The World is OVER. escrita por Len Baran


Capítulo 1
Capítulo Único: Apocalipse-Please


Notas iniciais do capítulo

Hellooo pipooou :3'
Essa é uma Oneshot criada para o concurso Apocalipse 2012 do site Manias de Escritores.
(Se estiverem escrevendo para o concurso também, me mandem o link por MP :3) Espero que se divirtam enquanto leem e que gostem da história...

Link para o concurso: http://maniasdeescritores.com/concurso-apocalipse-2012

LEIAM AS NOTAS FINAIS, É IMPORTANTE!

~~agradecimentoespecial~~

MUITO OBRIGADO AO NICOLAS NOBRE E O GUSTAVO LINO
Porra, me ajudaram bastante no enredo da história, pqp, amo esses putos ♥



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Em 2012, mesmo com a descrença de alguns, a previsão feita pelos Maias estava certa. Muitos pensavam que era apenas falta de espaço para continuar com um calendário, porém com a chegada do mês de novembro, a Terra fora invadida por uma raça de alienígenas vindos do planeta Dorus. Poucos foram aqueles que restaram, poucos são aqueles que lutam pela sobrevivência e o jovem Noah é um deles.

— Bell! – gritou Noah por seu Setrius que sobrevoava as ruínas da cidade de Ártirus.

Ao ser escolhido para integrar a equipe de extermínio contra os Dorianos, recebera sua mascote como um presente de sua mãe, Sarah. Viajar sem responsabilidades era seu sonho, por isso imaginou Bell como uma águia roxa, sua cor favorita.

Change the cause of history and pull us through… Tocava em um velho rádio jogado a deriva sobre os entulhos de um antigo prédio desmoronado. Era como um pedido de socorro para os ouvidos de Noah, a vida ali era difícil para todos. No exato momento em que o Sol desaparecia por trás das montanhas de Órnius ninguém estava mais a salvo.

Noah não pegar Bell! Hahaha. — gritou e riu a águia em pensamento. Setrius e Fectus eram interligados mentalmente, o que os possibilitava comunicar-se mentalmente.

— Volte aqui sua aguiazinha malcriada! – gritou Noah em resposta. – Já está escurecendo. Quer que aconteça o mesmo da outra vez?!

Bell não quer que Sr. Seimos bata em Noah de novo… — pensou Bell parecendo entristecida.

— Eu sei que não, amiga… – respondeu Noah. – Então vamos, o Sol já está de pondo.

A águia roxa voou até o ombro do garoto e pousou cravando suas garras na proteção que Noah sempre levava por debaixo de sua camisa. Olhou para o relógio em seu pulso, faltavam exatos dez minutos para às 18h00min. Tinha apenas dez minutos para atravessar uma cidade inteira. Começou a correr para o Norte, colocava toda a força que tinha em suas pernas. Bell balançava suas asas freneticamente, apertava mais e mais ao decorrer do percurso.

Noah devagar! – gritou ela. – Bell vai cair. Devagar!

— Se segure Bellus!

Bell não gosta que Noah a chame assim. – respondeu com medo. – Bell sabe que Noah vai fazer alguma loucu...

O momento de desespero da águia foi interrompido por um salto de quase quatro metros dado em direção a um prédio à beira da destruição. Noah começara a correr verticalmente pela lateral do edifício, saltando os buracos que outrora poderiam ter sido belas janelas de vidro.

This is the end of me... – cantarolava Bell com desespero enquanto agarrava com força o ombro de seu Fectus.

— O certo é “This is the end of the world”! – gritou Noah chegando ao topo do prédio com um sorriso destemido no rosto.

Mas com Noah correndo e saltando para a morte desse jeito, não vai ser o fim do mundo... Vai ser o fim de Bell! – respondeu ela choramingando.

— Ah! Pare de ser tão medrosa, Bellus. – respondeu ele ironicamente. – Eu nunca deixarei que nada de ruim lhe aconteça, eu prometo!

