Oathkeeper II escrita por Denise Miranda


Capítulo 6
Jaime


Notas iniciais do capítulo

Olá! Voltei o/ Espero que gostem.



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– Ela está estranha. - Desabafou Jaime para um de seus guardas. O único guarda em quem confiava, na verdade. Após a partida de Tyrion, o leão começou a se sentir muito solitário. Ficou feliz em ver que podia confiar em pelo menos um de seus homens, até para confidenciar seus problemas pessoais.

– Ela acabou de perder o filho. - Respondeu Sor Ali, tentando ser o mais sensível possível.

– Ambos perdemos. - Retrucou o Lannister.

Apesar da conversa que tiveram na noite passada, Brienne continuava fria, tentando manter distância do leão. Agora, Jaime compartilhava a cama com sua esposa, mas era apenas isso. Não havia beijos de boa noite, muito menos carícias na madrugada. Sinto falta do seu toque, garota, pensou o homem, dando um longo suspiro. Sentia falta da mulher por quem havia se apaixonado.

Por fim, tomou uma decisão: daria todo o tempo necessário para Brienne se recuperar totalmente. Ela é uma mulher forte. Só precisa se lembrar disso.

Mas, a cada dia que passava, parecia que a Beleza de Tarth havia desistido de tudo. Parecia ter desistido da vida e, pior, desistido de seu casamento. Talvez ela não queira correr o risco de engravidar e perder o filho novamente, pensou Jaime pela primeira vez. Eu a farei mudar de ideia eventualmente.

O dia amanheceu chuvoso, um vento frio vinha do norte. Alguns dias antes, seu Meistre havia recebido um corvo branco. O inverno chegou, percebeu Jaime. Sentiu um arrepio nos ossos, embora soubesse que não era só por conta do tempo.

– Senhor, uma carta chegou. - Disse Sor Ali, seu fiel amigo e cavalheiro.

– De quem? - Jaime quis saber.

Sor Ali hesitou por alguns instantes, antes de responder:

– Do comandante da Patrulha da Noite, senhor.

Jaime o seguiu até os aposentos do Meistre, onde o velho homem o entregou, com suas mãos trêmulas, o pergaminho intacto. O Lannister abriu.

O inverno chegou. E, com ele, os Outros. A Patrulha da Noite defende o reino dos homens, mas não podemos defendê-los sem homens. Aceitamos todos que queiram se juntar a nós. Venham em menos de uma quinzena.

Comandante Jon Snow

Jaime jogou a carta no fogo da lareira e as chamas lamberam o papel rapidamente. Enquanto isso, refletiu no que poderia ser útil. No passado, teria rido e jogado fora sem ao menos ter aberto. Mas os tempos mudaram. Jaime não era mais aquele espadachim orgulhoso e metido que fora. Conheceu Brienne, perdeu sua mão da espada, e tudo mudou. Agora era um homem honrado, sério e responsável.

Mas, mesmo assim, não saberia em como ser útil para o Lorde Snow. Não havia nenhum homem em Rochedo Casterly que pudesse mandar para a Patrulha.

Apenas eu, Jaime se pegou pensando. Imediatamente, lembrou-se da Sacerdotisa Vermelha. Eu sou Azor Ahai renascido, se lembrou, e um arrepio percorreu por sua espinha.

– Senhor? - Pergunta o Meistre, com sua voz trêmula, despertando o Lannister de seus pensamentos. - O que estava escrito?

– O comandante Jon Snow pediu homens para a Patrulha. - Respondeu Jaime, enquanto fitava as chamas amarelas e vermelhas. Elas parecem dançar umas com as outras, o leão pensou. - Mas nós não temos homens para esse fim.

– É verdade, senhor. Uma pena, senhor. - Respondeu o velho.

Jaime balançou a cabeça suavemente, afim de parar de encarar o fogo. Estava quase hipnotizado com as chamas. E então, saiu dos aposentos do Meistre seguindo para o seu próprio.

