Miss Amor escrita por Italo Goldstorm


Capítulo 1
Prólogo - Renascida


Notas iniciais do capítulo

Perdoem se houver muitos erros ortográficos, prometo conseguir uma beta para os capítulos seguintes.



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Queimada.
Esse era o estado que eu ficaria daqui à poucos segundos.
O momento tinha tudo para ser desesperador e banhado por aflição, mas eu sabia que depois do meu ultimo suspiro encoberto de fumaça, eu voltaria renovada para respirar até que alguém resolvesse me matar de novo, então, o processo se repetiria mais uma vez, até que esse mundo resolva não existir mais. Acontece tão rápido, é como o famoso "um, dois, três e já" que antecede as diversas brincadeiras infantis. No um eu grito de dor, no dois eu estou morta, no três a natureza age e no já eu estou caminhando pelas ruas de Nova Iorque com meu rosto de vinte e dois.
Mas dessa vez era diferente.
Meu salto alto não fez nenhum tec durante o caminho. O solo abaixo não passava de areia e caminhar amarrada era tão ruim quanto o gosto do vinho barato que eles serviam em suas catedrais, classificando-o como o sangue de cristo. Eles procuravam manter silêncio, um gesto de desprezo.
Pronto, eu já estava ensopada de gasolina e pronta para receber fogo. À minha frente, três pessoas: A Madre Eunice, a Freira Jude e o Monsenhor Moisés, o amor da minha vida. Foi ele quem deu início à cerimônia.
– Temos aqui uma praticante de feitiçaria - ele falava alto, mesmo no meio do nada, sem ninguém ali além das velhas idiotas para ouvi-lo - condenada ao fogo, uma amostra do inferno, o lugar para onde ela irá.
Ele sacou uma caixa de fósforos do bolso.
– Quais são suas ultimas palavras, maligna? - ele inquiriu
– Eu te amo - falei
E então aconteceu.
Ele raspou o fósforo no topo da caixa de papelão e lançou-o em minha direção. Em um instante, a única coisa que eu via era fogo, as chamas me cercaram. Eu gritava, efeito da dor.
Um.
E minha voz se silenciou, eu já não era mais um corpo animado, apenas ossos queimados no chão.
Dois.
Meus restos começaram a gritar por vida, a natureza estava agindo.
Três.
E já.
Nova Iorque nunca pareceu tão viva, eu estava no mesmo beco de sempre, a enorme lata de lixo e as paredes em bloquinhos avermelhados eram tão familiares quanto o rosto que eu olhava todos os dias no espelho.
Antes da minha cremação, a Madre Eunice me perguntou o motivo de eu me vestir tão bem para morrer, ela entenderia se soubesse que após a morte sempre voltarei com a roupa que estava usando no "ultimo momento". Eu escolhi um lindo vestido justo branco, saltos nude e um chapéu elegante preto.
E lá estava eu, em uma avenida caminhando para o meu apartamento minúsculo no bairro do Brooklyn.
Pronta para conquistar o Monsenhor.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por lerem.



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