–Quero sim, papa! - disse Emma animada se ajeitando na poltrona.

–John fala de mim mas ele era tão solitário quanto eu, exceto que era mais sociável com os outros. Sempre com esse sorriso encantador.

Ele dividia tudo com a irmã Harry. Seu pai bebia muito e não passava muito tempo em casa, o que fazia dele o homem do lar. Sua mãe fazia o melhor que podia para dar o que era necessário aos dois.

Começou a trabalhar com 15 anos para guardar dinheiro para a faculdade de medicina que tanto sonhara. Ele se esforçou bastante para conseguir o que queria. Mas a vida é uma caixinha de surpresas.

Ele não conseguia mais conciliar a ausência do pai e cuidar da família. Foi quando Harry se envolveu com a bebida também. A arrastando para o poço junto com o pai.

John, sempre o bom moço, tentou ajudar, mas os dois se recusavam. Então, deixando de lado esses problemas, depois de formado, deixou uma quantia para a mãe e foi para o exército onde conheceu seu grande amigo James.

Eles eram muito próximos e infelizmente, na guerra, vidas são perdidas. E a do James foi uma delas. No meio do tiroteio tentando ajudá-lo, acabou levando um tiro no ombro. John ficou muito abalado ao vê-lo morto à sua frente, mas como não podia fazer nada pelo amigo retornou à base e foi dispensado pelo exército.

De volta à cidade e somente com a pensão do exército que mal dava para pagar o aluguel, ainda estava muito abalado, foi difícil se separar daqueles momentos da guerra. Depois de sua consulta terapêutica, resolveu sair para tomar café quando encontrou Mike.

Após se envolver em uma aventura, honestamente ridícula, com um sociopata altamente funcional que acabara de conhecer e de salvar minha vida naquela noite, ele resolveu ficar e dividir apartamento comigo. E foi assim, Emma, que eu conheci seu pai - terminou a frase dando um beijo em John e abraçando a filha que se juntou à eles.