Bell fica feliz! – pensou ela eufórica. – Bell está feliz!

Noah saltava os prédios como se fossem pequenas poças de lama, mas teria que se apressar mais ainda se não quisesse morrer e se sobrevivesse aos alienígenas, seu pai o mataria por chegar tarde em casa. Verificou seu relógio novamente, lhe restavam três minutos, só precisava saltar mais quatro prédios e chegaria à vila de Cédarus. Já no último prédio, após uma série de berros e gritos agudos de Bellus, Noah tinha apenas que escorregar pela lateral de um edifício inclinado, nada que ele não tivesse feito dezenas de vezes.

Pode escutar o barulho estrondoso de uma arma atirando e enxergou, de relance, um pequeno objeto brilhante vindo em sua direção em alta velocidade. Impulsionou seu pé contra a parede inclinada do edifício e conseguiu desviar a tempo, antes que uma bala perfurasse seu crânio. Bell voou para o alto puxando Noah pelo ombro com suas garras. O Sol sumira completamente por trás das gigantes montanhas de Órnius. Ao olhar para baixo, Noah notou um grupo de seres humanoides com grandes capacetes e caldas de lagarto, cerca de 2 metros e meio de altura portando armas futurísticas.

— Leve-me para casa. – disse ele baixinho.

O Setrius fez que sim com a cabeça e partiu em direção ao pequeno vilarejo onde todas as luzes já estavam apagadas, só se via uma mãe preocupada olhando para as estrelas no Céu por uma janela aberta em uma casinha simples. Bellus pousou suavemente na rua de calçamento e a mãe de Noah sorriu aliviada, mas logo voltou a sua expressão de preocupação lembrando-se do que seu pai o faria, chamou apressada por seu filho, abriu rapidamente a porta de madeira, meio torta para a esquerda e o garoto correu para dentro acompanhado de sua mascote. Encontrou um pai sentado com uma garrafa de uísque barato em uma mesa também de madeira, aparentemente bêbado o homem bastante gordo e cheirando a leite estragado misturado com cachaça de bar de esquina se levantou bruscamente quase derrubando a mesa, foi de encontro a Noah e o agarrou-lhe pela orelha, Sarah tentou puxar o braço do marido, mas em vão.

— Seimos, não! – gritou ela com lagrimas nos olhos. – De novo não, por favor!

— Cale-se mulher! – berrou ele em resposta. – Esse vagabundozinho tem que aprender que regras devem ser cumpridas. Se o prefeito disse que não podemos ficar na rua depois que o Sol se põe, é o que devemos fazer!

Bell tentou arranhar o braço do homem com as garras, mas foi surpreendida por um choque elétrico que a jogou para a parede. Uma enguia agora rastejava aos pés de Seimos Hedfan, rindo ironicamente. A águia caiu desmaiada ao chão devido ao impacto, foi quando uma linda moça saiu por uma porta voando com belas asas transparentes, ajoelhou-se próximo a Bell e alisou seu bico e suas penas fazendo-a acordar parecendo até mais disposta e forte. Voou até a enguia sem dar tempo para um contra-ataque e desferiu um corte com suas asas criando um filete de sangue na lateral do Setrius que ao tocar os pés de seu dono liberou uma nova corrente elétrica fazendo Seimos se contorcer em dor e soltar a orelha agora vermelha de Noah que correu para os fundos da casinha, agradeceu a Bonius, o Setrius fada de sua mãe, entrou em seu quarto, esperou Bellus entrar. Fechou a porta com força e os olhos marejados. Ouviu sua mãe chamar e caminhou devagar para abrir, um sorriso afetuoso estampava o rosto de Sarah que logo envolveu seu filho em um abraço. Deu um beijo em sua testa e o pôs em sua cama. Noah já saíra da fase de ouvir histórias antes de dormir, mas sempre gostava de ouvir sobre como o grande herói de seu vilarejo adentrou a base dos Dorianos para roubar o primeiro Setrius.

