Sociedade Secreta de Anti-Heróis escrita por Fernanda Melo


Capítulo 11
Aquele amigo, Ray Palmer.


Notas iniciais do capítulo

Ótima leitura para vocês...



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– Vejo que está fazendo juízo ao seu codinome. Ao invés de causar pânico você uniu ainda mais o casal, nunca vi Oliver tão empenhado em proteger a loirinha. - Slade dizia enquanto deixava suas armas sobre a mesa, seu tom enraivecido entregava sua frustração momentânea queria acabar logo com aquilo ter sua vingança, por sua parte já teria um plano 50% concluído.

– Eu não estou unindo ninguém, eu estou seguindo com meu plano que você concordou em ajudar Slade então é melhor você abaixar esse seu tom de voz quando for falar comigo.

– Eu não preciso seguir suas ordens.

– Você precisa fazer uma escolha. – Carrie disse o olhando friamente. – Ou continua conosco e segue com o que foi aprovado por todos ou some daqui com a incerteza de que chegará a próxima esquina ainda vivo. – Ela se levantou em posição defensiva olhando para o arco e flecha que estavam ao seu lado.

– Agora somos obrigados a ouvir DR de vocês também? – Leonard queixou-se com um sorriso irônico no rosto, enquanto Bivolo continuava com uma expressão indiferente, mesmo assim vibrante por algo estar acontecendo em meio aquele tédio.

– Você não tem o mínimo direito de voltar uma só palavra a mim rapaz, então é melhor calar a boca antes que...

– Antes que o que? – Leonard se levantou com sua arma em mãos.

– Para mim você não passa de um moleque imundo, ladrãozinho de meia tigela que deu sorte em encontrar uma arma poderosa e agora se diz vilão. – Slade apertou seu indicador contra o peito de Leonard com extrema força. – Eu passei anos em uma ilha, aprendi a lutar de verdade, na marra. Eu tenho respeito no nome que carrego.

– Então veremos se terá respeito quando for apenas uma estátua de gelo. – Leonard posicionou sua arma na direção de Slade que não hesitou em momento algum, foi surpreendido quando a arma caiu, havia perdido equilíbrio da mesma quando uma flecha a atingiu e logo em seguida um grito estridente saiu de sua boca quando outra flecha ficou cravada em seu braço.

Carrie se aproximou com uma expressão nada das melhores, queria poder matar ambos e seriamente pensou se não daria conta sozinha do recado, mas infelizmente como todo herói tinha seu time um vilão também merecia ter.

– Já chega com essa palhaçada. Eu não cheguei até aqui para que vocês dois acabassem com meu plano em cinco minutos. – Ela desviou o olhar de Leonard para Slade. – Eu quero que ambos respeitem isso, logo tudo acabará e cada um seguirá com seu rumo e com seu objetivo, mas enquanto estiverem aqui e o meu plano não for concluído vocês devem me obedecer ou caso contrário serão punidos com o mesmo destino que tenho para Felicity.

Ela largou seu arco e aproximou seu rosto de Leonard, ele somente percebeu o intuito da mulher quando a mesma retirou a flecha rapidamente de seu braço.

– Vai sarar. – Ela sorriu enquanto o homem urrava de dor. – Se não tivesse aprontado não teria recebido castigo. Veja Bivolo, sempre tão compreensivo, lhe passei a parte do plano no qual era responsável e concluiu muito bem, não discute e nem discorda de minhas ordens.

– Se é devido a discussão então por quê Slade está sem uma flecha em seu braço?

– Foi você quem provocou queridinho. – Ela voltou a se sentar e folhear sua revista. – E também ele é muito útil. – Ela sorriu maliciosamente, mas a discussão de Slade não havia acabado ali, ele queria satisfações, queria resultados, queria ver o mundo de Oliver Queen começar a desmoronar.

