpa era de seu coração, tolo o suficiente para acreditar em promessas sem fundamento e esperançoso o bastante para enxergar um futuro inalcançável. Só que aquilo não importo naquela noite de natal. Tudo o que elas pensavam era como a neve se tornara um cenário perfeito para declarações de amor reprimidas.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Beijos.