Não demorou muito para que ele dormisse. Pela ansiedade que sentia para o dia seguinte, levantou cedo, Seimos saíra para trabalhar e sua mãe ainda dormia. Noah preparou um café da manha para sua mãe e deixou na mesa, comeu a sua parte e escreveu um pequeno bilhete de despedida para Sarah.

Mãe... Espero que eu possa voltar.

Prometo que vou me cuidar e não fazer nenhuma besteira.

Ou pelo menos não tantas como sempre faço.

Cuide-se, por favor.

Com amor, Noah.

Pegou sua mochila já pronta com suprimentos, um mapa e munições que deixava guardadas em uma caixa de ferro com senha em sua cômoda. Saiu correndo e pulou para cima dos telhados das casinhas de Cédarus. Pulou novamente, mas dessa vez não possuía um piso para cair, era apenas um enorme precipício, o fim do vilarejo, foi pego pelos ombros pelas garras de Bellus e os dois voavam pelo Céu da cidade de Ártirus mais uma vez, passando por ruínas de prédios e casas. Mais a frente se via um único prédio inteiro, todo pintado em branco, era bonito, bem conservado, as janelas brilhavam a medida que a luz do Sol ia batendo contra as mesmas.

Noah e Bell entraram por uma das janelas abertas e todos, exceto Saphira, o olhavam com desaprovação, checou o relógio e notou que estavam 5 minutos atrasados. Pensou que era besteira e então se sentou ao lado de sua namorada, deu-lhe um beijo no rosto e ela sorriu envergonhada. Olhou em volta, estavam ali os outros quatro integrantes da equipe de extermínio: sua namorada, a americana Saphira Fierce; o casal de gêmeos japoneses Akira e Anika Koragon e o africano Durley Varys.

Os irmãos Koragon eram inseparáveis, dominavam perfeitamente a língua inglesa, assim como Durley. Eram inteligentes, bons em estratégias e ótimos para achar esconderijos devido a sua baixa estatura, ambos com apenas 13 anos. Durley era um rapaz alto e forte, por conta de toda essa força, era bom em combates corpo a corpo, tinha 17 anos. Saphira, por mais que aparentasse ser meiga e tímida, era uma ótima lutadora, utilizava facas em combate e era rápida, esquivava facilmente de balas e flechas durante os treinamentos, possuía a mesma idade de Noah que por sua vez, também era rápido, especialista em combate a distância, excelente mira para sniper e um exímio escalador.

Na cabeceira da mesa se encontrava um homem vestindo um terno risca de giz cinza, era moreno como Durley. Sua careca brilhava como uma bola de boliche. Olhava sério para Noah, mas logo se voltou para os irmãos Koragon.

— Depois dessa oportuna interrupção – começou ele. – vamos voltar para a reunião.

— Sim senhor. – responderam os gêmeos em uníssono.

— Como todos sabem... Os Dorianos só aparecem durante a noite. – disse Akira. – Precisamos estar à espreita antes que o Sol se ponha. Anika e eu estaremos no topo do antigo Shopping de Ártirus, enquanto Durley e Saphira que são melhores em combate de curta distância estarão no térreo do mesmo local. Noah vai estar montado em Drakius, nosso Setrius, sobrevoando a cidade junto de Bellus.

Saphira percebeu o ciúme nos olhos de Noah e o beijou para acalmá-lo.

Sou só sua, lembra?— sussurrou ela baixinho no ouvido dele.

Noah se lembrou de um momento em que os dois passeavam juntos pelos campos verdes de Ártirus, ali eles prometeram ficar sempre juntos, sendo um do outro. A lembrança trouxe calmaria para o seu coração e ele sorriu para a amada. Pantheon Daran, o chefe da equipe de extermínio pigarreou chamando atenção dos dois que logo se recomporam.