***

Alguns dias depois Slade e Carrie conversavam calmamente sobre o plano, ela calou-se e o observou, estava o esperando dizer algo, dar sua opinião e apenas recebeu uma pergunta do que estava havendo.

– Vou deixar que dite as regras desta vez.

– O que?

– Somos parceiros, o Arqueiro não tirou algo somente de mim, mas de você também. Estou deixando livre para decidir algo do plano, o nosso próximo passo.

– Acho que esteja prolongando demais. – Ele disse tranqüilo pela primeira vez. – Fazer Felicity enlouquecer talvez não seja o melhor caminho ou fazemos isso de modo rápido ou deixamos isso definitivamente de lado.

– E o que sugere?

– Você opinou atacar os amigos da loira, temos Ray Palmer seu chefe, flerte momentâneo, ambos passam tempos extras na empresa e pelo o que me diz são grandes amigos e desde que começamos com esses joguinhos foi o único que não foi atingido por estilhaços da bomba.

– Você tem razão.

– Devemos ir atrás dele enquanto ainda ela sente os sintomas do ataque que Bivolo provocou, ela ainda está se recuperando fazem apenas 4 dias. Ela pode perder um pouco de sua fé com isso.

– Podemos fazer uma perseguição.

– Sim, podemos desde que isso não seja nosso foco principal.

– Adoro perseguição. – Ela gargalhou e se levantou.

– Aonde você vai?

– Fazer uma visita, Felicity deve estar prestes a se levantar para mais um dia de serviço.

***

Carrie permaneceu parada no edifício logo em frente ao apartamento de Felicity, ela observou quando a moça acordou arrastada por Oliver que foi o primeiro a se levantar ainda irritado com o despertador. Parecia que ela não queria realmente sair da cama.

Ela se levantou e foi tomar seu banho, quando terminou de se arrumar e já estava vestida adequadamente para seu serviço ela se encaminhou distraidamente até a cozinha. Enquanto ela fazia este percurso ela nem imaginava que alguém tinha como mira sua cabeça, apontava uma flecha certeiramente para o local. Carrie viu quando Oliver a tirou do chão e lhe beijou profundamente, ela ficou com raiva daquilo e quando ambos se afastaram para irem até a cozinha ela colocou seu plano em ação.

Atirou três flechas que ficaram presas a parede a poucos centímetros de ambos. Oliver quando sentiu a primeira flecha fincar na parede puxou Felicity para perto de si o que de algum modo lhe salvou, pois o lugar onde estava foi atingido pela segunda flecha e logo depois ele empurrou seu corpo e o de Felicity para o chão e quando olhou para cima onde exatamente estava havia outra flecha. Ele sentiu sua orelha arder e quando passou a mão no local havia sangue. Carrie era mesmo boa no que fazia, o acertara Oliver mesmo este não sendo o seu objetivo do dia.

***

Oliver sentia o corpo de Felicity tremer debaixo do seu o que parecia ser um dia normal havia se tornado um inferno já pela manhã. Oliver tirou o cabelo do rosto da mulher observando se estava tudo bem, em sua expressão parecia que havia alguma onda de pânico e ele entendia apenas não gostava de vê-la daquela maneira.

– Está tudo bem? – Ele perguntou, Felicity apenas assentiu um aceno de leve com a cabeça, tentou dizer algo, porém sua voz não saia. – Tem certeza? – Mais uma vez ela concordou. – Vou levantar para ver se ela já foi.

Neste momento Felicity agarrou a camisa do homem não o deixando se levantar. Estava com medo o queria por perto, teve receio de que Carrie o acertasse ela não suportaria vê-lo caído em seu apartamento, enlouqueceria de vez.

– Não, por favor.

– Ei calma está tudo bem. – Ele tentou acalmá-la beijando suas bochechas. – Vou ficar bem acredite em mim. – Ele conseguiu se soltar dela e levantou-se devagar tentando avistar Carrie o mais rápido o possível, a apreensão aumenta quando ele não a avista em ponto algum do prédio logo à frente. – Parece que ela já se foi.

