Mister K. escrita por Jiinga


Capítulo 5
Pesadelo




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Eu sobrevivi uma semana toda na companhia. Porém, na quinta-feira seguinte, meu verdadeiro pesadelo começou.

Eu cheguei um pouco atrasada naquela manhã e estava terminando de entregar as bebidas dos meninos quando a porta do camarim abriu e quatro garotas deslumbrantes entraram. Uma delas vestia um vestido curto todo colorido e tinha cabelo castanho e liso. A outra tinha cabelo laranja, que estava amarrado num rabo de cavalo, e vestia preto e branco. A terceira tinha o cabelo (que era preto com mechas azuis) amarrado em trancinhas e usava uma jaqueta prateada. A última tinha cabelo branco bem curto, com uma única mecha lilás, e usava roupas masculinas.

Eu as conhecia. É claro que eu as conhecia, aquelas garotas foram meus exemplos de vida. Eu invejava cada aspecto delas, do cabelo às unhas. Elas eram o ColorCube, a versão feminina do Shortcut, que ao contrário do grupo masculino não havia desaparecido por vários anos e ainda estavam no topo dos rankings coreanos.

Em ordem de entrada na sala, elas eram Kari (a líder), Eunji (a dançarina), Soohyun (a visual) e Stella, a rapper.

É claro que eu congelei imediatamente quando elas entraram de repente no camarim. Kari atravessou a sala e foi direto até K. Ela sentou no colo dele, colocando o braço ao redor de seu pescoço.

– Oi, gatinho.

– Oi. – ele respondeu - O que vocês estão fazendo aqui?

– Eu vim convidar vocês pra minha festa de aniversário. Vai ser na minha casa de novo. Vocês vão?

– É claro, eu nunca perco nenhuma das suas festas. Min Hye Rin, não deixe de colocar isso na minha agenda.

Acho que as garotas não haviam reparado em mim até que o K. disse meu nome. Os rostos das quatro viraram para mim de uma vez.

– Essa é a sua nova escrava, quer dizer, assistente? - Kari abaixou os óculos de sol para mim. Eu não acreditei que ela havia dito aquilo. Kari costumava ser meu modelo... Eu me lembrava de tentar achar roupas que parecessem com as dela e de mudar meu corte de cabelo para tentar me parecer com ela... E de repente, a imagem da garota perfeita que eu tinha em minha mente estava se despedaçando na minha frente.

– Sim. Ela já durou uma semana inteira. Acho que é um novo recorde.

– Interessante... Bem, não deixe de comparecer à minha festa. E me traga um presente, é claro.

– Claro. - ele beijou a bochecha dela e Kari se levantou. Ela saiu da sala e as outras garotas a seguiram. Eu as encarei enquanto elas iam embora, e tive quase certeza de que Stella sorriu para mim antes de sair.

Fiquei congelada no meu lugar, encarando a porta, até que vi Fox me chamando para fora com o dedo indicador. Pisquei rapidamente, fui até ele e entreguei seu café.I

– Então, você conheceu o ColorCube.

– Sim, conheci... Elas...

– Não são o que você esperava?

– É, exatamente. Eu não sabia que a Kari-ssi e o K-ssi... - eu não sabia exatamente qual era o relacionamento deles - Estavam envolvidos...

Fox olhou dentro da sala para checar se ninguém estava ouvindo.

– Eu não acho que estejam.

– Como assim?

– Acho que eles só gostam que as pessoas achem que tem algo entre eles.

– Ah…

– De qualquer forma, não fique triste por qualquer coisa que aquelas garotas te disserem. Elas não costumam ser muito legais.

Sorri e Fox sorriu de volta. Pelo menos depois de uma semana ele havia virado meu amigo.

Naquela tarde, os garotos praticaram a coreografia nova. O comeback deles estava se aproximando, então eles tinham que estar prontos não só para o videoclipe, mas também para as apresentações. Eu fiquei na sala de ensaio enquanto eles praticavam e os assisti ensaiar várias e várias vezes. A coreografia era realmente legal e eles estavam trabalhando duro, mas parecia ter algo errado com Min Soo, e eu aparentemente não havia sido a única a perceber.