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Após uma longa reunião que Noah considerara chata, os cinco partiram para a ala de treinamento na cobertura do prédio. Pegaram um elevador que se movimentava em todas as direções até chegar ao último andar. Diferentemente do resto da cidade, esse era um prédio cheio de tecnologia, o único prédio que ainda era usado. Sempre que pisava ali, Noah se perguntava por que o prédio não era atacado pelos Dorianos, fortes defesas talvez? Armamento pesado? Eram perguntas frequentes em sua mente.

O andar de treinamento era a parte mais high-tech do prédio. Óculos de realidade virtual; projetores que criavam inimigos da forma que você imaginasse; uma parede de escalada holográfica e à medida que alguém subia por ela, desafios aleatórios eram gerados para dificultar o percurso. Armas de fogo que disparavam misseis de luz ao invés de balas e sabres-de-luz estavam no canto da sala, juntos das grandes armaduras de combate que Noah sonhava poder pilotá-las um dia.

Depois do treinamento, – o mesmo de sempre: Corrida, pontaria, escalada, luta, camuflagem e busca por esconderijos com uma réplica de Ártirus criada pelos projetores. – já eram quase 16h00min, todos tinham que se preparar para partir. Pantheon mandou-vos tomar um banho rápido e encontra-lo no terraço assim que terminassem. Todos se aprontaram e pegaram o elevador para a parte mais alta do prédio onde localizava-se o heliporto. Os Setrius dos cinco estavam à espera, Drakius (o dragão dos irmãos Koragon) e Ferus (o tigre azul de Saphira) tinham selas de couro presas às costas, Biarus (o pastor-alemão de Durley) estava equipado com uma armadura para cachorro de alta tecnologia que cobria todo o seu corpo e Bellus possuía asas de metal afiadas presas em suas penas, o que a possibilitava cortar seus inimigos. Ao lado dos mascotes havia três maletas, os jovens correram para as mesmas e ao apertar os botões elas se abriram revelando suas armas de combate, todas agora melhoradas e com um novo design. Os gêmeos pegaram suas novas metralhadoras, Noah pegou sua Sniper e Saphira as facas, Durley era o único que não possuía uma arma.

Pantheon pigarreou. Durley virou-se para seu chefe e o cumprimentou. Pantheon moveu-se para o lado mostrando uma maleta prateada, apertou o botão e a maleta começou a mudar de forma, até transformar-se em uma armadura de três metros de altura parecida com a de Biarus. Durley correu para perto de sua armadura e começou a admirá-la.

— Ela é comandada por voz, – disse o chefe. – então não precisará saber pilotar.

— Eu... Eu não sei como agradecer, senhor... – respondeu ele.

— Não precisa. – falou Pantheon sorrindo. – Vamos lá, teste-a!

Durley acenou com a cabeça e disse Abra, o compartimento para piloto se abriu e ele entrou. Sentou-se e colocou as mãos em duas alavancas que movimentavam os braços.

Pular! — gritou ele de dentro da cabine, sua voz era abafada ouvindo-se de fora.

A armadura começou a correr e então pulou para o chão. Os outros Fectus correram até a borda do terraço, mas não conseguiam ver a armadura lá em baixo.

— Apressem-se! – gritou Pantheon.

Akira e Anika subiram em Drakius acompanhados por Noah e partiram voando, Bellus os acompanhou. Saphira montou em Ferus que logo correu e pulou do edifício para as ruínas da cidade indo em direção ao antigo shopping deixando seu chefe para trás.

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Faltavam cinco minutos para o por do Sol. Noah sobrevoava Ártirus com sua Sniper em mãos montado em Drakius e Bellus ao seu lado. Os Koragon, agachados no terraço e Durley e Saphira, na parte mais baixa de um shopping abandonado e coberto por entulhos.

Todos prontos? — perguntou Anika pela escuta acoplada atrás da orelha.

Prontos. — responderam em uníssono.

