Sociedade Secreta de Anti-Heróis escrita por Fernanda Melo


Capítulo 4
A Perfeição Se Dá Ao Momento


Notas iniciais do capítulo

Capítulo completamente e apaixonadamente Olicity, presentinho agradável para quem está acompanhando a fic e deixando comentários motivadores, obrigada leitoras!
Curtam bastante boa leitura!



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Naquela noite Oliver teve que intervir alguns traficantes, serviço básico para o Arqueiro e seus companheiros, então Diggle permaneceu no covil para proteger Felicity e mesmo a loira estando concentrada no que fazia sua mente não parava de brincar consigo mesma imaginando cenas absurdas.

Aquela aproximação, aquele recado deixado para si queria dizer que eles estavam próximos, que os vigiavam a todo o momento. Sua primeira reação foi se sobressaltar quando sentiu uma mão firme pousar sobre seu ombro, era Oliver. Ele sorriu carinhosamente para a loira que retribuiu, mesmo com seu coração batendo em um ritmo que parecia uma bela introdução de música eletrônica.

Ela piscou algumas vezes tentando afastar o sono, enquanto analisava pela décima quinta vez o vídeo das câmeras de segurança de seu prédio, ela não conseguia ver nada de diferente daquele dia. Estava tudo no lugar a não ser quando há um pequeno corte no vídeo quando a câmera foi desligada por exatos dez minutos. E era naquele momento que seja quem for, entrou em seu apartamento e deixou seus brinquedos esparramados sobre sua cama.

Quando Oliver voltou observou o cansaço da jovem, mesmo ainda estando distante. Ficou apenas observando enquanto ela tirou o óculos e esfregou seus dedos sobre suas pálpebras móveis. Ela tentava afastar o sono sem obter muito resultado. Oliver decidiu que já estava na hora de irem cada um para sua casa, disse para Diggle e Roy que o turno havia acabado e que poderiam ir para suas casas.

Quando ficou somente ele e Felicity ali no local ele esperou que ela o notasse logo a sua frente, mas ela estava concentrada na tela de seus computadores. Ele então deu a volta na mesa e observou o que ela fazia, estava usando o programa de identificação facial. Tentando encontrar resquícios de duas pessoas indesejadas.

– Felicity? – Ele lhe chamou tranquilamente até que a loira virou a cadeira em sua direção, ela não esperava que ele estivesse tão próximo de si, com aquele cheiro lago após de seu banho. – Que tal deixarmos isso para outro dia?

– Para onde foram os garotos?

– Já foram embora, se despediram e você nem percebeu.

– Estava distraída. – Ela fitou-o novamente não conseguindo por muito tempo, conseguia ler através dos olhos de Oliver o modo como ele ansiava por proximidade e ela também, porém nenhum dos dois permitiam aquele gesto.

– Vamos para casa. – Ele estendeu sua mão para que ela a pegasse e o seguisse. Ela apenas sorriu ligeiramente de olhos fechados, havia gostado do modo como Oliver havia dito. Ela segurou em sua mão e pegou sua bolsa e ambos caminharam juntos até o carro.

Oliver tinha o braço dela cruzado com o seu, sentia o quanto a pele dela era macia. Felicity caminhou o tempo todo em silêncio, o que não era muito de seu costume, mas hoje ele entendia, havia sido um dia ruim.

Quando chegaram ao apartamento Felicity jogou sua bolsa sobre o sofá e já foi tirando novamente seus sapatos, ela queria apenas conforto naquele momento. Oliver observou as atitudes dela com um singelo sorriso no rosto. Adorava ver como ela agia sem muitas pessoas por perto.

– Quer que eu prepare alguma coisa para comermos?

– Você fez isso nos últimos dias, hoje deve ser por minha conta.

– Não fico incomodado se é o que está pensando.

– Eu fico você está na minha casa e não me deixa fazer quase nada Oliver, você deveria apenas ajudar.

– É o que estou fazendo. – Ele disse com aquele sorriso no rosto que fez Felicity desviar seu olhar para não se derreter de tanta paixão.