Ele ajudou Felicity a se levantar, ela se manteve com o olhar baixo tentando processar o que estava acontecendo ela saiu de seu transe quando Oliver tocou seu rosto com ambas as mãos e direcionou seu olhar ao dele.

– Vai ficar tudo bem. – Ele a trouxe para mais perto a envolvendo em um abraço e beijando o topo de sua cabeça.

– Porque eles não acabam com isso logo? Já estou ficando cansada com esses joguinhos.

– Eles não vão conseguir o que querem.

– Eu tenho que ir trabalhar. – Ela se segurou para não desabar, sentia que estava a um fio de ficar louca, queria se jogar nos braços de Oliver e chorar pedir que ele a tirasse daquele pesadelo terrível, mas aquilo não era um pesadelo, não era simplesmente acordar e tudo que estava acontecendo acabaria, ela teria que continuar tentando ser forte, mas e quando não suportasse mais? Ela temia que esse dia chegasse o dia que seu alicerce enfraquecesse e desmoronasse e quando chegasse ela provavelmente não conseguiria se reerguer, duvidava das forças que ela tinha, duvidava de sua capacidade naquele momento.

***

Carrie retornou ao esconderijo com um grande sorriso no rosto, apreciou enquanto pôde a feição de Felicity o quanto o medo estava lhe tomando conta, ela estava sendo corajosa tempo demais, estava suportando as coisas ainda erguida tempo demais.

– Sabe eu admiraria Felicity se não a odiasse tanto.

– Como foi?

– Ela está contendo o pânico dentro dela, sendo corajosa até seu limite.

– Ainda bem que tudo nessa vida tem um prazo de término. – Slade sorriu. – Estou ansioso pela conclusão do plano.

– Ainda não decidimos quem terá as honras de matá-la. Ela deve morrer com flechas em seu peito ou com uma espada lhe cortando a garganta?

– Como um ótimo cavalheiro. – Slade levantou-se e foi para trás de Carrie iniciando uma massagem em seus ombros. – Deixarei que tenha este agrado. – Ele disse perto de seu ouvido, aquela voz rouca tão perto, Carrie não resistiu e estremeceu.

– Se está querendo algo Exterminador é só pedir. – Ela girou a cadeira para poder ficar de frente para ele. Aquele sorriso malicioso do homem fez com que ela abrisse um logo em seguida.

– Estarei ocupado a noite, tentando mandar um empresário para o hospital, então acho que devemos...

Ele foi interrompido por um beijo avassalador de Carrie, algo queimava dentro deles. Eram humanos apesar de serem tão ruins, um desejo carnal uma paixão inesperada, eles estavam se entregando demais um para o outro e ninguém esperava que isso aconteceria, nem mesmo eles, mas uma incerteza pairava sobre o que aconteceria com eles quando tudo isso terminasse.

***

– E como ela está? – Diggle se apressou em perguntar quando o amigo descia as escadas.

– Dá para ver o pânico no olhar dela Diggle. – Ele olhou tristemente para o amigo, Roy logo atrás ouvindo tudo atento. – Eu não estou mais agüentando esses joguinhos do Slade e da Carrie, agora imagine ela.

– Ela é forte Oliver. – Roy disse ainda de braços cruzados. Roy criou um laço afetivo com Felicity logo após a partida de Oliver de Starling viu juntamente com Diggle o quanto a garota havia sofrido, seus sorrisos, suas falas sem anexo tudo aquilo havia sumido, ele havia notado o quanto ela andava deprimida e se aproximou até mesmo quando ela levantou a barreira para Diggle e para ele.

Diggle sempre se esforçou sempre esteve presente e lhe tentava animar sentia a sintonia de irmãos, ele não media esforços para chamar a atenção da loira quando fazia algo errado, por sua vez Roy lhe ofereceu o ombro para chorar. Ele percebia que ela não permitia que nenhuma lágrima caísse e para conquistar a confiança dela teve que mostrar sua fraqueza, chorou em sua frente mostrando que também sentia falta de Oliver e foi ai que criaram o laço de amigos.

