Radioactive. escrita por PandaRadioativo


Capítulo 5
Vagando.


Notas iniciais do capítulo

Obrigado à todos que estão comentando!
Os comentários me fazem continuar a história!
Espero que gostem desse capítulo, que não é muito curto e nem muito longo.
;)



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Desde que saímos estamos vagando pela superfície. Às vezes, James não consegue respirar direito e temos que parar, trocar o cilindro e ficar parados por um tempo, enquanto ele se acostuma novamente com o oxigênio.

– Você está bem?

– Não. Cansado.

– Daqui a pouco a gente para de novo.

– Para você é fácil falar, não?

– Vamos começar com isso de novo?

– Claro que não. Não culpo você.

– Vamos parar.

– É bom mesmo, quase não consigo mais respirar.

– Porquê não disse antes?

Sentamos no meio do que outrora foi uma rua de Washington.

– Estou com fome. – Ele disse, quase sem fôlego.

– Eu também. – Começo a mexer na mochila, procurando alguma comida. – Droga.

– O que foi?

– A comida acabou.

– O quê? Vamos ter que voltar, Kiara.

– Eu não quero voltar.

– Eles devem estar procurando por mim. Vou voltar e pegar comida.

– Isso é suicídio.

– E o que eu estou fazendo aqui? Com poucos meios de respirar? Suicídio.

– Eu não te obriguei a vir, se é o que está insinuando.

– Não estou insinuando nada.

– Vai buscar comida.

– Se eu não voltar...

– Você morreu e significa que eu também vou morrer em breve. – Digo ironicamente, enquanto James volta pelo caminho que fizemos.

_ _ _

Passo as mãos pelo rosto e cabelos. Não devia ter falado com James daquele jeito e isso resultou em quê? Meu único amigo está indo buscar comida em um lugar em que sabe que se o pegarem, ele está morto. É como se ele assinasse seu atestado de óbito.

Ouço um barulho e me assusto. Não o identifico. Sorrateiramente, preparo meu arco e flecha. Rezando para não ser um daqueles malditos robôs. Uma cabeça aparece por sobre o pedaço de escombro que me escondo. Me assusto, mas não consigo disparar a flecha. A figura sorri, tampando a luz do sol. Por alguns momentos, enxergo tudo escuro.

– Abaixe o arco, Kiara.

– Como me conhece?

– Sabemos tudo a seu respeito.

Sabemos? – Pergunto, abaixando o arco e me levantando.

– Meu nome é Tyler Harrington. E acho melhor vir comigo antes que Campbell volte com os outros cientistas.

– James voltará com comida.

Tyler ri alto, mas logo para.

– Acha mesmo, uma simples coincidência, você e Campbell estarem na mesma base? Ele está com eles, está com escutas e sabem cada passo que dão. Eles sabem que James está voltando e ele trará cientistas até aqui.

– Não acredito em você.

– Então terá que ser do jeito difícil?

– Como assim...?

Sinto uma pancada na cabeça, tudo escurece e eu caio.

_ _ _

Acordo em um quarto vermelho. Há portas de vidro. Toda a mobília é de vidro. Ao lado de minha cama, há um vaso de vidro com rosas negras de vidro. Não sei onde estou. As portas de vidro se abrem e uma mulher loira de mechas coloridas entra.

– Como está se sentindo, Kiara. – Sua voz é tranquila e ela traz à mão alguma coisa com cheiro de hambúrguer.

– Bem... Eu acho.

– Desculpe pela cabeça. Você não tinha indícios de que aceitaria tudo aquilo de bom grado.

– Está tudo bem.

Sem perceber, encaro o pacote que a mulher traz.

– Tome, é para você. – Ela me entrega o pacote, está quente. Ao abrir, vejo que meu palpite estava certo. Um hambúrguer.

– Obrigado. Faz anos que não vejo um hambúrguer.

– A propósito, sou Estella e vou te acompanhar enquanto se recupera da contusão na cabeça.

– Obrigado. – Respondo, ainda com um pedaço de hambúrguer na boca.

_ _ _

– Ela estava aqui! Eu juro! – Gritava James, enraivecido.

– Mas ela não está! – Gritou o homem alto que estava com uma arma apontada para James. Ele atirou em James.

– Para que isso, G?

– Ele nunca mais vai andar e nunca mais vai ver a queridinha dele. Vamos.

Dois homens carregaram James de qualquer jeito e eles voltaram à Base.


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