– Vou apenas tomar um banho e depois continuamos com nossa discussão, ok?

– Ok. – Ele concordou,

Tudo que ela queria naquele momento, naquela sexta a noite era um belo descanso, ficou feliz quando soube que a cidade enfim estava reinando em tranqüilidade pelo menos naquela noite, ela nem acreditava o tanto que poderia agradecer por um simples banho daquele, com uma água quente o suficiente para lhe fazer relaxar.

Quando voltou para a sala com um vestido mais simples e os cabelos soltos ela sentiu um pouco de raiva visto que o homem já estava na cozinha preparando o jantar.

– Oliver? – Ele voltou seu olhar para ela e ficou admirando por certo tempo, sorriu involuntariamente, apesar das circunstancias não serem as melhores por aqueles longos dias. – Eu não te disse para me esperar?

– Na verdade você disse que iríamos discutir sobre eu fazer as coisas em sua casa, então, resolvi cozinhar enquanto isso.

Felicity colocou a palma de sua mão em sua testa, precisava se acostumar com aquilo, com Oliver vivendo ao seu lado mesmo que por sendo para sua proteção. Apesar de se sentir incomodada ela gostava de vê-lo daquela maneira, sem a face do arqueiro, sem a face do Oliver que evitava tudo e todos. Ela gostava daquele homem gentil e carinhoso, que perguntava sobre seu dia sempre que chegavam em casa juntos. Preparava seu jantar enquanto tomava banho e que lhe acompanhava para onde quer que ela fosse.

Mas ela não se envolvia mesmo ele tendo se declarado mais cedo, pois ela temia que quando aquela guerra acabasse, quando a Carrie e Slade fossem derrotados que tudo aquilo acabasse. Ele voltaria para o covil e ela ficaria em seu apartamento. Ele apenas a veria durante as noites para fazerem o que faziam de melhor, procurar bandidos. Ele não perguntaria mais como estava sendo o dia dela, pois não teria mais perigo, não jantariam mais juntos e nem se encontrariam no horário de almoço. E ela sentiria falta daquilo mesmo sem se entregar ao amor dele, pois ele já havia a acostumado muito mal.

Ela o ajudou a picar alguns legumes enquanto sua mente pairava em exatamente nada. Ela estava desligada de si, em perfeita hipnose. Ela voltou apenas a prestar a atenção do que estava fazendo quando ele repousou sua mão suavemente sobre a dela, fazendo com que ela parasse imediatamente de manusear a faca.

– Se continuar desta maneira irá cortar seus dedos fora Felicity. – Ele a olhou tentando decifrar o que seu olhar dizia, mas ela simplesmente olhou para o chão em busca de um nada novamente. – Hey, está tudo bem?

– Sim, é apenas stress do trabalho.

– Qual deles? Porque se for com o Arqueiro acho que ele pode lhe dar alguns dias de folga se precisar.

– Não, realmente não precisa. – Felicity voltou sua atenção para a cozinha e Oliver entendia que ela queria apenas um tempo, que não queria falar sobre aquilo, mas o stress do trabalho não foi uma desculpa muito boa quando se sofre uma ameaça de alguém tão perigoso quanto Slade ou quanto Carrie.

Ele apenas respeitou o espaço da mulher, respeitou durante a refeição e respeitou até que eles foram dormir. Ele deitou-se no sofá mais uma vez, encarava o teto imaginando nas possibilidades de encontrar Slade antes que algo muito ruim acabe acontecendo.

“Ele voltou a acordar somente depois de alguns chutões em suas pernas, abriu os olhos, mas tudo estava escuro demais, ele estava vendado. Quando a claridade atingiu seus olhos ele sentiu um incômodo, piscou diversas vezes até ver Felicity amarrada em uma cadeira assim como ele.

– Olá querido. – Carrie saiu de trás dele passando a mão ao decorrer de sua nuca. – Sentiu minha falta?

– O que vocês fizeram com ela?