Uma fila de Dorianos saía pela lateral de um velho supermercado. Uma bala passou perto da cabeça de Akira acertando em cheio o olho de um deles fazendo sua cabeça explodir. Na parte inferior do shopping, Durley corria com sua armadura para cima dos alienígenas usando armas de laser que saíam do braço do robô, acompanhado de Biarus que cortava alguns com suas patas de metal e devido à blindagem, os tiros dos Dorianos ricocheteavam. Saphira arremessava suas facas presas em seus dedos por finos fios de fibra de Dyneema, cortando certeiramente seus pescoços, levando-os ao chão em segundos. Bellus ia de encontro a alguns Dorianos e cortava-os ao meio com suas asas, enquanto Noah derrubava-os de longe e os Koragon davam instruções.

Durley,— chamou Akira pela escuta. – vá pela direita! Saphira, pela esquerda!

Drakius, — pensou Anika. – ajude Noah a mata-los.

— Considere-os mortos. – respondeu o dragão com uma voz estridente e aterrorizante.

Noah precisou segurar entre as escamas de Drakius. O Setrius gigante se movimentou rapidamente em ziguezague, desviando de balas e lasers até abocanhar três Dorianos de uma só vez e dilacera-los em pedaços. Sua risada era penetrante e grave, se divertia e ria como um sádico enquanto destruía corpos alienígenas fazendo-os explodir em sangue preto.

Saphira havia desmontado de Ferus, seu tigre, que agora ajudava Drakius arrancando a cabeça dos inimigos com seus afiados dentes. Akira jogou sua arma semiautomática para Noah que, mesmo com certa dificuldade por falta de perícia, conseguiu acertar alguns deles, mas deixou sua Sniper cair. Uma bomba foi lançada por um dos soldados Dorianos em direção aos gêmeos que são obrigados a pular do prédio, antes de caírem, Bellus conseguiu pegá-los no ar e deixa-los ao chão, voltando a cortar os alienígenas. Anika avançou derrubando uma dezena com sua metralhadora de laser, Akira que estava sem arma, corre para pegar a Sniper de Noah e ao atirar, precisou fazer bastante força para aguentar o recuo da arma que era quase do seu tamanho. Não demorou muito tempo para que a rua e as ruínas de prédios estivessem totalmente cobertas por pedaços de lagartos gigantes e sangue preto. Ao notar que estavam sendo dominados, os Dorianos buscaram por reforços. Um robô de quase 4 metros de altura caiu de uma nave acima deles. Durley correu com sua armadura para interceptar um ataque direto que o robô daria em Anika, os dois estavam em um combate de pura força física, empurrando um ao outro.

— Atirar!— gritou Durley.

O antebraço da armadura se abriu e uma pequena pistola saiu atirando lasers no robô alienígena, mas em vão, os lasers se desfaziam ao colidir com o metal blindado. O inimigo conseguiu acertar um chute na perna da armadura de Durley desequilibrando-o, segurou-o pelo braço e o arremessou em direção a Saphira. Ferus correu para salvar sua Fectus, empurrou-a com as patas, mas não pode salvar a si mesmo sendo jogado contra a parede, atingido por uma tonelada de puro aço. Dava para ouvir seu grunhido de dor. Saphira se levantou com dificuldade, torcera o tornozelo e estava se arrastando até Durley e Ferus.

— Alguém me ajude! – gritou ela.

Anika veio rapidamente acompanhada de Biarus, o cachorro de Durley, que choramingou ao ver seu Fectus desmaiado dentro da armadura. A asiática abriu a cabine e puxou o garoto para fora, ele respirava com dificuldade, mas sobrevivera. Biarus empurrou com a cabeça a armadura para o lado e puxou Ferus para perto de sua dona. Saphira começou a chorar afagando os pelos azuis com listras pretas de seu Setrius. O momento de tristeza e luto foi cortado quando o robô gigante surgiu na entrada do shopping, uma luz esbranquiçada saiu da boca do tigre e foi voado até evaporar. Anika e Biarus já estavam a postos, prontos para atacar quando a armadura de Durley começou a se levantar. Podia se ouvir o ranger do metal, até que estava em pé. Correu e pulou para cima do robô derrubando-o por cima de cinco Dorianos, começou a dar socos fortes no capacete até quebra-lo e aparecer a cabeça de um alienígena diferente, ele era verde e tinha um cabelo azul cortado em moicano.

