Mister K. escrita por Jiinga


Capítulo 16
Vida Real


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOIIIIIIIIIII!!!!!!!!!!!!!
SIM, É ISSO QUE VOCÊS ESTÃO PENSANDO! MISTER K. ESTÁ DE VOLTAAAA!!!
Primeiramente gostaria de pedir desculpas por ter ficado tanto tempo sem postar nada. Eu tive um ano extremamente complicado na faculdade e fiquei sem inspiração pra escrever nada, larguei quase todas as minhas histórias. Mas agora voltei ao pique.
Queria agradecer a todos que voltarem a ler depois de tanto tempo com a história parada, e aos novos leitores que chegarem até aqui. Planejo terminar a história toda até o fim de janeiro, então fiquem de olho!



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O dia seguinte seria um dia de folga para mim e para os artistas, pois o teaser havia sido lançado à meia-noite. Ainda assim, não consegui dormir muito e acordei por volta das oito. Tomei café e um banho, e corri para meu computador para avaliar as repercussões do teaser.

Entrei na página do Facebook da Gumiho e o post estava lá, fixado, com milhares de likes e centenas de compartilhamentos. O teaser consistia num fundo branco com as silhuetas de K. e Stella em preto. Acima deles, estava escrito "What's Next?", e, abaixo, estava a data do lançamento do single.

O primeiro teaser havia sido revelado no dia anterior, mas tratava-se apenas da frase "What's Next?" em tons de rosa e preto, com a data logo abaixo, então as suposições dos fãs eram muito vagas. A grande maioria acreditava ser o comeback do Shortcut, como eu havia previsto, mas os comentários do novo teasers eram muito mais interessantes.

A figura de K. se parecia totalmente com ele, e os fãs haviam matado essa charada de cara, mas a de Stella não se parecia nem um pouco com a imagem dela à qual estávamos acostumados, principalmente pelo longo cabelo preso e pela saia, que eram visíveis na silhueta. A maioria dos comentários defendia que era Kari ou Eunji, e alguns suspeitavam que fosse uma trainee da Gumiho de algum grupo feminino que estava para debutar.

Vários comentários pediam o comeback do Shortcut ou o debut solo de Stella, o que me fez rir. Havia um único comentário que dizia "Aí é a Stella vestida de um jeito totalmente diferente, né? Haha". Fiz questão de curti-lo. Ninguém sabia que eu trabalhava na Gumiho, mesmo.

Ler tudo aquilo havia me deixado inspirada. Peguei meu caderno, sentei-me em frente ao teclado e comecei a fazer algo que não fazia há muito tempo: compôr. Não compus para K. ou para o Shortcut ou para a Gumiho. Compus por compôr. Porque eu queria.

Por volta das onze horas, meu celular vibrou. Fiquei surpresa ao ver que era uma mensagem de K. perguntando se eu queria almoçar com ele. Meu coração acelerou ao ler aquilo. Ele estava, talvez, me chamando para um encontro?

Felizmente, eu não tinha nada para fazer, e como Ha Eun não havia deixado nada de almoço e eu não sabia cozinhar, eu teria que pedir comida de qualquer forma. Respondi que sim e ele me disse para encontrá-lo na frente da Gumiho em uma hora.

Cheguei atrasada, pois demorei muito para achar uma roupa que parecesse adequada. Quando cheguei, K. estava parado em frente ao prédio da Gumiho, fumando um cigarro.

– Sério? - perguntei, levantando uma sobrancelha.

– Desculpa, eu tô tentando parar, mas não é tão fácil quanto parece. - ele apagou o cigarro na parede e jogou-o numa lata de lixo - Vamos?

Revirei os olhos e entramos no prédio. Era incrível como mesmo no meu dia de folga, eu estava indo naquele lugar.

Como era horário de almoço, a cafeteria estava funcionando como self-service. Sendo assim, nos servimos e nos sentamos para comer.

– Me desculpe por vir aqui, é o único lugar que eu tenho certeza de que não vão ter paparazzis.

– Tudo bem. - comi um pouco e continuei - Por que você me chamou pra almoçar?

– Eu estava solitário em casa.

– Ah... - desviei o olhar.

– Você viu a repercussão que o teaser teve? - ele deu um sorriso torto.

– Eu vi! Espero que os fãs gostem da ideia quando revelarmos tudo. E que eles gostam da música, claro.

– É claro que vão gostar, é genial! - ele exclamou e eu corei - Sério, essa música vai ser incrível. O mundo todo vai ouvi-la.

– Espero que sim. Eu tenho me dedicado muito a isso. Nem tenho dormido direito... E essa deve ser a primeira refeição decente que tive essa semana.

– Você está começando a ver como é a vida de quem trabalha com entretenimento. Mas, ei, você precisa se cuidar. Não queremos que você acabe no hospital, certo?