Seu desespero era visível, logo adiante Felicity não se mexia, ele chamou por seu nome, mas ela nada respondeu. Slade apareceu por trás da garota tirando sua venda, Felicity estava desnorteada e quando seu olhar se encontrou com o do Oliver as lágrimas começaram a aparecer.

– Oliver. – Sua voz saiu como um sussurro nada mais do que isso.

– Fique tranqüila eu vou tirar você daqui.

Slade sorriu vitorioso enquanto puxava bruscamente o cabelo de Felicity. Ela fechou os olhos não queria ver o que aconteceria logo em seguida. Sentiu a lâmina fria encostar em sua garganta e as lágrimas escorreram ainda mais, ela podia ouvir as súplicas de Oliver, sua voz mantinha um desespero, desespero igualado com o qual ele sentiu no dia em que sua mãe foi morta pelo mesmo homem, porém sua dor estava sendo ainda maior.

Felicity não poderia morrer, não merecia morrer, logo ela que não desejava o mal de ninguém e lá estava ela naquela situação.

– Você não deveria ter duvidado de mim garoto, mas eu não lhe farei escolher. Eu já fiz a escolha por você, escolhi aquela que você pularia na frente para salvá-la, a única que você se permitiu matar novamente.

– Não. – Oliver mantinha seu olhar fixo em Felicity, seu desespero lhe impedia de dizer o tentar fazer qualquer coisa, ele sentiu como se houvesse voltado no tempo, sendo aquele Oliver inseguro e incapaz.

– Oliver. – Ela o chamou mais uma vez, pela ultima vez.

– Diga adeus ao seu amor Oliver Queen. – Slade disse passando a lâmina pelo pescoço da jovem, a linha fina de sangue começou a descer e o olhar de Oliver mostrava a sua morte, mostrava que sua alma não teria mais vida a partir dali e tudo o que desejou morrer.

– Não. – Ele gritou inúmeras vezes, tentando colocar em sua cabeça a idéia de que aquilo realmente não estava acontecendo.”

Estava mais uma vez suando frio devido ao seu pesadelo, o medo que tinha de perdê-la o fazia ter esses sonhos desde que a ameaça ficou certeira. Porém ele acordou bruscamente quando a ouviu gritar seu nome para que logo em seguida Slade cortasse sua garganta.

Ele foi beber um pouco de água, respirar um pouco e voltou até mesmo a deitar-se no sofá, mas sem nenhum intuito de voltar a dormir. Seus olhos estavam fechados tentando focalizar um mantra positivista naquele momento quando ouviu um grito. Um grito que congelou toda a sua espinha, mas que o fez reagir e levantar-se rapidamente e correr até o quarto da mulher. Ele ascendeu à luz e se permitiu tranqüilizar um pouco quando viu que ela tinha apenas um pesadelo.

Ele se aproximou e repousou sua mão sobre os braços desnudos da jovem loira, ela se mexia demais devido ao pesadelo e mais uma palavra havia sido pronunciada de seus lábios. “Oliver”. Ele a chamou com cuidado e quanto mais ela ouvia sua voz serena ela se acalmava e até mesmo se permitiu abrir os olhos quando se sentiu mais segura.

– Está tudo bem?

– Eu te acordei não foi? Desculpe. – Ela sentou-se na cama abrindo espaço para que ele pudesse sentar também.

– Está tudo bem, na verdade eu estava acordado. Não estou em desvantagens com você quando o assunto são pesadelos. – Ele sorriu sugestivamente. – Quer falar sobre isso?

– Não sei. – Ela voltou o olhar para suas mãos que estavam inquietas. – Acho que... Não há mesmo necessidade.

Um suave toque foi capaz de fazê-la estremecer, ela permaneceu em silêncio por alguns minutos, vendo-o tocar sua mão daquela maneira, vendo-o sorrir tão gentilmente. Pensou em como seria bom senti-lo tão perto assim todos os dias, a amizade que mantinham era boa, extremamente boa, mas ela não estava mais agüentando amá-lo intensamente e continuar com as coisas assim, como estão.

Quando ele se levantava para sair de seu quarto tudo parecia em câmera lenta, Felicity se segurava para não deixar aquela pergunta escapar, mas estava cansada daquela brincadeira.