– Não será por muito tempo se eles continuarem fazendo esses jogos psicológicos. Eles estão fazendo isso de propósito, querem enfraquecê-la.

– Oliver eles estão atingindo você. – Diggle concluiu. – Estão mechendo com Felicity porque sabem que se ferirem ela eles acabarão com você.

– Estão conseguindo. – Ele esbravejou com as mãos em seu cabelo. – Eu só queria ficar perto dela, poder ter uma vida normal com ela, mas desse jeito não dá.

– Vamos dar um jeito.

– Só espero que não seja quando for tarde demais. – Oliver apoiou suas mãos sobre a mesa que ela usava olhou para sua cadeira vazia e sentiu seus olhos arderem com a presença das lágrimas, saiu antes que seus amigos começassem a consolá-lo isso era a ultima coisa que queria e agora no momento o que mais desejava era ficar sozinho.

***

Quando o sol já havia se escondido e a noite pairava sobre o céu Felicity e Ray andavam pelos corredores da Palmer Technologies em busca de um descanso. Voltariam para casa e repousariam a cabeça no travesseiro, enfim Felicity não se lembrava da fatídica manhã ruim que tivera, Ray era uma ótima companhia para ela.

– Esqueci meu celular na sua sala. – Ela disse parando bruscamente no caminho enquanto um funcionário da limpeza passava por eles.

– Vou buscar para você. – Ray se ofereceu.

– Não precisa pode ir. – Ela sorriu e ele revirou os olhos, como aquela mulher era teimosa.

– Tudo bem, mas vou esperar por você.

– Já que insiste. – Ela caminhou apressadamente até a sala de Ray, abriu a porta e pressionou o interruptor, porém a luz não se ascendeu, achou aquilo estranho e repetiu o ato diversas vezes. Se assustou quando ouviu um barulho, passos e logo em seguida todo o prédio estava na escuridão.

Oliver estava esperando por Felicity no lado de fora e viu quando o apagão ocorreu, entrou pelo fundo no edifício em busca da mulher com seu coração em mão. A adrenalina tomava conta de si e somente um nome pairava em sua mente, uma única preocupação fazia com que seu coração doesse.

Ray voltou até sua sala usando o auxilio de seu celular, estava achando aquilo estranho.

– Porque os geradores não estão funcionando? – Ele se perguntou enquanto se aproximava de sua sala. – Felicity? – Ele chamou pelo nome dela abrindo a porta. Ouviu alguns gemidos abafados achando aquilo estranho, quando foi redirecionar a luz ficou surpreso com a cena, um bandido usando um casaco de inverno e óculos, portava uma arma comum desta vez apontada para a cabeça da mulher. – Não faça nada que irá se arrepender.

Naquele momento Ray sentiu-se impotente, lembrou-se de sua noiva. Ele teria que fazer alguma coisa não queria ver a cena se repetindo, gostava de Felicity demais para deixá-la morrer. Viu quando as lágrimas inundavam o rosto da moça um aperto em seu peito se instalou.

– Me arrependo de muitas coisas na vida, mas nenhuma delas é de ter matado alguém.

– O que você quer?

– Apenas deixá-la um pouco amedrontada. – Ele sorriu. – Pena que os chefinhos te queiram morta, você é uma gracinha. – Ele beijou a cabeça da moça e logo ouviu a voz de Carrie pelo comunicador.

“- Saia logo daí o sistema está sendo restabelecido.”

– Não faça nada com ela.

– Não é com ela que eu farei algo. – Ele apontou a arma para Palmer e puxou o gatilho. – Eu quero usar minha arma vocês entendem? Isso daqui não sou eu! – Ele disse para o comunicador.

– Ray. – Felicity gritou, quando viu o homem cair no chão.