Chegou no quarto que pertencia a ele e a sua dama de Tarth e foi pegar sua bainha, que estava encostada no quarto do aposento. Hesitou alguns instantes, até que puxou sua espada Luminífera. O lugar se iluminou, e Jaime sentiu um calor emanando da espada.

Você é Azor Ahai, ouviu a voz de Melisandre em seus ouvidos, e Jaime se arrepiou. Só você pode salvar o mundo e matar os Outros, trazendo um verão interminável para todos.

O leão ficou minutos fitando sua espada flamejante, hipnotizado pela mesma.

– Jaime? - Perguntou a voz que ele mais amava no mundo, a voz de sua dama, Brienne de Tarth. O Lannister se virou para encará-la. A mesma usava um calção marrom e uma blusa azul com o símbolo de sua Casa. Suas bochechas com sardas estavam rosadas e seu cabelo loiro embaraçado. - Está tudo bem?

– Está. - Respondeu Jaime, mais sério do que pretendia. Colocou a Luminífera de volta na bainha, e de repente o quarto ficou frio. - Eu vou para a Muralha.

– Como? Vai vestir o negro? - Perguntou Brienne, encostada na porta. Se permitiu dar um pequeno sorriso, algo que o leão não via a muito tempo. Estava claro que, para ela, Jaime estava brincando.

– Não. - Respondeu, sério. - Jon Snow precisa de recrutas. Disse que uma guerra contra os Outros se aproxima. E eu... - Pensou Jaime, sem acreditar nas próximas palavras. - E se Thoros de Myr e Melisandre estivessem certos? E se eu for mesmo Azor Ahai?

Brienne entrou no quarto devagar, se aproximando de Jaime. Seu rosto estava apenas alguns centímetros de distância do dele.

– Você realmente acredita nessa baboseira? - A garota fez a mesma pergunta que ele, a o que parecia séculos atrás, também havia feito. "Conhece a história da espada Luminífera? Digo... Como foi criada?", conseguia se lembrar nitidamente da moça, insegura, perguntando isso ao leão. O mesmo deu um sorriso zombeteiro antes de responder com outra pergunta. "Você realmente acredita nessa baboseira?", e Brienne havia abaixado os olhos, claramente insatisfeita com a resposta. Dessa vez, seus olhos de safiras o encaravam seriamente, mostrando que, talvez, ela realmente acreditasse nessa baboseira. Só tinha muito medo de admitir.

– Sim, eu acredito. Eu vou para a Muralha. Mas, depois, voltarei. Jon Snow vai me aceitar apenas temporariamente. Ele tem que aceitar. - Disse Jaime, olhando nos olhos de Brienne. Ela é tão linda, reparou o leão, embora não fosse pela primeira vez, nem pela última. Segurou as mãos da garota. Estavam geladas, enquanto as suas estavam quentes. - Gostaria que fosse comigo. Uma luta juntos, garota, o que você acharia disso?

Brienne arregalou seus olhos de safiras e abriu levemente a boca mas, por muitos instantes, nenhum som saiu. Para o desaponto do Lannister, a mesma abaixou os olhos e desprendeu suas mãos.

– Não. Não quero.

Por essa, Jaime não esperava. Sabia que a sua Beleza de Tarth não recusaria uma luta. O Lannister, boquiaberto, se afastou, olhando o rosto da dama. A mesma o fitou nos olhos, e Jaime não conseguia mais identificá-la.

– Quem é você? - Perguntou, sua voz rouca. - Definitivamente, não é mais a Brienne que eu conhecia.

Foi suas últimas palavras para a dama, antes de se virar, pegar a Luminífera e preparar seu cavalo para partir.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? :3 Não vou postar com muita frequência, pois estou com alguns problemas pessoais. Desculpem! Assim que tudo melhorar, começarei a postar um capítulo por dia.



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