– Se precisar de algo pode me chamar.

– Você não acha que seria melhor... Para nós dois. – Ela engoliu em seco tentando processar se aquilo era realmente necessário.

– O que seria melhor? – Oliver soltou a maçaneta e voltou sua atenção completamente para a mulher que se ajeitava na cama, viu o quão nervosa estava Felicity e soube que ela estava enrolada em seus pensamentos.

– Esclarecer com todas as letras e pontuações corretas o que sentimos um pelo outro?

Felicity voltou a fixar seu olhar nos dele, firmes e apreensivos. Tentava decifrar o que aquele silêncio todo dele queria dizer, amedrontada abaixou o olhar para suas pernas e voltou a cutucar sua unha. Ela logo se arrependeu de ter feito a pergunta, sentiu medo invadir o pouco espaço que a coragem lhe tomava conta, medo de mais uma vez se decepcionar com Oliver, medo que ele dissesse o mesmo discurso anterior, não queria derramar lágrimas novamente.

Ela temeu chorar descontroladamente como quando recebeu a notícia de que Oliver havia perdido, que ele não havia conseguido cumprir com sua promessa de voltar para ela na batalha contra Ra’s Al Ghul.

“Havia passado alguns meses que pareceram se estender por uma longa eternidade e as esperanças de Felicity nutria já estavam lhe fazendo mal. Sua pele pálida e seus olhos aparentavam estarem mais fundos tudo isso era encobertos por uma quase perfeita maquiagem, quem não sabia pelo o que ela estava passando tudo estava bem, mas para Roy e Diggle, eles sim sabiam que não era bem assim. Naquela noite não havia ninguém no covil, eram 3h e ela mais uma vez tivera um pesadelo terrível com Oliver morrendo em sua frente. Ela não conseguiu pregar os olhos e, então, estava ali com os olhos fixos nos computadores novamente olhando vez ou outra para aquele disfarce que ele sempre usava.

Bastou por um segundo debruçar-se sobre a mesa que o cansaço lhe tomou conta de uma vez só, ela voltou a acordar somente quando uma mão lhe acariciava os ombros com tanto carinho, com muito amor. Por um breve momento ela pensou ser Roy, ele era o único que um dia viu Felicity sozinha ali, a consolou quando seu choro veio à tona, lhe levou para casa quando ela mais precisou. Sabia que Diggle faria a mesma coisa por ela, sabia que ele também lhe daria belos puxões de orelha no dia seguinte por se permitir destruir tão gradativamente, aquele era um segredo apenas deles. Ela nem abriu os olhos e tão menos levantou a cabeça.

– Eu já sei Roy, não diga nada a Diggle, você sabe que ele vai surtar.

– Felicity não deveria estar se descuidando desta maneira.

Aquela voz a fez estremecer, aquela voz cujo dono havia lhe abandonado após uma forte promessa de retorno, as lágrimas já ameaçavam em cair de seus olhos e ela ainda tentava entender o motivo pelo qual sua mente era tão maldosa consigo.

– Isso não é real Felicity. – Ela continuou de cabeça baixa com medo de vê-lo logo a sua frente e quando tentasse tocar sua pele quente ele desaparecesse como uma imagem holográfica. – Vá embora, suma da minha cabeça.

– Felicity, olhe para mim. Está tudo bem agora, eu estou aqui de verdade. – Ele tocou no queixo dela e suspendeu sua cabeça até que ela abriu seus olhos e o viu. Não conseguia acreditar, não conseguia entender. Tocou vagarosamente o rosto dele ainda temendo que ele fosse apenas fruto de sua imaginação.

– É você. – Ela permaneceu com sua mão em suas bochechas quentes durante um longo tempo. Demorou certo tempo para que ela saísse de seu transe.

– Eu disse, eu prometi para você que voltaria por você, para você.

– Por onde andou esse tempo? Devia ter pedido ajuda. Ficamos todos malucos quando pensamos que você... Você é mesmo real?