— Você o matou! – gritou Saphira de dentro da armadura. – Como pode?!

Saphira ordenou que a armadura tirasse-o do robô e assim foi feito. Ele foi pego pelo crânio e levantado no ar.

— Pessoas morrem todos os dias. – disse ele ironicamente com uma voz chiada e aguda. – Ou melhor... Animais.

Raiva inundou o corpo da menina de longos cabelos castanhos. Ela apertou um botão em uma das alavancas que movimentavam os braços e a mão da armadura se fechou espremendo a cabeça do alienígena.

— Ele não era um animal qualquer. – disse ela. – Ele era meu amigo!

— Capitão! – gritou um Doriano quando a cabeça de seu chefe explodiu e tingiu o metal com seu sangue preto.

A jovem jogou o corpo do capitão com força em direção ao Doriano que gritara fazendo-o colidir contra uma velha perfumaria. Abriu o compartimento e pulou para fora, viu uma Anika completamente pasma e sem fala ao lado de Biarus e Durley.

— O que estão olhando? – perguntou ela. – Vamos, vamos. Temos trabalho a fazer.

Todos correram e voltaram aos seus postos. Anika foi ao encontro de seu irmão, Durley entrou na armadura e voltou a atacar junto de Biarus. Saphira se ajoelhou e desmoronou em lágrimas por seu Setrius, sabia que não conseguiria manter uma postura firme por muito tempo. Um dos inimigos vinha caminhando a espreita e quando tentou pegar a menina pelos cabelos, foi surpreendido por um tiro certeiro em seu coração. Saphira se assustou e ao olhar para trás, seu namorado estava segurando sua Sniper, correu para abraça-lo e beijou-o.

— Eles o mataram... – choramingou ela. – Mataram o meu Ferus...

— Eu sei meu amor... – respondeu ele tentando acalmá-la. – Vai ficar tudo bem. Precisamos sair daqui, estamos muito vulneráveis.

Saíram em disparada até encontrarem seus amigos reunidos, estavam cobertos por uma enorme sombra. Olharam para o céu e notaram que uma nave gigante encobria a lua.

— Estamos ferrados... – Anika engoliu em seco.

Nesse momento uma porta se abriu na parte de baixo da nave e algo estava caindo. Um alienígena duas vezes maior que a armadura de Durley colidiu com o chão formando uma nuvem de poeira e uma cratera aos seus pés. Alguns Dorianos que sobraram por ali se esconderam atrás de entulhos cochichando coisas como: “É o lorde Armakus!” e “Eles estão mortos.”.

— Não creio que meu exército está levando uma surra para meros humanos! – disse ele parecendo furioso. Sua voz lembrava a de Drakius. – São uns incompetentes mesmo... Eu deveria ter trago os Stratus ao invés dessas lagartixas imprestáveis!

Ele tirou uma pistola de seu cinto, mirou para um grupo de soldados e atirou. Um fino laser azulado saiu da arma e ao colidir contra um dos Dorianos, explodiu reduzindo todos a pó. As crianças o olhavam sem acreditar em como ele poderia matar seus próprios aliados. Tinham que derrota-lo.

— Vem monstro! – gritou Durley de dentro da armadura para chamar sua atenção.

— Quem você pensa que é para me desafiar, fedelho? – Armakus gargalhou.

Durley foi de encontro ao alienígena e bateu de fronte ao mesmo sem causar-lhe danos. Com a mão, Armakus acertou a armadura jogando-a para o lado. Saphira tentou cortá-lo com suas facas, mas não surtiam efeito, assim como as balas das metralhadoras de Akira e Anika ou da Sniper de Noah. Os Setrius atacaram todos juntos, Drakius lançando fogo, Bellus e Biarus tentando cortá-lo, mas nada lhe afetava.

— Ele é invulnerável?! – gritou Saphira.