“- 7 minutos Leonard.” – Carrie disse enraivecida. No mesmo momento Felicity pisou com força no pé do homem, seu salto faria um grande efeito. Em seguida com o cotovelo atingiu o estômago do homem.

– Sua vadiazinha. – Ele a puxou antes que ela saísse de perto de si. Jogou-lhe contra o chão. Apontou a arma para ela e tirou a trava, no mesmo instante Felicity estava pronta para sentir a bala atravessar seu corpo quando Leonard correu ao ouvir passos vindo do lado de fora.

Felicity se apressou e foi até Ray, se desesperou ao sentir o sangue dele em suas mãos chamou por seu nome diversas vezes, até que ele suspirou. As luzes voltaram e para Felicity aquilo ficou ainda pior ver todo aquele sangue o rosto de Ray em uma expressão dolorosa.

– Ray.

– Estou bem, estou vivo. – Ele sorriu, Felicity se assustou quando alguém parou na porta tão logo ficou feliz por que era Oliver. – Me desculpe, ele te machucou?

– Estou bem Ray. – Ela disse sorrindo para o homem.

– O que aconteceu? – Oliver se aproximou. Ajoelhou-se perto do homem ele olhou ao redor vendo o projétil da bala logo mais adiante. – A bala atravessou seu ombro.

– Acho que estou com sorte. – Ele sorri. Logo em seguida dois seguranças aparecem no andar. Pedindo ajuda médica.

– Está tudo bem Srta. Smoak? – Um dos seguranças perguntou enquanto a mesma somente assentiu, quando a polícia e os paramédicos chegaram às coisas foram se estabilizando.

***

– Oliver preciso conversar com você. – Lance se aproximou enquanto ele mantinha-se abraçado a Felicity. – Um dos seguranças disse que não te viu entrar no prédio e que não tem registros de sua visita antes do incidente.

– Eu estava no lado de fora. – Ele se limitou.

– Pode me dar seu depoimento?

– Tudo bem. – Oliver começou a contar tudo o que aconteceu ainda observando Felicity um pouco distante com o olhar vazio, perdido nas paredes de vidro.

– Ambos os seguranças dizem que não é a primeira vez que fica esperando ao lado de fora.

– Eles estão achando mesmo que mataria Palmer?

– É apenas o trabalho deles Oliver, não se exalte.

– Eu fico todas as noites aqui esperando a Felicity sair do trabalho porque eu preciso do carro dela para ir até a boate trabalhar durante o dia. Não deixarei minha namorada voltar para casa de taxi sozinha.

– Certo, vamos procurar o suspeito, mas creio que será complicado, não temos muita descrição sobre ele. – Lance fez uma breve pausa observando o modo como Oliver olhava para a mulher. – Rapaz acho que seja melhor redobrar a segurança dela, seja quem for, foi dois ataques contra sua namorada nesta semana, eles estão atrás dela por algum motivo.

– Ela nunca fez nada a ninguém.

– Você não precisa fazer algo para despertar o ódio em alguém hoje em dia.

– Eu vou ver o que posso fazer. Obrigado. – Ele agradeceu e logo em seguida foi dispensado se aproximou de Felicity e tomaram o rumo de casa. Quando chegaram Felicity correu para o banheiro tentando tirar as manchas de sangue que permaneceram secas em sua mão. Oliver foi logo atrás sabia que seria questão de pouco tempo até ela desabar.

Ele observou o quão forte ela esfregava suas mãos debaixo da água, o líquido avermelhado descia pela pia enquanto ela se esforçava para não chorar, Oliver se aproximou pegando suas mãos e lhe ajudando a limpar aquilo, foi neste momento que os soluços começaram e o nó na garganta se desfez. As lágrimas desciam com facilidade, ela não queria dizer nada, lutar contra nada apenas deixar a dor sair.

– Irá ficar tudo bem, eu estou aqui com você.