– Sou eu Felicity. – Ele finalmente pôde sorrir depois de todo esse tempo, sorrir verdadeiramente da forma que apenas ela conseguia. Ele repousou sua mão sobre o braço dela. Naquele momento tudo o que ele queria era abraçá-la e beijá-la de tal maneira que ambos não esqueceriam jamais.”

Porém nada naquela noite passou de um abraço apertado, puxões de orelha e discursos de alívio. Ambos estavam felizes podiam sentir o amor tomar conta de si novamente e nada disseram um para o outro, deixaram mais uma vez a oportunidade ir embora.

– Felicity você sabe que eu te amo e que...

– O problema é a vida que você leva Oliver. – Ela disse seriamente olhando para ele que se aproximava vagarosamente. – E não estou dizendo em questão do perigo como você sempre pensa, pois, eu já estava sugestiva a isso desde o momento em que aceitei continuar a trabalhar com vocês. Digo pelo fato de como você pensa, você está tentando me defender de algo inevitável. Estou correndo risco por entregar os vilões ao vigilante e não por viver ao lado dele.

– Você sabe que a segunda opção ainda tem chances de ser cogitada algumas vezes, não sabe?

– Acho que posso lidar com isso. Esse é seu único argumento por não estar comigo?

– Não. – Ele olhou para a loira e lembrou-se de seus pesadelos, diversos deles que envolviam aquela jovem que roubara seu coração radicalmente. – Você é minha única humanidade Felicity, você me conhece a três anos, sabe como eu voltei para Starling, viu o quão rancoroso Oliver Queen poderia ser e mesmo assim você conseguiu ultrapassar as barreiras e me devolveu a minha sanidade e se eu um dia cogitar a te perder...

– Você pode me perder a qualquer momento Oliver. – Ela tocou a face do homem. – Eu não sou uma heroína e apenas sei me defender em uma situação de risco quando alguém que eu amo está correndo perigo. Eu estou apavorada com tudo isso, eu confesso, e poderia estar sendo pior se você não estivesse aqui. Se você estando perto acha que estou em perigo, estando longe como pensa que eu ficaria? Não acha que o motivo de Slade e Carrie não terem me alcançado ainda não seria por você estar sempre ao meu lado? Por você fazê-los planejar uma estratégia para te driblar?

– Eu sinto muito. – Ele parou e esfregou seus olhos que começavam a arder, dando os primeiros sinais de que as lágrimas entregariam sua emoção. – Eu apenas não sei lidar com isso, nunca senti algo tão forte. Eu respeito você Felicity e realmente estou me controlando cada dia para não te puxar para meus braços e te forçar a viver comigo, porque é isso o que eu quero.

– Então é isso que deveria ter feito desde o começo. Não me forçar a viver com você, mas... Tomar alguma atitude.

– Deixei claro que te amava.

– Sempre em ocasiões em que você estava longe demais Oliver. – Os olhos da mulher já lhe entregavam que aquela conversa estava mexendo com seus sentimentos. Oliver segurou seu braço quando ela fez menção de se levantar.

– Me desculpe. Acho que devemos engolir esse orgulho que estamos tendo agora, esquecer isso e começar de novo.

– Não tem como esquecer Oliver.

– Felicity eu sei que eu estava errado e que digo que te amo quando tudo está saindo fora dos trilhos, mas...

– Não comece com isso, de novo não. Não diga novamente que me ama para depois tentar me afastar devido a sua dupla identidade.

As lágrimas corriam por seu rosto delicado descontroladamente, ela queria parar de sofrer por aquilo, mas quem já sofreu por amor verdadeiro sabe que esquecer é apenas adiar o sofrimento.

– Eu não consigo mais ficar assim Oliver, sofrer por você todos os dias, chegar em casa e chorar quando não fui correspondida ou quando você me evita depois de sofrer algum risco em alguma missão, era assim que eu me sentia quando via você com suas “namoradas”. É assim que me sinto quando enfim estou tentando te esquecer e você vem e me diz que me ama e me confundi por inteiro, eu não agüento mais isso, não agüento mais.