– Tem razão. Mas não se preocupe, eu só tô cansada, mesmo.

– Tudo bem. - ele comeu mais um pouco - Se me permite perguntar, o que você e o Fox foram fazer ontem?

Corei e quase engasguei com a comida. Por que ele estava perguntando sobre isso agora? As imagens do dia anterior passaram por minha mente. Não havíamos feito nada demais, mas eu não podia simplesmente contar a K.

– Por que... Você quer saber isso?

Ele pareceu ter sido pego com a guarda baixa por um segundo, mas logo se recompôs.

– Só achei estranho mesmo. Não sabia que vocês tinham voltado a se falar.

– Nós só saímos. - respondi - Como amigos. - acrescentei.

– Ah, entendi. Que bom que as coisas estão bem. - ele começou a mexer na comida com os hashis, sem exatamente comer nada.

– K-ssi.. Posso perguntar uma coisa? - perguntei, hesistante. Ele assentiu - O que você quis dizer quando disse que lutaria por mim se precisasse?

ergueu o olhar com um sorriso torto nos lábios.

– Eu já lutei por você uma vez, não? Eu passei anos procurando você, e te encontrei. E então lutei até que você admitisse que era aquela pessoa. Eu não vou me importar se tiver que fazer algo parecido de novo.

– K-ssi... – o que ele estava dizendo? Aquelas palavras... Abaixei o olhar para o meu prato, e vi a comida se mexendo de um jeito estranho. Levantei-me rapidamente, e a sala toda rodou.

– Hye Rin-ah, você está bem?

– K-ssi...

Os cantos da minha visão se embaçaram, e a última coisa que vi antes de apagar completamente foi K. se levantando e correndo na minha direção.

Abri meus olhos com dificuldade. Minha cabeça doía. O ambiente em que eu me encontrava estava escuro, então eu não conseguia reconhecê-lo, mas podia perceber que estava sentada numa cama.

Esperei por alguns minutos naquele quarto desconhecido, tentando me lembrar de como havia ido parar ali, e com medo de mover ou sair de onde estava. Meus olhos começaram a se acostumar com a luz e comecei a enxergar melhor o quarto, mas ainda assim não sabia dizer onde estava.

Eis que a porta finalmente se abriu e K. entrou no quarto.

– Ah, você acordou. – ele acendeu a luz e eu gemi, tampando meus olhos rapidamente – Me desculpe. – ele apagou a luz de novo, aproximou-se de mim e acendeu o abajur – Melhor assim.

Assenti.

– O que aconteceu?

– Você desmaiou durante o almoço. Pensei em levá-la para o hospital, mas como provavelmente era só porque você não tem descansado e se alimentado direito, achei melhor te trazer pra minha casa.

– Sua... Casa...? – olhei em volta, para o quarto que agora podia ver. Havia um enorme guarda-roupa espelhado, uma TV LCD em frente a um sofá de couro, uma porta para a varanda e uma porta para um banheiro. Eu estava deitada em uma cama de casal com lençóis de seda prateados, vários travesseiros e um cobertor muito confortável – Esse... É o seu quarto?

– Não se preocupe. – ele sorriu ao perceber minhas bochechas vermelhas.

– Que horas são?

– Umas dez e meia.

– Dez e meia? Ah, meu Deus, eu preciso ir, tenho tanta coisa pra fazer! – puxei os cobertores e comecei a me levantar, mas K. me segurou pelos ombros.

– De jeito nenhum. Você vai ficar aqui e descansar.

– Aqui?

– Exatamente. Eu vou garantir que você não vai fazer nada relacionado ao trabalho até amanhã cedo.

– Mas...

– Sem “mas”. É culpa sua por ter se deixado chegar a esse ponto.

– Aish... – murmurei.

– Vá tomar um banho e vista alguma roupa minha que sirva em você depois. Vou preparar o jantar. – ele se afastou da cama – Estamos entendidos?

Assenti, e ele sorriu e saiu do quarto.

Com cuidado, levantei-me da cama e caminhei até o banheiro. O lugar devia ter o tamanho do meu quarto todo. Os azulejos eram cinza-escuro, e havia um chuveiro elaborado e uma jacuzzi, além da pia moderna e do vaso sanitário. Optei pelo chuveiro, pois achei que seria abuso demais da minha parte usar a banheira.

Prendi meu cabelo com um elástico que estava no bolso, despi-me e entrei embaixo d’água. Não sei que diferença havia entre chuveiros baratos e chuveiros caros, mas tomar banho no chuveiro de K. fez eu me sentir imediatamente melhor.

O chuveiro de K.

Corei ao me dar conta disso. Lembrei-me de quando caí em cima dele no vestiário da Gumiho, e corei completamente. Só de imaginar que ele tomava banho naquele lugar todo dia, completamente despido...