– Hyung, tem certeza de que você está bem? - K. perguntou quando Min Soo errou o passo novamente.

– Sim, eu consigo fazer isso - os três o encararam e K. arqueou uma sobrancelha - Eu consigo, droga.

K. suspirou.

– Vamos parar por hoje. - ele passou por mim, todo suado, e saiu da sala. Jong Hyun também saiu e Fox estava prestes a segui-lo, mas parou.

– Você não vem, hyung?

– Não, eu vou praticar mais.

Fox suspirou e deixou a sala. Eu fiquei lá, sem saber ao certo o que fazer.

– Você quer que eu saia?

– Faça o que quiser. - disse Min Soo, ligando o rádio.

Eu fiquei lá e o assisti, não só porque ele estava todo suado e suas roupas estavam grudando no corpo, mas porque eu costumava ser uma grande fã dele e era muito legal assisti-lo dançar.

Ainda assim, Min Soo não conseguia acertar o passo. Toda vez que seu pé direito tocava o chão, ele hesitava, então não conseguia girar no momento certo. Mas ele continuava tentando, e xingava toda vez que falhava.

Eu estava ficando um pouco triste ao assistir aquilo. Mi Soo costumava ser meu dançarino favorito por causa de seus movimentos de dança únicos e por aprender os passos mais rápido que qualquer um.

Então, de repente, ele parou e olhou para mim, o cabelo pingando de suor.

– O que eu devo fazer? - ele quase gritou.

A pergunta me pegou de surpresa e eu hesitei.

– Bem… Hum… Por que você não para e tenta de novo amanhã?

– Não vai dar certo amanhã também.

– Por que você não tenta outro passo, então?

– Você não entende não é? - ele desligou o rádio.

– Na verdade, não.

Min Soo suspirou e saiu da sala. Ele não foi para o banheiro, na verdade passou reto pela porta dele, provavelmente indo para casa. Eu suspirei e estava prestes a ir pra casa quando meu celular tocou. Peguei-o e vi o número de K. na tela. Quem diria, eu tinha o número dele no meu celular. Há alguns anos eu seria considerava uma sassaeng por isso.

– Alô? - atendi.

– Ei, Min Hye Rim, me traga uma toalha - eu podia ouvir água caindo atrás dele.

– O QUE?

– Uma toalha. Eu esqueci a minha, me traga uma.

– Você quer dizer... No banheiro masculino?

– Onde mais? Venha rápido, meus dedos estão ficando enrugados.

Eu desliguei e fiquei encarando a parece. Pisquei rapidamente e peguei uma toalha ao meu lado, mas parei na frente do banheiro masculino. Como eu faria isso? Se eu fizesse alguma besteira, ele com certeza me demitiria.

Respirei fundo e abri a porta. O calor e a umidade instantaneamente me tingiram e eu entrei, olhando diretamente para frente. O banheiro estava vazio, a não ser pela silhueta de K no fundo dele. Olhei para cima e continueu a andar na direção dele.

– Ah, aí está você! - eu ouvi a voz dele, mas eu não conseguia vê-lo direito e não arriscaria olhar para baixo. Estiquei a toalha para ele, esperando que ele conseguisse alcançá-la - O que está fazendo? Chegue mais perto!

Engoli em seco e comecei a andar para frente. Infelizmente, o chão estava muito molhado e eu não era exatamente uma pessoa delicada, então eu escorreguei e caí.

Os braços de K me seguraram e meu rosto atingiu o ombro dele. Congelei. Ele estava nu na minha frente, eu tinha que manter os olhos fechados, mas os músculos dele estavam tão quentes contra minha pele. Achei que ele fosse gritar comigo e me empurrar para longe rapidamente, mas ele também não se moveu. Eu não conseguia ver o rosto dele, então não podia adivinhar o que ele estava pensando.

– Eu… Hum… Trouxe sua toalha.

– Ah, sim, valeu. - ele me afasto e eu fechei meus olhos com mais força. Ele pegou a toalha e eu me virei, finalmente abrindo os olhos.

– Até amanhã. - consegui dizer enquanto ia embora.


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