Jaime acordou em um salto, ofegante e suando. Olhou para os lados e percebeu que estava na cama de seus aposentos.

Lembrou da mulher misteriosa que havia salvado sua vida. Imediatamente, levou sua mão até a camisa, puxando ela para cima. Não havia sequer uma pista de que alguma vez foi ferido ali. Não estou ficando louco, percebeu. Aquela mulher realmente existe.

A lareira começou a crepitar fortemente, e Jaime olhou para a mesma. Se levantou da cama, nas pressas de sair daquele quarto fedorento.

Ao abrir a porta, deu de cara com o Meistre da Patrulha da Noite. A expressão facial do velho homem era difícil de decifrar.

– Senhor Jaime, como está se sentindo?

– Curado. - E não por você.– Quero ver Brienne. - Pediu, impaciente. - Onde ela está?

– Sente-se. - Pediu o Meistre. - Vou chamá-la.

Jaime respirou fundo, não aguentando de ansiedade, mas fez o que o velho homem pediu.

Alguns minutos depois que, para o leão, pareceu horas, Brienne de Tarth entrou no quarto.

A garota está usando um corsolete curto de couro, a Cumpridora de Promessas em sua bainha, seus cabelos loiros embaraçados e seus olhos de safiras arregalados e úmidos. Em seu rosto, havia pequenas gotículas de suor, mostrando que, aparentemente, sua esposa estava no pátio treinando. O coração de Jaime começou a bater mais rápido.

Brienne chegou perto da cama, e o leão se levantou imediatamente. Levou sua mão esquerda, trêmula, até o rosto da dama, acariciando-o, sentindo cada curva do mesmo.

– Senti sua falta. - A garota sussurrou. Segurou a mão esquerda do leão, levando-o até sua boca, depositando um beijo na mesma. - Você está bem?

– Não poderia estar melhor. - Sussurrou Jaime de volta. Parecia inapropriado falar em tom normal. Deu um sorriso cansado.

Brienne levou seus lábios gentilmente até os de Jaime, começando um beijo que, no início, era devagar, mas logo se tornou eufórico e apaixonado.

– Preciso te contar uma coisa. - O leão disse, incerto se deveria interromper o beijo, enquanto sentava devagar na cama. Quando viu que Brienne não responderia, continuou: - Uma mulher veio nos meus aposentos de noite. Ela disse algo sobre eu ter que sobreviver, e que logo eu descobriria quem ela era. E disse... - Parou por alguns segundos para examinar os olhos azuis da dama de Tarth. Será que ela acha que estou louco?, não conseguiu deixar de se perguntar. - Disse algo sobre uma espada de duas mãos... E mãos que possam manejá-la. - Ao lembrar disso, uma esperança irracional subiu pelo peito do Lannister, mas o mesmo logo a reprimiu. Não posso me deixar levar por profecias que não fazem sentido. Talvez eu esteja mesmo louco.

– Eu acredito em você. - Disse Brienne, e em seus olhos não haviam nada que pudesse mostrar que ela estava mentindo. Devagar, a garota segurou a mão do leão. - Não acho que esteja louco. E quanto ao que a mulher disse sobre suas mãos... Só podemos esperar. Mas fico feliz que você esteja bem. Seja lá quem for ela, salvou o homem que eu amo.

Jaime sorriu com a resposta, e acariciou o rosto de sua dama de Tarth. A mesma fechou os olhos quando sentiu o toque.

– Você está bem? - Perguntou, sua voz rouca.

Nesse momento, Brienne levantou seus olhos de safiras até fitar os de Jaime. Pareceu pega de surpresa com a pergunta, mas não fazia sentido, pois era uma pergunta simples. O Lannister viu um brilho de incerteza nos olhos da mulher e, por um instante, ficou alarmado. Mas o brilho desapareceu tão rápido quanto veio.

– Estou bem. - Respondeu, dando um sorriso torto. Antes que o leão tivesse chance de responder, Brienne se inclinou para frente, buscando os lábios do mesmo, começando um beijo apaixonado, continuando de onde haviam parado.

Os dois fizeram amor nessa noite. Brienne entrelaçou seus braços no pescoço de Jaime e, antes que fechasse seus olhos para dormir, disse, quebrando o silêncio:

– Apenas prometa-me que, quando estiver bem suficiente, sairemos daqui. Voltaremos para Rochedo Casterly.

A exigência de Brienne o pegou de surpresa. Jaime quase podia ouvir as palavras da mulher misteriosa ecoando em seus ouvidos. Você precisa viver, Azor Ahai.

Minha missão nessa batalha ainda não acabou, pensou Jaime.

– Eu prometo. - Respondeu, por fim.