Afastei aqueles pensamentos imediatamente e tratei de terminar o banho o mais rápido possível.

De volta ao quarto de K., abri o guarda-roupa dele e procurei por roupas que servissem em mim. Felizmente, ele era bem magro, então coloquei uma camiseta comprida com uma cara feliz estampada e calças de pijama do Mickey.

Assim que abri a porta que dava para a sala, minhas narinas foram inundadas pelo cheiro forte de lámen e pimenta. Caminhei pela sala até a cozinha, onde K. estava cozinhando.

– Desculpa, eu só sei fazer lámen. – ele comentou.

– Tudo bem, eu também.

desligou o fogo, tampou a panela e pegou hashis de metal na gaveta.

– Vem, vamos comer na sala. – ele pegou a panela e eu o segui até a sala, onde K. colocou tudo sobre uma mesa de madeira baixa e se sentou no chão.

Sentei-me ao lado dele, e ele me passou um par de hashis. Abri a panela e experimentei um pouco do lámen, usando a tampa como apoio para o caldo não pingar no chão.

– Acho que seu lámen é melhor que o meu.

– Duvido. – ele riu e ligou a TV. Estava passando um programa de comédia em forma de esquetes. Eu não costumava ver esse tipo de programa, preferia dramas, mas não devia ter nenhum passando a essa hora da noite. Mesmo assim, não reclamei, e continuei assistindo o programa em silêncio enquanto dividia a panela de lámen com K.

– Uma vez eu vi um drama em que a menina vivia fugindo da máfia, e ela se escondia na casa de um amigo que sempre fazia lámen pros dois, e eles comiam assim, na panela.

– Deixa eu adivinhar: eles viraram um casal depois? – K. ergueu uma sobrancelha.

– ... Era mais complicado que isso, tá? Ele tinha uma banda, e nada dava certo pra eles, e tinha esse cara que no primeiro episódio...

– Você realmente gosta dessas coisas né? – corei e desviei o olhar – Tudo bem, eu acho fofo. – continuei encarando a TV – Ei, você quer ver uma coisa legal?

finalmente conseguiu minha atenção. Ele ficou em pé e estendeu a mão, me ajudando a ficar em pé também. Segui-o para o fundo da sala, onde havia uma porta de vidro que dava para uma sacada.

– Uau! – exclamei, correndo até a beirada. O apartamento de K. ficava na cobertura de um prédio muito alto, e da sacada era possível ver o distrito de Gangnam quase todo. Todas as luzes piscando, os carros passando em alta velocidade, os prédios tão altos quanto o que estávamos.

Por instinto, K. pegou um maço de cigarro no bolso, mas parou assim que eu o encarei.

– Desculpa. – ele tentou colocar o maço de volta no bolso, mas eu o peguei e joguei pela sacada, deixando K. em choque – Qual foi?

– Você não precisa disso.

– Vou precisar de outra coisa pra me distrair então. – ele sorriu maliciosamente e eu engoli em seco, mas K. apenas segurou minha mão – Hye Rin-ah, o que eu preciso fazer?

– Como assim?

– Você me idolatrava há alguns anos, mas hoje não quer saber de mim. O que eu preciso fazer pra você voltar a me ver daquele jeito?

Olhei nos olhos dele. K. estava se abrindo comigo, sendo completamente sincero. Ele havia mudado muito nas últimas semanas, se aproximando cada vez mais do ídolo por quem me apaixonei. Desviei o olhar.

– Você não precisa fazer nada.

– Como é?

Com as bochechas queimando, consegui olhar novamente para ele.

– Eu... quero.

E então nos beijamos.

Dado todo o contexto em que nos encontrávamos, é claro que eu esperava que fosse um beijo de drama, que ele seguraria meu pulso e encostaria os lábios nos meus sem se aproximar mais que o necessário. Mas não era um drama.

segurou meu rosto com uma mão e me puxou para perto pela cintura com a outra; Seus lábios abriram os meus e mergulhamos num beijo profundo e intenso, de um jeito que eu nunca havia recebido. Eu nem me importei quando as mãos dele entraram em contato com a minha pele debaixo da camiseta.

Mergulhamos mais e mais no beijo, e comecei a me sentir tonta, mas não reparei que não era efeito do momento até perder o equilíbrio e K. ter que me segurar.

– Acho que teremos que parar por aqui hoje, não quero ter que te levar pro hospital. – ele disse, num tom brincalhão.

– Mas...

– Não se preocupe. – ele beijou meus lábios de leve – Temos muito tempo.

– Será que eu posso... pelo menos dormir com você?

– Min Hye Rin, acabei de dizer que você precisa descansar e você só pensa nisso? – belisquei a barriga dele e ele se afastou, rindo – Tudo bem, vamos dormir.


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