Acontecimentos Sobrenaturais escrita por Misaki


Capítulo 5
Capítulo IV : Castigo




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Eu fiquei um bom tempo sentada no chão frio do quarto refletindo, mas vi que eu ainda estava suja de sangue.

Levantei-me e fui ao banheiro tomar um banho.

Primeiro tomei uma ducha para tirar o sangue seco que ainda havia na minha pele e depois enchi a banheira de água e alguns sais de banho. Eu preciso relaxar. Sentei na banheira e me deixei afundar na água mergulhando todo o meu corpo. Isso é realmente relaxante.

Fechei meus olhos em baixo d’água e senti meu corpo ficar mole. Isso é muito bom, pena que não durou muito.

Senti algo segurar a minha cabeça.

Tentei sair da água. Mas a coisa me segurava com força e não me deixava sair.

Olhei para cima e o que vi foi uma forma escura. O que segurava a minha cabeça parecia uma espécie de mão. Eu estava assustada. Eu lutei e esperneei com socos e chutes, mas a coisa parecia nem sentir.

Eu já estava quase sem ar, não tinha mais forças para chutar ou socar a coisa, eu já estava fraca.

Quando eu já estava quase sucumbindo à escuridão da inconsciência eu ouvi leves batidas na porta. Aquilo pareceu assustar a coisa que praticamente se dissolveu no ar e desapareceu me livrando assim do aperto dela.

Assim que fiquei livre tirei a minha cabeça da água e comecei a tossir quando o ar finalmente invadiu os meus pulmões.

Saí da banheira e coloquei um roupão para me cobrir. Voltei ao quarto e abri a porta. Lá estava Tsunade. Ela deu uma boa olhada e mim e ela pareceu captar que havia algo de errado comigo.

— Você está bem, Sakura ?

— Sim, estou Tsunade-sama.

— Troque-se e vá a minha sala. Precisamos conversar sobre certo incidente no banheiro.

Droga! A Karin deve ter corrido para contar a diretora.

Troquei-me com pressa e segui Tsunade até a diretoria e entramos na sala dela. Lá estava Karin sentada em uma das cadeiras em frente a uma enorme mesa. Tsunade sentou atrás da mesa e me mandou sentar ao lado de Karin.

— Agora que as duas estão aqui quero que me falem exatamente o que ocorreu naquele banheiro.

Eu e Karin ficamos caladas. Pelo visto ela não havia dito nada à diretora. Isso é bom. Ela provavelmente ainda está com medo de mim.

— Vamos. Eu quero respostas.

Passamos vários minutos ali e ambas, eu e Karin, não dissemos absolutamente nada sobre o incidente.

— Pois bem, já que nenhuma das duas quer me dizer nada, então ambas serão punidas.

— Como assim punidas ? — perguntou Karin indignada.

— Isso mesmo que vocês ouviram. Vocês duas serão punidas.

— E qual será a punição ? — Eu perguntei.

— Karin, você ficará responsável por ajudar as moças da cantina durante uma semana.

— O quê ? Como uma garota como eu vai ficar trabalhando naquela cantina imunda ? — perguntou Karin.

— Devia ter pensado nisso antes. Está dispensada — disse a diretora implacável.

Karin saiu indignada da sala.

— Já você Sakura — continuou a diretora — Há um depósito lotado de caixas com livros que precisam ser ajeitados na biblioteca. Você ficará responsável por isso. Está dispensada.

De certa forma senti alívio ao saber minha punição. Eu gosto de passar o tempo na biblioteca. Fui logo direto para lá. Tenho que começar logo essa arrumação e terminá-la o quanto antes.

Falei com a senhora que é responsável pela biblioteca e ela disse que as caixas de livros estavam na dispensa. Ela disse que ia dar uma pausa e iria comer alguma coisa. Ela me entregou as chaves e me disse que voltaria daqui uns 30 minutos. Eu fiquei sozinha na biblioteca. Era final da tarde e os poucos alunos que estavam estudando terminaram suas lições e foram para os seus quartos.

Não que eu estivesse com medo, na verdade, eu prefiro assim.

Fui até o fundo da sala. Atrás das últimas prateleiras havia uma portinha, a senhora me disse que era ali a despensa onde se encontravam as caixas de livros.

Abri a porta e tudo dentro estava escuro, eu não enxergava nem um palmo a minha frente. Entrei passando a mão pela parede à procura de algum interruptor. Devia haver algum por aqui.

Encontrei um pequeno interruptor e o puxei para baixo.

Assim que a claridade invadiu meus olhos vi alguém na minha frente e gritei.

De repente havia uma mão na minha boca me impedindo de gritar e olhei bem a pessoa a minha frente e vi que era Sasuke. Eu mordi o dedo dele e ele tirou a mão da minha boca.

— Ai, não precisava ter me mordido.

— Você me assustou. O que estava fazendo aqui no escuro ?

— Eu gosto de ficar aqui para relaxar.

— Certo, mas agora eu preciso ajeitar umas coisas aqui, dê o fora.

— Eu cheguei aqui primeiro.

— Problema o seu. Saia daqui.

— O que você vai ajeitar aqui ?

— Eu estou de castigo, tenho que tirar os livros de todas essas caixas e ajeitá-los nas prateleiras, satisfeito ? Agora me deixe em paz.

— Por que você está de castigo ?

— Pare de se intrometer na minha vida e me deixe em paz. Eu quero começar logo a ajeitar essa bagunça.

— Vamos, eu te ajudo.

— Você nunca escuta o que eu digo ?

— Só quando é alguma coisa que me interessa.

Eu o ignorei e comecei a remexer as caixas. Passei um bom tempo ajeitando livros e mais livros com a ajuda de Sasuke. Quando dei por mim e olhei o relógio já eram 8 da noite e não havia ajeitado nem um terço das caixas.

Sentei-me entre algumas prateleiras para descansar. Minhas pernas pareciam ser feitas de gelatina.

Sasuke se sentou ao meu lado. Eu olhei para ele.

— Você ainda está aqui ?

— Se eu não estivesse aqui você não teria conseguido arrumar nem duas caixas sozinha.

— Cala a boca. Eu não precisava da sua ajuda.

— Admita se quiser. Mas agora eu queria te perguntar algo.

— Certo, o que você quer saber ?

— Você quer ir ao baile comigo ?

— Não.

Sasuke me olhou confuso.

— Sério ? Você vai dispensar ir ao baile comigo ?

— Sim, vou dispensar, eu não quero ir a esse baile idiota. Se quiser chame sua namorada idiota e serão dois idiotas juntos num baile idiota, perfeito não ?

— O baile é obrigatório, você tem que ir de um jeito ou de outro. E que história é essa de namorada ?

Eu franzi a testa.

— Aquela ruiva de óculos. Ela fica me azucrinando por causa de você.

— Karin ? Ela nunca se conformou por eu ter dado um pé na bunda nela. Ela não é mais minha namorada. Agora que você sabe disse pode aceitar ser meu par.

— De qualquer forma eu não vou ao baile, então não.

— Como eu já disse, é obrigatório. Qual o problema ? Você já tem par ?

— Não e nem pretendo ter um.

— Então está decidido você vai ser a minha acompanhante.

— Não há nada decidido aqui. Pare de tomar decisões por mim.

— Certo, certo. Eu mando um vestido para você se você não tiver roupa adequada. Nos vemos depois.

Ele beijou minha bochecha e saiu.

Eu não posso negar que fiquei corada com o ato, mas deixei-o ir embora. Depois de um tempo também fui para o meu quarto. Eu só espero que eu passe o resto da noite tranquila, sem mais visões e sem mais vozes.


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