— Não. – respondeu Anika. – Eu cresci ouvindo de meu avô que tudo tem um ponto fraco, temos apenas que descobri-lo.

Os gêmeos começaram a analisar o corpo do monstro enquanto seus amigos o distraíam. Observaram cada ponto, cada milímetro da extensão de um corpo coberto por escamas naturalmente blindadas. Pés? Não. Abdômen? Não. Braços? Não. Ao olhar diretamente para a cabeça dele, Akira percebeu que seus olhos e boca eram os únicos locais que não possuíam escamas.

— Noah! – chamou o asiático com um grito. Noah virou rapidamente para ver Akira apontando para os próprios olhos e boca, felizmente ele entendeu a mensagem.

Os Setrius eram como mosquitos irritantes para Armakus, sacou sua pistola e começou a disparar. Bell e Biarus desviavam facilmente por conta da velocidade, mas Drakius mesmo sendo rápido, ainda era um alvo fácil devido seu tamanho. Tudo ficou em câmera lenta para os gêmeos que viram um fino laser em direção ao seu dragão que explodiu em uma fração de segundos ao ser atingido, o mesmo aconteceu em seguida. A águia e o pastor-alemão atingidos e então explodidos.

O sentimento de fúria que dominara Saphira, agora se apoderara de todos. A visão de Noah escureceu ao ver sua parceira se tornando apenas uma lembrança e quando notou, já estava em cima de Armakus que tinha sido derrubado por Durley, com a Sniper enfiada em sua boca ouviu-se um disparo. Noah correu e pegou Saphira nos braços. Atrás deles, uma grande explosão. Durley os cobriu abraçando-os com a armadura e o tão poderoso chefe dos Dorianos se juntou a poeira de uma cidade destruída.

Ainda precisavam destruir uma nave inteira. Olharam para o lado e viram um Doriano rastejando para pegar uma arma. Durley andou até ele e o segurou pela perna.

Lançar!— ordenou ele e o braço da armadura arremessou o inimigo em direção à base alienígena.

Todos se protegeram dentro de um prédio e só viram um grande clarão de luz e um barulho quase ensurdecedor. Alienígenas e pedaços da nave voavam por todos os lados, alguns foram de encontro à sede da equipe e colidiam com uma barreira invisível como um campo de força.

— Então é assim que eles mantem o prédio em pé. – falou Noah e todos riram.

O garoto viu uma pena roxa no chão, pegou-a.

Não consegui manter a promessa, parceira... Perdão...— pensou ele e uma lágrima escorreu pelo seu rosto.


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Notas finais do capítulo

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~~GLOSSÁRIO~~

Noah: vem do hebraico "נח = aquele que possui vida longa"
Sarah: vem do hebraico "שרה = dama, donzela ou princesa"
Seimos: anagrama criado por mim para o nome "Moisés"
Hedfan: vem do galês "Voador"
Fierce: vem do inglês "Cruel"
Koragon: vem do japonês "Ko = Habilidade" e "Doragon = Dragão"
Varys: vem do grego "βαρύς (varýs) = Musculoso"
Daran: vem de Somália "Severo"

Bellus: vem do latim "Bonitinho"
Ferus: vem do latim "Selvagem"
Drakius: vem do latim "Draco = Dragão". Tradução literal: Drakius = Marreco
Biarus: vem do latim "Excubiarum = Sentinela"
Bonius: vem do latim "Bonitas = Bondade"

Dorus: vem do Darnassiano (World of Warcraft) "Dor = Ser restaurado"
Stratus: vem do grego "στρατός (stratós) = Exército"
Armakus: vem de Somália "Armaka = Comando"

Setrius: Palavras em latim "Ser e Imaginário"
Fectus: vem do latim "Praefectus = Comadante"
Dyneema: fibra mais forte do mundo. Está em produção desde 1990.

Música que toca no rádio e que a Bell canta: Apocalypse-Please

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Tenho uma perguntinha... Acham que tenho chances de estar no TOP 3 do Concurso? *u* Comentem ai ♥