– Até eles pararem de ferir vocês e começarem a matar. – Ela olhou friamente e Oliver se assustou pela primeira vez. Não tinha vida, nem esperança naqueles olhos azuis, aquele mar de olhos azuis que tanto lhe transmitiam carinho e força para continuar seu dia, ela estava se perdendo em meio à escuridão que nem era dela. – Eu não agüento mais isso Oliver.

– Não diga isso, você sempre foi a mais forte de todos nós.

– Eu não tenho mais forças para suportar isso. Eles estão acabando com tudo, me destruindo aos poucos e isso é doloroso.

– Você tem que suportar, tem que lutar.

– Eu não consigo mais. – Ela encostou sua cabeça no peito do homem, ficaram abraçados durante um tempo, Oliver a levantou em seus braços e foram até a cama onde ele sentou-se com ela em seu colo, a manteve por perto até ela se acalmar.

Seu celular tocou diversas vezes até que ele resolveu atender diversas ligações de Thea e Diggle.

“- Ollie, até que enfim você atendeu. – Thea suspirou aliviada. – Como ela está?”

– Está abalada. – Ele disse a vendo através da porta do banheiro enquanto preparava um banho para ela. – Ray e Felicity são muito amigos.

“- Sinto tanto Ollie. Há algo que eu possa fazer?” – Como ele queria contar com sua irmã ao seu lado talvez desabafar o que estava preso dentro dele, Diggle, Roy, Laurel, Lyla sabiam de tudo o que estava acontecendo e agradecia pela ajuda dos amigos porém queria poder ter aquelas típicas conversas com sua irmã, mas ele não tinha como contar sobre aquilo.

– Obrigado Speed, mas por enquanto tenho que cuidar dela sozinho.

“- Tudo bem, me informe qualquer coisa.”

– Obrigado Speed. – Ele agradeceu com um sorriso nos lábios e assim que a ligação foi encerrada ele retornou a ligação para Diggle.

“- Acho que não preciso perguntar como ela está, notei o olhar dela no jornal da TV.”

– Ela perdeu a esperança Diggle, ela quer desistir. – A voz de Oliver estava embargada. – Ela perdeu a fé em mim.

“- Quer que eu vá até ai conversar com ela?”

– Acho que ela precisa de um momento somente dela, amanhã vocês podem vir quando ela estiver mais tranqüila.

“- Certo. – O homem suspirou no outro lado da linha.”

– Diggle? Faça-me um favor?

“- Todo possível Oliver.”

– Ligue para Waller quero o esquadrão suicida para ontem, agora é a nossa vez de atacar.

“- Nós nem sabemos onde eles estão Oliver.”

– Eu sei. Ligue o computador no programa de rastreamento, enquanto Leonard fugia do prédio eu o alcancei e coloquei o rastreador nele. Nós temos a localização deles e amanhã de manhã faremos uma visita.

“- Você está ficando esperto rapaz. – Diggle sorriu ao ver o ponto vermelho no mapa, ligou a câmera do satélite e viu a movimentação em um armazém abandonado ao lado de fora viu Bivolo colocando algo para fora, tinham agora a localização”

***

Quando já era de madrugada Oliver acordou assustado com a movimentação ao lado da cama. Felicity se remexia, ele a aproximou para mais perto de si e ela tentou se soltar continuava se debatendo, no sonho Leonard lhe segurava enquanto Slade e Carrie matavam um por um de seus amigos, ela ouvia aquelas palavras maliciosas ditas por Leonard mais uma vez e tudo que desejou era morrer juntamente com seus amigos, deixar seu corpo cair ao lado do de Oliver.

Quando ela abriu os olhos e viu que tudo não havia se passado de um pesadelo se permitiu aninhar-se ainda mais para perto do corpo de Oliver que afagava suas costas de forma tão carinhosa e tão protetora, ela não conseguiu fechar os olhos e voltar a dormir outra vez, apenas continuou lembrando das imagens de seu pesadelo durante o restante da noite.


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