Ela enxugou as lágrimas e olhou para ele intensamente, não sabia se deveria dizer tudo o que sentia, mas a explosão de sentimentos não lhe permitiria que ficasse em silêncio.

– Sabe Oliver eu não tenho medo de morrer por você, para salvar a sua vida, a vida do Arqueiro, mas tenho medo de morrer por suas mãos, que você acabe comigo aos poucos.

Neste momento ela se levantou e se encaminhou para o banheiro que havia em seu quarto e ele não a impediu. Ele nunca imaginou Felicity dizer aquelas coisas, esta ultima coisa em especial. Quando ela disse temer que ele a matasse por dentro ele sentiu que já havia começado apunhalá-la e que parte dela já estava morrendo aos poucos. Teria que pensar sobre seus conceitos, ouvir mais os conselhos de Diggle.

Ele esperou que ela saísse, mas entendeu que ela precisava de um tempo a sós.

– Felicity? – Ele bateu na porta. – Estarei na sala, irei te dar um tempo entendo que queira isso.

***

Depois de um tempo sentada naquele chão frio de seu banheiro e de derramar todas as lágrimas necessárias para poder sentir-se aliviada ela resolveu voltar para o quarto, havia passado um bom tempo e pensou em não ir para sala conversar com Oliver, talvez ele já estivesse dormindo, mas se a conversa já havia sido iniciada deveria ter terminada, caso o contrário nunca resolveriam aquilo.

Ela saiu de seu quarto e sentiu uma pequena tristeza ao vê-lo deitado com os olhos fechados no sofá, quando adentrava seu quarto, prestes a fechar a porta ela ouviu ele dizer seu nome, ele estava acordado, de olhos bem abertos lhe vigiando.

– Você quer terminar com a conversa.

– Eu apenas quero dizer a única coisa que não tive coragem de dizer naquela noite, naquele dia em que você partiu para lutar contra Ra’s. – Ela sentou-se a frente dele e ele segurou ambas as mãos da moça. – Eu te amo Oliver, te amo do jeito que você é ,com a vida que você leva e nossa história, não tem como ser escrita novamente porque ela tem tudo para ser perfeita do jeito que é, mas...

– Mas eu tenho que estar disposto a colaborar. – Ele olhou para ela seriamente. – Você não entende não é? Isso é tão perigoso, não é a sua vida. Não é o que desejo para você.

Ela desviou o olhar, sentiu que iria chorar novamente, pela milésima vez Oliver estava se afastando.

– Eu te amo Felicity. Te amo com todas as minhas forças e é você a minha força de todos os dias. Mas você tem razão, Diggle tem razão, na verdade todos tem razão menos eu. Te afastar não é o certo e sim te manter por perto. E o que posso fazer se acabei me apaixonando feito um bobo pela mulher mais especial de toda a terra?

Ela sorriu meio sem jeito e ele soltou a sua suave gargalhada.

– Eu sou completamente um estúpido perto de você, me sinto instável e nem sei ao certo como agir ao seu lado, mas o importante é que amamos um ao outro. Eu te amo Felicity Smoak.

Ele Aproximou seu rosto do dela delicadamente e sonhou tanto com aquele momento, sonhou em ter seu beijo correspondido e ela soltava rojões dentro de si de tanta felicidade. Ela podia sentir o alivio tomar conta de si, tomar conta de sue coração, ela desejava aquele dia, desejava tê-lo tão perto, desejava chamá-lo de seu assim como ele desejava chamá-la de sua.

***

Eles conversaram um pouco, ele impôs suas propostas, amanhã começariam treinamento de auto defesa, ela merecia saber se defender sozinha não podia tomar essa decisão por ela, mal perceberam quando pegaram no sono ali mesmo, no sofá, aninhados um ao outro de modo não muito confortável, mas sentiam-se seguros assim, seguros daquela maneira sentindo o calor do corpo um do outro ali tão perto.


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Notas finais do capítulo

Não esqueçam que seus comentários motivam o autor, comigo não é diferente, deixem suas opiniões sobre como vai o capítulo. Bjos!



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